. Acesso em: 13 jan. 2015.
Por que a quantidade de pessoas que contraem leptospirose, no Brasil, aumenta nos meses mais chuvosos?
Porque nesses meses o volume de chuvas aumenta e, assim, a probabilidade de ocorrerem enchentes também é maior, o que faz crescer o risco de contato da população com a água contaminada pela urina dos ratos.
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Mundo aberto
Responda sempre no caderno.
As pessoas mais atingidas pelos desastres naturais
Hoje em dia são comuns no noticiário imagens de devastações provocadas por furacões, enchentes e desabamentos, tanto em países mais desenvolvidos como em países menos desenvolvidos.
Praticamente nenhum lugar está a salvo de um desastre natural. E, em um cenário de mudanças climáticas, a possibilidade de essas catástrofes ocorrerem é ainda maior.
Mas será que os desastres naturais atingem todas as pessoas da mesma forma?
A resposta é não. Tanto nos países pobres como nos ricos, a população nunca é atingida igualmente pelos desastres, porque, mesmo nos países com mais recursos, as pessoas não vivem em condições iguais.
Em quase todos os países, as principais “zonas de risco” são áreas em que faltam recursos e serviços, onde as pessoas mais pobres se concentram porque não podem arcar com os custos de morar em regiões com melhor infraestrutura. São essas pessoas que correm mais risco quando há furacões, chuvas torrenciais, enchentes e desabamentos.
Um exemplo ilustra essa realidade. Em agosto de 2005, o violento furacão Katrina, com ventos de 280 quilômetros por hora, atingiu a costa sudoeste dos Estados Unidos. Furacões como esse não são novidade na região. E os habitantes de Nova Orleans – a cidade mais atingida pelo desastre – sabiam disso: a cidade possuía um sistema de diques projetados justamente para impedir a invasão das águas. No caso de falha desse sistema, havia ainda um plano para orientar a população e amenizar o impacto.
Fig. 1 (p. 181)
Cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos, submersa após a passagem do furacão Katrina, em foto de 2005.
David J. Phillip/AFP
Desastre natural e desigualdade social
No entanto, na época, o governo federal estadunidense ignorou o pedido para que fosse feita a manutenção dos diques. Além disso, não liberou o dinheiro necessário para que o plano de orientação da população fosse executado. O resultado foi que, quando aquilo que era previsto aconteceu, a população foi entregue à própria sorte.
Quando soou o alerta de furacão, muitos conseguiram fugir. Mas a população mais pobre, que é também a que vive nos bairros mais sujeitos à inundação, dependia do transporte público. E esse serviço não foi organizado para atendê-la. Milhares de pessoas se viram abandonadas diante da inundação.
Em 2013, a reconstrução de Nova Orleans, orçada em US$ 100 bilhões, ainda estava longe de terminar. À época, organizações locais estimaram que a conclusão ainda levaria entre 7 e 8 anos.
Atividades
1. Que fenômeno atmosférico atingiu Nova Orleans em 2005?
Um furacão.
2. Que medidas o poder público deveria ter tomado para proteger a população?
A manutenção de diques projetados para impedir a invasão de águas e a execução do plano de orientação para o caso de falha do sistema de diques.
3. Na região em que você mora já houve alguma catástrofe natural (vento forte, inundação, desabamento)? O que aconteceu? Quais foram as áreas mais atingidas? Converse com os colegas sobre o assunto.
A atividade tem por objetivo levar a uma reflexão sobre as condições sociais da área onde se localiza a escola e do espaço de vivência dos alunos.
MP
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Módulo 3 - Dinâmicas climáticas
As mudanças no tempo atmosférico e as características do clima são determinadas por diversos fatores climáticos. Dentre eles, destaca-se o deslocamento das massas de ar.
Circulação das massas de ar
Massas de ar são grandes porções de ar da atmosfera com características semelhantes de pressão, temperatura e umidade. A superfície terrestre está sob a influência de massas de ar, que se originam sobre os continentes ou oceanos e se deslocam de um lugar para outro.
As massas de ar que se originam na zona tropical são quentes, e as que se formam nas zonas polares são frias. As que se formam nas zonas temperadas terão suas características definidas de acordo com o período do ano. Se a formação ocorre sobre os mares e oceanos, elas tendem a absorver a umidade, tornando-se mais úmidas do que as que se originam nos continentes. Sobre as regiões equatoriais também se formam massas de ar úmido.
Quando as massas de ar se deslocam, levam para outras regiões características das condições de temperatura e umidade das áreas de origem. Porém, ao longo do percurso, podem se modificar, perdendo ou ganhando umidade e tornando-se mais quentes ou mais frias. A influência das massas de ar pode gerar mudanças no tempo e influenciar as características climáticas da região em que atuam.
