Geografia Espaço e identidade Levon Boligian, Andressa Alves 2 Componente curricular Geografia



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. Acesso em: 8 fev. 2016.
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No que se refere às áreas de florestas (de terra firme e semiúmida), há também uma diferenciação vertical da vegetação, devido à competição que existe entre as espécies de plantas pela luz solar. Assim, temos três níveis de vegetação no interior dessas formações: o dossel, o sub-bosque e o nível inferior. Observe o esquema a seguir.



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Fábio Eugênio

Ilustração fora de proporção; cores-fantasia.

Fonte: CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: uma introdução à Geografia física. Porto Alegre: Bookman, 2012. p. 656.


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Campos e cerrados amazônicos

No interior do domínio amazônico há também extensas áreas de campos e de cerrados. Os campos amazônicos, também denominados campinaranas, ocorrem sobretudo no alto rio Negro, no estado do Amazonas, e no baixo rio Branco, no estado de Roraima. Em geral, são formações abertas, compostas de gramíneas, palmeiras e pequenos arbustos adaptados ao solo rico em laterita. Já os cerrados desenvolvem-se em toda a borda setentrional-oriental da Amazônia, apresentando as mesmas características que no Centro-Oeste brasileiro. Veja no mapa a seguir a distribuição das formações vegetais que compõem a Amazônia.



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Fabio Colombin

Campos e Cerrado de Roraima. Ao fundo, estende-se a Serra Pacaraima, que delimita as fronteiras de Brasil, Venezuela e Guiana. Foto de 2014.

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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: BOCHICCHIO, Vicenzo Raffaele. Atlas mundo atual. São Paulo: Atual, 2009. p. 106.

A interdependência dos elementos do bioma amazônico

A diversidade de formações vegetais presente no domínio amazônico decorre de uma complexa interdependência entre o clima, a hidrografia, os solos e o relevo.

As relações entre clima e vegetação

O clima equatorial, dominante nessa região do país, é responsável pelas altas temperaturas (com média anual de 25 °C) e pelos elevados índices de precipitação, que variam entre 1500 mm e 3300 mm anuais. Esse tipo de clima é favorável ao desenvolvimento de variadas espécies vegetais, com a presença de florestas mais densas e, em sua maior parte, perenifólias e higrófitas.



Higrófita: espécie de planta adaptada para viver total ou parcialmente submersa em água.

Essa imensa biomassa que reveste a Amazônia responde, ainda, por 50% da umidade atmosférica que alimenta as fortes chuvas diárias que ocorrem em boa parte da Amazônia: as chamadas chuvas de convecção. A elevada umidade do ar atmosférico é adquirida por meio da evapotranspiração das plantas. A outra parcela de umidade provém da evaporação das águas dos rios e lagos, assim como das massas de ar dominantes na região. Observe o esquema a seguir.


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Dawidson França

Fonte: MENDONÇA, Francisco de Assis; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. p. 72.

Ainda que os altos índices de pluviosidade e as elevadas temperaturas sejam características climáticas marcantes desse complexo regional como um todo, deve-se ter em conta que existem diferenças sensíveis entre as diversas áreas da Amazônia. Na porção mais ocidental, por exemplo, há uma distribuição regular de chuvas durante o ano, com médias de precipitação superiores a 2500 mm anuais.

Em Roraima e no Pará há uma estação mais seca (de dezembro a fevereiro), com índices de precipitação abaixo dos 2000 mm anuais. No Tocantins ocorrem duas estações bem definidas, uma mais seca e outra chuvosa, apresentando médias de precipitação em torno de 1600 mm anuais. Em razão dessas variações, pode-se estabelecer três tipos climáticos para a região: equatorial superúmido, equatorial e tropical típico. Veja o mapa e os climogramas a seguir.

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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: IBGE, Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 99. cap. 4, parte 1. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2016.

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Gráfico: ©DAE

Fonte: Inmet. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2016.
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Gráfico: ©DAE

Fonte: Inmet. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2016.

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Gráfico: ©DAE

Fonte: Inmet. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2016.

As relações entre solos, rios e vegetação

Além do clima, aspectos ligados ao solo e à hidrografia da região amazônica também influenciam as características da floresta. De maneira geral, os solos da região são predominantemente arenosos e pobres em nutrientes, apresentando uma fina camada superficial de matéria orgânica (excrementos de animais, folhas, galhos e troncos em decomposição). É dessa camada superficial rica em húmus, chamada serrapilheira, que árvores e plantas extraem praticamente todos os nutrientes de que necessitam. Entretanto, há outros tipos de solo no interior da floresta: os solos das matas de igapó e de várzea, por exemplo, apresentam maior fertilidade, já que recebem, sazonalmente, nas épocas de cheia, os sedimentos depositados pelos rios e igarapés. Nesse sentido, os cursos de água têm papel fundamental na manutenção da vida na Amazônia.

Com mais de 7 mil cursos de água principais, a bacia hidrográfica amazônica é a maior do mundo. No leito de seus rios correm cerca de 20% da água doce existente na Terra. Nela está localizado ainda o rio Amazonas, o maior rio em extensão e em volume de água do mundo, com cerca de 7 mil quilômetros de extensão.

Na maior parte da bacia hidrográfica amazônica, em razão do relevo predominantemente plano, os rios são caudalosos e repletos de meandros. Esses cursos de água são as principais vias de transporte na região.

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Fabio Colombini

A serrapilheira esconde o chão da floresta em Xapuri, no Acre. Foto de 2015.

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Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

Mata de igapó alagada às margens do Lago Maquari, em Caracaraí, Roraima. Foto de 2012.
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Os rios voadores da Amazônia

Nós já vimos que na região amazônica existem muitos rios. Mas você sabia que a Amazônia também é a origem de “rios voadores”? Essa expressão é uma maneira poética de se referir às massas de ar carregadas de vapor de água produzidas sobre a floresta e que interferem nas condições do clima do Centro-Sul do Brasil. Conheça mais sobre esse fenômeno por meio do texto e do esquema a seguir.

A Floresta Amazônica funciona como uma bomba-d’água. Ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e carregada pelos ventos alíseos. Ao seguir terra adentro, a umidade cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração das árvores sob o sol tropical, a floresta devolve a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água. Dessa forma, o ar é sempre recarregado com mais umidade, que continua sendo transportada rumo ao oeste para cair novamente como chuva mais adiante.

Propelidos em direção ao oeste, os rios voadores (massas de ar) recarregados de umidade – boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta – encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Eles se precipitam parcialmente nas encostas lestes da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Porém, barrados pelo paredão de 4 000 metros de altura, os rios voadores, ainda transportando vapor de água, fazem a curva e partem em direção ao sul, rumo às regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e aos países vizinhos

Expedição Rios Voadores: Brasil das águas. Disponível em:


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