Yemanjá Imagem sincretizada de Yemanjá com Nossa Senhora da Conceição



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Yemanjá

 

 



 

Imagem sincretizada de Yemanjá



com Nossa Senhora da Conceição

 

 



 

Imagem idealizada de Yemanjá



na Umbanda
 

 

 

Imagem idealizada de Yemanjá

nos cultos africanos

 

Famosa em todo o Brasil pelos cerimoniais a ela dedicados nas praias por ocasião da passagem de ano, amplamente divulgados pela imprensa, Yemanjá representa à perfeição a matrona: formas opulentas,  seios fartos e uma imensa prole (15 filhos, somando-se todas as lendas). Seus filhos apreciam o luxo e relacionam-se hierárquica e formalmente com as pessoas; uma vez ofendidos ou traídos,  dificilmente perdoam seu detrator.



Sem dúvida, a "Rainha das Águas" é o orixá feminino mais conhecido do Brasil. Boa parte dos brasileiros lembra-se de Yemanjá quando acontece a passagem de ano: é uma tradição no Rio de Janeiro, em Santos e em Porto Alegre a oferta de presentes ao mar, a morada da deusa, e desse ritual participam pessoas que inclusive não têm maior ligação com a Umbanda, com o candomblé ou qualquer outra das manifestações religiosas com matriz na Umbanda ou de matriz africana.

Além disso, atribui-se a Yemanjá a respeitosa condição de ser a mãe da grande maioria dos orixás, segundo as lendas. No Dicionário de Cultos afro-brasileiros, Olga Cacciatore faz referência a 15 deuses que dela seriam descendentes: Dadá, Xangô, Ogum, Olokum, Oloxá, Iansã, Oxum, Obá, Orixákô, Okê, Oba-luaiê, Orum (Sol), Oxupá (Lua), Oxóssi e Ajê Xalungá.

Na África, Yemanjá é associada aos rios, assim como Oxum e Obá, sendo a deusa do rio Ogum (que nada tem a ver com o orixá do metal e da guerra). No artigo referente a Oxóssi, tem-se a descrição de uma das lendas que explicam o aparecimento do rio como ligado a Yemanjá - seria o seu choro pela perda do controle sobre os filhos Oxóssi e Ogum.

Essa semelhança com as outras deusas da água é compreensível, já que as diferentes tribos e nações acabaram por desenvolver o culto a um orixá feminino específico, a quem relacionavam com um rio da região. No caso de Yemanjá, porém, as lendas africanas já a relacionavam com o mar.

Numa estória recolhida por Pierre Verger,  a ligação fica evidente:

Yemanjá seria a filha de Olokum, deus (no Daomé) ou deusa (em Ifé) do mar. Numa estória de Ifé, ela aparece casada pela primeira vez com Orumilá, senhor das adivinhações, depois com Olofim, rei de Ifé, com o qual teve dez filhos. (...)



Yemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao oeste. Outrora, Olokum lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado, pois “não se sabe jamais o que pode acontecer amanhã”, com a recomendação de quebrá-la no chão em caso de extremo perigo.

E, assim, Yemanjá foi instalar-se no Entardecer-da-Terra, o oeste. Olofim-Odudua, rei de Ifé, lançou seu exército à procura da mulher. Cercada, Yemanjá, em vez de se deixar prender e ser conduzida de volta a Ifé, quebrou a garrafa, segundo as instruções recebidas. Um rio criou-se na mesma hora, levando-a para Okum, o oceano, lugar de residência de Olokum, seu pai.

O fato de, segundo os mitos, ser mãe de boa parte dos orixás e ter em todas as representações seios grandes associa Yemanjá, assim como Oxum, à gestação e à procriação. No Brasil, porém, houve uma separação bastante clara sobre o elemento que corresponde a cada uma delas, principalmente na Umbanda. Como o culto a Obá é bastante reduzido por aqui, Oxum passou a englobar praticamente qualquer relação com a água doce, enquanto que Yemanjá é ligada à água do mar. De qualquer maneira, a ligação entre Oxum e Yemanjá permanece forte, pois nos candomblés da Bahia, as festas para ambas são simultâneas: assim no dia de Yemanjá (sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, cuja festa acontece a 8 de dezembro), Oxum também é homenageada, enquanto que no dia desta última, 2 de fevereiro (sincretizada com Nossa Senhora das Candeias).

 

 



O Arquétipo de Yemanjá

 

Outra semelhança que remete Yemanjá a Oxum está no arquétipo psicológico estabelecido para os filhos da primeira. Assim como os eleguns da deusa da riqueza, os de Yemanjá apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com o resto da comunidade em que habitam. Não possuem, porém, a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre aparentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que os filhos da orixá da água doce.



Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Yemanjá mostram-se mais diretos. A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido da amizade, sempre cercada de algum formalismo. Os filhos têm grande importância na vida de alguém que possua esse arquétipo como parâmetro da personalidade e a relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos como respeito e hierarquia.

Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas fortemente ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira. Detêm-se mais no dia-a-dia, sem grandes planos para atividades a longo prazo. Mas se tudo isso revela uma figura afável, doce porém um pouco rígida, com uma relação maternal para com todos os que a cercam, também abrem a possibilidade de uma tendência um pouco concentradora da vida dos circunstantes, tentando, como boa matriarca, influenciar o destino dos que estão "sob sua responsabilidade".

 Exatamente pela importância que dá à retidão e à hierarquia, Yemanjá não tolera a mentira e a traição. Por isso, seus filhos demoram a confiar em alguém; quando finalmente passam a aceitar essa pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, não esquecem uma ofensa ou uma traição. Raramente essa mágoa será esquecida.



Fisicamente, existe certa tendência para a formação de uma figura "arredondada". Um olhar calmo (apesar de certa tendência a repentes de irritabilidade) também faz parte dessas características. Nas mulheres, é possível que os seios sejam grandes ou precocemente caídos.

Os símbolos de Yemanjá nas cerimônias são o abebé (leque) redondo, de metal prateado, com a figura de uma sereia ou de um peixe, sem referências específicas às espadas comuns nos outros orixás. Seu axé é uma pedra branca, vinda do fundo do mar, a qual é guardada numa porcelana azul, cercada por conchas e outros elementos do mar. A dança de suas iaôs são uma reprodução do movimento das ondas do mar.
Referências Bibliográficas
Yemanjá a mãe serena e protetora, pags. 57 a 58, Revista Planeta ,n. 126-B, 1ª Edição, São Paulo: Editora Três,1984.
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