Converse com pessoas mais velhas, como seus parentes ou professores,
hábitos de consumo à época em que eram jovens. Anote as informações.
Ao final da conversa, anotem as conclusões do grupo e apresentem-nas para a
turma.
Estudos da Antropologia: ritos de passagem
Os estudos antropológicos e etnológicos foram uma importante fonte de
desnaturalização de muitas ideias relacionadas à juventude e à adolescência.
Em muitas sociedades classificadas como tradicionais, a criança passa para a
fase adulta sem que haja uma transição duradoura, com uma gradação de
direitos e responsabilidades, como observamos na sociedade moderna. Essa
passagem da fase infantil para a adulta geralmente se dá em um tipo
específico de rito de passagem, uma cerimônia coletiva na qual o indivíduo
adentra em uma nova etapa de sua vida.
O antropólogo franco-alemão Arnold van Gennep (1873-1959) definiu esse tipo
de rito como um rito de iniciação. Muitas vezes, essa passagem envolve até
mesmo a separação do indivíduo em relação à comunidade por determinado
período, para que ele possa reingressar ocupando uma nova posição social.
Em muitas culturas, o rito de iniciação feminino coincide com a primeira
menstruação, demarcando, assim, sua aptidão para a reprodução, enquanto o
masculino envolve a aceitação de sua participação em atividades coletivas,
como a caça.
Os ritos de iniciação costumam envolver situações de resistência a privações,
dores e marcas físicas, como escarificações e incisões, feitas diante da ou
pela comunidade toda. De acordo com o antropólogo francês Pierre Clastres
(1934-1977), "o objetivo da iniciação, em seu momento de tortura, é marcar o
corpo: no ritual iniciatório, a sociedade imprime a sua marca no corpo dos
jovens" (1990, p. 128), do que se pode depreender a sua importância para a
plena inserção do indivíduo iniciado naquela sociedade.
Glossário:
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