Tempos modernos tempos de sociologia helena bomeny



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Sites

Fundação Nacional do Índio (Funai): . Acesso em: maio 2016.

Fundação Palmares: . Acesso em: maio 2016.

Ministério do Trabalho e da Previdência Social (MTPS): . Acesso em: maio 2016.

Organização Internacional do Trabalho – Brasil (OIT-BR): . Acesso em: maio 2016.

Filmes

Nome de família. EUA, 2007, 122 min. Direção de Mira Nair.

A festa de Babette. Dinamarca, 1988, 111 min. Direção de Gabriel Axel.

Quilombo. Brasil, 1984, 119 min. Direção de Cacá Diegues.

Xingu. Brasil, 1985, 120 min. Direção de Washington Novaes.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



O Brasil dentro do Brasil

O Brasil é um país de grandes proporções, e nele coexistem diversas sociedades. Propomos a você que adapte o passeio cultural à realidade de sua cidade: Está próxima de uma reserva indígena? Há em suas imediações ou na área urbana uma colônia de imigrantes (alemã, japonesa, libanesa, argelina etc.)? Há uma área que é remanescente dos quilombos?

Programe com os alunos uma visita a um desses locais. Será preciso prepará-los para o trabalho de campo. O passeio não é turístico, é “científico” – eles conhecerão modos de vida, costumes, religiões, organizações do trabalho e outras línguas.

Ajude-os a elaborar um roteiro de observações sobre a visita para usarem em seus relatórios. Não se esqueça de chamar a atenção dos alunos para os temas desenvolvidos pela sociologia de E. Durkheim, tais como tipo de sociedade, divisão social do trabalho, solidariedade etc. Essa atividade promove um diálogo muito próximo com as disciplinas do núcleo Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia) e Linguagens (Artes Plásticas, Música, Língua Portuguesa e outros idiomas). Que tal dar um caráter multidisciplinar à visita de campo e criar um projeto pedagógico para a turma? Converse com seus colegas a esse respeito.

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

No fragmento selecionado, Durkheim convida o leitor a pensar sobre a diferença entre as convicções particulares – prenoções – e o método científico. O autor levanta alguns pontos para refletirmos sobre a objetividade das Ciências Sociais.

Um cientista social não ignora a tensão que há entre objetividade e subjetividade na análise sociológica. Mas qual é a importância dessa discussão para os estudantes do Ensino Médio? A contextualização desse conteúdo é fundamental para não parecer ao estudante um assunto esotérico e enfadonho.

Sugerimos a você, professor, que discuta com os alunos o papel da ciência atualmente – como ela está presente em nossa vida e como o discurso científico orienta diferentes aspectos da vida em sociedade.
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Em seguida, pergunte-lhes: Diante da atual realidade, é conveniente que alguém fique alheio ou ignore completamente as regras do método científico? Que consequências esse desconhecimento pode trazer para os indivíduos? Saber como a ciência é feita, seja ela do mundo físico, seja social, pode aumentar nossa capacidade de escolha e de compreensão da realidade. Após essa breve contextualização, eles estarão mais receptivos para enfrentar esse rico texto, escrito há mais de um século.

Sessão de cinema

Casamento grego

Ajude os alunos a compreender que, mesmo em sociedades industrializadas (que nos termos de Durkheim são marcadas pela solidariedade orgânica), há subculturas que cultivam suas tradições e mantêm forte controle sobre seus integrantes. O filme ajuda a problematizar a construção teórica de Durkheim mostrando que há outras possibilidades de sociabilidade além dos dois modelos apontados pelo autor.



Amor sem escalas

No contexto de crise econômica nos Estados Unidos, uma estranha empresa surge no mercado. A trama do filme pode ajudar os alunos a compreender o que é um fato social, na concepção de Durkheim, e a diferenciá-lo da dimensão individual, na medida em que mostra desde o desemprego – aspecto social da crise econômica – até as dimensões pessoais dessas circunstâncias por meio do depoimento de trabalhadores demitidos e da busca de orientação para a vida em conferências de autoajuda.

Construindo seus conhecimentos

Monitorando a aprendizagem

1. O suicídio pode parecer uma decisão individual, e não generalizável. No entanto, há outro modo de analisá-lo: se observarmos os dados estatísticos sobre as causas de morte em qualquer sociedade, encontraremos, entre elas, doenças, acidentes, homicídios e também suicídios. Por meio desses dados, podemos perceber que cada uma dessas causas afeta a totalidade da população. Essas taxas podem se manter inalteradas por muito tempo ou, em determinados contextos, aumentar ou diminuir. Por exemplo, em um contexto de crise econômica, alguns indivíduos se angustiam e acabam se suicidando por se verem desempregados. Esse fato indica que o suicídio é um fato social relacionado a outro fato social, e por essa razão é um fenômeno de interesse do sociólogo.

