. Acesso em: 10 nov. 2015.
Apresenta notícias relacionadas a suas áreas de atuação e as ações e os programas que o ministério desenvolve.
Getty Images/Alexander Hassewstein
A indústria automobilística está entre as que mais investem em pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Foto de 2013,
de empresa automobilística em Ingolstadt, na Alemanha.
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Polos tecnológicos
Os primeiros polos tecnológicos surgiram em países mais industrializados. Nos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra Mundial, dois deles se tornaram famosos: o Vale do Silício, onde se desenvolveram grandes empresas de microeletrônica, em parceria com a Universidade de Stanford, e a Rota 128, um conglomerado em torno do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da Universidade de Harvard. A mesma parceria empresa-universidade ocorreu na Inglaterra, em área próxima a Cambridge. Na França, o modelo seguido foi outro, pois o desenvolvimento de polos tecnológicos, como os de Sophie Antipole, partiu de iniciativas governamentais.
No Brasil, assim como na França, a estruturação das primeiras iniciativas contou com o apoio do governo federal. A experiência pioneira foi feita em São José dos Campos (SP), no ramo da aeronáutica, com parcerias entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e as indústrias do setor. Atualmente, inúmeros polos tecnológicos estão espalhados pelo país.
Japão e robôs
O Japão é o grande exemplo mundial de concentração de indústrias avançadas. Seu processo de industrialização remonta ao século XIX; após a Segunda Guerra Mundial, passou a investir nos setores siderúrgico e químico, apesar de seus limitados recursos minerais e energéticos. Foram esses setores que sustentaram, a partir do fim da década de 1970, o espetacular desenvolvimento de indústrias voltadas para o consumo direto, principalmente do setor eletrônico.
Além de ter a maior indústria de pesca do mundo, o Japão se destaca na robótica, na microeletrônica e na indústria de produtos elétricos e compete em condições de igualdade com a indústria estadunidense de automóveis. Esse desempenho é obtido graças a uma força de trabalho extremamente qualificada e disciplinada, uma histórica dedicação ao desenvolvimento de indústrias-chave, capital a baixas taxas de juros e uma produção eficiente e altamente rentável.
As principais limitações à expansão industrial são de ordem física, pois as quatro principais ilhas montanhosas que formam o Japão se localizam em uma zona de frequentes furacões e terremotos.
Apesar da crise econômica que assola o país desde o início da década de 1990, agravada pelo tsunami de 2011, o Japão ainda se destaca como potência econômica mundial. O mapa ao lado mostra as regiões industriais do país.
O homem bicentenário
Direção de Chris Columbus. Estados Unidos: Sony Pictures, 1999. 132 minutos.
Adaptação do livro de Isaac Asimov. Uma família estadunidense compra um robô para realizar as tarefas domésticas. Ele, porém, começa a apresentar traços humanos.
Japão: indústria (2010)
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 106.
União Europeia: unir para competir
O objetivo da União Europeia (UE) é, cada vez mais, elevar-se ao patamar de desenvolvimento tecnológico dos Estados Unidos e dos demais países desenvolvidos. Para tanto, vários desafios têm sido enfrentados a fim de aprofundar os laços de união e superar as eventuais divergências internas e desigualdades econômicas no interior de cada país.
Desde o fim da década de 1980, vários projetos têm sido elaborados para reforçar a UE: criação de um sistema único de segurança e defesa; políticas agrícola e industrial integradas; acordos de investimentos e comercialização; fortalecimento do Parlamento Europeu, um dos organismos da UE; entre outros.
Desde a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE), em 1957, que daria origem à UE, o padrão de desenvolvimento dos países-membros tem se elevado. Afinal, abriram-se muitas possibilidades, como o aumento do mercado consumidor, da quantidade de mão de obra disponível e da circulação de capitais, e favoreceu-se o desenvolvimento da rede de comunicações e transportes, que diversifica as possibilidades de dispersão industrial.
Cada país, no entanto, tem suas particularidades e seus problemas. A Inglaterra, por exemplo, enfrenta dificuldades políticas e econômicas para modernizar seu parque industrial. Na França, o elevado deficit público compromete os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. A Alemanha, por outro lado, destaca-se na exportação de produtos industriais de alta tecnologia e pode ser considerada um importante polo mundial de desenvolvimento tecnológico.