Fig. 1 (p. 182)
BRASIL – MASSAS DE AR NO INVERNO
70°O; Equador; 60°O 50°O 40°O 30°O; 10°S; 0°; 20°S; 30°S; Trópico de Capricórnio; OCEANO ATLÂNTICO; Equatorial continental; Equatorial atlântica; Tropical atlântica; Polar atlântica; Ec; Ea; Ta; Pa; Ta; Pa; Ec; Ea; Massas de ar atuantes no inverno; PERU; BOLÍVIA; PARAGUAI; COLÔMBIA; VENEZUELA; GUIANA; SURINAME Guiana; Francesa; (FRA); URUGUAI 0 610 1220 km; N NE L SE S SO O NO
Fig. 2 (p. 182)
Mapas: ID/BR
Fonte de pesquisa: Gisele Girardi e Jussara Vaz Rosa. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 25.
BRASIL – MASSAS DE AR NO VERÃO
70°O; Equador; 60°O 50°O 40°O 30°O; 0°; 10°S; 20°S; 30°S; Trópico de Capricórnio; OCEANO ATLÂNTICO; PERU; BOLÍVIA; COLÔMBIA; VENEZUELA; GUIANA; SURINAME Guiana; Francesa; (FRA); URUGUAI; Equatorial continental; Equatorial atlântica; Tropical continental; Tropical atlântica; Ec; Ea; Tc; Ta; Ec; Tc; Ta; Ea; Massas de ar atuantes no verão; 0 610 1220 km; N NE L SE S SO O NO
Satélites meteorológicos
Os satélites meteorológicos são desenvolvidos e colocados na órbita terrestre para monitorar o tempo e o clima. Além da formação das nuvens, os satélites identificam as luzes das cidades, as queimadas, os efeitos da poluição, as tempestades, a poeira, as superfícies cobertas por gelo, os limites das correntes oceânicas, etc.
MP
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Os climas do Brasil
Em geral, os climas quentes e úmidos predominam na maior parte do território brasileiro. Existem algumas diferenças de uma região para outra e variações ao longo do ano. Isso ocorre por causa da localização geográfica do território brasileiro – que em sua maior parte está situado na zona intertropical – e da ação das massas de ar.
Por isso, nessas regiões o ano pode ser dividido em um período curto e seco, que em quase todo o território nacional corresponde ao inverno, e outro longo, quente e chuvoso, que quase sempre se dá no verão. O litoral nordestino é uma exceção, pois as chuvas se concentram no inverno. Observe o mapa abaixo e verifique as principais características dos climas brasileiros.
Fig. 1 (p. 183)
ID/BR
Fonte de pesquisa: Gisele Girardi e Jussara Vaz Rosa. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 24.
BRASIL – CLIMA
Tropical atlântico – abrange parte do litoral das regiões Sudeste e
Nordeste. Caracteriza-se pelo predomínio de altas temperaturas, com ligeiras quedas nos meses de inverno. As chuvas são concentradas, nos meses de verão, no litoral da Região Sudeste, e, nos meses de inverno, no litoral da Região Nordeste.
Tropical – abrange grande parte do território brasileiro. Caracteriza-se pelo predomínio de verões mais quentes e chuvosos e invernos um pouco mais frios e secos.
Subtropical – abrange parte da Região Sudeste e quase toda a Região Sul.
Caracteriza-se pelo predomínio de baixas temperaturas no inverno e temperaturas quentes no verão. Em algumas localidades, as temperaturas podem atingir 0 °C no inverno. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano.
Equatorial – abrange a maior parte da região Norte.
Caracteriza-se pelo predomínio de altas temperaturas e chuvas abundantes ao longo do ano.
Semiárido – abrange a maior parte da Região Nordeste. Caracteriza-se pelo predomínio de altas temperaturas durante o ano todo. Apresenta baixa ocorrência de chuvas, que são distribuídas de forma irregular ao longo do ano.
Tropical de altitude – predomina nas áreas planálticas do Sudeste, abrangendo os estados dessa região, além do sul do Mato
Grosso do Sul e norte do Paraná. Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, com chuvas concentradas no verão.
20°S; 10°S; 10°N; 30°S; 50°O 40°O 30°O 60°O 70°O80°O; Equador 0°; Trópico de Capricórnio; RORAIMA; AMAZONAS; RONDÔNIA; ACRE; PARÁ; AMAPÁ; PIAUÍ; MARANHÃO CEARÁ; TOCANTINS; GOIÁS; MINAS; GERAIS ESPÍRITO; SANTO; RIO DE JANEIRO; RIO GRANDE; DO NORTE; PARAÍBA; PERNAMBUCO; SERGIPE; ALAGOAS; SÃO PAULO; PARANÁ; SANTA CATARINA; RIO GRANDE DO SUL; MATO GROSSO DO SUL; MATO GROSSO; DISTRITO FEDERAL; BAHIA; Boa Vista; Manaus; Porto Velho; Rio Branco; Belém; Macapá; São Luís; Fortaleza; Teresina; Cuiabá; Campo Grande; Natal; João Pessoa; Recife; Maceió; Aracaju; Salvador; Vitória; Rio de Janeiro; São Paulo; Curitiba; Florianópolis; Porto Alegre; Belo; Horizonte; Goiânia; BRASÍLIA; Palmas; OCEANO ATLÂNTICO; OCEANO PACÍFICO; 0 338 676 km; N NE L SE S SO O NO
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Os climas da Terra
Há grande variedade de climas na Terra. O tipo de clima de uma região influencia o modo de vida das pessoas e as características da flora e da fauna.