2. Em sociedades simples, a coesão social é caracterizada pela solidariedade mecânica: os indivíduos se identificam pela família, pela religião, pela tradição e pelos costumes, e são relativamente autônomos do ponto de vista da divisão social do trabalho, que não é muito especializada. Nesse tipo de solidariedade, a consciência coletiva mantém intensamente seu poder de coerção sobre os indivíduos. Em sociedades complexas, a coesão social é caracterizada pela solidariedade orgânica: a divisão social do trabalho provoca acentuada interdependência dos indivíduos, mas, ao mesmo tempo, a consciência coletiva se torna mais frouxa, garantindo uma margem maior de autonomia pessoal.

3. Essa questão é direcionada para a reflexão e o debate, mas é importante estimular os estudantes a dissertar sobre suas opiniões.

Antes de dar início à atividade escrita, peça aos alunos que exponham suas informações e ideias sobre o assunto ou levante alguns problemas, por exemplo: O que poderá acontecer com a sociedade se a educação escolar não transcorrer satisfatoriamente? Ajude-os a organizar as ideias antes de começarem a escrever. Em seguida, oriente-os sobre como se faz uma dissertação (você pode elaborar um pequeno roteiro com o auxílio do professor de Língua Portuguesa). Sugestão: esse exercício pode ser usado para a avaliação dos alunos.



4. a) É uma divisão muito simples e com pequeno grau de especialização. Os homens são encarregados de preparar o terreno, abrir a cova e enterrar a maniva; arrancar a raiz madura e levá-la para a aldeia; ralar a mandioca; espremer a massa no tipiti e torrá-la no forno a lenha. As mulheres são encarregadas de cobrir as covas com terra quando a maniva é plantada; descascar e lavar a raiz depois da colheita.

b) Solidariedade mecânica, em razão da baixa especialização da divisão social do trabalho.

De olho no Enem

Nesse conjunto de questões, são abordados diversos aspectos do trabalho no mundo moderno. O artesanato – fase pré-industrial – praticado em casa pelas famílias e a possibilidade de produzir para a própria subsistência contrastam com a fase de acentuada especialização das tarefas inaugurada pelo sistema fabril e posteriormente pelos modelos fordista e toyotista. A resolução dessas atividades contribui para que o aluno perceba aspectos importantes dos conceitos de solidariedade mecânica e orgânica de Durkheim: eles não servem apenas para diferenciar sociedades tradicionais de sociedades modernas, o autor procurava, com eles e com base na organização do trabalho, compreender a transformação das sociedades consideradas avançadas em sua época.


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Há uma questão sobre o conceito de ética, tema caro à sociologia de Durkheim. Discuta com os alunos a diferença entre os conceitos de ética, moral, costumes e leis, e depois ajude-os a relacioná-los com o conceito de consciência coletiva de Durkheim (a seção Olhares sobre a sociedade oferece outra oportunidade para a construção desses conceitos).



Assimilando conceitos

1. a) Ao fundo vê-se uma fábrica. Na frente, formando uma pirâmide, há vários rostos representando pessoas de diferentes gêneros e etnias.

b) A tela é a representação da sociedade industrial. A fábrica especializa seus trabalhadores em tarefas na linha de produção. Por mais diferenciados que eles sejam em relação ao trabalho, ao gênero ou à etnia, estão fortemente vinculados uns aos outros por meio do que Durkheim chamou de solidariedade orgânica – a divisão social do trabalho que diferencia e, ao mesmo tempo, promove a interdependência dos indivíduos.

Observação: esse quadro foi produzido quando o Brasil passava por intenso processo de industrialização. Ele indica a sensibilidade da artista para as profundas transformações pelas quais a sociedade brasileira passava naquele momento. Sugira ao aluno que registre também suas impressões sobre a sociedade usando uma linguagem artística – gravuras, canções, poemas, crônicas, artesanato etc. Incentive-o a expressar seu “olhar sobre a sociedade”.



2. Sim. O fato social tem como princípios básicos a externalidade (não é subjetivo), a generalidade (afeta a coletividade) e a coercitividade (os indivíduos, querendo ou não, participam ou sofrem as consequências do fenômeno). A imagem não mostra um acontecimento subjetivo ou isolado que alcança um único membro da sociedade. A condição de refugiado e a assistência social são fenômenos que se relacionam ao conflito interno de um país em guerra civil e a acordos políticos internacionais de cooperação. Em vários níveis a coletividade está envolvida no problema retratado.

