Dos primeiros humanos ao renascimento manual do professor gislane azevedo



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se existe variedade nessas práticas, entre outros temas. Ao final, cada grupo pode apresentar suas conclusões para os demais colegas de sala.



2. Esta atividade solicita ao aluno uma reflexão sobre a cidade em que vive, tendo em vista os problemas e as facilidades urbanas que ele encontra diariamente. Ao refletir sobre a cidade, ele poderá ter mais clareza sobre o espaço que o cerca e sobre questões sociais que nem sempre são identificadas na vida cotidiana. Além disso, a atividade pode levar o aluno a compreender que as soluções para os problemas urbanos nem sempre dependem apenas das esferas de governo, mas podem ser tratadas e debatidas por entidades coletivas, como comunidades de bairro, associações comerciais, etc. A resposta dependerá da situação específica do aluno e da cidade onde ele mora. Entretanto, podemos apontar os seguintes aspectos, entre as principais qualidades das cidades médias e grandes do país: grande concentração de estabelecimentos comerciais; mais oportunidades de trabalho; proximidade em relação a centros de ensino e pesquisa (universidades, institutos, fundações, etc.); oferta diversificada de serviços de saúde (hospitais, prontos-socorros, clínicas, etc.); variedade de opções de lazer (shows, eventos, restaurantes, parques, etc.). Entre os maiores problemas, podemos citar a violência, a desigualdade socioeconômica, a deficiência nos serviços de transporte público, o trânsito, a poluição de rios e do ar. Possíveis soluções: policiamento preventivo, investimento em capacitação profissional dos policiais, melhor distribuição da renda, investimentos para melhorar a qualidade da educação, maiores oportunidades de emprego, educação de jovens infratores,investimento em transporte coletivo, incentivo ao "transporte solidário" (carros particulares transportando mais pessoas), construção de ciclovias, novas frotas de ônibus movidos a gás natural, fiscalização das indústrias poluidoras, obrigando-as a usar filtros mais eficientes, universalização do saneamento básico e implantação de sistemas de tratamento de esgotos, impostos proporcionais à renda, incentivo a programas de distribuição e geração de renda, incentivo à escolarização para os filhos de famílias de baixa renda.

CAPITULO 3

Povos da Mesopotâmia e do Egito antigo



Procedimentos pedagógicos

Considerando a discussão da abertura da unidade, antes de começar os trabalhos com o capítulo 3, pode ser interessante comentar com os alunos as possíveis relações entre os assuntos deste capítulo, Povos da Mesopotâmia e do Egito antigo, e o eixo conceitual da unidade. Isso é importante porque a urbanização que se fez sentir a partir da segunda metade do século XX não pode ser diretamente conectada com a formação das primeiras cidades e impérios, que datam de milênios antes de Cristo. São dois fenômenos bastante diferentes. A partir do trabalho histórico é possível dar um sentido construtivo a essa relação entre temporalidades. Assim, como será tratado ao longo do capítulo, a formação das primeiras cidades e impérios esteve ligada a importantes transformações políticas e administrativas, ao estabelecimento de trocas comerciais, à padronização de medidas e valores, à criação de leis e códigos, às inovações no transporte e na comunicação, à apropriação e ao uso de recursos naturais. Partindo do entendimento do passado, esses são dados que podem nos auxiliar a problematizar o tempo presente. Entretanto, não se trata de comparar épocas diferentes e muito afastadas no tempo, o que seria uma atitude infundada e arbitrária, mas sim de pensar experiências, mudanças e permanências, sempre a partir de uma perspectiva crítica e histórica.

