Dos primeiros humanos ao renascimento manual do professor gislane azevedo



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Sugestões de filmes

Os sete samurais (Akira Kurosawa, 1954).

· No Japão do século XVI, auxiliado por outros seis, um samurai envelhecido, chamado Kambei, defende uma aldeia indefesa constantemente saqueada por bandidos.



Ran (Akira Kurosawa, 1985).

· Um grande proprietário japonês decide dividir as terras entre seus três filhos. Os dois mais velhos iniciam uma acirrada disputa pelo controle das propriedades. O mais novo, o único que ainda obedecia a um rigoroso código de ética e conduta, é banido e revela ao pai o que se passa entre seus irmãos.



O mito (Stanley Tong, 2005).

· Filme que mistura história, mito, aventura e a linguagem épica cinematográfica para tratar da busca que um arqueólogo empreende a fim de descobrir a tumba do primeiro imperador da China, coroado em 221 a.C.



Sugestão de site

Museu de Arte Virtual do Japão

· Site em inglês. Apresenta diversas imagens e informações sobre a arte japonesa ao longo da História. Disponível em: http://web-japan.org/museum/menu.html. Acesso em: 14 jan. 2016.

CAPITULO 5

Fenícios, persas e hebreus



Procedimentos pedagógicos

O capítulo 5 divide-se em três partes que tratam, cada uma delas, de um povo e de uma sociedade diferente. Além disso, este capítulo é o último da Unidade 2 e apresenta um fechamento aos assuntos tratados



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ao longo do eixo conceitual da urbanização. A primeira parte do capítulo foi dedicada aos fenícios, povo que desenvolveu importantes relações mercantis na Antiguidade, cuja contribuição mais significativa para a cultura humana foi a criação de um alfabeto no qual os símbolos representavam sons da fala. A segunda parte trata dos persas, detendo-se, sobretudo, na questão do Império Persa, uma das maiores e mais bem organizadas instituições políticas e sociais que existiu na Antiguidade. A terceira parte aborda o caso dos hebreus, povo que foi responsável por criar a primeira religião monoteísta ética da História.

O que é chamado genericamente de Oriente Médio ou Oriente Próximo é uma subdivisão do Oriente criada pelo Ocidente. Essa subdivisão carrega adjetivos que indicam uma posição espacial (só se é "médio" e se está "próximo" em relação a alguma coisa ou alguém) e um ponto de enunciação. No caso do Oriente Médio, tratamos de povos que surgiram próximos ao continente europeu, que habitaram nas fronteiras do Ocidente e nas margens do mar Mediterrâneo.

Sobre o Mediterrâneo, o escritor turco Orhan Pamuk (1952-), no ensaio Guia para ser mediterrâneo, tece interessantes comentários sobre o que significaria pertencer à coletividade mediterrânea e sobre seu sentimento como habitante da região: "A ideia de Mediterrâneo como entidade única é artificial; e o caráter mediterrâneo único e singular decorrente disso também precisou ser inventado e trabalhado antes de ser descoberto. Mas esse sonho do Mediterrâneo (essa fantasia acima de tudo literária) veio, exclusivamente, do norte. Foi com os escritores do norte da Europa que os povos do Mediterrâneo descobriram que eram mediterrâneos"4. O comentário de Pamuk se utiliza de uma referência geográfica, "o norte", para tratar de uma referência cultural, "a Europa". Ou seja, ao lançar dúvidas sobre um discurso de matriz orientalista e generalista, ele se utiliza de referências semelhantes às das construções eurocêntricas, as mesmas que queria problematizar.

Na perspectiva eurocêntrica, portanto, a relação com o Oriente Médio se revela, na maior parte do tempo, bastante tensa e conflituosa. Entretanto, é preciso ter clareza de que os conflitos atuais no Oriente Médio não têm relação direta com as sociedades antigas que surgiram na região.

Como tem sido ressaltado ao longo da Unidade 2, é importante destacar, em cada povo citado acima, a maneira como as inovações tecnológicas e os modelos de organização social foram importantes para o surgimento de cidades e impérios complexos. No caso dos fenícios, uma opção para conduzir os trabalhos é tratar da relação existente entre as suas avançadas práticas comerciais e os mecanismos que foram criados para torná-las mais dinâmicas e eficazes. Lembre-se, nesse sentido, de que o próprio nome "fenícios", palavra de origem grega, deriva de uma atividade econômica, fato comentado na seção Você sabia?, na página 91.

Povo de origem semítica (seus antepassados se denominavam cananeus, pois vinham da região conhecida como Canaã) que se localizava na região do atual Líbano, os fenícios estavam organizados em cidades-Estado, cada qual tinha seu monarca e uma aristocracia de comerciantes e proprietários. A comunicação entre esses núcleos populacionais era feita majoritariamente por via marítima, o que tornava o domínio das técnicas de navegação fundamental para sua própria sobrevivência e manutenção como unidades autônomas. É importante ressaltar que, por causa dessa intensa atividade marítima, os fenícios criaram diversos entrepostos comerciais pela região do mar Mediterrâneo, alguns dos quais viriam a se tornar cidades. Por volta de 2500 a.C., foi estabelecida a cidade de biblos, principal centro de distribuição do papiro fabricado no Egito. Outras cidades, em razão do intenso comércio com os fenícios, se converteram em efetivas colônias, casos de Cirene, Lepsis, Oea (Trípoli) e, sobretudo, Cartago. Essas informações deixam perceptível um dado interessante: não poderia existir uma complexa estrutura comercial sem a padronização de certos elementos, que deveriam ser conhecidos e obedecidos nos variados entrepostos comerciais. Nesse sentido, a seção Interpretando documentos: imagem, na página 94, analisa uma moeda fenícia produzida no século IV a.C. e utilizado nas cidades de Biblos e Tiro. Esse objeto tinha provável função comercial, sendo utilizado como padrão de medida; em virtude de seu formato, talvez até circulasse como moeda de troca.

O principal e mais importante elemento de padronização criado pelos fenícios, contudo, foi o alfabeto. O trabalho em sala de aula com esse tema pode ser muito proveitoso, pois, tendo em vista a importância da escrita em nosso modelo educativo, ele está diretamente ligado ao cotidiano escolar. O alfabeto fenício foi criado por volta de 1500 a.C., na cidade de Ugarit, a fim de realizar registros comerciais sistematicamente. Ele apresentou uma grande inovação em relação aos demais modelos de escrita, pois usava sinais gráficos, chamados de letras, para representar os sons da fala, os fonemas. Com isso, foi possível, a partir de um reduzido número de caracteres, representar diversas palavras. Ao longo do tempo, esse sistema seria adaptado por outros povos, como os gregos, que criariam o alfabeto grego, e, posteriormente, os romanos, que estabeleceriam o alfabeto latino, hoje utilizado em todo o mundo ocidental. O alfabeto fenício possibilitou, assim, uma comunicação mais simples e dinâmica, feita através de menos sinais; algo ideal, portanto, para as práticas comerciais (ver Texto complementar, ao final das orientações deste capítulo).

Pode ser interessante, neste momento, organizar uma Atividade Alternativa. A fim de consolidar o entendimento do que foi o avanço propiciado pelo alfabeto fenício, os alunos podem escrever textos que se baseiem em dois diferentes modelos de escrita: de um lado, algo próximo aos hieróglifos egípcios e, de outro, algo próximo ao alfabeto fenício - tal como o alfabeto usado por todos nós cotidianamente. Cada um pode desenvolver o seu sistema de símbolos como bem entender, mas é

4 PAMUK, Orhan. Outras cores: ensaios e um conto. Tradução de Berlio Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 227.