Olhares sobre a sociedade

1. a) As regras são formalizadas por escrito – são regulamentos que organizam o convívio social. O costume é um acordo informal e verbal que passa de geração a geração, podendo ou não sofrer alterações.

Professor, você pode ilustrar a diferença entre regras e costumes usando exemplos retirados das sociedades ocidentais: são regras as Constituições, os códigos e muitas outras regulamentações (até mesmo os padrões de etiqueta são regras, se levarmos em conta os manuais de boas maneiras). Os costumes relacionam-se com aquilo que se faz sem estar obrigado formalmente: comer arroz e feijão todos os dias; participar da folia de Carnaval; sair com os amigos na noite de sexta-feira etc.



b) Em nossa sociedade espera-se que algumas regras sejam internalizadas pelos indivíduos de tal forma que acabem se tornando costumes, como não ultrapassar sinais vermelhos no trânsito. Também há costumes que, com o tempo, acabam formalizados por uma regra: muitos jogos como os que conhecemos hoje, por exemplo, eram brincadeiras que, com o passar do tempo, foram sendo regulamentadas, transformando-se em modalidades esportivas. Mas nem sempre as regras se convertem em costumes ou vice-versa. De modo geral, as regras formais são elaboradas para atender às necessidades de maior controle social quando as sociedades se tornam mais complexas.

c) Sim. Regras e costumes não são definidos por um indivíduo isoladamente. As regras surgem em razão das necessidades amplas de uma sociedade que vai se tornando mais complexa, já os costumes são uma espécie de ligação entre as gerações atuais e as do passado que não depende de formalização. Tanto as regras como os costumes abrangem a sociedade como um todo.

Exercitando a imaginação sociológica

Antes do desenvolvimento da dissertação individual sobre o tema “trabalho”, sugerimos que você estimule os alunos à reflexão com perguntas que os ajudem a construir a relação entre o tema da redação e o objeto de conhecimento desenvolvido no capítulo.

O trabalho foi uma categoria fundamental para a sociologia clássica. Mesmo após as transformações na estrutura produtiva nos idos de 1970 – quando vozes se levantaram para afirmar o “fim do trabalho” – o trabalho se manteve como importante categoria explicativa e tema central das Ciências Sociais, ainda que com novos desafios conceituais e teóricos.
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A primeira citação da proposta de redação pode, aparentemente, colocar em questão essas afirmações sobre a importância do trabalho para a compreensão das sociedades, ao defender que ele é “uma invenção histórica” e que pode até “desaparecer”. O que o autor quis dizer com isso? Será que, efetivamente, o trabalho pode desaparecer? O objetivo do debate é ajudar os alunos a desconstruir a ideia de que o trabalho é uma estrutura “natural” e passar a percebê-lo como uma construção social que foi se realizando de diferentes formas ao longo da história e em diferentes sociedades. O segundo texto relativiza a afirmação de que o trabalho desapareceu ou diminuiu e aponta as contradições da modernidade, que apostava em um progresso que traria conforto e prosperidade. A sociologia clássica ofereceu uma primeira leitura dessas contradições. Durkheim observou a falta de regras no mundo do trabalho do final do século XIX, que criava um quadro anômico. Quais seriam os desafios e as contradições do mundo do trabalho nos dias atuais? Não há regras ou elas não são cumpridas? Há transformações em curso e as pessoas ainda não se adaptaram? Que alternativas têm sido apontadas para esses problemas? O que os alunos teriam a propor? O terceiro fragmento retoma a questão da importância do trabalho dentro de uma perspectiva humanística: Necessário ou desnecessário, o trabalho humaniza? Explore as dicotomias que o trabalho apresenta nas sociedades modernas: criação e disciplina; prazer e tortura.

Capítulo 6: Tempo é dinheiro!

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• compreender, com base na sociologia de Max Weber, que as transformações de ordem social e econômica não ocorrem à margem das transformações culturais (mentalidades, costumes, ideias e valores) e que isso frequentemente gera conflitos de valores (não apenas conflitos de interesses materiais);

• entender que a sociologia comparativa de Max Weber procurava apreender a experiência sociocultural do Ocidente com base no estudo de outras sociedades (do Oriente e sociedades do passado);

• apreender que o conhecimento da alteridade auxilia a compreensão do próprio contexto;

• compreender e empregar adequadamente o conceito-chave da teoria social de Max Weber: racionalização/racionalidade;

• identificar nos processos históricos os fatores que contribuíram para a racionalização no mundo moderno;

• reconhecer o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social;

• analisar como as inovações tecnológicas produziram impactos sobre as relações sociais e conflitos de diferentes ordens;

• construir argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.