No que se refere aos povos da Mesopotâmia e ao Egito antigo, uma boa opção para organizar os trabalhos em sala de aula é, em vez de seguir uma ordem estritamente cronológica, abordar o capítulo por meio dos assuntos que o perpassam, sempre estabelecendo relações com o eixo conceitual da urbanização. O primeiro tema que pode orientar o trabalho em sala de aula é a importância das fontes de água para o surgimento das primeiras cidades da Mesopotâmia e do Egito antigo. Mesmo que a proximidade dessas regiões aos rios não explique, por si só, o surgimento de cidades e impérios (ver Texto complementar), é inegável que esse fator foi determinante para o estabelecimento de grandes aglomerados urbanos na Antiguidade. A própria palavra "Mesopotâmia", termo que vem do grego, significa "entre rios"; no caso do Egito, o rio Nilo e as áreas férteis às suas margens foram fundamentais não só para a agricultura e o abastecimento das populações, como para a própria compleição geográfica dos núcleos urbanos, posto que, envoltos pelo deserto, eles se fixaram nas proximidades do rio - uma ocupação do território que se mantém, até os dias de hoje, muito parecida.

O trabalho com o tema das fontes de água possibilita a realização de leituras e exercícios interdisciplinares. A seção Você sabia?, na página 61, que dialoga com a geografia, trata de uma confusão bastante comum referente à utilização dos termos "norte e sul" e "alto e baixo". Essas denominações são de grande importância para se pensar a formação do antigo Egito, que se deu por meio da unificação dos reinos do Baixo e do Alto Egito, localizados, respectivamente, no delta e no vale do rio Nilo. A interdisciplinaridade ocorre, também, nos casos da abertura do capítulo, na página 56, que propõe um diálogo com a biologia; e com a seção Eu também posso participar, na página 58, na qual há uma atividade que dialoga com a Matemática. No primeiro caso, aponta-se como a água é constituinte fundamental dos próprios seres vivos, sendo que nos seres humanos cerca de 71% do organismo é composto de água. No segundo, aborda-se o tema da poluição e do esgotamento das fontes de água, assunto diretamente ligado ao consumismo e que permite trazer a discussão sobre as fontes de água para a atualidade, haja vista que a crise hídrica é um grave problema em diversas cidades brasileiras.



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O segundo tema que pode orientar o trabalho com o capítulo 3 diz respeito aos modelos de organização política e administrativa que se formaram entre os povos mesopotâmicos e do Egito antigo. Na Mesopotâmia, as aldeias organizavam-se em núcleos autossuficientes, com poderes políticos e religiosos próprios. Com o crescimento das populações, essas aldeias se converteram naquilo que alguns historiadores passaram a denominar cidades-Estado.

No caso dos povos da Mesopotâmia, a centralização se deu paralelamente ao surgimento de mecanismos administrativos mais complexos; exemplo maior disso é o caso da escrita cuneiforme, criada pelos sumérios. Com o desenvolvimento das atividades agrícolas, os sumérios passaram a praticar uma série de novos ofícios: comércio de excedentes, produção de cestos, marcenaria etc. Por volta de 4000 a.C., os funcionários responsáveis por registrar o fluxo dessas atividades e por controlar o pagamento de impostos criaram um sistema de anotações que deu origem à escrita cuneiforme. Posteriormente, a consolidação do Império Babilônico representou uma das primeiras experiências da humanidade em que vários territórios ocupados por povos diferentes estiveram sob o domínio de um único soberano. Isso foi possível, entre outros fatores, graças ao desenvolvimento da escrita, do calendário e da padronização de pesos e medidas. O símbolo mais evidente e importante desses mecanismos de organização e centralização foi o estabelecimento do Código de Hamurábi, um conjunto de leis escritas conhecidas e aplicadas em todo o Império Babilônico. O Código de Hamurábi é tratado com maiores detalhes na seção Interpretando documentos: texto, na página 60. Por sua vez, o significado de um código legal e de seu consequente registro para a organização de sociedades humanas é abordado na seção Hora de refletir, na página 70, que fecha o capítulo e traz a discussão para o presente ao tratar do direito à cidade.