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importante que todos escrevam as mesmas frases, pois os alunos precisam compreender, na prática, a dificuldade de converter verbos em símbolos gráficos. Com apenas alguns exemplos, os estudantes já poderão perceber como a escrita não fonética pode ser pouco prática, posto que ela precisa de uma quantidade muito grande de símbolos e, portanto, de convenções para decifrar as mensagens. O alfabeto fonético, por outro lado, somente com algumas letras, pode dar conta de uma infinidade de situações. Assim, são menos convenções e mais praticidade e dinamismo. O sistema que utilizamos em nossa comunicação escrita, por exemplo, tem apenas 26 letras.

Professor, no que se refere aos persas, uma opção para conduzir o trabalho em sala de aula é, ao tratar da formação do Império Persa, conduzir as discussão para o assunto da diversidade de populações e culturas que passaram a conviver sob essa grande organização política. Os persas se unificaram, por volta de 559 a.C., em torno de um exímio estrategista militar, Ciro, o Grande. Sob o comando de Dario, o império se expandiu: acredita-se que, em seu ápice, cerca de 10 milhões de pessoas, com línguas e costumes variados, chegaram a viver dentro de suas fronteiras. Criou-se, portanto, um cenário de rico intercâmbio de culturas. Pode-se dizer que esse intercâmbio é uma marca das sociedades humanas urbanas, nas quais as diferenças vivem lado a lado, mesmo que muitas vezes isso não se dê de maneira pacífica. No caso persa, o contato com as diferentes culturas gerou interpretações históricas que trazem particularidades interessantes. Esse é o assunto tratado na seção Interpretando documentos: texto e imagem, na página 102, que propõe atividades com duas fontes de gêneros e épocas distintas (um texto de Xenofonte, do século V a.C., e uma iluminura judaica, do século XV), mas ambas mostrando uma visão positiva do imperador Ciro. Essa atividade se revela interessante para o trabalho em sala de aula, pois permite evidenciar para os alunos como a escrita e o estudo da História são sempre marcados por interpretações, que podem variar conforme a época e as intenções de quem as produziu.

A parte sobre os hebreus, que aborda a religião como um fator de grande importância para a organização política e social hebraica, possibilita estabelecer relações, sempre tomando cuidado para não se fazer comparações arbitrárias, com a Índia antiga (abordado no capítulo anterior). Na história dos hebreus, a religiosidade foi um fator de centralização política e de criação de um consistente sentimento de identidade, que atingiu seu principal momento com os reinados de Davi e Salomão. Posteriormente, por causa da ação de profetas, o judaísmo se consolidou como a primeira religião monoteísta ética da História, defendendo princípios morais e éticos e influenciando algumas religiões que surgiriam ao longo dos tempos, como o cristianismo e o islamismo. No que se refere aos hebreus e a essa relação tão imbricada com a religião, é importante ressaltar um aspecto que toca no próprio pensamento histórico. Como tratado no boxe A Bíblia como fonte, na página 97, um texto tido como sagrado também pode servir como uma importante fonte histórica para o estudo de um povo, no caso, dos hebreus. Assim, surge uma questão interessante e que pode ser trabalhada junto à atividade Sua opinião desse boxe: quais são os limites dos documentos históricos? Um ponto fundamental dessa questão é que, mesmo sendo um texto tido como sagrado, a Bíblia não deixa de ser um livro (na verdade, um conjunto de livros) que foi produzido a partir de certos pressupostos e dentro de contextos históricos específicos. Quando se toma um texto literário como documento histórico, é preciso analisá-lo criticamente, como qualquer outra fonte histórica, e considerar as peculiaridades da relação estabelecida entre história e ficção. No caso do Velho Testamento, deve-se seguir pressupostos semelhantes, sempre identificando divergências e buscando referências consistentes acerca do passado.