Recursos e questões motivadoras

Os vestígios de registros contábeis de civilizações antigas mostram um cuidadoso controle de seus patrimônios, como rebanhos, metais, cereais e outros bens. A civilização da Mesopotâmia, por exemplo, utilizava fichas de argila para controlar as situações financeiras e patrimoniais – prática relacionada ao comércio e à coleta de impostos.

Na Europa, o desenvolvimento da contabilidade aconteceu junto com o avanço dos conhecimentos matemáticos e com a adoção dos algarismos árabes. No Período Moderno, as negociações comerciais, gradualmente, passaram a se realizar por meio de representantes, associações, corporações, o que levou à distinção entre as entidades comerciais e seus proprietários. Além disso, a política mercantilista dos Estados Nacionais e o crescimento da propriedade privada tornaram a contabilidade imprescindível para o controle monetário.

No século XVI, em pleno período de expansões marítimas e comerciais, frei Luca Pacioli publicou um tratado sobre como fazer anotações de créditos e débitos. Além de oferecer os fundamentos da contabilidade moderna, essa obra possibilitou aos Estados que usassem seus conceitos como instrumentos importantes para o desenvolvimento econômico. Contudo, foi apenas no século XVII que a Contabilidade chegou às universidades, primeiramente na Itália, como disciplina científica. A Revolução Industrial do século XVIII e a circulação intensa de capitais no âmbito internacional deu grande impulso à contabilidade, que se tornou importante instrumento de controle do sistema capitalista.


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A contabilidade, a administração, a economia política e o desenvolvimento amplo da ciência chamou a atenção de Max Weber. Segundo ele, havia uma especificidade no Ocidente que merecia ser investigada, e a noção de racionalização era a chave da compreensão dos processos que transformaram o mundo ocidental nos tempos modernos.

Desenvolvimento das aulas

Explore os conceitos. Sugerimos que, ao iniciar as aulas sobre a sociologia de Weber, você retome o conceito de cultura – primeiramente abordando seus aspectos materiais, entre eles a capacidade dos grupos humanos de desenvolver tecnologias e seus aspectos imateriais, como valores, tradições, “espírito de uma época” e os costumes que pautam a conduta das pessoas. Ajude os alunos a relacionar esses dois aspectos com o objeto de conhecimento desse capítulo – a relação inaugurada pela modernidade entre tecnologia e ciência e a transformação da cultura e do ethos ocidental.

Estimule o debate. Sugerimos que esse conteúdo seja explorado de forma lúdica e participativa e que você tome como recurso didático o quadro Grandes invenções para debater com os alunos as questões a seguir.

Por que as sociedades humanas desenvolvem tecnologias? As tecnologias tornam as sociedades singulares? O que elas dizem sobre as sociedades que as produziram? Sabemos que as tecnologias são desenvolvidas em determinados contextos culturais, mas como elas são difundidas? Qual seria a relação entre tecnologia e ciência? Essa relação sempre existiu? Toda tecnologia é acolhida pela sociedade? Que resistências pode haver a elas? Quais conflitos podemos identificar nos dias de hoje em relação ao uso de determinadas tecnologias?

Após o debate, sugerimos que o tema central da obra de Max Weber seja apresentado: compreender o processo de racionalização da vida e seu impacto sobre a moderna civilização ocidental.

Recursos complementares para o professor



Leituras

BARBOSA, M. L.; OLIVEIRA, M. G. M. de; QUINTANEIRO, T. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

SEVCENKO, Nicolau. O desafio das tecnologias à cultura democrática. In: FREITAG, Bárbara. Cidade e cultura, esfera pública e transformação urbana. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

SOUZA, Jessé (Org.). A atualidade de Max Weber. Brasília: UnB, 2000.

WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. 19. ed. São Paulo: Cultrix, 2011.

Sites

Ministério da Ciência e da Tecnologia: . Acesso em: maio 2016.

Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico: . Acesso em: maio 2016.

Filmes

A vocação do poder. Brasil, 2004, 110 min. Direção de José Joffily e Eduardo Escorel.

The Corporation. EUA, 2003, 145 min. Direção de Mark Achbar e Jennifer Abbott.

