Manual do professor solange dos santos utuari ferrari



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. Acesso em: 12 mar. 2015.

Dica didática: a proposta é conversar com os alunos sobre a letra da música Etnia, que vimos na seção Vem Cantar!, fazendo uma leitura comparada entre imagem e música. Aprofunde com os alunos a pesquisa sobre o significado das palavras etnia, afrodescendência e miscigenação (aproveite os boxes Ampliando do capítulo). Apresente também o ritmo do manguebeat, também descrito em boxe Ampliando. Para saber mais sobre Chico Science & Nação Zumbi, pesquise nos sites oficiais: e .
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LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

- Risca e rabisca

Observe a imagem a seguir.



Figura 22

Guilherme Kramer. 2011. Técnica mista sobre papel. Coleção particular



Holi, série Multidões, de Guilherme Kramer, 2011. Técnica mista sobre papel.

Agora, leia este trecho de letra de música.

A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz

Trecho da música A raça humana. GIL, Gilberto. A raça humana. Intérprete: Gilberto Gil. In: _____. Raça humana. Rio de Janeiro: Warner Music, 1984. LP. Lado B, faixa 9.


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Veja, a seguir, as imagens criadas pelo artista brasileiro Guilherme Kramer (1978), que hoje trabalha em Barcelona, na Espanha.



Figura 23

Série de imagens mostrando o processo de criação do artista Guilherme Kramer. Nascido em São Paulo, hoje ele vive e trabalha em Barcelona.

Acervo Guilherme Kramer

Um pequeno traço, uma pincelada, mais linhas, formas, tons, texturas e contrastes vão surgindo. São rostos de pessoas, multidões. Às vezes, surgem em folhas de papéis. Em outras, em uma parede inteira. É o jeito de o artista falar sobre a raça humana que vive, trabalha, se aglomera em grandes cidades, ri, chora, sonha e também “risca, rabisca, pinta a tinta, a lápis, carvão ou giz”, como canta Gilberto Gil em sua música A raça humana.


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Os elementos das linguagens visuais

Todas as imagens são criadas com base em combinações de elementos de linguagem.

Os elementos da linguagem das artes visuais são, basicamente: linha, ponto, forma, cor, luminosidade e espaço.

Para criar um desenho usando um lápis grafite, por exemplo, você traça linhas. Quando essas linhas estão mais próximas ou separadas, percebemos luminosidades, texturas ou volumes.

Podemos traçar linhas de diferentes espessuras, formatos e em direções diversas. Podemos entrelaçá-las, unir uma linha a outra e assim criar formas figurativas ou abstratas entre outras possibilidades.

Observe este detalhe da obra de Kramer.



Figura 24

Detalhe da criação de Kramer.

Guilherme Kramer. 2011. Técnica mista sobre papel. Coleção particular

Do mesmo modo, as cores também podem ser combinadas para nos dar a sensação de profundidade, volumes, efeitos de luminosidade, como na arte de Guilherme Kramer. O espaço pode ser bidimensional, como uma folha de papel ou uma parede. Medimos uma superfície bidimensional por sua altura e largura, ou seja, em duas dimensões. A gravura, a pintura e o desenho, em suas diferentes modalidades e técnicas, quando utilizados em suportes de duas dimensões, são considerados linguagens bidimensionais.



AMPLIANDO
Bidimensionais são formas e espaços que possuem duas dimensões, altura e largura.
No universo das artes, suporte é a superfície em que são feitos diferentes trabalhos artísticos. Papéis, tecidos, pedras, materiais tecnológicos e até mesmo o próprio corpo humano podem ser considerados um suporte. Cada tipo de suporte pode ter infinitas possibilidades artísticas.
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AÇÃO E CRIAÇÃO

- Técnicas mistas e suas materialidades

Figura 25

Mariana Waechter

Muitos artistas utilizam diferentes materiais em suas produções. Vimos, na imagem da obra Assentamento, as técnicas do lápis grafite, da tinta aquarela e de gravação de imagem por transferência. O que você acha de experimentar essas misturas?