Um bom exemplo da diversidade no que se refere à formação de cidades e impérios centralizados pode ser encontrado na seção Enquanto isso..., na página 64, que trata dos centros urbanos que surgiram na América, contemporaneamente aos mesopotâmicos e egípcios, mas que obedeciam a um ritmo próprio de desenvolvimento. Além disso, ao fim dessa seção está localizada a atividade Sua opinião, que propõe uma reflexão acerca do estabelecimento das sociedades urbanas, mostrando que o surgimento das cidades não é a única nem necessariamente a melhor opção de organização social, política e administrativa. Nesse momento, para complementar essa discussão, uma proposta de Atividade Alternativa é realizar pequenas exposições orais na sala de aula sobre as diferenças e as semelhanças entre os modos de vida rural e urbano. Caso a escola esteja localizada em zona rural ou caso haja alunos que vivem em áreas rurais, a proposta torna-se ainda mais interessante. No caso do Egito, de maneira muito mais evidente do que no Império Babilônico, a centralização do poder esteve ligada à religião. As primeiras populações que habitavam as margens do rio Nilo organizavam-se nos chamados nomos, núcleos populacionais coordenados por chefes próprios, os nomarcas. Estes eram responsáveis por coordenar os trabalhos de manejo dos rios, a agricultura, a venda de excedentes, etc. Os nomarcas que melhor geriam suas populações passaram a ser vistos como personificações de deuses. Posteriormente, após a unificação dos reinos do Baixo Egito e do Alto Egito em um único império, sob o domínio do faraó, as relações entre religião e poder se tornaram ainda mais imbricadas, estando na base de toda a estratificada estrutura governamental e social do Egito antigo. O faraó estava no topo da pirâmide social, tinha o status de um deus e personificava a sabedoria; próximos de si havia os sacerdotes e as sacerdotisas, assim como os aristocratas, militares e escribas. Abaixo dessa elite, vinham os camponeses e artesãos, que estavam acima somente dos grupos escravizados. Ressalte-se que no Egito, tal como no caso dos povos da Mesopotâmia, a escrita, sobretudo com os hieróglifos, o calendário e as melhorias nos sistemas de transporte e abastecimento cumpriram função importantíssima na centralização política.

Professor, ao longo das aulas é importante comentar que a religião, além de influenciar a organização política e social, também teve grande importância cultural no Egito antigo. Em nome da religiosidade, e impregnados por um forte sentimento hierárquico, os egípcios fizeram grandes obras arquitetônicas, como templos e pirâmides; desenvolveram técnicas específicas de pintura e escultura, que obedeciam a normas rígidas para representar deuses, faraós, sacerdotes e nobres; e, por acreditarem na vida após a morte, desenvolveram complexas técnicas de mumificação, que acabaram por resultar em avanços na medicina. Na seção Interpretando documentos: imagem, na página 66, todas essas questões culturais são tratadas com maior profundidade. Nela se aborda, em um primeiro momento, uma pintura na qual foi representado, em três partes distintas, um julgamento após a morte. Em um segundo momento, propõe uma reflexão comparativa entre as escritas cuneiforme, os hieróglifos e a escrita fonética que praticamos nos dias de hoje.

Por fim, é importante destacar uma questão que perpassa todo o capítulo e toda a Unidade 2. Ao tratarmos dos povos mesopotâmicos e do Egito antigo, estamos falando de povos muito diferentes e de organizações políticas que tiveram uma longa duração. Nesse sentido, é importante sempre ressaltar a diversidade e as especificidades de cada caso. Ou seja, é interessante não abordar os assuntos como se eles fossem grandes blocos uniformes ou imensos períodos sem particularidades. Por exemplo, quando se fala em Egito antigo, as imagens que povoam o imaginário de inúmeras pessoas são as das pirâmides; contudo, as pirâmides foram construídas entre 3200 a.C. e 2300 a.C., ao longo, portanto, de um período específico da história egípcia. As pirâmides, assim, apesar de fundamentais, não são sinônimo de todo o Egito antigo. Uma maneira de dar complexidade a essas reflexões está na seção Passado presente, na página 63, quando se trata do Egito atual. Essa leitura é importante pois mostra como a História sempre preserva seu dinamismo. Assim, torna-se perceptível que, se o Egito antigo não é uniforme, o mesmo vale para os tempos subsequentes. Por isso, é



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importante relacionar temporalidades distintas, mas sem deixar de chamar a atenção para as especificidades de cada época e de cada povo.