Lutero. Alemanha, 2003, 121 min. Direção de Eric Till.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



Visita a uma universidade ou a um centro tecnológico

Usualmente, no Ensino Médio, as visitas às universidades ocorrem na penúltima e na última série, com o objetivo de auxiliar os alunos na escolha das carreiras e instituições de ensino nas quais prosseguirão os estudos. A proposta aqui é outra: conhecer laboratórios de pesquisa nas diferentes áreas de conhecimento científico (humanas, biomédicas e tecnológicas). Se em sua cidade ou nas imediações não houver uma universidade ou um centro tecnológico, convide cientistas (pesquisadores) ou professores dessas três áreas para visitar a escola e palestrar para os alunos.

Essa atividade pode ser incorporada na programação anual que muitos colégios chamam de Feira de Ciências ou Semana de Iniciação Científica.

O que se pretende com essa atividade é que o aluno desde cedo tenha contato com os espaços científicos e tecnológicos, compreendendo quanto eles são fundamentais para a autonomia e o desenvolvimento de sua região e do país. Essa atividade convida a um trabalho multidisciplinar: não há área de estudo que não lide com pesquisa, tecnologia e laboratórios diversos. O ideal seria desenvolver com outros professores um projeto pedagógico para a série, integrando todas as disciplinas.


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Comentários e gabaritos

Leitura complementar

O que significa disciplina? Essa pergunta deve ser feita aos alunos antes de iniciar a leitura do fragmento de texto de Max Weber. O objetivo não é simplesmente verificar a compreensão do vocábulo por eles, mas capturar os sentidos que dão a essa palavra. No linguajar comum, ela tem diferentes significados: religioso (ser discípulo é ter propósito para viver como o mestre), comportamental (disciplina versus indisciplina escolar, por exemplo), moral (dever, obrigação, obediência), castigo (disciplinar alguém), científico (disciplina acadêmica) e mesmo filosófico, por ser uma palavra que oscila entre as noções de liberdade e constrangimento individual. Que sentidos os alunos deram à palavra disciplina? As prenoções deles serão o ponto de partida para a reflexão sobre o conceito de disciplina formulado por Max Weber e a construção de novas compreensões sobre o mundo social. O objetivo não é anular os demais sentidos, e sim compreender que disciplina para Weber é uma técnica social que está ligada à racionalização da vida nas sociedades ocidentais. É importante chamar a atenção para os aspectos que Weber elenca na construção desse conceito.

Após abordar a relação entre a disciplina militar e a disciplina da fábrica (campo econômico), além das consequências sobre o trabalho (repetição, controle e rentabilidade), você pode explorar a oposição entre disciplina e carisma. Foi na burocracia, considerada por Weber o campo mais racional da disciplina, que a impessoalidade mais se acentuou. A impessoalidade não significa a perda da identidade pessoal, e sim que os sujeitos passaram a ter tratamento igual, independentemente de nome, reputação, amigos, parentes ou origem social. A observância de procedimentos burocráticos universais foi um importante princípio administrativo adotado pelos Estados Modernos a que Weber chamou de dominação racional. Na economia, a burocratização é reforçada pelo controle contábil e pelas formas racionais de organização do trabalho. Se desejar, retome o tema do fordismo-taylorismo e relacione-o ao conceito de racionalização de Weber.

Sessão de cinema



O dia em que Dorival encarou a guarda

Peça aos alunos que leiam o verbete burocracia, na página 364, e deixe claro para eles a importância que Weber deu ao estudo da burocracia como expressão da racionalidade moderna. Ajude-os a entender que a burocracia é um mecanismo impessoal que iguala as pessoas – não concede vantagem a ninguém. Ela é uma técnica de controle social e, assim como outras técnicas, oferece benefícios e desvantagens. Explore essa dualidade com os alunos. O filme aborda a questão da racionalidade, tratada por Weber, de maneira muito crítica, em um universo também bastante explorado pelo pensador alemão: a burocracia. Sugerimos perguntar aos alunos: Quais são os limites da racionalidade expostos no filme? De que forma a lógica racional da hierarquia é desafiada pelo personagem principal?



A saga do Prêmio Nobel

Promova uma sessão de cinema de um dos episódios para a turma. Após o debate realizado sobre o filme, organize os alunos em grupos para pesquisarem na biblioteca ou na internet diferentes categorias do prêmio e alguns dos mais conhecidos laureados. O objetivo da investigação é identificar se o problema estudado por esses cientistas está relacionado com o desenvolvimento de alguma tecnologia específica e como elas foram empregadas. Trata-se de um tema rico para explorar o sentido que a ciência alcançou nas sociedades industriais e a relação entre ciência e tecnologia. A exposição dos resultados da pesquisa pode ser feita na Feira de Ciências da escola.