Como já comentamos, para fazer arte você precisa escolher assuntos, estilos ou temas, conhecer os materiais com os quais vai trabalhar e também saber aproveitá-los ao máximo. Essas ações realizadas pelos artistas, pintando, desenhando, fazendo gravuras, esculpindo, modelando, cantando, tocando, encenando, entre tantas formas de arte, são os procedimentos artísticos.



O lápis e a grafite

Observe a tirinha a seguir.



Figura 26

Tirinha Armandinho, de Alexandre Beck.

Alexandre Beck
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Na tirinha, Armandinho, personagem de histórias em quadrinhos, quer pintar com todas as cores que vê. Quando você era pequeno, também queria pintar o mundo?

Estamos acostumados a desenhar desde pequenos. Papel, lápis e um mundo de possibilidades! É uma das formas mais acessíveis de brincar e de fazer arte. Um dos materiais que mais temos usado na escola é o lápis grafite. Você sabe como esse lápis foi inventado?

Já faz muito tempo que as pessoas riscam, rabiscam e desenham. No início da história da criação de imagens, foram usados bastões de carvão, de argila e outros materiais. Os lápis que conhecemos hoje, como lápis grafite, lápis de cor, lápis Conté e tantas outras variedades, começaram a existir em 1795, inventados por um químico francês, Nicolas-Jacques Conté (1755-1805).

Um dos materiais mais comuns para desenhar são os lápis grafite. Hoje, existem vários tipos de lápis grafite, classificados em HB, 2B, 4B, 6B e tantos outros. Com essa variedade de lápis, podemos obter vários efeitos de luz e sombra, texturas e profundidade.

AMPLIANDO
Lápis Conté é um tipo de lápis usado por desenhistas em todo o mundo. Recebeu esse nome em homenagem ao inventor do lápis moderno. São um pouco mais largos, o que permite fazer traços mais finos e lisos.

Figura 27

Lápis Conté.

DOTTA2
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PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Vamos aprender a explorar mais possibilidades com o uso do lápis grafite?

Usando diferentes tipos de lápis grafite, do mais macio ao mais duro, faça experiências riscando sobre uma folha de papel. Explore também as posições do lápis. Faça um estudo para descobrir com quantos traços você pode desenhar.

Para tirar o máximo de proveito desse material, sugerimos que você:

pesquise os traços feitos por diferentes tipos de lápis grafite;

teste várias possibilidades de desenhar – faça linhas bem próximas umas das outras, linhas mais afastadas, cruze linhas, entre várias opções;

aperte (usando mais força) ou solte (menos força) o traço do lápis na folha de papel;

explore diferentes suportes para desenhar, como: sulfite, papéis de gramatura mais encorpada (mais finos e mais grossos), texturizações (com estampa ou sem), cadernos de desenho ou folhas soltas;

estude e perceba quantos traços e tons você pode conseguir, descobrindo intensidades e misturando cores;

pesquise como os artistas usam traços e tonalidades nos seus desenhos;

estude como ilustradores e desenhistas criam seus desenhos.



Figura 28

Estilos de traços feitos com lápis grafite.

Mariana Waechter
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Aquarelas

Observe a imagem a seguir.



Figura 29

Crianças pintando com tinta aquarela.

Jamie Grill/Getty Images

As tintas são tão antigas quanto a própria arte. Nasceram nas primeiras pinturas rupestres, na Pré-História, em que as pessoas daquele tempo misturavam três elementos básicos para criar tintas e que são utilizados até hoje (artificiais ou naturais):

pigmentos – são substâncias naturais ou artificiais (pós coloridos) usadas para dar cor às tintas; podem ser extraídos no mundo animal, vegetal ou mineral, como também ser fabricados por meio de processos químicos;

Figura 30

Pigmentos usados para dar cor às tintas.

AAR Studio/Shutterstock/Glow Images
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solventes – são substâncias que servem para diluir ou controlar a consistência das tintas; no uso escolar, o solvente mais recomendável é a água, porque é um solvente não tóxico (de preferência tintas à base de água, para evitar intoxicações);



Figura 31

Solvente para tintas.

