Tempos modernos tempos de sociologia helena bomeny



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(adaptado).

Proposta de redação:

A fala do historiador Eric Hobsbawm também apresenta uma reflexão sobre o futuro e suas possibilidades, relacionando o tema à ação da juventude, tradicionalmente considerada o futuro próximo das sociedades.

A partir da leitura dos textos e de suas elaborações pessoais sobre o tema, redija um texto argumentativo em prosa, com no mínimo 20 e no máximo 30 linhas, em que discuta a seguinte questão:

É possível, para a juventude de hoje, alterar o futuro?

Utilize o registro padrão da língua e atribua um título a seu texto.
Página 40

3 Saber o que está distante



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Museu Castro Maya, Rio de Janeiro

E. Meyer, segundo Johann Baptist von Spix e Karl Friedrich Phillip von Martius. Festa de beber dos coroados. Litografia colorida, 47,4 cm × 62,5 cm.
Nas primeiras décadas do século XIX estiveram no Brasil viajantes europeus com o intuito de pesquisar as particularidades da fauna, flora, hidrografia, dos minérios e costumes nativos. Suas impressões oscilaram entre o deslumbramento e o estranhamento diante desse mundo desconhecido. Frequentemente faziam registros escritos ou ilustrações como a reproduzida acima. Esses viajantes não eram antropólogos no sentido que entendemos hoje, pois seus esforços para compreender o “outro” falavam muito mais sobre suas próprias sociedades que daquelas que eles pesquisavam. A Antropologia é um campo científico que se desenvolveu posteriormente com o objetivo de “dar voz” aos nativos.

Se a Sociologia teve como primeiro desafio entender o que se passava no tempo e espaço presentes – ou seja, nas sociedades industriais modernas –, outro tipo de conhecimento das sociedades surgiu com uma aposta distinta. A Antropologia – das palavras gregas antropos (humano ou homem) + logos (pensamento ou razão) – tinha como objetivo estudar todas as formas de cultura humana. É importante entender o sentido dessa busca.

Os antropólogos procuraram o que era considerado diferente do que estava próximo, ou seja, o que estava distante – tanto geográfica quanto culturalmente – da sociedade em que viviam.

A maior lição que esse campo de conhecimento nos trouxe foi duvidar de algumas certezas que circulam em conversas informais e que, às vezes, provocam discussões ou estimulam conflitos. Dizeres como “esse povo é ‘primitivo’, aquele é ‘selvagem’, o outro é ‘simples’”, servem para classificar e ordenar grupos ou culturas em uma escala hierárquica, insinuando que umas são melhores ou mais sofisticadas que outras. Quem quer ser associado ao que é considerado menos? Será que ser diferente ou distante é ser menor? É ser menos? A Antropologia se empenhou em “dar voz” a esses “outros”. Ouvir deles mesmos como pensam sua cultura, seu jeito de ser; como constroem suas crenças; como defendem seus interesses; como veem seu entorno; de que forma obedecem ou desobedecem; como promovem a guerra ou lutam pela paz. Ouvir deles, os que ali nasceram e ali vivem, os nativos, quais são os motivos que definem sua maneira de trabalhar, criar rituais, produzir festividades. São modos de viver desconhecidos para nós, mas bastante familiares para eles.


Página 41

Antropologia e alteridade

A Antropologia, desde sua origem, caracterizou-se por um princípio básico: a ideia de alteridade. O termo vem da palavra latina alter, que significa “outro”. A alteridade, ou a “outridade”, é o exercício de reconhecer o outro em sua diferença, sem que isso implique qualquer julgamento de valor. Provocados pelo contato com o distante, com o outro, os antropólogos construíram um conceito que ainda hoje ocupa lugar de honra na tradição da disciplina – o etnocentrismo. O antropólogo brasileiro Roque de Barros Laraia nos ajuda a entender o significado desse engenho humano por meio do conceito que é uma das maiores contribuições da Antropologia às Ciências Sociais.

O homem tem despendido grande parte de sua história na Terra, separado em pequenos grupos, cada um com a sua própria linguagem, sua própria visão de mundo, seus costumes e expectativas.

O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como consequência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada etnocentrismo, é responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos sociais.

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. p. 72-73.

Mas compreender a alteridade não foi tarefa fácil. Ao longo do século XIX, os primeiros antropólogos buscaram responder ao enigma da diversidade humana por meio de teses que levavam para a análise da sociedade as descobertas de Charles Darwin no campo da Biologia. Era o assim chamado evolucionismo social, que via na humanidade uma única linha evolutiva. Em que consistia essa corrente de ideias?