Enfim, é necessário dar um fechamento ao trabalho com a Unidade 2. Ao longo dos capítulos 3, 4 e 5, seguindo o eixo conceitual da urbanização, constatou-se que a formação de cidades e de grandes impérios foi possível graças, entre outros aspectos, às medidas administrativas e à criação de infraestrutura. No caso do Império Persa, por exemplo, foram estabelecidos sistemas unificados de impostos e de moeda, um código de leis, um serviço de correios e estradas. A mais famosa das estradas persas, a Estrada Real, atravessava quase todo o império, ligando as cidades de Susa e Sardes. A seção Hora de refletir, na página 106, atualiza esses assuntos ao propor uma atividade sobre os meios de circulação de pessoas e ideias no mundo atual. A partir dessa seção, é possível entrar na seção Fechando a Unidade, na página 108, na qual são apresentados três documentos: um artigo de jornal que trata do tema da desigualdade e dos problemas das grandes cidades (Documento 1); um relato de uma experiência de cidade educadora em Cachoeira, no estado do Ceará (Documento 2); e a letra de uma música do cantor de rap Emicida, que versa sobre a importância de mudar o sentimento das pessoas que vivem em favelas (Documento 3). O fundamental dessa atividade é mostrar como as reflexões sobre o passado podem, mesmo que tratem de realidades muito diferentes, lançar luz nova sobre o presente. Afinal, as cidades antigas se formaram a partir de fatores ainda essenciais em nossos dias, como o comércio, o transporte, a comunicação escrita, os códigos legais, a moeda e as medidas padronizadas, o intercâmbio cultural, etc. Assim, o estudo da história desses povos nos faz lembrar da importância da pluralidade e da experiência histórica. Essas são lições mais do que urgentes nas grandes cidades, onde existe uma grande desigualdade social e onde cada vez mais o cidadão perde lugar para o consumidor e para o interesse corporativo econômico, com os privilégios sendo valorizados em detrimento dos direitos; onde, a exemplo do Ecomuseu de Cachoeira, a falta de concórdia e de solidariedade pode começar a ser superada por meio dos projetos de cidades educadoras; ou, até mesmo, e tal como expresso na música de Emicida, com a simples devolução do sorriso a seus habitantes mais carentes.

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ORGANIZANDO AS IDEIAS

(p. 93)


1. a) As primeiras cidades fenícias se originaram nas regiões às margens do mar Mediterrâneo, onde hoje se localiza o Líbano, no Oriente Médio. Essa região começou a ser ocupada por volta de 3000 a.C. por povos de origem semita - os cananeus -, que exerciam intensa atividade comercial e, com o tempo, fundaram diversas cidades portuárias, como Biblos, Ugarit e Tiro. Professor, você pode solicitar aos alunos que observem a localização dessas cidades no mapa da página 92, ressaltando que se tratava de núcleos urbanos situados em pontos estratégicos para o comércio pelo Mediterrâneo.

b) As cidades fenícias se organizavam como cidades-Estado, ou seja, eram política e administrativamente independentes e governadas, em geral, por monarcas com o apoio da aristocracia (comerciantes e proprietários de terra) e de uma elite religiosa poderosa.



2. a) O alto estágio de desenvolvimento náutico dos fenícios foi um dos fatores que permitiram sua expansão por outras regiões em torno do mar Mediterrâneo. Eram exímios navegadores, conheciam as correntes marítimas, as rotas de pássaros migratórios e de algumas espécies de peixes e os ventos de cada região. Por isso, foram capazes de estabelecer contatos comerciais com áreas longínquas, expandindo seus domínios por uma região muito vasta.

b) Alguns dos lugares de parada das embarcações fenícias transformaram-se, ao longo dos anos, em cidades comerciais, como Cirene, Lepsis e Cartago. As relações comerciais intensas provocaram também a miscigenação dos fenícios, que incorporaram traços culturais e hábitos de diferentes povos. Além disso, a necessidade de registrar as atividades comerciais levou os fenícios a desenvolverem um sistema de escrita.