DOTTA2

aglutinantes – são substâncias que ajudam a fixar as tintas sobre os suportes; como exemplos, podem ser usadas substâncias como resinas, gema de ovo, óleos, entre outras.



Figura 32

Gema de ovo e óleo podem ser usados como aglutinantes.

Africa Studio/Shutterstock/Glow Images

Misturando esses três elementos, podemos fazer nossas próprias tintas.


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PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Como fazer tintas para aquarela

Figura 33

1 Para cada cor, misture em uma vasilha 2 colheres (de sopa) de goma arábica (encontrada em papelarias) – será o nosso aglutinante.

Figura 34

2 Aplique 10 gotas de anilina comestível (usada para colorir doces e bolos) – será o nosso pigmento.

Ilustrações: Rafa Anton



Figura 35

3 Aplique 2 colheres (de sopa) de água – será o nosso solvente.

Figura 36

4 Misture bem até a cor ficar homogênea.

Depois de misturar os elementos da tinta aquarela, é hora de conhecer melhor as possibilidades desse tipo de tinta.

Faça várias experiências para sentir esse material e perceber que há varias formas de pintar. Por exemplo:

use a tinta mais espessa e depois vá colocando água para ver as várias tonalidades que consegue;

passe uma cor sobre o papel e deixe-a secar; depois, passe outra cor por cima e note o efeito de transparência;

molhe metade de uma folha de papel com água antes de pintar; use as duas metades da folha (veja a diferença de pintar sobre superfícies úmidas e secas);

experimente vários tipos de pincéis − largos, finos, médios (os pincéis mais macios são melhores para pintar com aquarela);

crie esboços, explore tonalidades, traços, combinações de cores.

Pesquise, experimente e crie!
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Impressão de imagens por transferência

A técnica de impressão de imagens por transferência possibilita trabalhar com imagens fotográficas.

Na entrevista da seção Palavra do artista, Rosana Paulino falou sobre sua forma de criar e sobre a poética pessoal.

E o que é poética?

Cada um tem um jeito de ser e de fazer as coisas. Cada pessoa se expressa de modo diferente. Por exemplo, mesmo que as pessoas que você conhece falem a mesma língua, cada uma pode falar de um jeito particular. O tom da voz, a expressão do corpo, utilizando gestos para se comunicar melhor, os assuntos preferidos e outros detalhes que marcam a personalidade e maneira de ser de cada pessoa, tudo isso faz de nós pessoas diferentes, com jeitos diversos de ser e de viver.

Você já parou para pensar como somos diferentes uns dos outros? Isso é muito bom! As diferenças promovem trocas de experiências, de informações e de percepções que enriquecem a vida, ampliam as ideias e a criatividade.

O que mais chama a sua atenção nessas diferenças? Que ideias vêm a sua cabeça? O que você quer criar na arte? Como você quer fazer a sua criação?

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Vamos aprender a transferir imagens?

Após escolhermos as fotografias que vamos utilizar na criação, é preciso fazer um processo de transferência para o papel em branco. Depois, é trabalhar nossa arte sobre essa imagem usando vários materiais, como lápis e tintas.

Que tal fazer experiências como essas e criar seus próprios projetos de arte? Veja algumas dicas.

Figura 37

1 Para usar a técnica de transferência de imagem, primeiro escolha um tema, assunto ou forma para trabalhar sobre essa ideia. Selecione a imagem.

Figura 38

2 Imprima essa imagem em cores ou em preto e branco, utilizando uma impressora de jato de tinta comum.

Ilustrações: Rafa Anton


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Figura 39

3 Mergulhe o papel impresso por alguns segundos em uma forma de bolo retangular com água fria.

Ilustrações: Rafa Anton



Figura 40

4 Retire e deixe escorrer o excesso de água.

Figura 41

5 Depois, coloque delicadamente o papel com a imagem impressa sobre outra folha de papel, use folhas mais encorpadas, como cartolina ou papel específico para aquarela.