Os antropólogos evolucionistas defendiam que em todas as partes do mundo a sociedade humana teria se desenvolvido em estágios sucessivos e obrigatórios, numa trajetória unilinear e ascendente. Isso significa que todos os grupos humanos teriam de atravessar as mesmas etapas de desenvolvimento, e as diferenças observadas entre as sociedades contemporâneas seriam resultado das defasagens temporais, consequência dos ritmos diversos de evolução. Nessa perspectiva, os chamados “povos primitivos” eram vistos como uma etapa anterior pela qual o homem civilizado já teria passado. Assim como uma criança atinge naturalmente a vida adulta, os “selvagens” alcançariam a civilização. Era apenas uma questão de tempo.

Não é difícil imaginar que, nessa interpretação, a sociedade europeia ocupava o lugar de apogeu da civilização. Os povos nativos das Américas, os aborígenes da Austrália e as tribos da África, por exemplo, eram vistos como mais atrasados, selvagens e distantes dos padrões de civilização. Podemos ver, assim, que o conceito de “civilização” era usado para classificar, julgar e justificar o domínio sobre outros povos, com o argumento de que caberia aos mais evoluídos levar o progresso aos mais primitivos.

Dividindo a humanidade em etapas de desenvolvimento, os evolucionistas encontraram no conceito de raça a fundamentação científica para suas ideias. Ao se depararem com sociedades cuja organização e costumes eram muito distantes daquilo que se via na Europa, os evolucionistas acreditavam estar diante de raças inferiores, atrasadas, às quais faltava percorrer muitas etapas do desenvolvimento humano. A este “racismo científico”, que usava a ciência para explicar supostas diferenças evolutivas entre os povos, deu-se o nome de racialismo.

Essas ideias parecem absurdas atualmente, mas eram amplamente aceitas até os primeiros anos do século XX. As críticas iniciais ao racialismo e ao evolucionismo começaram a surgir somente no final do século XIX, quando alguns pesquisadores passaram a questionar essa forma de compreensão da diversidade humana.

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Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro

Modesto Brocos. A redenção de Cam, 1895. Óleo sobre tela, 1,99 m × 1,66 m.
Página 42

Teorias racialistas no Brasil

As teses racialistas tiveram grande influência sobre intelectuais brasileiros do final do século XIX e início do XX. Num momento em que o discurso científico defendia que negros e mestiços eram naturalmente inferiores a brancos, muitos pensadores se viram diante do desafio de pensar sobre o futuro de um país recém-saído da escravidão – cuja população era, em grande parte, formada por negros e mestiços. A solução encontrada por muitos dos principais intelectuais do período foi a defesa do assim chamado “branqueamento”. A ideia era que a chegada maciça de imigrantes europeus ao Brasil levaria ao progressivo desaparecimento da população negra e mestiça do país. Segundo esse pensamento, a nova república poderia, enfim, encontrar o caminho do progresso e alinhar-se às grandes civilizações europeias.

João Batista Lacerda (1846-1915), médico e cientista brasileiro que dirigiu o Museu Nacional, certa vez afirmou: “O Brasil mestiço de hoje tem no branqueamento em um século sua perspectiva, saída e solução”. Não teria sido essa ideia que Modesto Brocos procurou retratar em sua tela A redenção de Cam (página 41)?

Felizmente, essa visão foi se alterando e, na década de 1930, a mestiçagem brasileira ganhou outras interpretações. Mas será que ocorreram, em nosso país, mudanças na forma de entender a diversidade e de conviver com ela?

Superando o etnocentrismo científico

Um dos nomes mais importantes no processo de superação do evolucionismo foi o do prussiano Franz Boas (1858-1942). Em 1883, após alguns meses vivendo entre os esquimós da Ilha de Baffin, no Canadá, o antropólogo percebeu que havia aprendido a sentir, pensar e se comportar como eles. Isso o levou a concluir que as formas de vida são relativas ao contexto em que se desenvolvem, e não inatas, ou seja, são resultados de aprendizagem, e não fruto de nossa constituição biológica (natureza). Franz Boas passou então a defender uma compreensão relativista da diversidade humana, afirmando que as diferenças entre as sociedades eram culturais, e não biológicas. “Estamos acorrentados aos grilhões da tradição”, disse ele, atentando para o fato de que cada ser humano percebe o mundo do ponto de vista da cultura em que cresceu. Além disso, para compreender o “outro” com base em seus próprios valores, dizia Boas, é preciso não transformar a diferença em hierarquia, classificando as sociedades como superiores e inferiores.