EU TAMBÉM POSSO PARTICIPAR

(p. 58)


Resposta pessoal. A atividade visa sensibilizar os alunos e fazer com que eles se sintam responsáveis pela questão hídrica mundial. É importante problematizar as diferenças que provavelmente serão encontradas entre as famílias dos alunos e propor que eles sugiram mudanças de hábitos com o objetivo de economizar água. A atividade pode ser concluída com a repetição do cálculo após alguns meses. Peça aos alunos que verifiquem se houve mudanças no padrão de consumo. Mais dicas de como podemos economizar água ou como usar esse recurso de maneira responsável podem ser encontradas em sites como o do Instituto Akatu (Diponível em: www.akatu.org.br/Temas/Agua. Acesso em: 29 mar. 2016). Caso os alunos tenham dificuldades para efetuar o cálculo, lembre-os de que 1 m3 de água equivale a mil litros. Assim, tendo em vista que a ONU recomenda um consumo diário de 110 litros de água, uma família com quatro pessoas poderia consumir cerca de 13,2 m3 de água, já que cada pessoa pode consumir 3 300 litros por mês, o que dá um total de 13 200 litros por mês para a família toda. Para a elaboração do quadro, lembre os alunos de que é necessário realizar a média dos domicílios, mas também a quantidade de domicílios que atendem ao que foi recomendado pela ONU. É possível propor a realização dessa atividade em conjunto com os professores de Matemática, para que os alunos reflitam sobre as melhores formas de realizar esses cálculos e registrar as informações no quadro.

ORGANIZANDO AS IDEIAS

(p. 59)


1. a) Elas são chamadas de cidades-Estado porque tinham autonomia e independência, ou seja, não estavam submetidas a um Estado mais amplo e centralizado. Em cada uma delas, havia um chefe (soberano ou líder) com poder político, religioso e militar, cuja influência se restringia aos limites da cidade, mas que não estava submetido a nenhuma autoridade acima dele.

b) Por volta de 2350 a.C., as diversas cidades autônomas da região foram unificadas em torno de um único líder político e religioso. Essa mudança deu origem ao Primeiro Império Mesopotâmico, que unificou as leis, o idioma e a política de várias cidades. Sob a liderança do rei Sargão, o império substituiu a autonomia das cidades-Estado.



2. Os sumérios ocuparam o extremo sul da Mesopotâmia graças, provavelmente, à existência de solos férteis em torno das margens dos rios Eufrates e Tigre. No entanto, as cheias desses rios provocavam grande prejuízo às plantações; por isso, foi preciso construir diques e canais para controlar as inundações e ainda irrigar as terras cultiváveis. Com o passar dos séculos, a população aumentou e surgiram novas atividades profissionais (como as de pastor, marceneiro, cesteiro, etc.). Foi preciso também constituir um corpo de funcionários públicos responsáveis pelo controle e pela administração dos trabalhos. Esses funcionários criaram as primeiras formas de escrita, pois precisavam registrar as atividades que se realizavam na cidade. Para isso, eles anotavam essas informações em placas de argila úmidas com hastes de bambu e as secavam ao sol, até endurecer. Esse primeiro tipo de escrita foi substituído ao longo do tempo pela marcação em forma de cunha com o auxílio de um estilete, que deu origem à escrita cuneiforme.

INTERPRETANDO DOCUMENTOS: TEXTO

(p. 60)


a) O documento justifica a criação do Código de Hamurábi como um acordo entre Hamurábi e os deuses. Por isso, pode-se dizer que a justificativa para a criação desse código de leis tem uma inspiração divina. É importante destacar que isso era uma maneira de garantir legitimidade ao código criado por Hamurábi, pois desrespeitá-lo não seria apenas desrespeitar a decisão do governante, mas ofender os próprios deuses que decidiram implementar a justiça na terra.

b) A ideia de justiça proposta pelo documento baseia-se na destruição dos maus e do mal que estava assentado na opressão do fraco pelo forte. Além disso, a justiça deveria ser aplicada para garantir o bem-estar do povo e iluminar o mundo.

c) Segundo o documento, Hamurábi foi responsável por trazer abundância à terra, fazer obras completas nas cidades de Nippur e Durilu, dar vida à cidade de Uruk, trazendo água em abundância para seus moradores, embelezar a cidade de Borsippa, criar celeiros para armazenar os grãos na cidade de Urash, ajudar o povo em tempo de necessidade e estabelecer segurança para a Babilônia.