Figura 42

6 A imagem deve ser colocada com a parte da impressão voltada para a folha em branco. Coloque outra folha sobre as duas primeiras para que fiquem protegidas e não rasguem.

Figura 43

7 Pelo verso da folha impressa, esfregue utilizando uma colher de pau (de cozinha).

Dica didática: sugerimos que o foco em momentos do fazer artístico seja sempre com base nos interesses dos alunos. A proposta de apresentar obras de arte e depoimentos de artistas – além da intenção de nutrir o repertório cultural e artístico dos alunos – é a de estimular neles o desenvolvimento das suas poéticas.

Retire a folha impressa com cuidado para não grudar na de baixo. Esse processo deve ser rápido porque a folhas podem ficar presas uma na outra.
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MUNDO CONECTADO

- As artes abraçam as ciências

Observe as ilustrações a seguir, sobre as classificações e os efeitos do lápis grafite.

Figura 44

Classificações e efeitos do lápis grafite no papel.

Ilustrações: Editoria de arte

Figura 45

Classificações e efeitos do grafite, do mais duro ao mais macio.

9H 8H 7H 6H 5H 4H 3H 2H H HB B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9H 9B

Mais duro Médio Mais macio

O lápis grafite é feito com base em um mineral, a grafita, que é uma das composições de carbono encontradas na natureza.

Podemos ter vários tipos de lápis ao misturar o pó da grafita a quantidades de argila e outras substâncias. Os químicos pesquisaram que, para moldar melhor essa mistura em bastões maciços, era preciso aquecê-la em altas temperaturas e, assim, conseguir diferentes graus de dureza.

O lápis que tem mais grafita e menos argila é mais escuro porque deixa mais grafite sobre o papel. Quando tem maior quantidade de argila na composição do grafite, o lápis permite efeitos de tons mais claros.
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LINGUAGEM DA MÚSICA

- Este som é a nossa cara!

Observe a imagem a seguir.



Figura 46

Apresentação do grupo Nação Zumbi em 1998, com Jorge Dü Peixe substituindo Chico Science nos vocais.

Robin Little/Getty Images

Instrumentos eletrônicos, como baixo e guitarras, e instrumentos tradicionais da cultura brasileira, como atabaques e alfaias, sendo tocados juntos. O som do antigo e do novo, tudo junto e misturado. O movimento do manguebeat (ou manguebit) teve como marca registrada a presença das tecnologias usadas para a música em sintonia com sons de instrumentos muito antigos, como os tambores regionais do Nordeste e outros instrumentos de percussão. Ainda hoje, o grupo Nação Zumbi tem primado por essa mistura. O movimento manguebeat também se preocupava com a vida social e o meio ambiente, principalmente em relação à preservação da natureza dos mangues e da tradição cultural dos seus moradores.


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O manguebeat mistura ritmos e tradições folclóricas nordestinos, principalmente o maracatu, com rock, hip-hop e música eletrônica, explorando de maneira original a fusão entre cultura nacional (como o maracatu) e cultura estrangeira (como o rock norte-americano e inglês), integrando tradição com modernidade. Os principais divulgadores do movimento foram Chico Science e seu grupo Nação Zumbi, Fred Zero Quatro (ou Fred 04) e o grupo Mundo Livre S/A.



Figura 47

Chico Science em show com figurino inspirado nas fantasias do maracatu.

Marcelo Soubhia/Folhapress

Agora, que tal organizar sua própria nação de maracatu?

Primeiramente, é interessante conhecer mais sobre as manifestações tradicionais e suas características, como roupas, adereços, personagens, cantos e danças típicas. Atualmente, além de ainda existirem muitos eventos de culturas tradicionais, há também alguns que se caracterizam pela mistura de elementos atuais e das apropriações da cultura popular, como a realizada no manguebeat.

As possibilidades para a organização da nação de maracatu do seu grupo, de sua classe ou de sua escola são vastas. Pode-se ter um grupo criado com base nos elementos tradicionais, com toques particulares introduzidos por você e os colegas, ou uma nação contemporânea, que reúna, por exemplo, o maracatu ao funk brasileiro, criando um “maracafu” ou “maracafunk”. Podem-se criar letras sobre temas da realidade de todos, da escola, do bairro, do estado, do país e do mundo, brincando com as palavras e os ritmos.