3. a) Os sistemas de escrita cuneiforme e hieroglífico eram bastante complexos e dominados apenas por um pequeno número de indivíduos, aqueles que desempenhavam as funções de escriba, já que exigiam um longo processo de aprendizagem e domínio dos variados elementos utilizados para registrar as ideias. Já o alfabeto fonético fenício possuía um número muito menor de caracteres, inicialmente 29 e depois 22 símbolos que tinham valores fonéticos e podiam ser utilizados para o registro textual da fala. Assim, com um número menor de elementos, era possível realizar infinitas combinações para a produção de textos. Isso tornou esse sistema de escrita mais acessível. Por isso, pode-se dizer que ele é mais universal que os demais sistemas de escrita da Antiguidade.

b) O modelo do alfabeto fenício foi incorporado pelos gregos, mas estes adicionaram novas letras para representar as vogais. Posteriormente, os romanos também adotaram esse modelo de alfabeto greco-fenício, dando origem ao alfabeto latino. Isso tudo foi possível pelo fato de o alfabeto fonético utilizar caracteres que representavam os sons da fala, por isso era um alfabeto que poderia ser adaptado por qualquer povo ou cultura para registrar por escrito sua língua.



INTERPRETANDO DOCUMENTOS: IMAGEM

(p. 94)


a) O peso tem um formato circular muito parecido com o de uma moeda. Além disso, apresenta, em seu centro, o desenho de uma embarcação. Tendo em vista o caráter comercial dos fenícios, pode-se elaborar a hipótese de que esse objeto era utilizado para fins comerciais, possivelmente como marcador de pesos para compatibilizar a troca de diferentes mercadorias. Seu formato similar ao de uma moeda pode indicar que ele tinha finalidades semelhantes às das moedas nas trocas comerciais.

b) Espera-se que os alunos associem a representação da embarcação com a importância que as práticas comerciais e a expansão marítima tiveram entre os fenícios. Assim, isso ajuda a explicar a razão pela qual o peso, utilizado em trocas comerciais, trazia consigo uma representação das embarcações fenícias.

c) O peso fenício permite a descrição de duas características importantes dos fenícios: a importância das atividades comerciais e da navegação. Os fenícios se desenvolveram por meio do comércio e da expansão pelo mar Mediterrâneo.

SUA OPINIÃO

(p. 97)


Os alunos podem apontar inúmeros exemplos de fontes para o estudo da História, como:

· objetos variados, como vestimentas, utensílios domésticos e ferramentas, que trazem consigo informações sobre o processo envolvido em sua produção, materiais utilizados, função, etc., possibilitando, assim, compreender hábitos e técnicas de determinada sociedade;

· audiovisuais: filmes, fotos e canções são fontes que podem conter informações capazes de revelar modos de agir, de pensar e de se expressar de determinada época;

· arquitetura: construções, prédios residenciais e públicos apresentam diversas características - como estilo, técnicas e materiais de construção, localização, plantas, entre outras - que podem revelar informações sobre um povo, uma sociedade ou um período da História;

· textos, livros, documentos administrativos, cartas, documentos privados, entre outras possibilidades de registros escritos, que trazem informações diversas sobre inúmeros aspectos de uma civilização, um grupo social, um período histórico, etc.;

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· relatos orais registrados por meio de entrevistas ou outras formas de coleta de informações, que permitem o estudo das ideias, das práticas e dos costumes dos indivíduos em diferentes sociedades e períodos.



ESQUEMA-RESUMO

(p. 101)


Os fenícios, os persas e os hebreus desenvolveram sociedades bastante distintas. Os fenícios se organizaram em cidades-Estado portuárias e dependiam da navegação do mar Mediterrâneo para seu desenvolvimento comercial e para o crescimento de suas cidades. Com isso, não formaram um território unificado e comandado por um único rei. Além disso, um dos principais legados dos fenícios foi a invenção do alfabeto fonético, um sistema de escrita mais universal que os sistemas de escrita existentes até então, como o cuneiforme ou o hieroglífico. Já os persas formaram um grande império territorial, conquistando diversos povos e criando uma estrutura político-administrativa unificada. Um dos principais legados desse povo foi o desenvolvimento do zoroastrismo, uma religião que influenciou muitas outras crenças, disseminando a ideia da existência de uma luta do bem contra o mal e elaborando princípios de conduta a partir dessa oposição. Os hebreus, por sua vez, se organizaram inicialmente em tribos com autonomia política, mas, posteriormente, passaram a se organizar num sistema político unificado, o reino de Israel. Um dos principais legados dos hebreus foi o desenvolvimento de uma religião monoteísta ética, o judaísmo.

