Dos primeiros humanos ao renascimento manual do professor gislane azevedo



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3. A proposta da atividade é que os alunos reflitam sobre o tema da democracia e da cidadania a partir de um exemplo concreto e cotidiano: o próprio espaço escolar no qual estão inseridos. Isso ajuda a evidenciar a relação entre direitos igualitários e participação política como principal instrumento da democracia. Nesse caso, os alunos podem pensar em exemplos relacionados ao conselho de escola, à criação de um grêmio estudantil, aos espaços de discussão coletiva de todos os envolvidos na gestão escolar, ao respeito mútuo entre todos, à transparência na tomada de decisões relativas à vida escolar, entre muitos outros exemplos. O mural que encerra essa atividade pode sintetizar as três perguntas da seção, ressaltando alguns dos problemas relacionados ao exercício da democracia no país, algumas ideias que podem ajudar a lidar com esses problemas e uma reflexão sobre o cotidiano da democracia a partir do exemplo escolar.

CAPÍTULO 6

Grécia antiga



Procedimentos pedagógicos

Levando em conta o eixo conceitual da Unidade 3, e já pensando nos assuntos do capítulo 6, é importante fazer algumas breves considerações. Como se afirmou, a democracia e o direito são fruto de um longo processo histórico; não são, portanto, criações espontâneas nem surgiram completas. Logo, a democracia grega e o direito romano, apesar de terem sido importantes e de estarem na base dos modelos políticos adotados em boa parte do mundo ocidental, não podem ser diretamente relacionados ao moderno conceito de democracia e aos direitos humanos. Ao longo do capítulo 6, que trata especificamente da Grécia antiga, comenta-se como o conceito de cidadão que vigorava nas cidades-Estado gregas - as chamadas pólis - era muito limitado, fosse nas cidades que adotassem o regime democrático ou não. Somente os homens livres tinham direito de atuar na vida política; escravos, estrangeiros e mulheres, mesmo que tivessem papel fundamental no funcionamento dessas sociedades, estavam excluídos. O caso específico das mulheres, que tinham grande importância na vida cívica, nas festas religiosas e no comércio de alimentos e perfumes, é abordado em dois momentos do capítulo, tanto no boxe Você sabia?, na página 117, quanto na seção Interpretando documentos: texto, na página 123. Nesse segundo caso, através de um diálogo com a Literatura, analisa-se uma peça de teatro de Aristófanes, chamada A revolução das mulheres, comédia que mostra as peripécias de um grupo de mulheres que desejava participar do debate político de sua pólis.

Com base nessas considerações, é importante ressaltar que entre as pólis gregas, sobretudo as que adotavam o regime democrático, e os nossos modelos políticos atuais existem grandes diferenças. O conceito de democracia moderno é decorrência de complexas experiências históricas, muitas das quais bastante trágicas. A própria noção de direitos humanos só foi formulada em razão de inúmeras violências que foram cometidas ao longo da História, como guerras, massacres e genocídios. Foi, portanto, por meio da violação da vida humana que as próprias concepções de direitos humanos foram se alargando - violações que, infelizmente, ainda continuam sendo praticadas, como as discriminações xenófobas e homofóbicas, as guerras religiosas e a miséria social. Dessa maneira, as contradições que, aos nossos olhos atuais, surgem a partir do estudo da História, não devem ser tomadas de uma perspectiva anacrônica. Tal é o caso das pólis da Grécia antiga, que sustentavam seu conceito de cidadania sobre o trabalho escravo e sobre a exclusão de mulheres e estrangeiros. Ou seja, não se pode criticar os gregos por não terem sido aquilo que nós somos; mas se pode, por outro lado, pensar criticamente a experiência histórica deles, como parte de específicas relações sociais, políticas e econômicas, e constatar a importância das mudanças no processo da história humana.