Depois de organizado e ensaiado, é só preparar o festejo e celebrar!

Dica didática: sobre o manguebeat, pode-se investigar o que é o mangue e o que é o termo inglês beat. Eleger o mangue como título de um movimento está relacionado com sua proposta ideológica, política. Qual é a cultura que existe no manguezal? Por que ela seria exaltada nesse movimento? A organização de uma nação de maracatu pode ser um projeto curto, incluindo pesquisa, invenção, experimentação e improvisação, ou pode ser elaborado como um projeto maior, com uma pesquisa sistematizada, confecção e produção de roupas e adereços, consolidação de composições musicais com letras e melodias, ensaios e apresentação para os colegas de escola e/ou para toda a comunidade. Por vezes, projetos de maior escala acabam por mobilizar diversos atores de dentro e fora da escola, agenciando um fluxo muito intenso de energia criativa, e transformam positivamente o envolvimento de pais, alunos e membros da comunidade com a unidade escolar.
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AÇÃO E CRIAÇÃO

- Vamos criar uma playlist?

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

E que tal organizar um sarau com os colegas para mostrar suas escolhas musicais e conhecer as deles?

O sarau pode ser um evento na sala da sua turma ou reunindo a escola. Você e os amigos também podem criar um espaço em redes sociais ou no site da escola, caso ela tenha, para indicar quais são suas músicas preferidas e realizar debates sobre que influências essa música recebeu. Há toda uma história de como cada estilo surgiu. Por exemplo: se você gosta muito de samba, é a oportunidade de conhecer mais sobre suas preferências e a dos colegas.

Sabia que existem muitos ritmos e estilos e que cada um tem sua história de influências? O mesmo acontece com o forró, o rock, o jazz, a música regional, o funk, entre outros.

Veja um exemplo de sarau na imagem a seguir.

Figura 48

Sarau na Tenda Cultural da Estação de Ouro Preto, Minas Gerais.

Acervo Trem da Vale

Outra ideia é criar um movimento cultural no seu bairro para valorizar a cultura musical do lugar. Você e a turma podem escrever um manifesto falando de como é a cultura musical local.

AMPLIANDO
Manifesto é um texto que expõe as ideias, pensamentos e propostas de um movimento.
Playlist é uma lista com suas músicas preferidas. Pode ser uma lista escrita ou arquivos de música que você reúne em um CD, em um pen drive ou no celular para ouvir.
Sarau é um encontro de amigos em homenagem à arte! As pessoas se reúnem para conversar e ler poesias e contos, ouvir músicas, cantar e tocar instrumentos, dançar, contar histórias, fazer performances, entre tantas formas de arte. Os saraus podem ser feitos em qualquer lugar que as pessoas queiram se reunir para compartilhar suas preferências no universo das artes.
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MISTURANDO TUDO!

Neste capítulo, vimos exemplos de artes visuais, de música e movimentos culturais, da mistura de culturas e suas influências na história dos povos.

O que a obra Assentamento, de Rosana Paulino, tem em comum com a música Etnia, de Chico Science & Nação Zumbi?

Olhando para as pinturas dos artistas afrodescendentes citados neste capítulo, como você percebe a mistura de culturas?

Qual é a sua história e da sua família? Você já pensou sobre isso? Que tal pesquisar com seus parentes ou responsáveis?

A arte expressa a mistura cultural do povo brasileiro?

Pesquise sobre quais foram os ritmos e gêneros que influenciaram o movimento manguebeat. Que tal ouvir mais músicas desse estilo?

E as suas músicas preferidas? Quais são? Que sonoridades marcam a sua memória? Escreva no caderno o que você descobriu.

Faça um desenho de um lugar do qual você se lembra pela paisagem sonora, pelas músicas que o influenciaram naquele momento.

