Geografia 6º ano



Yüklə 1,51 Mb.
səhifə8/49
tarix06.09.2018
ölçüsü1,51 Mb.
#77867
1   ...   4   5   6   7   8   9   10   11   ...   49
. Acesso em: 26 jan. 2015.

Em sua opinião, qual é a posição do jornal O Globo sobre os conflitos envolvendo territórios indígenas no Brasil? Justifique sua resposta no caderno utilizando dois argumentos presentes no texto.

A Bolívia é um país sul-americano que faz fronteira com o Brasil. Governada pela minoria branca e descendente de espanhóis que lá se estabeleceu durante o período colonial, possui uma população que é majoritariamente de origem indígena.

Como no Brasil, as populações indígenas na Bolívia são étnica e culturalmente diferentes umas das outras. Ao todo, há mais de trinta idiomas no país. Os grupos locais também se diferenciam pelas suas crenças e hábitos de alimentar e de se vestir. Até recentemente, o espanhol era considerado o único idioma oficial do país – apesar de não ser a língua nativa da maior parte da população.



Página 67

As imagens a seguir mostram indígenas de diferentes regiões da Bolívia.



Fig. 1 (p. 67)

Índios guaranis em Chuquisaca, Bolívia, 2007.

DAVID SANGER/GETTY IMAGES

Fig. 2 (p. 67)

Boliviana com criança em Isla del Sol, com as águas do Lago Titicaca ao fundo, Bolívia, anos 2000.

DAVID HOGSHOLT/GETTY IMAGES

As fotos acima evidenciam que indígenas do mesmo país podem vestir-se de formas bem diferentes. Nesse caso, eles também falam idiomas distintos.

No ano de 2009, o novo governo local submeteu uma nova Constituição a um referendo popular. Esse referendo popular foi aprovado e determinou a mudança do nome do país para Estado Plurinacional da Bolívia. Ao reconhecer a plurinacionalidade de seu país, a nova Constituição declarou oficiais todos os idiomas falados nele – sendo o espanhol a língua comum a toda a população.

Glossário
Referendo: consulta popular que acontece por meio de votação.

Apesar dos casos de intolerância religiosa e cultural presentes no mundo, o governo boliviano apresentou outro encaminhamento para a questão. Ao conceder participação política à sua população e reconhecer a sua diversidade nacional, o Estado mostrou que é possível haver coexistência entre diferentes culturas em um país e conceder os mesmos direitos à sua população.



Questionando
Os termos “índio” e “indígena” são utilizados para referir-se a certos grupos humanos que a princípio possuem as mesmas características étnicas e culturais – e por isso recebem a mesma classificação.
Você concorda com a afirmação de que os indígenas são todos iguais? Explique a sua resposta no caderno, utilizando as informações presentes neste capítulo.

Página 68

Interdisciplinaridade

A seleção da Costa do Marfim e o fim da guerra civil no país

A Costa do Marfim, assim como os outros países africanos, possui uma população com diferentes etnias e crenças religiosas.

Em 2002, depois de uma série de conflitos envolvendo a nacionalidade e a origem das pessoas no país, iniciou-se uma guerra civil. A região norte do país, de maioria muçulmana e de origem imigrante, passou a ser governada pelos rebeldes. Já a região sul, de maioria cristã, onde a população se intitulava representante da verdadeira nação marfinense, ainda era controlada pelo governo.

O conflito deixou milhares de mortos e centenas de milhares de refugiados. O país passou a ter duas capitais: Abidjan (controlada pelos governistas) e Bouaké (controlada pelos rebeldes). No ano de 2005, após a classificação do país para a Copa do Mundo de 2006, deu-se a primeira iniciativa de paz entre ambos os lados.

A vitória sobre o Sudão garantiu a primeira participação da Costa do Marfim em uma Copa do Mundo. Emocionados, os jogadores da seleção gravaram um vídeo dentro do vestiário, o qual foi transmitido para o restante do país pela televisão. Nele, o astro do time, Didier Drogba, pede para que sejam convocadas novas eleições e que todos os envolvidos perdoem uns aos outros.

Em 2007, Drogba foi eleito o melhor jogador africano da temporada. Quando chegou a seu país, convidou o presidente a acompanhá-lo até Bouaké (capital rebelde) para mostrar a taça à população. O presidente aceitou e, quando chegaram à capital rebelde, foram aplaudidos por toda a população.