Nessa mesma linha de raciocínio, mesmo que nem todos os cidadãos brasileiros tenham os seus direitos legais respeitados, isso não significa que a Constituição seja desimportante e o Estado de direito seja uma mera utopia. A atual Constituição brasileira, pelo contrário, é fruto de um processo marcado pela superação de violações dos direitos humanos e políticos, assim como por manifestações e lutas sociais. Logo, quer se trate da democracia grega antiga ou do moderno conceito de democracia, o importante é ter um pensamento cauteloso e sempre historicamente engajado, jamais generalista e estereotipado.

Uma boa opção para começar o trabalho com os gregos antigos é ressaltar a diversidade dessa

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civilização, desde sua formação enquanto povo até a organização das pólis.

A formação da população grega antiga, um dos temas da primeira parte do capítulo, se deu pelo encontro de povos diversos, sobretudo indo-europeus, e pela sua miscigenação. Aqueus, eólios, jônios, dórios, egípcios, fenícios e minoicos, todos participaram da ocupação, entre 5000 a.C. e 3000 a.C., do fragmentado território grego, composto de uma parte continental, penínsulas e um arquipélago. Esse foi um processo conturbado e pontuado por invasões, como a dos aqueus, que dominaram Creta por volta de 1400 a.C. e assumiram o controle das rotas comerciais do Mediterrâneo; e a dos dórios, povo sediado na península do Peloponeso que dominou violentamente a Grécia entre os séculos XII a.C. e VIII a.C., em um período conhecido como Homérico.

Professor, levando em conta essa pluralidade histórica, é importante destacar o processo de formação das cidades-Estado gregas, pois, apesar de terem origens semelhantes, elas não eram necessariamente iguais. A formação da civilização grega ganharia impulso somente após as invasões dóricas. Nesse período, as populações se organizavam em clãs chamados genoi (plural de genos), onde a propriedade da terra era coletiva. Cada genos tinha suas lideranças militares e políticas, o que criava um cenário bastante fragmentado. Posteriormente, a pouca quantidade de terras férteis e a escassez da produção alimentar geraram disputas por territórios, o que selou o fim da propriedade coletiva e fomentou desigualdades no interior dos genos. Com isso, formaram-se grupos aristocráticos compostos dos eupátridas (bem-nascidos), que detinham as melhores terras, e vários genoi passaram a se unir, formando as pólis. Percebe-se, assim, como o processo que deu origem às cidades-Estado, ocorrido quase simultaneamente por toda a Grécia, traz gravada em si a marca da concentração do poder político nas mãos de grupos privilegiados. Por isso a concepção de cidadania foi, nessas cidades, mesmo com as diferenças existentes entre elas, bastante limitada (sobre as pólis, ver o Texto complementar ao final das orientações deste capítulo).

Acerca das cidades-Estado em si, assunto da segunda parte do capítulo, é importante ressaltar que, como não havia um governo centralizado na Grécia antiga, as pólis não eram unificadas, o que gerava sensíveis diferenças entre elas. As duas cidades que mais se destacaram foram Atenas e Esparta, cada qual seguindo um modelo de organização próprio. Ao traçar as principais diferenças entre essas duas pólis, é importante lembrar que não cabe a nós estabelecer um juízo de valores entre elas, defendendo uma e criticando a outra, e sim evidenciar a pluralidade da experiência histórica.

Esparta foi fundada pelos dórios, no século IX a.C., na região sudeste da península do Peloponeso. Nessa cidade, marcada pelo isolamento em relação às demais pólis, os indivíduos eram totalmente subordinados ao Estado. Atenas, por sua vez, foi fundada pelos jônios, na península Ática, igualmente por volta do século IX a.C. Sua forma de governo mudou muito ao longo do tempo, mas, com reformas políticas, ela se estabeleceu como uma democracia na virada do século VI a.C. para o século V a.C. Mesmo que a maior parte da população ateniense estivesse excluída da participação efetiva na vida política, a democracia foi fundamental para assegurar direitos básicos aos seus cidadãos. Três desses direitos continuam, ao menos em princípio, fundamentais até os dias de hoje: a liberdade individual, a igualdade perante a lei e o direito das pessoas de expressar suas opiniões. Em Esparta, o governo era organizado com muitas subdivisões e, a partir de uma lógica hierárquica, concretizava uma espécie de fusão entre modelos aristocráticos e democráticos. Tanto em Atenas quanto em Esparta, a questão militar era fundamental, mas havia na segunda cidade um efetivo exército permanente, já que a educação de seus cidadãos era marcada por rigorosos princípios militares e hierárquicos - sobre a questão militar, lembre-se de que a seção Olho vivo, na página 120, trabalha com a escultura de um hoplita, nome que se dava aos soldados de infantaria na Grécia antiga.