ENQUANTO ISSO...

(p. 64)


O objetivo da atividade é levar o aluno a refletir sobre o papel da cidade na formação das sociedades humanas, tendo em mente uma comparação com as sociedades não urbanizadas. Espera-se que o aluno compreenda que a existência de cidades não significa necessariamente melhoria na qualidade de vida nem representa desenvolvimento tecnológico em relação a outros grupos humanos. Trata-se de sociedades com necessidades distintas e que solucionam seus desafios também de modo distinto. Professor, reflita com os alunos sobre os problemas urbanos e a desigualdade social tão comum nas grandes cidades brasileiras. Você pode também retomar o conteúdo do boxe para lembrar aos alunos que as cidades mantêm uma relação de interdependência com a vida rural, especialmente no que diz respeito à produção de alimentos. Finalmente, pode-se retomar as questões da atividade da seção Começo de conversa, indicadas na abertura da unidade, que solicitam uma reflexão sobre a realidade da cidade em que os alunos vivem.

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ESQUEMA-RESUMO

(p. 65)


A unificação política da Mesopotâmia ocorreu após um longo processo de formação de núcleos humanos. Segundo as evidências, o primeiro povo a se estabelecer na região foram os sumérios, por volta de 4000 a.C. Estes não formaram um império unificado, já que se organizaram em cidades-Estado autônomas e independentes entre si. Essas cidades travaram inúmeras guerras que as enfraqueceram. Isso possibilitou, por volta de 2350 a.C., a dominação das cidades sumérias pelos acadianos. Um rei acadiano, Sargão, foi o primeiro a unificar as diversas cidades em um único governo. Foi assim que nasceu o primeiro império na região da Mesopotâmia. No Egito, o processo de unificação ocorreu a partir do crescimento dos nomos, as comunidades humanas que se desenvolveram às margens do rio Nilo. Estes eram governados pelos nomarcas. Com o passar dos séculos, alguns nomarcas conseguiram unificar diversos nomos, criando unidades políticas maiores. Esse processo culminou na coroação de um faraó que passou a govenar todo o território egípcio na Antiguidade.

ORGANIZANDO AS IDEIAS

(p. 66)


1. Como foi visto na unidade anterior, o desenvolvimento da agricultura foi um dos fatores que interferiram na passagem da vida nômade para a vida sedentária. Se antes o nomadismo exigia uma luta diária pela sobrevivência e dificultava a armazenagem de alimentos, a vida sedentária (com a agricultura e a pecuária) ampliou o controle do abastecimento de alimentos e das formas de proteção (contra predadores, outros grupos humanos ou as intempéries da natureza). No decorrer dos séculos, as atividades comuns e divididas entre os membros do grupo e a maior especialização na execução de algumas atividades permitiram aprimorar técnicas e instrumentos agrícolas, ampliando a capacidade de produção. Com o aumento das colheitas, havia mais oferta de alimentos, o que estimulou o crescimento populacional (havia menos fome e mortalidade). Além disso, o excedente propiciou também a ampliação das trocas comerciais. A soma desses fatores fez com que muitos dos pequenos núcleos de pessoas se transformassem em povoados.

2. a) Os nomos eram povoados e vilas de maior estrutura que surgiram nas margens do rio Nilo por causa do desenvolvimento das atividades agrícolas na região. Os nomarcas eram os líderes dos nomos. A maior parte da população dos nomos vivia da agricultura e utilizava o rio Nilo para transporte, comunicação e irrigação, ou seja, para o desenvolvimento das atividades agrícolas.

b) Os nomarcas reuniam o poder político e o poder religioso dos nomos. Aos poucos, os mais destacados entre eles passaram a submeter outros nomos ao seu poder. Por volta de 3500 a.C., os nomos haviam sido unificados em torno de dois reinos (o Baixo Egito e o Alto Egito). Cerca de 300 anos depois, o rei Menés (conhecido também por Narmer, Men ou Meni) conquistou todo o território e foi coroado, pela primeira vez, como faraó, centralizando as funções militares, políticas e religiosas em torno da sua pessoa.



