A biblioteca de Pinelli
Existe um debate lendário que eu gostaria de recuperar aqui. Como se sabe, uma das maiores coleções de todos os tempos foi a do humanista italiano Gian Vincenzo Pinelli. De alguma forma, seu prestígio estimulou os humanistas da época a solicitar exemplares e alguns autores, como Escalígero, os obtiveram.
Segundo Charles Schefer, a coleção foi transferida para Nápoles em três navios e, quando se encontravam entre Veneza e Ancona, um grupo de piratas turcos, acreditando que transportavam ouro ou pedras preciosas, seqüestrou os navios e, ao que parece, afundaram pelo menos um deles, com 33 caixas de livros antigos. Posteriormente foram recuperadas 22 caixas, mas 11 se perderam. Destas 11, duas continham quadros e desenhos, outras, instrumentos matemáticos e oito guardavam livros.
O restante foi armazenado pelos herdeiros num sótão e vendido ao cardeal Federico Borromeo para consolidar a biblioteca Ambrosiana em 1609, embora haja manuscritos na biblioteca do Vaticano e na Biblioteca Nacional da França. Suspeita-se que o original de um manuscrito árabe de Leão Africano estivesse entre os textos destruídos.
De acordo com outra versão, a biblioteca que sofreu essa perda foi a de Maffei (ou) Pinelli, destruída em parte ao ser transportada de Veneza a Londres. Ao que parece, um conhecido vendedor de livros de Pall Mall, chamado James Edwards (1720-1816), comprou em Veneza, por seis mil libras, a célebre coleção com manuscritos gregos, latinos e italianos originais, organizada desde o século XI até o século XVI, e no traslado foi vítima do ato vândalo. William Blades foi um dos maiores defensores dessa hipótese equivocada.
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