Se, para os evolucionistas, o objeto de estudo era a sociedade humana, no singular, vista em suas diferentes etapas de desenvolvimento, para os adeptos do relativismo cultural o que estava em evidência eram as particularidades das culturas humanas, sempre no plural. Assim, Boas defendia a substituição da ideia de “raça” pelo conceito de “cultura”. Não havia entre os seres humanos variações raciais, e sim diferenças meramente superficiais, tais como a cor da pele ou a textura do cabelo. Essas diferenças, dizia Franz Boas, em nada influenciam o comportamento ou a capacidade intelectual dos indivíduos. Afirmando que “raça” não passa de um conceito pseudocientífico, sem nenhuma comprovação empírica, o antropólogo explicava que a com preen são das diferenças entre populações de origens distintas não depende de suas supostas características raciais, e sim de fatores como o meio ambiente e as condições sociais a que as populações estão submetidas.

Franz Boas fundava, assim, o culturalismo, uma forma de pensar a diversidade humana na qual as noções de bem e mal, certo e errado, assim como outros juízos de valores, são relativas a cada cultura. O relativismo de Boas nascia, portanto, do exercício de olhar o outro, o diferente. Era uma maneira nova de olhar a alteridade. Este seria o ponto de partida para o estudo das sociedades.

Um dos principais desdobramentos da obra de Franz Boas foi o estudo da relação entre o comportamento individual e os padrões culturais. Esse esforço foi levado adiante por alguns de seus alunos, como a antropóloga Ruth Benedict. Sua maior contribuição à Antropologia foi enfatizar a importância da cultura sobre a biologia. Em sua perspectiva, cada cultura molda o caráter dos indivíduos que dela fazem parte, influenciando a forma com que os membros de uma sociedade se comportam. Por exemplo, quem nunca escutou alguém dizer que os alemães são pessoas reservadas, os brasileiros expansivos, e os japoneses disciplinados? Isso significa que cada grupo tem padrões próprios, que, ao serem transmitidos aos indivíduos, condicionam seu modo de ver o mundo, sua apreciação moral e mesmo sua postura corporal. Reforçava-se então a lição dada por Boas: não podemos julgar aquilo que nos é estranho pelas lentes da nossa própria cultura.


Página 43

Ruth Benedict



(Nova York, EUA, 5 de junho de 1887 – Nova York, EUA, 17 de setembro de 1948)

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Livraria do Congresso, Estados Unidos

Ruth Benedict, 1937.

Ruth Benedict foi a primeira mulher a se dedicar profissionalmente à Antropologia. Aluna de Franz Boas, teve seu trabalho marcado pelo relativismo cultural, dedicando-se a combater os discursos “biologizantes” sobre a diversidade humana.

Entre 1922 e 1929, Benedict fez pesquisa de campo com povos indígenas norte-americanos, coletando o material que daria origem a seu livro mais famoso, Padrões de cultura, publicado em 1934. Nele, a antropóloga defende que cada cultura reúne elementos de origens díspares, porém mais ou menos integrados segundo um padrão próprio. Haveria assim sociedades mais calmas, equilibradas, e outras mais violentas, desordenadas, cada uma valorizando as características individuais mais alinhadas com seu padrão. Essa perspectiva lhe possibilitou reelaborar a questão, muito debatida na época, acerca dos indivíduos “desajustados”, os quais, de portadores de patologias, passavam a ser vistos como pessoas cujas características inatas não eram aquelas valorizadas por sua cultura. O livro foi um best-seller para muito além das fronteiras da Antropologia, influenciando outras disciplinas e atingindo um amplo público. A partir da década de 1940, essa visão da cultura passou a ser fortemente criticada, sendo valorizada a diversidade de cada cultura. Ainda assim, seu trabalho é até hoje considerado um marco importante no processo de consolidação do relativismo cultural.

Apesar da importância dos trabalhos de Franz Boas e Ruth Benedict para o campo da Antropologia, eles não foram suficientes para que o etnocentrismo de base racialista fosse totalmente superado. Em 1952, ainda sob o impacto da Segunda Guerra Mundial, o antropólogo belga Claude Lévi-Strauss escreveu Raça e História, um manifesto divulgado pela Unesco com o objetivo de difundir a ideia de que diversidade e igualdade eram perfeitamente compatíveis.

Lévi-Strauss, como Boas, posicionou-se contra o argumento racialista, pois, para ele, nesse argumento não haveria base biológica para explicar as diferenças entre as sociedades – discurso que havia ganhado força no contexto do nazismo. Defendendo que não havia nenhuma base científica que sustentasse a suspeita da desigualdade racial entre humanos, o autor afirmava: “Não existem povos crianças, todos são adultos, mesmo aqueles que não tiveram diário de infância”. Mas, se não há essas distinções inatas, como explicar os progressos conseguidos pelo homem branco?

Claude Lévi-Strauss



(Bruxelas, Bélgica, 28 de novembro de 1908 – Paris, França, 30 de outubro de 2009)

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Jean-Régis Roustan/Roger-Viollet/Glow Images

Claude Lévi-Strauss, 1986.

Filho de artista e membro de família judia francesa, formou-se em Filosofia pela Universidade Sorbonne (Paris). Interessou-se pela etnologia, tornando-se, assim, um dos principais antropólogos de todos os tempos.

Seus primeiros contatos com a etnografia – trabalho de campo que embasa a pesquisa antropológica – foram estabelecidos entre 1935 e 1939, período no qual viveu no Brasil. Durante sua estadia, lecionou na então recém-fundada Universidade de São Paulo (USP) e viajou pelo Mato Grosso e pela Amazônia, vivendo algum tempo entre diversas tribos indígenas. Em 1955, essas experiências foram publicadas no livro Tristes trópicos, no qual o autor relata que aqueles foram anos cruciais à articulação de suas teorias e de sua identidade como antropólogo. A maior contribuição de Lévi-Strauss para a Antropologia e para as Ciências Sociais foi o desenvolvimento de uma análise das sociedades tribais baseada na noção de estrutura. A chamada Antropologia Estrutural teve grande influência sobre o universo intelectual dos anos 1960 e 1970, sobretudo em áreas como Filosofia, Psicologia e Sociologia (além de, naturalmente, Antropologia). A perspectiva estruturalista empregada por Lévi-Strauss propõe que a cultura reflete elementos universais que podem ser encontrados em todos os seres humanos. Essa postura implica diretamente uma recusa à ideia de que a civilização ocidental seria única e privilegiada, uma vez que sugere que as estruturas mentais que organizam as culturas chamadas selvagens são iguais às que regem aquelas consideradas civilizadas. Em 1959, Lévi-Strauss assumiu o departamento de Antropologia Social no Collège de France, onde lecionou até se aposentar, em 1982. Suas principais obras são Estruturas elementares do parentesco (1949), Antropologia estrutural (1959), O pensamento selvagem (1962).
Página 44

Com base nessa pergunta, Lévi-Strauss procurou mostrar que era preciso diferenciar sem hierarquizar. Para isso, atacava um dos pontos mais sensíveis à sociedade europeia: o conceito de progresso. O antropólogo argumentava que falar em progresso implica supor a existência de desigualdade entre os povos, pois, ao pensarmos nesses termos, somos naturalmente levados a classificar uns como mais adiantados e outros como mais atrasados. O problema estaria, portanto, nos critérios usados para julgar as outras culturas. As culturas que não se orientam pela ideia de progresso parecem sempre atrasadas aos olhos do europeu. Com essas ideias em mente, Lévi-Strauss conclui, na mais conhecida frase de seu manifesto: “Bárbaro é aquele que crê na barbárie”.

É possível dizer que a Antropologia se desenvolveu do interesse pela cultura. E, como defendeu Lévi-Strauss, a cultura surgiu no momento em que o ser humano convencionou a primeira norma de comportamento para o grupo. O antropólogo identificou essa primeira regra como a proibição do incesto. Cada cultura estudada por ele definiu qual parentesco seria permitido na parceria sexual entre homens e mulheres. Na cultura judaico-cristã, por exemplo, não é permitida a relação sexual entre pais e filhos e entre irmãos e primos. Regras equivalentes foram encontradas em todas as culturas que Lévi-Strauss estudou, podendo variar o grau de parentesco da mulher, que é interditada ao sexo. Este é, portanto, o aprendizado que nos deixa a Antropologia: perceber e compreender a variedade com que os grupos constroem suas próprias culturas.

A construção dessa percepção não é, no entanto, tarefa fácil. Ela começa com uma forma especial de olhar para as culturas humanas, de investigá-las e encontrar nelas a riqueza das diferenças, que ficou conhecida como etnografia.

