Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Silvia Maria de Ara jo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi M.docx

Pesquisa e debate

Converse   com   pessoas   mais   velhas,   como   seus   parentes   ou   professores,

questionando-os acerca das memórias que eles têm sobre o que significava

"ser jovem" no tempo deles e o que eles acham que é "ser jovem" nos dias de

hoje. Pergunte sobre o interesse deles em questões sociais e políticas e sobre

hábitos   de   consumo   à   época   em   que   eram   jovens.   Anote   as   informações.

Depois, reúna-se com os colegas em grupos de até cinco pessoas e discutam

sobre:


a)   O   que   há   de   comum   e   de   diferente   entre   as   pessoas   que   vocês

entrevistaram?

b) A que se devem essas diferenças e semelhanças?

c) Em sua opinião, há semelhanças entre ser jovem hoje e em outras épocas?

Por quê?



Ao final da conversa, anotem as conclusões do grupo e apresentem-nas para a

turma.


Estudos da Antropologia: ritos de passagem

Os   estudos   antropológicos   e   etnológicos   foram   uma   importante   fonte   de

desnaturalização de muitas ideias relacionadas à juventude e à adolescência.

Em muitas sociedades classificadas como tradicionais, a criança passa para a

fase adulta sem que haja  uma transição duradoura, com uma gradação  de

direitos e responsabilidades, como observamos na sociedade moderna. Essa

passagem   da   fase   infantil   para   a   adulta   geralmente   se   dá   em   um   tipo

específico de  rito de passagem, uma cerimônia coletiva na qual o indivíduo

adentra em uma nova etapa de sua vida.

O antropólogo franco-alemão Arnold van Gennep (1873-1959) definiu esse tipo

de rito como um rito de iniciação. Muitas vezes, essa passagem envolve até

mesmo a separação do indivíduo em relação à comunidade por determinado

período, para que ele possa reingressar ocupando uma nova posição social.

Em   muitas   culturas,   o   rito   de   iniciação   feminino   coincide   com   a   primeira

menstruação, demarcando, assim, sua aptidão para a reprodução, enquanto o

masculino envolve a  aceitação  de sua participação  em atividades  coletivas,

como a caça.

Os ritos de iniciação costumam envolver situações de resistência a privações,

dores e marcas físicas, como  escarificações  e incisões, feitas diante da ou

pela comunidade toda. De acordo com o antropólogo francês Pierre Clastres

(1934-1977), "o objetivo da iniciação, em seu momento de tortura, é marcar o

corpo:  no  ritual  iniciatório,  a  sociedade  imprime  a  sua  marca  no  corpo  dos

jovens" (1990, p. 128), do que se pode depreender a sua importância para a

plena inserção do indivíduo iniciado naquela sociedade.

Glossário:


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