História Universal da Destruição dos Livros Das Tábuas Sumérias à Guerra do Iraque Fernando Báez



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A biblioteca de Arni Magnusson
Arni Magnusson é considerado um dos colecionadores de livros mais importantes do mundo. Foi também um herói na Islândia, onde nasceu em 1663. Filho de um sacerdote, viajou para Copenhague quando tinha 19 anos para estudar na universidade, e a perseverança o tornou assistente de Thomas Bartholin, antiquário real, em 1684.

Com 38 anos, assumiu a cátedra de história na Universidade de Copenhague. Realizou trabalhos políticos, mas o mais importante deles se refere à sua bibliofilia, que o levou, até a morte, em 1730, a buscar textos em diversos países, todos referentes à cultura islandesa. Interessava-se pelos manuscritos medievais, muitos dos quais pertenceram às famílias mais poderosas do país. Por volta de 1690, Magnusson possuía excelentes cópias das principais sagas islandesas. Seis anos depois, declarava ser o dono da melhor coleção de sagas do mundo. Depois de uma estadia de dois anos na Alemanha, regressou a Copenhague em 1697 e foi designado secretário dos arquivos reais dinamarqueses.

Conhecia precursores como Brynjólfur Sveinsson, de quem conseguiu obter diversos textos. Esse bispo de Skálholt apresentou ao rei da Dinamarca, em 1656, a proposta de imprimir os textos dos Flateyjarbók, Gragás e Völsunga. Anos depois, cedeu ao enviado do rei a Edda Menor, a Edda Maior e a saga de Njals. Brynjölfur não perdeu a oportunidade de transcrevê-los e designou, para esse trabalho, Jon Erlendsson, de Villingaholt. Em conseqüência dessas iniciativas, os livros islandeses medievais foram divulgados e renasceu um interesse nacional pelas sagas.

A coleção de Magnusson chegou a ter 2.500 objetos, manuscritos inteiros ou fragmentários. Tinha umas duzentas sagas, documentos, cartas, 5.500 diplomas e 10.400 apógrafos (reproduções de escritos originais).

Na tarde de 20 de outubro de 1728, um incêndio destruiu Copenhague. Durante três dias queimou bairro por bairro e, finalmente, alcançou a coleção de Magnusson, que conseguiu salvar vários manuscritos, mas não pôde evitar que seus livros impressos, suas anotações e papéis fossem alimento das chamas. Um dos textos extintos era o Breviarium Nidarosiense, primeiro livro impresso em Hoolum, cidade da Islândia, no século XVI.

A biblioteca da universidade também queimou e Magnusson, num gesto que ainda emociona, legou o que se salvou a essa instituição. Morreu em 7 de janeiro de 1730.



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