A hierarquia espartana se fazia sentir, por exemplo, na importância que os homens mais velhos tinham nessa sociedade; havia, nesse sentido, uma instituição política, chamada Gerúsia, reservada somente aos homens com mais de 60 anos. A seção Hora de refletir, na página 132, propõe uma atividade que atualiza essa questão ao analisar o respeito à cidadania dos idosos em nossa sociedade. No entanto, é importante discutir os termos da questão com os alunos, pois os espartanos dedicavam grande respeito aos homens mais velhos em razão de uma estrutura social pautada na hierarquia e na subordinação total do indivíduo aos interesses da pólis, algo muito diferente do que existe nos dias de hoje. A fim de trazer o tema democracia e direitos dos idosos para ainda mais perto dos estudantes, é possível, a partir da seção Hora de refletir, propor uma Atividade Alternativa. Os alunos podem entrevistar pessoas idosas conhecidas e perguntar-lhes como eles vivem, que dificuldades enfrentam no dia a dia, se observam alguma melhora no respeito aos seus direitos nos últimos anos, etc. Depois, podem organizar essas entrevistas no formato de um livro. Cada estudante poderá, assim, ler esse material e comparar as suas entrevistas com as dos colegas, buscando diferenças e pontos em comum que ajudem a compreender a situação dos idosos em nossa sociedade.

Por fim, é importante concluir o trabalho com este capítulo e abordar a sua terceira parte, dedicada ao Império Macedônico e ao helenismo. Para além dos tópicos mais pontuais, esses assuntos são fundamentais para compreender por que a cultura, a religião e os costumes de origem grega se difundiram por uma vasta região e, consequentemente, perduraram no tempo. As conquistas realizadas por Alexandre, o Grande, propiciaram a fusão entre os conhecimentos gregos e as culturas dos povos conquistados pelos macedônios, dando origem ao helenismo. Um dos principais símbolos desse fenômeno foi a fundação da cidade de Alexandria, no Egito, que se tornou um centro de divulgação cultural, tornando os saberes gregos o elemento comum das pessoas cultas. Posteriormente, com as conquistas dos romanos sobre os macedônios,



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o helenismo tornou-se parte do cenário intelectual romano e, através de novas fusões, se expandiu ainda mais. Esse tema é aprofundado na seção Organizando as ideias, na página 128, que solicita a opinião dos alunos sobre a existência, no mundo de hoje, de uma disseminação de valores e padrões de comportamento de uma cultura sobre as demais. Esta é uma questão que permite pensar, por exemplo, os mecanismos da globalização e os padrões de consumo no mundo atual, sendo possível, em diversas partes do mundo, ter acesso a referências culturais e produtos semelhantes.

Ainda sobre os macedônios, na seção Interpretando documentos: texto e imagem, na página 128, as atividades permitem retomar temas ligados ao pensamento histórico e que já foram abordados em procedimentos anteriores. O texto de Demóstenes e a construção conhecida como "o sarcófago de Alexandre", cada qual a sua maneira, além de mostrarem a importância dos variados documentos para o conhecimento do passado, revelam como as informações que temos desse passado são muito diversas e baseadas em interpretações. Afinal, cada um dos documentos fornece uma imagem diferente dos macedônios, de um lado se ressalta um aspecto negativo da dominação deles sobre os gregos; do outro, elabora-se uma imagem grandiosa do imperador Alexandre.