De povos e culturas diferentes nasceram muitas manifestações, como as de Chico Science que comunicou em suas letras nossas tradições e nossa atualidade. Tradições vivas nas manifestações do maracatu, da capoeira, do bumba meu boi, do frevo, do samba e tantos outros ritmos e gêneros Brasil afora, preservados integralmente ou misturados com as novas influências, comprovando que não há “nada de errado em nossa etnia”!

Que outros artistas afrodescendentes você gostaria de conhecer mais de perto? Qual linguagem artística estudada neste capítulo você gostaria de aprender mais?

Anote em seu diário de artista o que você aprendeu neste capítulo, seus comentários e suas reflexões sobre esse conteúdo.



Dica didática: sobre estas questões, há muitas possibilidades de resposta. Estimule os alunos a expor suas ideias livremente. Espera-se que os saberes relacionados às propostas dos artistas tenham ampliado a visão dos alunos sobre a formação cultural brasileira e que reflitam sobre questões de pluralidade cultural, preconceitos, injustiças sociais e sobre as suas próprias histórias.

Dica didática: espera-se que os alunos fiquem curiosos por saber mais sobre arte e que procurem ter autonomia nas suas pesquisas, descobertas e vida cultural. Estimule-os nesta jornada.
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Capítulo 2 - O REINO

Arte e você em:
Brincantes ao som do gonguê
Histórias dançadas e cantadas
Ouvido musical
Linguagem da música
Linguagem da dança

Figura 1

Stringer/Brazil/Reuters/Latinstock

Crianças participam de grupo de carnaval tradicional, conhecido como Maracatu Cambinda Brasileira, em Engenho Cumba, Pernambuco, 2013.
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FIGURA EM PÁGINA DUPLA COM A PÁGINA ANTERIOR


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VEM DANÇAR!

Figura 2

Imagem de apresentação do grupo Maracatu Baque Solto, em Folguedos, Pernambuco.

Ita Kirsch/Argosfoto

Quem és tu, amigo brasileiro?


Que cores tens?
O que festejas?
Carregas alguma bandeira?
Como é o chão de tua nação?
Há tambores e canto no teu refrão?
Que festas já dançaste?
Foste rei, soldado, boi, caboclo ou palhaço?
Onde já estiveste com pés e mãos?
Onde foste com a imaginação?
Na terra em que estás, amigo brasileiro, onde moram as luzes da tradição?
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VEM CANTAR!

Observe a ilustração e leia o texto poético.



Figura 3

Ilustração de Chico Rei.

Mariana Waechter

Quem já ouviu falar de um rei


chamado Chico?
Parece nome de realeza?
Principalmente da portuguesa?
Agora, só podemos vislumbrar,
com jeitos de imaginar,
que história é essa
que a canção quer contar.
Rei, luta, tribo, libertar...
Céu, estrelas, ondas do mar...
Ouro, fé, noite e luar.
São palavras que nos tiram daqui
e sopram nossa mente
para algum outro lugar.

Poema dos autores especialmente para esta obra.


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Agora, leia o trecho da letra de música a seguir.

[...]

Quem quiser entender o que eu digo


comece a prestar a atenção
Essa é estória de um rei,
que é, como sei,
a estória de alguém com bastante visão

Quem é rei como Chico Rei,


luta para se libertar
cuida de si e da tribo
é firme e amigo,
vence o inimigo sem ninguém matar

Olha o céu toda noite


saúda Deus no luar
e tudo e todos, até as estrelas consegue escutar.

[Repetição]


Ah!... Saúda Deus no luar,
e tudo e todos, até as estrelas consegue escutar!

Quando eu vim de lá da ladeira


foi pelas ondas do mar
foi pelas ondas do mar laçada de fita
na ponta da vela do pombo real

Liberdade se compra com ouro


ouro da mina interior
ouro da paz e da fé, da sinceridade,
da cara e coragem, com muito suor.

Olhe o céu esta noite


veja que lindo luar
se tudo e todos, até as estrelas consegue escutar

[...]


Trecho da letra da música Chico Rei. KATER, Carlos. Chico Rei. Disponível em:
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