PARA ASSISTIR
A outra. Direção: Justin Chadwick. Reino Unido / EUA, Imagem Filmes, 2008, 115 min. O filme narra as intrigas e as traições entre duas irmãs, Ana Bolena e Mary, que, por ambição e busca pelo poder, se envolvem na disputa pelo amor do rei da Inglaterra.
A rainha Margot. Direção: Patrice Chéreau. França / Itália / Alemanha, Versátil Home Video, 1994, 162 min. O filme narra o episódio do casamento entre a francesa Margot, católica, irmã do rei Carlos IX, e o nobre protestante Henrique de Navarra, que deveria confirmar a paz entre católicos e protestantes. Mas o casamento é marcado pelo massacre de protestantes em Paris, evento que ficou conhecido como Noite de São Bartolomeu.
Rei Lear. Direção: Michael Elliott. Inglaterra, Continental, 1984, 158 min. O rei Lear decide dividir em vida o reino entre suas filhas, para evitar lutas pelo poder depois de sua morte. Mas surpreende-se com a ingratidão, a inveja e a cobiça dos que o cercam.
Shakespeare apaixonado. Direção: John Madden. EUA/Reino Unido, Universal Pictures, 1998, 124 min. No filme, o dramaturgo Shakespeare, pobre e plebeu, se apaixona por Lady Viola, uma nobre da corte da rainha Elizabeth. Esse amor proibido servirá de inspiração para que ele escreva sua mais nova peça, usando-a como forma de seduzir a donzela.
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FECHANDO A UNIDADE
O publicado na revista Carta Capital, que aborda o tema da tolerância e da intolerância s três documentos a seguir abordam a diversidade religiosa. O primeiro é um artigo religiosas no Brasil; o segundo é um registro fotográfico de um encontro de religiosos de várias crenças com lideranças políticas na Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015; o terceiro é uma foto com a reprodução do grafite Coexist (2015) do artista francês Combo.
DOCUMENTO 1 - Artigo
No Dia de Combate à Intolerância Religiosa, líderes alertam sobre discriminação
Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de um quarto (26,17%) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. O número total caiu em relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias, mas, mesmo assim, mostra que a questão não foi superada no país. As principais vítimas são as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.
"No ano passado, tivemos diferentes ações contra a intolerância religiosa, como manifestações, publicação de vídeos. Não acho que diminuiu imediatamente, mas os grupos têm reagido. Não quer dizer que tivemos menos invasões de casas e agressão pela não permissão do uso de indumentárias em espaços públicos", analisa a coordenadora da Organização Não Governamental (ONG) Criola, Lúcia Xavier.
Para ela, a discriminação das religiões de matriz africana está ligada ao racismo. De acordo com os dados do Disque 100, no ano passado, 35,39% das vítimas eram negros. Os brancos corresponderam a 21,35%; e os indígenas, a 0,56%. Os demais não informaram. "Tem a ver também com a ideia de que as religiões de matriz africana são primitivas, usam sacrifícios de animais, têm ritos diferenciados", diz Lúcia.
"Acho que, embora tenham ocorrido alguns avanços nos últimos anos, um desafio muito grande é o de esclarecimento. A religião é demonizada, acham que cometemos barbáries. Não é nada disso. As pessoas precisam de mais informação, de saber mais a respeito", diz a ialorixá Dora Barreto, do terreiro Ilê Axé T'Ojú Labá, no Distrito Federal.
No Dia de Combate à Intolerância Religiosa, líderes alertam sobre discriminação. Carta Capital, São Paulo, 21 jan. 2015. Disponível em: www.cartacapital.com.br/sociedade/no-dia-de-combate-a-intolerancia-religiosa-lideres-alertam-sobre-discriminacao-7456.html. Acesso em: 18 dez. 2015.
DOCUMENTO 2 - Fotografia
LEGENDA: O secretário geral da ONU Ban-Ki-moon (o senhor oriental, ao centro, de gravata azul) posa com altos representantes da ONU e com líderes religiosos durante a assembleia para a promoção da tolerância, da reconciliação e do combate ao extremismo violento. Foto de 2015.
FONTE: Eskinder Debebe/UN Photo
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DOCUMENTO 3 - Grafite
LEGENDA: O grafiteiro parisiense Combo costuma usar símbolos da cultura pop em seus trabalhos para induzir à reflexão sobre as injustiças da sociedade atual. Acima, imagem dele ao lado de um grafite de sua autoria, em uma rua de Paris, França. Foto de 2015.
FONTE: Combo/Acervo do artista
REFLITA E RESPONDA
1. Com base no documento 1, pode-se dizer que o Brasil é um país onde existe plena tolerância religiosa? Justifique sua resposta com os dados fornecidos no texto.