ORGANIZANDO AS IDEIAS

(p. 122)


1. a) Não. Observando o mapa, é possível dizer que a sociedade grega antiga originou-se do encontro e dos conflitos entre vários povos de origem indo-europeia a partir de 3000 a.C. O mapa mostra que o território grego foi povoado por aqueus, eólios, jônios, dórios e pela civilização minoica.

b) Os aqueus se estabeleceram no leste da península do Peloponeso, onde ergueram as cidades de Micenas e Tirinto. Os eólios ocuparam a maior parte da Grécia continental e aproximadamente metade da península do Peloponeso, além de territórios na costa da Ásia Menor. Os dórios se estabeleceram ao sul, no leste do Peloponeso e em diversas ilhas no mar Egeu, bem como na costa oeste da península Balcânica. Os jônios ocuparam uma extensa ilha a leste da Grécia continental chamada Eubeia, a região da Calcídica, a maior parte das ilhas do mar Egeu e territórios na costa da Ásia Menor. Finalmente, a civilização minoica se estabeleceu na ilha de Creta, entre os mares Egeu e Mediterrâneo.

c) É possível observar no mapa que as cidades minoicas, como Creta e Cnossos, estão localizadas em ilhas. Esse fato ajuda a entender o intenso desenvolvimento de atividades comerciais nessas cidades. Esse comércio foi possível graças à criação de embarcações muito sofisticadas e envolveu povos de diferentes culturas, como os egípcios e os mesopotâmicos.

d) Comparando os dois mapas, podemos observar que os domínios gregos expandiram-se, por meio de colônias, para algumas áreas do norte da África (Cirene e Náucratis), da Ásia (às margens do mar Negro) e da península Ibérica (Málaga e Emeroscópio) e para regiões europeias próximas ao mar Mediterrâneo.



2. A sociedade cretense ou minoica se desenvolveu a partir de diversas cidades que surgiram na ilha de Creta. Essas cidades se organizaram, por volta de 1450 a.C., em torno de principados independentes, submetidos ao rei de Cnossos. A pirâmide social cretense era formada, no topo, pelo rei, seguido dos nobres, dos mercadores e dos sacerdotes; abaixo, vinham os artesãos, artistas e funcionários do Estado; depois, em escala descendente, os agricultores e pastores; na base, estavam os escravos. O comércio era a principal atividade econômica das cidades cretenses. Já a sociedade micênica surgiu a partir da fundação de diversas cidades fortificadas, entre as quais Micenas, a mais desenvolvida e influente. Essa característica possibilitou o avanço e o domínio dos aqueus sobre Creta. O comércio também era a principal atividade dos aqueus e, graças a ele, conhecimentos e técnicas de outros povos foram incorporados. Já os dórios formaram uma sociedade que alcançou a supremacia na península do Peloponeso entre os séculos XII a.C. e VIII a.C., conquistando, por meio da força, inúmeras cidades e provocando mudanças significativa no modo de vida da região. Com os dórios, palácios e cidades foram destruídos e saqueados, técnicas artesanais foram abandonadas e muitos indíviduos das regiões conquistadas foram escravizados. Os dórios provocaram o declínio dos aqueus a partir do século XII a.C.

3. a) Os genos (ou clãs) eram pequenos grupos independentes que se formavam a partir de um ancestral familiar comum. Os chefes desses clãs que mais se destacavam nas guerras tornavam-se reis. Com o processo de sedentarização, porém, o papel dos reis-guerreiros foi enfraquecido, ao passo que os donos de terras e os conselheiros que ajudavam na administração viram seu poder e sua influência política aumentarem cada vez mais. Assim, o rei acabou afastado do poder e o governo se transformou em uma aristocracia que, em grego, significa "governo de poucas pessoas".