Observação: se você desejar ampliar o espectro dessa atividade, poderá desenvolver um projeto de pesquisa interdisciplinar em parceria com professores das demais disciplinas, uma vez que o Prêmio Nobel prestigia o campo econômico (Prêmio Nobel de Economia), político e social (Prêmio Nobel da Paz), artístico (Prêmio Nobel de Literatura), além das ciências naturais, como Física, Química e Medicina.

Construindo seus conhecimentos



Monitorando a aprendizagem

1. a) Na Idade Média, a medida do tempo baseava-se nos fenômenos naturais e nos costumes. Por exemplo, um dia de trabalho correspondia à duração da luz do sol. O controle do tempo não era voltado para a produção ou o acúmulo. Não havia tecnologia que possibilitasse o armazenamento de certos produtos (como alimentos) e, por isso, o tempo era usado para produzir o necessário, e não o excedente, para troca. O tempo não era percebido como riqueza – a religião católica ensinava que o tempo pertencia a Deus e, por isso, não podia ser manipulado economicamente pelos homens.

b) O trabalho livre, regido por um contrato: o acerto entre o empregador e o trabalhador estipulava o salário que seria pago em troca de um serviço realizado num tempo determinado.
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A cidade: a migração maciça de trabalhadores do campo para as cidades, onde o trabalho era contratado, acelerou o processo de mudança na percepção do tempo. A difusão do uso do relógio: o tempo passou a ser controlado por uma máquina de precisão, e não mais pela natureza, e seu fracionamento em segundos, minutos e horas padronizou o ritmo dos trabalhadores.



2. Porque ele encontrou na ética protestante os argumentos religiosos que reforçavam o argumento econômico capitalista.

Segundo tal ética, os homens devem trabalhar diligentemente porque isso glorifica a Deus; não devem deixar de cumprir a promessa de pagamento (mentir) porque isso não agrada a Deus; devem buscar a prosperidade porque ela é sinal da bênção de Deus.



3. Professor, esse conceito não é fácil de apreender. A utilização de exemplos do dia a dia poderá ajudar o aluno a se aproximar das ideias que o envolvem.

É preciso que o aluno entenda que racionalidade e racionalização são palavras derivadas de razão. Com o uso da razão e do cálculo, o trabalho é organizado para economizar tempo e dinheiro e aumentar a produtividade. Técnicas e máquinas servem a esse objetivo, já que poupam tempo e exigem menos mão de obra, reduzindo os gastos com salários e aumentando a produção. Para que se tenha o controle desse processo, os lucros e os prejuízos devem ser contabilizados e acompanhados permanentemente. Tudo isso indica racionalidade ou comportamento racional.



De olho no Enem

As duas primeiras questões exploram, com base no texto de Weber, o tema da racionalização da vida com o advento do capitalismo: a primeira no sentido de mostrar o afastamento das crenças tradicionais, e a segunda mostrando a especificidade do capitalismo moderno.

Questão 3: mostra o contraste entre o avanço das tecnologias da comunicação e as mudanças na sociabilidade provocadas por elas.

Questão 4: aborda as implicações sociopolíticas do emprego de determinadas tecnologias – uma importante questão social contemporânea.



Assimilando conceitos

1. a) A charge mostra dois indivíduos sentados em dois cumes de montanhas. De um lado, a túnica, a barba longa e duas velas indicam que se trata de um religioso, defensor de sua verdade; do outro lado, um microscópio indica um cientista que apresenta sua réplica – ou seja, sua resposta, ou mesmo sua contestação à “verdade”. A charge nos remete aos processos históricos que culminaram na revolução científica moderna, quando a religião deixou de “falar sozinha”, ou de ser a única versão considerada válida para explicar todos os assuntos que interessam aos seres humanos, e passou a dividir o espaço com o discurso científico.

b) Como a palavra réplica também significa “cópia”, “imitação”, podemos considerar que a charge indica que a ciência também produz suas verdades, ou dogmas, e pode vir a ser tão dogmática quanto a religião.