No mesmo ano, Drogba pediu à seleção da Costa do Marfim que fizesse um jogo em Bouaké, algo que não acontecia há anos. Ele foi atendido e o time goleou a seleção de Madagascar por 5 a 0. No jogo estavam presentes os líderes de ambos os lados do conflito, que passaram a negociar o processo de paz e as eleições, as quais aconteceriam três anos depois.

Leia esse trecho do discurso de Didier Drogba, realizado logo após a classificação da seleção da Costa do Marfim para a Copa do Mundo de 2006.

“Homens e mulheres do norte, do sul, do leste e do oeste. Provamos hoje que todas as pessoas da Costa do Marfim podem coexistir e jogar juntas com um objetivo em comum: classificar-se para a Copa do Mundo. Prometemos a vocês que essa celebração irá unir todas as pessoas. Hoje, nós pedimos, de joelhos: Perdoem. Perdoem. Perdoem. O único país na África com tantas riquezas não deve acabar em uma guerra. Por favor, abaixem suas armas. Promovam as eleições. Tudo ficará melhor. Queremos nos divertir, então parem de disparar suas armas. Queremos jogar futebol, então parem de disparar suas armas. [...] Não somos xenófobos, somos gentis. Não queremos este fogo, não queremos isto de novo.”

NAGAMINE; Guilherme; DONKE, André; SANTOS, Jean Pereira. Lado B da Copa: Drogba, o craque que mudou um país com um discurso de 76 segundos. ESPN.com.br, 6 maio 2014. Disponível em: . Acesso em: 22 jan. 2015.

Agora responda no caderno: Por que Didier Drogba busca convencer a população de seu país que eles não são xenófobos, mas sim gentis, para acabar com a guerra?

Glossário
Xenófobo: aquele que não gosta de pessoas de outras nacionalidades.

Fig. 1 (p. 68)

Fãs cercam Drogba Didier quando o avião presidencial chega ao aeroporto Felix Houphouet Boigny em Abidjan, 2005.

KAMPBEL/AFP/GETTY IMAGES)

Página 69

Estudos do capítulo

Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.



Atividades

1 É possível afirmar que os diferentes povos do mundo possuem os mesmos hábitos culturais? Explique sua resposta utilizando os exemplos presentes neste capítulo.

2 Você defende a existência de territórios indígenas no Brasil? Justifique sua resposta.

3 Copie a alternativa correta em seu caderno.
a) Os países são formados por apenas um tipo de povo, que fala apenas um idioma.
b) Todos os países possuem o mesmo tamanho.
c) Todos os povos possuem um Estado.
d) No mundo existem povos sem Estado e Estados que possuem muitos povos diferentes.

4 Explique o que é território para a Geografia.

5 É possível afirmar que todos os povos possuem um Estado próprio? Explique sua resposta com exemplos discutidos no capítulo.

6 De que forma a Bolívia passou a tratar a questão da diversidade cultural dentro de suas fronteiras, a partir de 2009? Como essa política diferencia-se de outros exemplos presentes no mundo?

Interpretando a mídia

7 Leia o trecho da música “Aculturado”, de Itamar Assumpção.

Culturalmente confuso


Brasileiro é aculturado
Líbio, libanês, árabe e turco
Acha farinha do mesmo saco

ASSUMPÇÃO, Itamar; VASCONCELOS, Naná. Isso vai dar repercussão. Gravadora Tratore, 2010.

Esta música refere-se aos líbios, libaneses, árabes e turcos – povos diferentes, mas que muitas vezes são confundidos.

Por que o compositor chama o brasileiro de “aculturado”?



Glossário
Aculturado: aquele que tem, à sua cultura, fortemente agregados elementos de outras culturas a ponto de ficar com poucas referências de sua própria.

Página 70

DH Direitos Humanos

Leitura

As mulheres de Kobane e a luta por autodeterminação

Como vimos na página 64, os curdos são um povo que se espalha por diversos países e que luta para ter reconhecido seu direito de possuir também seu próprio país. Mas por que é tão importante para os curdos, assim como para outros povos ao redor do mundo, ter um país próprio?