Etnografia: o método antropológico

A Antropologia foi, por muito tempo, feita a distância por pensadores fechados em seus escritórios. Utilizando informações coletadas por viajantes e missionários, os primeiros estudiosos da área não estabeleciam contato direto com seu objeto de estudo, praticando aquilo que ficou conhecido como uma antropologia “de gabinete”.

Somente nas primeiras décadas do século XX o pesquisador passou a “ir a campo”, ou seja, ir até os nativos e coletar seus próprios dados, fazendo da observação direta parte importante do trabalho antropológico. Nasceu assim a etnografia (dos gregos ethno = povo e graphein = escrita), que passou então a ser o método antropológico por excelência.

A etnografia surgiu como resultado do esforço de conhecer profundamente o “outro”, sem julgá-lo com os olhos do europeu. Viver entre os nativos, compartilhar sua intimidade, falar sua língua, experimentar seus hábitos são alguns dos mandamentos básicos da pesquisa etnográfica. Assim, o antropólogo pode vivenciar o mundo do ponto de vista do povo que está pesquisando.

O polonês Bronislaw Malinowski teve um papel fundamental na consolidação da etnografia. Em seu livro Os argonautas do Pacífico Ocidental (1922), ele apresenta os resultados de sua estadia de quase um ano entre os trobriandeses (habitantes dos arquipélagos da Nova Guiné), defendendo que o conhecimento sobre o outro deveria ser produzido por meio da imersão total no cotidiano nativo. Malinowski dizia ser muito importante que o pesquisador permanecesse afastado dos outros homens brancos, recolhendo o máximo de informações possível por meio de observação e entrevistas. Em suas palavras, “é importante que o antropólogo ouça o que as pessoas dizem e veja o que elas fazem”. Não por acaso, a etnografia ficou também conhecida como “observação participante”.

Mais que uma mudança de método, o desenvolvimento da etnografia representou uma transformação profunda na maneira de olhar para o outro, de pensar sobre as diferenças. Isso porque, ao valorizar o “ponto de vista nativo”, ela dá ao antropólogo as ferramentas necessárias para a produção da alteridade, deixando para trás os perigos do evolucionismo.



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Mary Evans/Diomedia

Bronislaw Malinowski nas Ilhas Trobriand, c.1914-1918.
Página 45

Lições do trabalho de campo

Um dos mais ilustres antropólogos norte-americanos – Clifford James Geertz (1926-2006) –, autor de um livro intitulado Interpretação das culturas, traz um exemplo instigante aos leitores interessados na diversidade cultural. Ele conta que, em uma aldeia em Bali, na Indonésia, as brigas de galo eram consideradas ilegais. Ao mesmo tempo, eram momentos em que boa parte dos grupos de balineses se reunia com expectativas a respeito do desempenho dos lutadores. A vitória ou derrota dos galos sinalizava o enaltecimento ou o fracasso de seus donos. O ritual, portanto, dizia muito dos hábitos e costumes da cultura do lugar. Nas palavras de Geertz, a briga de galo “é uma leitura balinesa da experiência balinesa, uma estória sobre eles que eles contam a si mesmos”.

Nessa cultura, os galos são símbolo de masculinidade, poder e prestígio. As brigas são uma questão de vida ou morte, que expressam uma hierarquia de prestígio ou desprestígio. Elas provocam e deixam aflorar sentimentos como os de excitação do risco, desespero da derrota, prazer do triunfo. As brigas falam de como os balineses valorizam o sentimento de lealdade e de como vivem emoções variadas, que vão do júbilo à depressão. Não se pode apostar em qualquer galo. “Não fica bem” escolher um galo que não pertença à família do apostador; da mesma forma, não se permite que a aposta seja feita em um galo de fora da comunidade, se algum da aldeia estiver disputando. O balinês, nesse evento, deixa transparecer seu temperamento, suas emoções, seus sentimentos. Ele se vê no acontecimento, ao mesmo tempo que vê a própria sociedade onde a briga acontece. A briga de galos, por ocupar um lugar valorizado culturalmente nessa comunidade, foi para Geertz uma das maneiras de ter acesso aos costumes desse povo.

Vejamos a mensagem mais importante que ele nos deixou: “as sociedades, como as vidas, contêm suas próprias interpretações. É preciso apenas descobrir o acesso a elas”. São duas lições que fazem parte do ofício do antropólogo. A primeira, é considerar como matéria-prima as interpretações que as culturas têm delas mesmas. Como fazer isso? Ouvindo com atenção o que os pertencentes àquela cultura têm a dizer sobre si mesmos – ou seja, ouvir os habitantes locais, dar voz aos nativos. A segunda lição é que o pesquisador não deve se comportar como quem tem uma ideia pronta sobre o que acontece em determinado grupo social. Antes, ele deve estar inclinado a aprender com aqueles que vivem, na prática, a experiência que ele busca compreender.

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Charles O. Cecil/Alamy/Latinstock

Briga de galos em Bali, Indonésia, 2014.

Recapitulando

Neste capítulo você aprendeu que a Sociologia não está sozinha na difícil tarefa de pensar sobre a sociedade. Como vimos, a Antropologia se interessa especialmente pelo conhecimento do outro, daquilo que não conhecemos bem, de tudo o que nos parece estranho à primeira vista. Baseada nos princípios da alteridade e do relativismo, e no conceito de cultura, essa disciplina tem se preocupado em conhecer o outro com base em seus próprios termos, valorizando a voz dos nativos como fonte privilegiada de conhecimento. Para isso, os antropólogos desenvolveram um método próprio, a etnografia, que se caracteriza pela permanência prolongada entre o grupo estudado, possibilitando que o pesquisador veja de perto os hábitos e costumes desse grupo.
Página 46

Leitura complementar


Raça e história

A atitude mais antiga e que repousa, sem dúvida, sobre fundamentos psicológicos sólidos, pois que tende a reaparecer em cada um de nós quando somos colocados numa situação inesperada, consiste em repudiar pura e simplesmente as formas culturais, morais, religiosas, sociais e estéticas mais afastadas daquelas com que nos identificamos. “Costumes de selvagem”, “isso não é nosso”, “não deveríamos permitir isso”, etc., um sem número de reações grosseiras que traduzem este mesmo calafrio, esta mesma repulsa, em presença de maneiras de viver, de crer ou de pensar que nos são estranhas. Deste modo a Antiguidade confundia tudo que não participava da cultura grega (depois greco-romana) sob o nome de bárbaro; em seguida, a civilização ocidental utilizou o termo de selvagem no mesmo sentido.

Ora, por detrás destes epítetos dissimula-se um mesmo juízo: é provável que a palavra bárbaro se refira etimologicamente à confusão e à desarticulação do canto das aves, opostas ao valor significante da linguagem humana; e selvagem, que significa “da floresta”, evoca também um gênero de vida animal, por oposição à cultura humana. Recusa-se, tanto num como noutro caso, a admitir a própria diversidade cultural, preferindo repetir da cultura tudo o que esteja conforme à norma sob a qual se vive. [...]

Esta atitude do pensamento, em nome da qual se expulsam os “selvagens” (ou todos aqueles que escolhemos considerar como tais) para fora da humanidade, é justamente a atitude mais marcante e a mais distintiva destes mesmos selvagens. Sabemos, na verdade, que a noção de humanidade, englobando, sem distinção de raça ou de civilização, todas as formas da espécie humana teve um aparecimento muito tardio e uma expansão limitada. Mesmo onde ela parece ter atingido o seu mais alto grau de desenvolvimento, não existe qualquer certeza – tal como a história recente o prova – de se ter estabelecido ao abrigo de equívocos ou de regressões. Mas para vastas frações da espécie humana e durante dezenas de milênios, esta noção parece estar totalmente ausente.



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Renato Soares/Pulsar Imagens

Indígenas da etnia guarani tocando flautas em aldeia Piraquê Açu, em Aracruz (ES), 2014.
Página 47

A humanidade acaba nas fronteiras da tribo, do grupo linguístico, por vezes mesmo, da aldeia; a tal ponto que um grande número de populações ditas primitivas se designam por um nome que significa os “homens” (ou por vezes – digamos com mais discrição –, os “bons”, os “excelentes”, os “perfeitos”), implicando assim que as outras tribos, grupos ou aldeias não participem das virtudes – ou mesmo da natureza – humanas, mas são, quando muito, compostos por “maus”, “perversos”, “macacos terrestres”; ou “ovos de piolho”. Chegando-se mesmo, a maior parte das vezes, a privar o estrangeiro deste último grau de realidade fazendo dele um “fantasma” ou uma “aparição”. Assim acontecem curiosas situações onde os interlocutores se dão cruelmente réplica. Nas Grandes Antilhas, alguns anos após a descoberta da América, enquanto os espanhóis enviavam comissões de investigação para indagar se os indígenas possuíam ou não alma, estes últimos dedicavam-se a afogar os brancos feitos prisioneiros para verificarem, através de uma vigilância prolongada, se o cadáver daqueles estava ou não sujeito à putrefação.

Esta anedota, simultaneamente barroca e trágica, ilustra bem o paradoxo do relativismo cultural (que vamos encontrar mais adiante revestindo outras formas): é na própria medida em que pretendemos estabelecer uma discriminação entre as culturas e os costumes que nos identificamos mais completa- mente com aqueles que tentamos negar. Recusando a humanidade àqueles que surgem como os mais “selvagens” ou “bárbaros” dos seus representantes, mais não fazemos que copiar-lhes as suas atitudes típicas. O bárbaro é em primeiro lugar o homem que crê na barbárie.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. In: ______. Antropologia estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976. p. 333-335.

Fique atento!
Definição dos conceitos sociológicos estudados neste capítulo.
Alteridade: na página 41.
Cultura: na seção Conceitos sociológicos, página 367.
Culturalismo: no verbete “Cultura” da seção Conceitos sociológicos, página 367.
Diversidade: na seção Conceitos sociológicos, página 368.
Etnocentrismo: na página 41.
Etnografia: na página 44.
Evolução/Evolucionismo social: na seção Conceitos sociológicos, na página 369.
Raça: no verbete “Etnia/raça” da seção Conceitos sociológicos, página 369.
Racialismo: na página 41.
Relativismo cultural: na seção Conceitos sociológicos, página 375.

Sessão de cinema



O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

Alemanha, 1974, 110 min. Direção de Werner Herzog.



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Filmverlog der Autoren/Werner Herzog Filmproduktion

Conta a história real – ocorrida no século XIX – de uma criança abandonada em uma praça na Alemanha depois de viver toda sua vida dentro de um porão. Kaspar não desenvolveu a linguagem e outros aspectos da cultura do país em que vivia. O filme mostra como foi sua socialização e aprendizagem.

Muita terra para pouco índio?

Brasil, s/d, 24 min. Direção de Bruno Pacheco de Oliveira.



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Esse documentário etnográfico apresenta a diversidade dos povos indígenas e suas terras no Brasil. Apoiando-se em dados, depoimentos e imagens, o filme revela os argumentos que usualmente são utilizados contra a efetivação dos direitos indígenas e a formulação de políticas indigenistas afirmativas.

Disponível em: . Acesso em: maio 2016.
Página 48

Construindo seus conhecimentos



MONITORANDO A APRENDIZAGEM

1. O texto a seguir foi escrito no século XIX pelo naturalista alemão Von Martius e descreve o povo mura, que habitava a região do Rio Amazonas.

A CABANA DOS MURA

Quando entramos nessa cabana, acompanhados do mundurucu, fechou-se a carranca do tuxaua, num misto de cólera, embaraço e temor que pareceu aliviado quando da cabana baixa e enfumaçada nos retiramos para o ar livre. Também nos bastaram poucos minutos para ver-lhe os pobres e sujos objetos caseiros. Em parte alguma nos pareceu tão medonha e triste a miséria do silvícola americano como ali. Tudo indicava que mesmo as mais simples necessidades da vida se satisfaziam ali a modo dos animais.

A palhoça, construída com troncos de árvores, coberta de folhas de palmeira e ripas, cuja porta baixa também servia de janela e de chaminé, tinha quando muito o comprimento de uma rede, feita não com o artístico trançado, mas simplesmente de uma casca de árvore em forma de canoa. Além das armas, faltava todo utensílio doméstico. [...] A expressão das fisionomias era feroz, hesitante, abjecta.

MARTIUS, Karl Friedrich Philipp von apud FAYET, Ana Luisa. Imagens etnográficas de viajantes alemães no Brasil do século XIX. Disponível em: . Acesso em: abr. 2016.



Vocabulário
Mundurucus
– grupos indígenas que habitam as terras indígenas no sudoeste do estado do Pará. Também são conhecidos como: weidyenye, paiquize, pari e caras-pretas.
Tuxaua – líder, chefe da aldeia.

a) Como Von Martius caracterizou os muras?

b) Você percebe algum tipo de julgamento na descrição dos indígenas feita pelo viajante?

c) Relacione essa descrição com o conceito de etnocentrismo.

2. No século XIX o naturalista britânico Charles Darwin propôs uma teoria para explicar a evolução e seleção natural das espécies que revolucionou o pensamento científico da época. Os estudos das sociedades não europeias também se desenvolveram nesse período, marcados por teorias evolucionistas. Explique como, de acordo com essas correntes de pensamento, as diferenças entre as sociedades eram percebidas.