b) As pólis eram as cidades-Estado gregas. Elas se diferenciavam dos genos por seu tamanho, já que surgiram a partir da união de diferentes genos. Além disso, na pólis se formou um governo mais complexo e que transformou as relações sociais existentes nas comunidades do território grego. Elas deixaram de ser baseadas num modelo guerreiro e camponês e passaram a se estruturar em torno das decisões políticas da pólis e de seus cidadãos.

c) Ser cidadão significava poder se expressar e participar das assembleias na pólis grega. Porém, nem todos os habitantes da pólis e seus arredores tinham o direito à cidadania. De forma

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geral, pode-se dizer que apenas os homens livres eram considerados cidadãos, como os nobres, os proprietários de terras, os artesãos e os comerciantes. Não eram considerados cidadãos as mulheres, os estrangeiros e os escravos.



4. Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Seus governantes a mantiveram isolada das outras pólis e adotaram uma rígida disciplina militar, à qual os homens considerados cidadãos ficavam subordinados por praticamente toda a vida. Com isso, criou-se um exército permanente e disciplinado. As relações sociais e econômicas eram marcadas pela total subordinação do indivíduo ao Estado espartano. O governo era formado por dois reis, que concentravam os poderes militar, religioso e judiciário e que presidiam a Gerúsia, assembleia formada por 28 homens com mais de 60 anos (os gerontes), cujas funções eram propor leis e julgar crimes. Já Atenas foi fundada pelos jônios entre os séculos IX e VII a.C. No início, a cidade foi governada por um rei que também exercia a função de sacerdote principal. Mais tarde, o rei foi afastado e o poder político passou para as mãos da aristocracia. Posteriormente, o regime aristocrático foi substituído por uma democracia.

INTERPRETANDO DOCUMENTOS: TEXTO

(p. 123)


a) As mulheres utilizaram diversas estratégias para se disfarçar, como deixar as axilas peludas, tomar sol para parecerem mais másculas, deixar de se depilar, usar barbas postiças, vestir roupas e calçados de seus maridos ou cruzar as pernas como homens. Além disso, uma delas pretendia fazer tricô enquanto aguardava o início da assembleia, mas foi recriminada por Valentina, já que isso poderia indicar seu lado feminino.

b) Valentina afirma de forma muito clara que, se as mulheres revelassem qualquer aspecto feminino, seriam banidas da assembleia e não poderiam participar de suas decisões. Por meio desse recurso, o autor da peça ressalta que o espaço político da pólis era inteiramente reservado aos homens e aos aspectos masculinos da vida, enquanto as mulheres e a feminilidade não deveriam fazer parte desse mundo. Vale destacar, porém, que, mesmo sendo excluídas da vida política, as mulheres não estavam inteiramente excluídas da vida da pólis, mas desempenhavam funções relacionadas às festas religiosas e ao comércio de alimentos e perfumes.

c) Resposta pessoal, mas é importante que os alunos reflitam sobre diversos aspectos da questão. Em primeiro lugar, é importante destacar que as mulheres têm assegurado direitos iguais tanto na escolha dos representantes políticos quanto na participação de cargos públicos. Isso, no entanto, não significa que na prática o acesso aos cargos políticos seja igualitário para ambos os sexos. A maioria dos cargos do Executivo, Legislativo e Judiciário é ocupada por homens, apesar de as mulheres serem maioria na população brasileira. Além disso, vale destacar que no Brasil as mulheres tendem a receber um salário inferior ao dos homens mesmo desempenhando funções iguais. Outro aspecto importante para pensar os direitos políticos e sociais igualitários entre gêneros é a questão da violência. As mulheres ainda sofrem constantemente com a violência de homens, tanto no espaço doméstico quanto no espaço público, além de serem alvo de preconceitos e práticas machistas das mais variadas formas. Assim, por isso tudo, é importante ressaltar que existe uma distância entre os direitos legais e a prática cotidiana em nossa sociedade e que ainda precisamos de muitas medidas concretas para garantir a igualdade de genêro em nossa sociedade. Para aprofundar esse tema, sugerimos que os alunos consultem o site da Fundação Carlos Chagas, que apresenta diversas informações sobre a participação da mulher no mercado de trabalho no Brasil nos últimos trinta anos. (Disponível em: www.fcc.org.br/mulher/series_historicas/mmt.html. Acesso em: 13 abr. 2016.)