Desconcentração industrial
O desenvolvimento dos transportes e das comunicações, a partir da década de 1970, propiciou às empresas novas condições de fragmentação. De acordo com o historiador Nicolau Sevcenko (1952-2014), uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa onde os impostos são menores, as unidades de produção onde os salários são mais baixos, os capitais onde os juros são mais altos e seus executivos vivendo onde a qualidade de vida é mais elevada.
As novas tecnologias também possibilitaram mobilidade. Com a fragmentação e a terceirização, as empresas podem mudar de lugar com extrema facilidade, já que sua gestão pode ser feita a distância (pela internet, por exemplo).
A fragmentação e a mobilidade emprestaram um poder político imenso às grandes corporações, pois elas passaram a barganhar impostos mais baixos, flexibilização da legislação ambiental e incentivos (infraestrutura, mão de obra barata, etc.). Quando não recebem alguns desses incentivos, mudam-se para outro local. Muitas empresas passaram a deixar as antigas regiões onde se localizavam e a buscar novas, em um processo chamado de desconcentração industrial.
No Brasil, até os anos 1970, a maior concentração industrial ficava em torno da capital paulistana, na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Para ter uma ideia, naquela época a região concentrava 36% das indústrias nacionais, enquanto o interior paulista concentrava apenas 6,95%. Nos anos seguintes, a situação se modificou: em 1990, a RMSP passou a ter 21% do total industrial, e o interior, 15,26%. A mudança foi ocasionada pelos incentivos fiscais oferecidos por essas novas regiões e por programas governamentais de desconcentração industrial, como a criação de polos tecnológicos.
Com a desconcentração industrial, muitas indústrias passaram a instalar-se em outras regiões do Brasil. Na foto, indústria automotiva em Goiana (PE), em 2015.
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Fotos Públicas/Rafael NeddermeyeR
A nova divisão internacional do trabalho
A divisão internacional do trabalho (DIT) começou a definir-se no início da colonização do continente americano, no século XVI. Durante o período colonial, as relações econômicas eram extremamente desiguais: as colônias forneciam matérias-primas às metrópoles, como alimentos e recursos minerais, e importavam produtos manufaturados.
Esse modelo de divisão internacional do trabalho, mantido durante séculos, foi ampliado com a colonização da África, ocorrida no século XIX, e não foi eliminado quando as colônias se tornaram independentes.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, o mundo continuava apresentando tal estruturação. A descolonização da África e da Ásia apenas tornou mais evidentes os desníveis econômicos provocados por essa divisão internacional do trabalho, gerada pela dominação imperialista.
A chamada nova divisão internacional do trabalho começou a se desenhar nas décadas de 1950 e 1960 com a expansão das empresas multinacionais, especialmente em países menos desenvolvidos. Os países preferidos para a instalação de tais empresas eram aqueles que já tinham alguma base industrial e mão de obra abundante, além de um mercado consumidor crescente.
O grande salto tecnológico dos parques industriais da Europa, do Japão e dos Estados Unidos na década de 1970, porém, não foi transferido imediatamente para suas filiais instaladas nos países periféricos. Assim, a distância entre os países desenvolvidos e os menos desenvolvidos ficou maior.
Atualmente, apesar de apresentarem crescimento industrial significativo, muitos países da América Latina, da África e da Ásia continuam sendo, principalmente, exportadores de matérias-primas e compradores de equipamentos e de tecnologia, permanecendo dependentes e, portanto, menos desenvolvidos.
Os principais responsáveis por essa novidade da DIT são os países industrializados em desenvolvimento, como Argentina, Brasil e México, e os países que pautaram seu recente crescimento econômico na produção industrial voltada para a exportação, como Malásia, Indonésia e, principalmente, China. Esses países sofreram grande alteração em sua estrutura econômica, como mostra a tabela a seguir.
Países em desenvolvimento: distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 (em %)
|
País
|
Agropecuária
|
Indústria
|
Comércio e serviços
|
Argentina
|
10,4
|
29,5
|
60,1
|
Brasil
|
5,8
|
23,8
|
70,4
|
México
|
3,5
|
36,4
|
60,1
|
China
|
9,2
|
42,6
|
48,2
|
Indonésia
|
14,2
|
45,5
|
40,3
|
Malásia
|
9,3
|
34,7
|
56,0
|
Fonte: THE WORLD Factbook. Disponível em:
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