2. Você já presenciou situações cotidianas que demonstram o que foi apontado no texto sobre a questão da intolerância religiosa? Aponte situações cotidianas ou exibidas pelos meios de comunicação que justifiquem sua resposta.
3. Os documentos 2 e 3 fazem alusão à importância da diversidade religiosa para o convívio humano. Pesquise o significado dos símbolos do grafite e depois faça uma síntese expondo a mensagem transmitida pelas duas imagens.
4. O grafite do artista francês Combo foi uma resposta aos ataques contra os jornalistas da revista satírica Charlie Hebdo na França, em janeiro de 2015. A principal motivação das agressões foi religiosa: grupos extremistas consideraram que os jornalistas ofenderam a religião islâmica ao publicarem imagens que ridicularizavam aspectos da religião e da cultura islâmica. Nesse sentido, pode-se dizer que as questões relacionadas com a tolerância e a intolerância religiosas na França são diferentes das que existem no Brasil? Pesquise informações sobre o tema na França e compare com os problemas apontados no texto do documento 1. Com base nisso, redija um texto argumentando sobre a importância da arte como instrumento de combate à intolerância religiosa em diferentes regiões do mundo.
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FONTE: René-Gabriel Ojeda/Rmn-Réunion des Musées Nationaux/Other Images
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VOLUME 1
HISTORIA
Manual do Professor
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SUMÁRIO
1. Pressupostos teóricos, p. 275
2. Metodologia, p. 276
3. Organização da obra, p. 282
4. Nossa coleção e o Enem, p. 287
5. Procedimentos pedagógicos, p. 288
Sugestões de respostas das atividades, p. 289
Introdução, p. 289
Capítulo 1 - Origens da humanidade e importância da agricultura, p. 294
Capítulo 2 - Origens do ser humano na América, p. 299
Capítulo 3 - Povos da Mesopotâmia e do Egito antigo, p. 306
Capítulo 4 - Oriente antigo: China, Índia e Japão, p. 312
Capítulo 5 - Fenícios, persas e hebreus, p. 318
Capítulo 6 - Grécia antiga, p. 327
Capítulo 7 - Os primeiros séculos de Roma, p. 334
Capítulo 8 - Império Romano e Império Bizantino, p. 340
Capítulo 9 - Mundo árabe-muçulmano, p. 350
Capítulo 10 - Reinos africanos, p. 355
Capítulo 11 - Reinos medievais e fortalecimento da Igreja, p. 361
Capítulo 12 - Feudalismo e formação dos Estados nacionais, p. 367
Capítulo 13 - Fim da Idade Média, Renascimento e Reforma protestante, p. 375
6. Bibliografia, p. 383
FONTE: Akg/Latinstock
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1. Pressupostos teóricos
Vivemos em uma era de grandes conquistas. Os avanços científico-tecnológicos nas áreas da saúde, dos meios de comunicação, dos transportes, da agropecuária, entre outros, contribuíram para aumentar e melhorar a produção de alimentos, obter a cura de doenças, garantir maior velocidade na transmissão das informações e proporcionar muitas formas de conforto e diversão a uma parcela da população mundial. Porém, na contramão desse processo, milhares de pessoas não usufruem desses avanços e são excluídas de seus direitos básicos de cidadania, sem acesso a saúde, educação, saneamento básico, moradia e informação. Para agravar esse cenário, elas têm seus direitos a integridade física e moral constantemente violados.
A essas questões somam-se outros graves problemas, como a intolerância, verificada em seus mais variados aspectos: político, religioso, étnico, sexual, de gênero, de idade, de condição social, etc. Essa intolerância muitas vezes é levada a extremos, chegando a violência física, xenofobia, racismo, discriminação e muitas outras formas de desrespeito ao outro. Também são frequentes as violações de princípios éticos, como a corrupção, que implica sérios prejuízos ao desenvolvimento social, político e econômico das nações1.
Outro dado alarmante da nossa era é a ameaça à existência dos seres vivos do planeta devida, entre outros fatores, ao consumo sem limites, ao desenvolvimento não sustentável e ao agravamento dos problemas ambientais, como o desmatamento, a extinção de espécies, a destruição da camada de ozônio, a poluição de rios e do ar, o aquecimento global, etc.