3. A sociedade no Egito antigo era rigidamente estratificada. No topo da pirâmide social estava o faraó, considerado, ao mesmo tempo, monarca e deus. A seguir vinham sucessivamente os sacerdotes, a nobreza, os escribas e os soldados. Na base estavam os camponeses e os artesãos. Abaixo deles, os escravos.

4. Na sociedade egípcia antiga, a estrutura social e a base alimentar dependiam do rio Nilo porque a produção agrícola (de cevada, trigo, legumes e frutas) estava baseada no regime de cheias do rio. No período em que as águas se elevavam era impossível cultivar a terra. Por isso, nesse período os trabalhadores transportavam pedras para as construções, escavavam poços e realizavam atividades artesanais. Nas épocas de vazante, com o reaparecimento das terras cultiváveis, eles se dedicavam novamente ao trabalho agrícola. Além disso, construíam canais de irrigação e diques que ampliavam as áreas férteis e produtivas. A alimentação era completada pela pesca e pela caça, realizada nos pântanos formados no delta do Nilo.

5. O faraó era considerado um deus. Para os antigos egípcios, ele detinha os poderes e a sabedoria dos deuses; por isso, sua palavra era incontestável. Para compreender corretamente o poder dos faraós, é preciso também levar em conta o apoio dos sacerdotes, das sacerdotisas, dos nomarcas e dos escribas, que contribuíram decisivamente para manter viva a ideia da origem divina do faraó entre a população.

6. A sociedade egípcia antiga desenvolveu importantes conhecimentos de engenharia hidráulica, graças à construção de diques, represas e canais de irrigação. Além disso, os tecelões eram hábeis na produção de tecidos de linho. Outros artesãos dominavam a técnica da fabricação de vidro. Havia embarcações fluviais e marítimas de diversos tipos e para várias necessidades. Os egípcios conheciam também a anatomia humana e chegaram a utilizar técnicas de anestesia em cirurgias. Além disso, eles conceberam um calendário com um ano de duração de 365 dias e seis horas.

7. Professor, você pode retomar a observação do mapa com os alunos, indicando a área aproximada da Mesopotâmia e do Egito antigo e as fronteiras entre os países que hoje ocupam essas áreas. Se necessário, pode-se também localizar a região num mapa-múndi, para que os alunos tenham noções espaciais mais definidas.

a) O território da Mesopotâmia localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates. Embora fosse uma região desértica, com elevadas temperaturas,



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em torno dos rios formou-se uma planície com terras férteis e propícias à agricultura. Nessa região, há milhares de anos, estabeleceram-se diversos povos, como os sumérios, os acadianos, os hititas, os babilônicos, os assírios e os caldeus. Já o território do Egito era quase todo dominado pelo deserto do Saara, por isso grande parte da sua população vivia às margens do rio Nilo.

b) Atualmente, essa região é ocupada por Iraque, Kuwait, Síria e Turquia (apenas região sul), no Oriente Médio, e o Egito.

c) A principal característica em comum entre os dois territórios é o desenvolvimento dos núcleos humanos às margens de grandes rios, como o Tigre, o Eufrates e o Nilo, áreas propícias ao desenvolvimento da agricultura e, consequentemente, ao crescimento populacional.

d) Professor, essa atividade é um excelente momento para refletir sobre a condição cultural de nossas noções espaciais. Tradicionalmente, associamos o sul com a parte inferior dos mapas e o norte com a parte superior dos mapas. Porém, essa associação não é necessariamente natural e faz parte de convenções sociais que são adotadas em nossa cultura. Outros povos criaram relações diversas com o espaço e adotam diferentes convenções para representá-lo nos mapas. O caso do Egito é um bom exemplo disso. A distinção entre Alto Egito e Baixo Egito não indicam o norte e o sul, mas estão relacionados com a altitude do rio. Isso é uma demonstração da importância do rio para essa cultura e também indica que nem todos adotam as mesmas convenções geográficas e cartográficas.


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