Olhares sobre a sociedade

1. a) Pode ser um computador, um programa ou sistema em rede. Tudo isso faz parte de nosso dia a dia. A informatização tornou-se tão difundida em nossas sociedades que em toda parte temos de lidar com um caixa eletrônico, uma máquina para passar o cartão de débito ou de crédito, sem falar nos inúmeros eletroeletrônicos com que convivemos no espaço doméstico. O problema é que os “cérebros eletrônicos” também falham: Quem já não ouviu frases como “O sistema não permite tal operação” ou “O sistema está fora do ar”?

b) Quando a letra diz que “O cérebro eletrônico faz tudo”, ou “O cérebro eletrônico comanda”, ela nos faz pensar na racionalidade introduzida na realização de tarefas que poderiam envolver muitos indivíduos. Também aqui a racionalidade possibilita-nos poupar tempo e mão de obra e controlar minuciosamente os processos, especialmente aqueles relacionados ao trabalho.

c) A racionalidade científica não se propõe a resolver todos os problemas da condição humana, como é o caso da morte ou das questões éticas. Os trechos da letra sobre os limites da racionalidade científica que podem ser destacados são: “o cérebro eletrônico faz quase tudo [...] mas ele é mudo [...] mas ele não anda”; “só eu posso pensar”; “só eu posso chorar”. As limitações estão expressas sobretudo nos três últimos versos.
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Exercitando a imaginação sociológica

Benjamin Franklin foi um “educador financeiro” do século XIX. Ele sintetizou a mentalidade de uma época e deixou sua mensagem para as novas gerações acerca das relações entre dinheiro e trabalho. O segundo texto oferece um contraponto a essa mentalidade: ao desnaturalizar a máxima “tempo é dinheiro”, ressalta a ideia de que se trata de uma construção social. Os alunos estão familiarizando-se com a noção de estranhamento, e o tema proposto é uma provocação para o exercício dessa qualidade central de um observador e analista do mundo social. Antes de encaminhar a atividade de dissertação propriamente dita, debata com eles os aspectos positivos e negativos quando se faz dessa máxima um valor para a condução da vida. Trata-se de um exercício de imaginação sociológica, porque é possível, com base nessa provocação, tecer relações entre a biografia e a história.

Capítulo 7: A metrópole acelerada

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• compreender os princípios centrais da sociabilidade urbana abordados na sociologia de Georg Simmel;

• entender os conceitos de cultura subjetiva e cultura objetiva definidos por Georg Simmel e relacioná-los a situações concretas;

• posicionar-se criticamente em relação às grandes questões urbanas contemporâneas e propor intervenções na realidade;

• relacionar as transformações no mundo do trabalho no contexto capitalista moderno e contemporâneo à saúde física e psíquica dos trabalhadores.

Recursos e questões motivadoras

Os divertidos tiques nervosos de Carlitos nos remetem aos efeitos que a organização do trabalho fordista-taylorista provoca na saúde dos trabalhadores e também sugerem que o estilo de vida metropolitano deixa os indivíduos suscetíveis a múltiplos estímulos. Esses dois temas – “trabalho” e “vida nas metrópoles” – orientarão as aulas. Na abordagem do primeiro tema, recomendamos que os alunos façam uma pesquisa (ver item Práticas interdisciplinares no ensino). Para trabalhar o segundo tema, o texto, as imagens e as atividades do Livro do Aluno serão os recursos didáticos privilegiados.

Do ponto de vista teórico, o desafio será contribuir para que os estudantes sejam capazes de analisar as relações sociais e as interações entre as dimensões sociais e individuais com base na sociologia de Georg Simmel.

Os conceitos sociológicos norteadores desse capítulo são socialização e diferenciação social. A socialização é o processo que constrói a identidade dos grupos sociais. Por meio dela, os indivíduos aprendem a “ser” e tornam-se participantes de uma sociedade. A diferenciação social é o processo que produz as diferenças e o reconhecimento delas pelos grupos. Na atualidade, é muito comum ouvir a expressão “diversidade cultural”, que traz com ela a ideia de respeito à diferença. Nas aulas, você terá chance de trabalhar as dimensões formativas relacionadas a esse importante tema transversal, mas não deixe de apresentar aos alunos como o conceito diversidade/diferença é abordado sociologicamente. Separamos um fragmento de texto de Simmel na Leitura complementar, no qual ele propõe uma reflexão a respeito do sentido da diferenciação social para os grupos humanos.

Esse capítulo comporta múltiplas frentes de trabalho. Leve isso em conta ao construir a sequência didática e considere a possibilidade de selecionar, entre os temas propostos, o que é mais apropriado para cada turma. Evite desenvolver as atividades após a “exposição” da matéria: elas são recursos fundamentais para a construção do conhecimento pelos alunos. Crie oportunidades, em sala de aula, para o desenvolvimento de trabalho individual e em grupo.