ORGANIZANDO AS IDEIAS

(p. 102)


1. As origens da ocupação da antiga Pérsia remontam à migração de tribos nômades originárias do centro e do norte da Ásia, como os persas. Os povos que passaram a viver nessa região foram unificados pelo líder Ciro, o Grande, em 559 a.C. Grande estrategista, ele conseguiu conquistar e submeter diversos povos, dando origem ao Império Persa.

2. Dario estabeleceu um sistema unificado de impostos, um único código de leis e o mesmo sistema monetário nas diversas regiões que compunham o Império Persa. Além disso, sob seu governo foi aberta uma rede de estradas destinadas a interligar as várias regiões, facilitando o deslocamento no interior do império.

3. O zoroastrismo era uma religião praticada pelos persas que tinha como base a ideia de uma oposição entre o bem e o mal. Segundo a religião, aqueles que praticassem o bem e lutassem contra o mal alcançariam a felicidade e a vida eterna. Além disso, essa religião defendia a existência de um Paraíso e do Juízo Final. Esses princípios influenciaram outras religiões, como o cristianismo.

4. a) A Bíblia aponta que os hebreus descendem de Abraão, que recebeu ordens de Deus para conduzir o povo que vivia na cidade mesopotâmica de Ur para a Terra Prometida, chamada de Canaã. Porém, no século XX a.C., os hebreus foram obrigados a deixar Canaã após uma longa seca e se fixar no Egito, onde foram escravizados. Apenas no século XV a.C.,os hebreus, liderados por Moisés, retornaram a Canaã. Porém, o primeiro relato documental não bíblico que conhecemos e que indica a existência dos hebreus se refere à dominação egípcia e data de aproximadamente 1220 a.C., portanto no século XIII a.C. Outros registros, como descobertas arqueológicas, também indicam que a presença dos hebreus na região da Palestina ocorreu somente a partir de 1230 a.C. Assim, tais evidências estão em divergência com as informações bíblicas e podem ser apontadas como um exemplo das diferenças entre o relato religioso e as pesquisas históricas e arqueológicas sobre esse povo.

b) Sim, é possível resgatar a história dos hebreus com base na Bíblia porque ela contém informações que auxiliam os historiadores na recuperação de aspectos da vida desse povo e de sua história. No entanto, é preciso utilizar outras fontes escritas ou arqueológicas para esclarecer melhor a história do povo hebreu. Professor, trata-se de considerar que a Bíblia, como qualquer outro documento histórico, deve ser analisada criticamente e confrontada com outras fontes, pois os documentos não contêm todas as informações sobre os acontecimentos, mas apenas um ponto de vista que deve ser interpretado pelo historiador.



5. a) Os hebreus se organizavam política e administrativamente de modo descentralizado, e os juízes eram a principal autoridade das diversas tribos que formavam a sociedade hebraica. Eles tinham autoridade militar e religiosa, o que lhes possibilitou difundir a ideia de que os hebreus eram um povo único e influenciar a população a abandonar suas práticas politeístas. Dessa maneira, os juízes contribuíram para o nascimento do judaísmo, a religião monoteísta dos hebreus.

b) O monoteísmo foi o argumento de fundo religioso que deu unidade cultural e construiu a identidade judaica, centralizando os diversos grupos hebreus em torno de um único rei. O sentimento de identidade monoteísta apelava para a ideia de que os hebreus - mesmo pertencendo a diferentes tribos - eram todos descendentes de Abraão e foram por ele conduzidos até a Palestina, a "Terra Prometida por Deus".



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