A importância da educação
Embora o quadro pareça desanimador, é importante compreender que a situação atual não é irreversível e, por isso, não devemos nos acomodar. A História mostra que os sonhos e a crença no potencial criativo do ser humano foram o combustível essencial para a mudança das sociedades ao longo dos tempos. Por isso, lutar por um mundo mais justo, tolerante, igualitário, solidário e fraterno não pode ficar restrito a poucos. É uma tarefa que compete a todos, independentemente de nacionalidade, idade, etnia, cultura ou convicções políticas, ideológicas e religiosas.
Apesar de acreditarmos que todos, desde os chamados cidadãos comuns até os representantes dos grandes conglomerados empresariais ou financeiros - passando, é claro, pelas mais variadas instâncias de poder -, têm a mesma responsabilidade nesse esforço de construir um mundo melhor, é inquestionável o papel que a educação exerce no processo de desenvolvimento social da humanidade. Por meio da educação, é possível formar indivíduos aptos a ler a realidade e capazes de interferir e modificar o mundo.
O papel da História
Como a disciplina de História pode participar do processo de construção de um mundo melhor?
Por ser um instrumental para a compreensão das experiências sociais, culturais, tecnológicas, políticas e econômicas da humanidade ao longo do tempo, a História tem papel fundamental na construção de um mundo mais solidário, fraterno e tolerante. Por meio da História, os alunos podem compreender e tomar consciência de sua realidade social. Isso se concretiza, principalmente, quando eles percebem que seu presente, ou seja, seu cotidiano, suas crenças, seus valores, seus grupos sociais etc. integram um processo intimamente ligado ao passado. É no passado que estão as explicações de questões centrais de nossa realidade, de como elas foram construídas, modificadas ou consolidadas.
De fato, o ensino de História não apenas contribui para o desenvolvimento da consciência de cidadania do aluno, mas também oferece instrumentos que servem para a construção da própria identidade. Nas palavras do historiador francês René Rémond: "O entendimento do presente escapa a quem ignora tudo do passado e que só é possível ser contemporâneo do seu tempo tendo conhecimento das heranças, consentidas ou contestadas"2.
Percebendo-se como integrante da sociedade (com a qual compartilha um passado e tem um presente em comum), o aluno também irá assumir, gradativamente, sua parcela de responsabilidade na construção do presente.
Longe de reduzir o estudo da História a um presenteísmo3 desvinculado dos fatos históricos ou de dar ao passado apenas um caráter utilitário, esse tipo de articulação aponta para uma questão central: a de que todos os atos humanos são históricos.
O livro didático
É nesse contexto que o livro didático se insere. Acreditamos que ele deve fornecer instrumentos e estratégias pedagógicas que possibilitem ao professor despertar em seus alunos interesses e motivações para agir no mundo em que vivem.
Esse exercício permitirá que os estudantes conheçam as semelhanças e as diferenças, as permanências e as rupturas de questões e valores na História,
1 De acordo com a ONG Transparência Internacional, em 2015, o Brasil ocupava o 76º. lugar no ranking sobre a percepção de corrupção no mundo. A nota do Brasil foi 38, em uma escala que vai de 0 (para os mais corruptos) a 100 (para os menos corruptos), caindo cinco pontos quando comparado com o ranking de 2014. No ranking daquele ano, foram avaliados 168 países.
2 RÉMOND, René. Introdução à História do nosso tempo. Lisboa: Gradiva, 1994. p. 11.
3 O termo presenteísmo é uma expressão aplicada a um tipo de visão contemporânea que busca abolir o passado e a memória histórica e cujo alcance temporal não vai além do imediato. Sobre esse fenômeno afirma Eric Hobsbawm: "A destruição do passado - ou melhor, dos mecanismos sociais que vinculam nossa experiência pessoal à das gerações passadas - é um dos fenômenos mais característicos e lúgubres do final do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso os historiadores, cujo ofício é lembrar o que os outros esquecem, tornam-se mais importantes do que nunca. [...] Por esse motivo, porém, eles têm de ser mais do que simples cronistas, memorialistas e compiladores". HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX - 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 13.
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compreendam as singularidades do passado e, ao mesmo tempo, descubram as especificidades de nossa sociedade (comparada com outras do passado e do presente), em termos políticos, econômicos, sociais, religiosos, tecnológicos e culturais.
Nessa perspectiva, esta coleção propõe auxiliar o(a) professor(a) de História a formar cidadãos críticos e atuantes no mundo em que vivem. Para que isso se efetive, acreditamos ser essencial retirar a História do campo da erudição neutra ou da mera especulação do passado e colocá-la no campo da política, no melhor sentido da palavra4. Sentindo-se instigado pelas questões do seu cotidiano, os alunos poderão entender o passado como parte de um processo que lhes permite compreender e tomar consciência de sua realidade social para, a partir disso, atuar sobre ela.
2. Metodologia
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