A luta dos curdos pelo Curdistão está diretamente ligada à falta de direitos políticos e sociais desse povo e ao desrespeito e tratamento desigual que recebem por viverem no território de outros países, como a Turquia e o Iraque. Assim, ter um país significa possuir controle sobre um território, ou seja, poder decidir as regras e as leis em comum que todas as pessoas que nele vivem devem seguir. Chamamos isso de soberania: o direito de um povo de ter controle sobre o lugar em que vive sem interferência de outros povos ou países. Esse direito, que pode ser garantido com base na constituição de um Estado Nacional reconhecido internacionalmente por outros Estados Nacionais e por organizações internacionais, como a ONU, garante aos povos a possibilidade de autodeterminação de suas próprias leis e regras e de participar ativamente dos assuntos públicos, ou seja, aqueles que são de interesse de todos.

Leia:


Todos os chamados assuntos públicos apresentam, como exigência, ao menos uma das seguintes características:
a) são sempre temas com conteúdo (núcleo) de interesse social;
b) são assuntos que merecem atenção e proteção, pois são suscetíveis de violações;
c) são assuntos, em regra, chamados para tratamento por via dos mecanismos estatais, mas sua resolução independe do Estado politicamente organizado.

Contudo, pode-se questionar: como identificar um tema, uma causa ou uma demanda com natureza de assunto público? Aqui, trata-se de causas, fatos ou circunstâncias que sempre demandam interesses qualificados, necessidades fundamentais da pessoa humana de grupos de interesses. Ou seja, são temas que afetam completamente todo o conjunto da sociedade.

Por outro lado, o grau de participação de uma sociedade nos assuntos públicos é um importante indicador para a democracia. O Estado tem como recurso a comunicação com os cidadãos por meio da ação política, considerada a opinião pública. Esse recurso é o medidor qualitativo da relação entre o Estado e a sociedade.

BRASIL. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Direito à participação em assuntos públicos. Brasília: Coordenação Geral de Educação em SDH/PR, Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, 2013. p.18.



Página 71

Atividade

Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.



Pesquisa e debate

Fig. 1 (p. 71)

MARIO YOSHIDA

Curdistão

Nahr Diyalá

ARMÊNIA

GEÓRGIA

AZERBAIJÃO

LÍBANO

JORDÂNIA

TURQUIA

IRÃ

Bagdá

Damasco

Beirute

Tbilisi

Baku

Jerevan

IRAQUE

44° L

36° N

Lago Úrmia

Lago Van

Mar Negro

Mar Cáspio

Rio Eufrates

Rio Tigre

Rio Tigre

Mar Mediterrâneo

0 130 km


Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Altas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.

Em 2014, na cidade síria de Kobane, milhares de curdos auto-organizados enfrentaram as forças do Estado Islâmico, grupo paramilitar terrorista que busca a implantação de um estado religioso na região. Os curdos venceram o combate, e Kobane passou a ser conhecida mundialmente não apenas pela vitória curda, mas pela forma de organização de seus combatentes, o que incomodou inclusive os Estados Nacionais da região, especialmente no que diz respeito às mulheres.

Forme um grupo com mais três colegas e pesquise em jornais, revistas ou sites da internet informações sobre a organização das combatentes curdas, as suas reivindicações sobre o território de Kobane e também sobre os direitos das mulheres. Você pode basear sua pesquisa em perguntas como:
- Como se dá a participação nos assuntos públicos em Kobane?
- Por que as mulheres de Kobane destacaram-se no enfrentamento ao Estado Islâmico?
- Que direitos as mulheres curdas reivindicam? Como isso se relaciona com o papel histórico da mulher na região?

Depois da pesquisa, os grupos podem apresentar suas descobertas com a ajuda de painéis e realizar um debate com base na seguinte questão: Por que as propostas do(a)s combatentes de Kobane para administrar seu próprio território desagradam tanto o Estado Islâmico quanto os Estados Nacionais da região, como a Turquia e o Iraque?

Bom debate!

Página 72

Cidadania

Leitura

Os índios mundurukus e sua luta pela terra

Um país não representa necessariamente apenas uma nação, como vimos na página 65. O Brasil é um ótimo exemplo: atualmente, são mais de trezentas etnias diferentes vivendo em nosso território, representando diferentes nações.

A Constituição Federal de 1988 reconhece a posse da terra como um direito fundamental para a garantia de diversos outros direitos das etnias indígenas. Leia:

Título VIII - “Da ordem social”

Capítulo VII – “Dos índios”

Artigo 231 - São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

1. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

2. As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios, dos lagos nelas existentes.

3. O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivadas com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados das lavras, na forma de lei.

4. As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas são imprescritíveis.

DIREITOS INDÍGENAS na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


Yüklə 1,51 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   4   5   6   7   8   9   10   11   ...   49




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin