. Acesso em: 31 jan. 2015.
Como o mapa ajudou a compreender melhor o conflito explicado na notícia?
Página 120
E Ética
Leitura
Mapas e ideologia
Já sabemos que os mapas são representações dos lugares e que eles são capazes de nos mostrar muitas coisas além do que vemos à primeira vista. Neles também estão contidas informações sobre o modo como a sociedade vive, a mensagem que o cartógrafo quis transmitir, a maneira como um grupo se sente em relação a um lugar e muitas outras coisas. Sempre que nos deparamos com um mapa, precisamos analisá-lo com atenção, pois em suas entrelinhas existem informações importantes sobre a sociedade e sua história, como no caso do mapa de Hecateu, visto na página 110.
Na imagem ao lado, podemos encontrar dicas para pensarmos sobre as formas de representação usual do mundo na cartografia.
Desde cedo aprendemos que o Brasil está localizado na parte inferior do mapa, do lado esquerdo. Mas afinal, o mundo não é redondo? Então quem foi que disse que o sul fica embaixo, e o norte, em cima?
O fato de sempre encontrarmos o mapa-múndi com o sul localizado na parte de baixo é uma mera convenção! Como vimos anteriormente, um dos primeiros mapas a representar o norte em cima foi o do geógrafo grego Ptolomeu (90 d.C.-168 d.C.). Mais tarde, já na era das Grandes Navegações, a partir do século XV, esse modelo se consolidou, ao ser utilizado pelos europeus na orientação para as navegações e na representação das novas áreas descobertas. Você já se perguntou por que a Europa está sempre no centro dos mapas?
A representação do planeta com o sul ou o norte na parte de cima pode gerar algum tipo de questão de ordem ética? Converse com seus colegas sobre isso.
Fig. 1 (p. 120)
Obra de Joaquín Torres García, América Invertida, Uruguai, 1943.
JOAQUÍN TORRES GARCÍA
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Atividade
Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.
Pesquisa e comparação
Leia com atenção o trecho a seguir do escritor uruguaio Eduardo Galeano:
A linha do Equador não atravessa a metade do mapa-múndi, como aprendemos na escola. Há mais de meio século o investigador alemão Arno Peters constatou aquilo que todos tinham olhado e ninguém tinha visto: o rei da geografia estava nu.
O mapa-múndi que nos ensinaram dá dois terços para o norte e um terço para o sul. No mapa, a Europa é mais extensa do que a América Latina, embora, na verdade, a América Latina tenha o dobro da superfície da Europa. A Índia parece menor do que a Escandinávia, embora seja três vezes maior. Os Estados Unidos e o Canadá, no mapa, ocupam mais espaço do que a África, embora correspondam a apenas duas terças partes do território africano.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Tradução de Sérgio Faraco. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2007. p. 323.
Nosso trabalho agora será o de investigação!
A sala deverá ser dividida em grupos de acordo com os continentes a seguir: América do Sul, América do Norte, África, Ásia, Europa, Antártida e Oceania.
Todos os grupos terão de pesquisar:
1. A projeção de Gerhard Mercator
2. A projeção de Arno Peters
Cada grupo representará um continente e terá de compará-lo nas duas projeções pesquisadas, a de Mercator e a de Peters. Para isso, você pode fazer cópias do mapa-múndi em cada uma das projeções e recortar os continentes para comparar suas formas e tamanhos.
A seguir, estão algumas questões que podem auxiliar na comparação:
- Qual continente vocês compararam?
- Em qual das duas projeções o tamanho do continente é maior?
- Como são a forma e o contorno do continente no mapa de Mercator? E no de Peters?
- Qual mapa vocês estão mais acostumados a ver no dia a dia?
- Por que utilizamos mais uma projeção do que a outra?
- Vocês acham que o fato de nos utilizarmos mais da projeção de Mercator interfere no comportamento das pessoas e da sociedade em geral? Por quê?
Depois de realizar essa tarefa, cada grupo apresentará suas conclusões sobre as diferenças observadas nos dois mapas e, com a ajuda do(a) professor(a), todos os grupos debaterão sobre a pesquisa realizada, com base na seguinte questão:
Para representar o continente que você pesquisou, qual projeção você considera mais interessante? Por quê?
Bom debate!
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Cidadania
Leitura
As plantas e a propriedade da terra
Como vimos na página 117, uma das finalidades mais antigas dos mapas é a de delimitar territórios. Na cartografia, as plantas são tipos de representação cartográfica que se restringem a uma área limitada e que possuem escala grande, com maior quantidade de detalhes. Podem representar desde o espaço de uma casa até a área ocupada por uma grande cidade. Desse modo, elas são instrumentos importantes para a administração e o planejamento de loteamentos e propriedades. Veja a imagem da planta a seguir. Ela é muito antiga, mas as plantas de loteamentos atuais ainda seguem a mesma lógica: delimitam uma área e a compartimentam. É uma forma de ter controle e garantir as características da propriedade da terra, já que explicita as suas dimensões e localização.
Fig. 1 (p. 122)
Planta dos terrenos e da chácara que pertenceram ao Comendador Bessa, divididos em lotes, com as ruas de Campo Alegre e Duque de Saxe. Rio de Janeiro, RJ, 1876.
ACERVO BIBLIOTECA NACIONAL
Mas o que é um loteamento? Segundo a Lei Federal nº 6766, que aborda o parcelamento do solo,
[...] Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. [...] Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe. [...]
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 6766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Disponível em:
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