3. A Antropologia precisou superar seu próprio etnocentrismo para compreender a alteridade. Explique com suas palavras o que é relativismo cultural.

4. No plano biológico, a espécie humana é única. E, no plano cultural, também há unidade? Explique.

5. A Antropologia desenvolveu uma metodologia de pesquisa que possibilita conhecer a alteridade em seus próprios termos. É isso que representa dar voz aos nativos. Em sua opinião, o método antropológico contribui exclusivamente para o conhecimento do “outro” que está distante ou pode, assim como a Sociologia, contribuir para o conhecimento da sociedade da qual você também faz parte? Justifique sua resposta.
Página 49

[ícone] ATIVIDADE INTERDISCIPLINAR

DE OLHO NO ENEM

1. (Enem 2010)

Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.

CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a



(A) preocupação em garantir a integridade do colonizador diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
(B) postura etnocêntrica do europeu diante das características físicas e práticas culturais do indígena.
(C) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de obra para colonizar a nova terra.
(D) oposição de interesses entre portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
(E) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua incorporação aos interesses mercantis portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.

2. (Enem 2011)

Em geral, os nossos tupinambás ficam bem admirados ao ver os franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu arabotã, isto é, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta pergunta: “Por que vindes vós outros, mairs e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?”

LÉRY, J. Viagem à Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças sociais no Brasil. São Paulo: Difel, 1974.

O viajante francês Jean de Léry (1534-1611) reproduz um diálogo travado, em 1557, com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade europeia e a indígena no sentido



(A) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais.
(B) da preocupação com a preservação dos recursos ambientais.
(C) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.
(D) da curiosidade, reverência e abertura cultural recíprocas.
(E) da preocupação com o armazenamento de madeira para os períodos de inverno.
Página 50

3. (Enem 2002)

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© 2009 King Features Syndicate/Ipress

De acordo com a história em quadrinhos protagonizada por Hagar e seu filho Hamlet, pode-se afirmar que a postura de Hagar

(A) valoriza a existência da diversidade social e de culturas, e as várias representações e explicações desse universo.
(B) desvaloriza a existência da diversidade social e as várias culturas, e determina uma única explicação para esse universo.
(C) valoriza a possibilidade de explicar as sociedades e as culturas a partir de várias visões de mundo.
(D) valoriza a pluralidade cultural e social ao aproximar a visão de mundo de navegantes e não navegantes.
(E) desvaloriza a pluralidade cultural e social, ao considerar o mundo habitado apenas pelos navegantes.

4. (Enem 2010)

A hibridez descreve a cultura de pessoas que mantêm suas conexões com a terra de seus antepassados, relacionando-se com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar com a cultura do local que habitam. Eles não anseiam retornar à sua “pátria” ou recuperar qualquer identidade étnica “pura” ou absoluta; ainda assim, preservam traços de outras culturas, tradições e histórias e resistem à assimilação.

CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).

Contrapondo o fenômeno da hibridez à ideia de “pureza” cultural, observa-se que ele se manifesta quando



(A) criações originais deixam de existir entre os grupos de artistas, que passam a copiar as essências das obras uns dos outros.
(B) civilizações se fecham a ponto de retomarem os seus próprios modelos culturais do passado, antes abandonados.
(C) populações demonstram menosprezo por seu patrimônio artístico, apropriando-se de produtos culturais estrangeiros.
(D) elementos culturais autênticos são descaracterizados e reintroduzidos com valores mais altos em seus lugares de origem.
(E) intercâmbios entre diferentes povos e campos de produção cultural passam a gerar novos produtos e manifestações.
Página 51

5. (Enem 2015)

Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escreveu que – embora amasse muito seu pai – estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã – não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação.

ZIZEK, S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Boitempo, 2003.

A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultural do(a)



(A) prática da diplomacia.
(B) exercício da alteridade.
(C) expansão da democracia.
(D) universalização do progresso.
(E) conquista da autodeterminação.

ASSIMILANDO CONCEITOS

1. Leia o texto, analise o cartaz publicitário e responda às questões propostas.

OCIDENTE E ORIENTE

O anúncio “Ocidente e Oriente”, criado pela Master Comunicação para a OSCIP Ação Ética & Cidadania, ganhou medalha de ouro no FIAP 2002 (Festival Ibero-Americano de la Publicidad), categoria especial. O anúncio foi criado logo após o atentado às Torres Gêmeas de Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001.

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