Desenvolvimento das aulas

Explore a cena do filme. Carlitos, nas primeiras cenas, mostra-se um operário indisciplinado que não acompanha o ritmo da linha de montagem. Gradualmente, ele se adapta ao trabalho – situação que não dura muito, pois seus nervos ficam à flor da pele. Use a fotografia da abertura da Parte II e a primeira imagem do capítulo referentes à cena do surto de Carlitos para contextualizar os alunos.

Relacione os objetos de conhecimento. O fragmento de texto de Max Weber (disponível na seção Leitura complementar do capítulo anterior) aborda os efeitos da disciplina das fábricas no corpo e na mente dos trabalhadores: o adestramento, a mudança de ritmo, a especialização de sua musculatura para realizar certos movimentos e a adaptação do aparato psicossocial para as tarefas mecânicas.


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Desafie os alunos a relacionar a análise de Max Weber com a cena do filme proposta nesse capítulo.

Estimule o debate. Pergunte aos alunos o que teria provocado os tiques nervosos em Carlitos: A cena trata de um distúrbio específico de Carlitos ou de um quadro patológico que afeta determinados segmentos sociais? A causa dos tiques foi o trabalho na linha de montagem ou a vida agitada na cidade grande? Doenças físicas ou psíquicas podem ser ocasionadas por fatores de ordem social? As doenças são objetos de investigação sociológica?

Essa atividade pretende contribuir para que os estudantes comecem a construir problemas sociológicos sobre temas que parecem pertencer a “outras” disciplinas, como as Ciências Médicas. Questões sociais complexas, como saúde pública ou saúde dos trabalhadores, não estão restritas a abordagem de uma única disciplina. As Ciências Sociais contribuem para o conhecimento sobre doenças e saúde estudando suas origens sociais, como estão relacionadas com determinado contexto sociocultural, como as sociedades as enfrentam – seja por meio de rituais mágicos ou políticas públicas.

Estimule a reflexão. Tomando como exemplos algumas ocupações – pedreiros, empregados domésticos, motoristas de ônibus, plantonistas, executivos etc. –, explore situações que representem ameaça à segurança ou à saúde dos trabalhadores e anote na lousa as situações identificadas pelos alunos. Veja se, entre elas, estão fatores relacionados à vida urbana, como o estresse no deslocamento para o trabalho (trânsito, por exemplo); o desgaste físico por ter de madrugar para ir trabalhar; alergias respiratórias decorrentes da poluição do ar etc.

Em seguida, provoque uma reflexão sobre a qualidade de vida no trabalho e no meio urbano perguntando-lhes: Como os trabalhadores urbanos vivem? O que vocês sabem da rotina casa-trabalho-casa? Em sua opinião, como os trabalhadores lidam com a pressa e com o tempo? Como esses fatores repercutem na saúde? Se houver alunos que trabalham, peça a eles que contem as experiências aos colegas de turma. Use as informações deles como recursos para a construção da aula.

Explore as imagens. No Livro do Aluno há imagens ricas a respeito da vida dos trabalhadores urbanos e dos estímulos das metrópoles que podem ser aproveitadas nas aulas: a multiplicidade de informações nos outdoors e painéis eletrônicos das grandes cidades (imagem de Nova York); o trânsito caótico (Lagos/Nigéria); as migrações pendulares dos trabalhadores (linha de trem Japeri/RJ – Central do Brasil); os indivíduos na multidão (Amsterdã/ Holanda). Você poderá usá-las para abordar diversos aspectos que estão em discussão no texto didático.

Recursos complementares para o professor



Leituras

BAUMAN, Zygmunt. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

MERLO, Álvaro Roberto Crespo; LAPIS, Naira Lima. A saúde e os processos de trabalho no capitalismo: reflexões na interface da psicodinâmica do trabalho e da sociologia do trabalho. Psicologia & Sociedade, v. 19, n. 1, p. 61-68, 2007. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

SOUZA, Jessé; ÖELZE, Berthold (Org.). Simmel e a modernidade. Brasília: UnB, 2005.

VANDENBERGHE, Frédéric. As sociologias de Georg Simmel. Belém: Edupfa; São Paulo: Edusc, 2005.

Sites

Associação Nacional de Medicina do Trabalho: . Acesso em: maio 2016.

Ministério da Previdência Social: . Acesso em: maio 2016.

Ministério das Cidades: . Acesso em: maio 2016.

Portal da Saúde:


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