Observe o mapa abaixo. Ele mostra os principais climas do planeta.
Fig. 1 (p. 184)
Fonte de pesquisa: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 58.
ID/BR
MUNDO – CLIMA
Clima equatorial – quente e chuvoso ao longo do ano.
Clima tropical – apresenta oscilações de temperatura e umidade ao longo das estações do ano. É quente e chuvoso no verão e seco nos meses de inverno. A temperatura média anual é cerca de 20 °C.
Clima subtropical – é quente nos meses de verão e apresenta baixas temperaturas nos meses de inverno. As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano.
Clima desértico – caracteriza-se por ser extremamente seco ao longo do ano. As temperaturas variam, podendo ser quentes ou frias.
Clima semiárido – é quente e seco, com chuvas mal distribuídas ao longo do ano.
Clima mediterrâneo – o verão é quente e seco, e o inverno, chuvoso.
Clima temperado – as estações do ano são bem definidas, com verões quentes ou amenos e invernos frios. A umidade é variável.
Em certas áreas pode nevar.
Clima frio – apresenta verões curtos, com temperaturas amenas, e invernos longos, com predomínio de baixas temperaturas e neve.
Clima polar – as temperaturas são muito baixas ao longo do ano e há ocorrência frequente de neve.
Clima frio de montanha – apresenta características semelhantes ao clima frio e aparece em áreas de grandes altitudes.
OCEANO ATLÂNTICO; OCEANO PACÍFICO; Círculo Polar Ártico; Círculo Polar Antártico; Trópico de Câncer; Trópico de Capricórnio; Meridiano de Greenwich; Equador; 0°; 0°; 150°O 120°O 90°O 60°O 30°O 30°L 60°L 90°L; 30°N; 30°S; 60°S; 60°N; 90°N; 120°L 150°L; OCEANO ÍNDICO; OCEANO PACÍFICO; 0 2500 5000 km; N NE L SE S SO O NO
Fig. 2 (p. 184)
Riozinho, afluente do rio Fresco, na floresta Amazônica, no Pará. O clima quente e chuvoso desta região favorece a formação de rios, nuvens e vegetação de grande porte. Foto de 2015.
Renato Soares/Pulsar Imagens
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Os fatores do clima
As condições climáticas de uma região são influenciadas por diversos fatores, como a latitude, a altitude, a continentalidade, a maritimidade e as correntes marítimas.
Latitude
A latitude influencia a temperatura da Terra. Isso ocorre por causa da sua forma aproximadamente esférica e da inclinação do seu eixo, o que faz os raios solares atingirem o planeta com intensidades diferentes. Nas áreas próximas à linha do Equador, os raios solares atingem o planeta de forma mais perpendicular e, consequentemente, aquecem mais essas regiões. Nas áreas próximas aos polos, os raios solares atingem a Terra de forma mais inclinada, aquecendo menos essas regiões.
Assim, nas latitudes baixas tendem a ocorrer temperaturas mais elevadas; já as áreas localizadas em latitudes altas apresentam temperaturas mais baixas.
Altitude
A altitude também influencia a temperatura dos lugares, pois, quanto maior a altitude, menor a temperatura.
Isso ocasiona a existência dos climas de altas montanhas, que se encontram nas partes mais elevadas das grandes cordilheiras. Esse tipo de clima se caracteriza por baixas temperaturas o ano todo.
Continentalidade e maritimidade
A continentalidade é um fator que caracteriza as regiões situadas no interior dos continentes, distantes de mares e oceanos. Por isso, nessas regiões geralmente há pouca umidade e maior variação de temperatura.
O contrário ocorre nas regiões litorâneas, onde a maritimidade, decorrente da evaporação das águas do mar, determina a ocorrência de maior umidade e menores variações de temperatura.
Correntes marítimas
As correntes marítimas podem ser frias ou quentes e influenciam as características das massas de ar. As correntes frias tornam o ar mais frio e seco, e as correntes quentes o tornam mais quente e úmido.
Fig. 1 (p. 185)
Observe que a maior parte da América do Sul é situada na zona intertropical. Compare a localização da cordilheira dos Andes com o tipo climático presente no mapa-múndi da página anterior.
Observe a variação média das temperaturas máximas e mínimas de Cuiabá, que se localiza no interior do continente, e de Recife, que se localiza no litoral, no período de 1961 a 1990.
Fontes de pesquisa: Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 40 e 58; Inmet. Disponível em:
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