ESQUEMA-RESUMO

(p. 127)


O processo de formação da sociedade grega foi marcado pela chegada de diferentes grupos à península Balcânica e suas imediações. A primeira civilização a se estabelecer na região foi a cretense. Essa civilização controlou o comércio do Mediterrâneo até por volta do século XV a.C., quando os aqueus começaram a atacar os territórios cretenses. Os aqueus eram de origem indo-europeia e começaram a ocupar a península Balcânica a partir de 3000 a.C. Os ataques desse povo provocaram o colapso da civilização cretense. Com isso, as rotas comerciais do Mediterrâneo ficaram sob o controle dos aqueus, que o mantiveram até a segunda metade do século XII a.C. Foi nesse período que o território começou a ser ocupado por um novo povo, os dórios. Isso acabou provocando o colapso da civilização micênica e modificou profundamente as relações sociais na península. Esse acontecimento deu início ao processo de formação da civilização grega entre os séculos XII a.C. e VIII a.C. Nesse período, surgiram os genos, que, progressivamente, deram origem às pólis gregas. A civilização grega controlou a região até o século IV a.C., quando conflitos internos provocaram o enfraquecimento das pólis e possibilitaram a dominação macedônica. Surgia, assim, o Império Macedônico. As conquistas desse império propiciaram a difusão da cultura grega, que se misturou com a cultura dos povos dominados, dando origem à cultura helenística.

ORGANIZANDO AS IDEIAS

(p. 128)


1. Nos séculos VII a.C. e VI a.C. ocorreram diversos conflitos sociais em Atenas que contribuíram para a criação das primeiras medidas reformadoras com o objetivo de transformar a organização política e

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social da pólis. As medidas mais significativas foram promovidas pelo arconte Sólon e pelo tirano Pisístrato, como a proibição da escravidão por dívidas, a devolução de propriedades confiscadas aos antigos donos, o confisco de grandes propriedades dos nobres e a reforma agrária, que afetaram a organização econômica da pólis. Na política, a Eclésia assumiu poderes mais amplos e foi instituído um tribunal popular, a Bulé, cujos juízes eram escolhidos por sorteio entre os cidadãos. Tais reformas enfraqueceram os poderes da aristocracia e foram seguidas por outras medidas, em especial aquelas propostas pelo arconte Clístenes. Ele dividiu a Ática em unidades políticas e territoriais chamadas "demos" e garantiu a cada um deles direitos políticos que incluíam a participação direta de todos os cidadãos. Clístenes também organizou um conjunto de reformas políticas que deram grande poder à Assembleia, transformando-a no principal órgão do Poder Legislativo. A Assembleia se reunia a cada dez dias, e nela todo cidadão podia pedir a palavra, expor suas opiniões e dar seu voto. Esse novo regime era chamado de democracia, que em grego significa "governo dos demos".



2. O rei Filipe II organizou um poderoso exército a partir de 359 a.C., iniciando a expansão territorial da Macedônia. Além de contar com seu exército, ele aproveitou a falta de unidade política das cidades-Estado gregas para expandir seus domínios. Em 338 a.C., Filipe II foi aclamado governante de todo o território grego por uma assembleia de cidades gregas. Apesar das conquistas, o rei foi assassinado dois anos depois e sucedido por seu filho, Alexandre, que pacificou os territórios gregos e conquistou o Império Persa, sob domínio de Dario III. Além da Pérsia, Alexandre conquistou a Síria, a Fenícia, a Palestina e o Egito, que também estavam sob domínio persa. Depois, o rei macedônico seguiu em direção ao oriente, onde venceu o exército de Dario III na Mesopotâmia e alcançou o rio Indo, na Índia, em 326 a.C.

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