Algumas das maiores velas com incenso que o autor viu na China, no topo do monte Emei, uma das quatro montanhas chinesas
que são sagradas para os budistas.
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- Eles estavam certos em relação a uma coisa - eu disse para Fu Ching e para o meu fiel gravador. - Esta é a vista zen definitiva: não vejo absolutamente nada.
Exatamente quando o budismo chegou, hoje em dia já é uma história bem conhecida: não temos certeza.
- De fato, não se sabe quando o budismo entrou na China -confessa o dr. Zürcher.
Ele especula que deve ter se infiltrado pelo noroeste e para o resto do pais entre a primeira metade do século I a.C. e meados do século I d.C. Ele relata a existência de uma comunidade de monges budistas e laicos em 65 d.C. que está atualmente na província de Shandong, no litoral leste da China.
Por onde entrou sabe-se um pouco mais. Junto com o comércio e a migração, a Rota da Seda, a rodovia internacional mais antiga do mundo, era a rota que espalhava o budismo pela Ásia Central. Essa rota começava no noroeste da índia, fazia uma curva para o leste através dos modernos Afeganistão, Paquistão, Ásia Central e entrava na China. Seguindo basicamente a passagem setentrional que cruza o cimo da cordilheira do Himalaia, o budismo pegou carona com o fluxo constante de mercadores, missionários, mercenários e nômades que ligavam o Oriente e ao Ocidente desde que abriram a Rota da Seda no século II a.C.
A versão mais apócrifa da chegada do budismo é que por volta do ano 65 d.C. o imperador Ming da dinastia Han oriental sonhou com um homem de ouro com quase quatro metros de altura. A luz da cabeça do homem iluminava todo o salão. De manhã os conselheiros de Ming identificaram essa figura como o Buda, o deus do oeste. O imperador enviou emissários para a índia a fim de saber mais sobre esse Buda. Em 67 d.C. os emissários puseram as escrituras em sânscrito, um retrato do Buda e dois monges indianos sobre um cavalo branco e retornaram para Luoyang. Quando construíram os aposentos para os monges no templo no ano seguinte, rebatizaram-no com o nome de templo Baima (Cavalo Branco). O templo Baima em Luoyang, na
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província de Henan, é tradicionalmente considerado o primeiro templo budista na China, apesar de o dr. Zürcher fazer questão de destacar que as fontes contemporâneas não fazem referência ao templo Cavalo Branco até o fim do século III.
No fim do século I da Era Cristã uma comunidade religiosa se estabeleceu em Luoyang, que então era a capital. A partir daí a comunidade budista cresceu continuamente. No fim da dinastia Han uma atmosfera de inquietação política pode ter contribuído para a receptividade de uma nova religião. Por volta de 514, havia dois milhões de budistas na China. O budismo atingiu o ápice de sua popularidade na China durante as dinastias Sui e T'ang (581-907). Entretanto, em 845 d.C. o imperador Wuzong, sob a influência de conselheiros taoístas e confucionistas, começou a perseguir todas as religiões exógenas, inclusive o budismo. De acordo com registros da época, 4.600 mosteiros budistas foram arrasados, uma quantidade enorme de obras de arte de valor inestimável destruída, e 260 mil monges e monjas foram obrigados a voltar para a vida laica. O budismo nunca mais se recuperou totalmente.
No período derradeiro da China imperial - que vai desde a dinastia Sung (960-1279) até o fim da dinastia Ch'ing (1644-1912), o declínio do budismo continuou. Apesar da influência na cultura chinesa ser penetrante, como se pode ver nas artes e na literatura, o budismo estava retrocedendo como empenho intelectual. "O desvio do interesse da elite chinesa para longe do budismo e na direção do confucionismo, como foi formulado por seu grande sistematizador, Zhu Xi (1130-1200), foi a ortodoxia oficial do estado no século XIV", escreve Mario Poceski, professor assistente de estudos budistas do departamento de religião da Universidade da Flórida, em The Encyclopedia of Buddhism {A enciclopédia do budismo). "Em grande parte o budismo depois desse ponto assumiu uma postura conservadora, uma vez que não havia emergência de qualquer nova tradição importante ou mudanças paradigmáticas significativas."
Um exemplo de trivialidade sobre Buda daquela época. Sabe aquele Buda barrigudo que costumamos ver à entrada dos
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restaurantes chineses? O mesmo que vemos enfileirados nas lojas de lembranças do bairro Chinatown, ou os amuletos? O próprio que enfeita a capa deste livro? Esse não é "o" Buda. Ele é um Buda e, é claro, existem versões factuais e fictícias que se misturam em uma só. Eis a história; que cabe a qualquer pessoa determinar se é verdade ou não. Depois da onda de perseguições na segunda metade da dinastia T'ang, o budismo decaiu como religião protegida pelo estado quando demonstrava a grandiosidade do governante. Até então alguns imperadores chegavam a afirmar que eram o Buda reencarnado. O budismo passou a ser a religião do povo comum. Entre os monges que viajavam pelo país, levando todos os seus bens mundanos em sacolas de cânhamo, havia um monge Ch'an excêntrico que viveu há mais de mil anos e que era chamado de Hotai ou Pu-tai. Nas culturas budista e xintoísta ele era mais conhecido como o Buda que Ri, ou o Buda Risonho. Devido à natureza benevolente desse monge, ele passou a ser considerado o Maitreya, o Buda do Futuro. Hotai andava por aí aliviando a tristeza dos povos deste mundo.
O Buda Risonho tornou-se uma divindade de contentamento e abundância, e é considerado o santo padroeiro dos restaura-teurs, dos adivinhos e atendentes de bar, assim como dos fracos, dos pobres e das crianças. O saco de pano ou de linho (que jamais fica vazio) é cheio de itens preciosos, inclusive arroz (que indica riqueza), balas para as crianças, alimentos ou os infortúnios do mundo. A barriga exposta dele simboliza a felicidade, sorte e plenitude. O pote de mendicância, que muitas vezes é visto junto com ele, representa sua natureza budista. Em algumas cenas o Buda que Ri é visto sentado num carrinho puxado por meninos ou segurando um leque chamado de oogi, que dizem ser um leque que "concede desejos". Quem esfrega a grande barriga recebe riqueza, sorte e prosperidade.
Voltemos à nossa história. Quando a China entrou na era moderna e passou a sofrer influência crescente do Ocidente, aquelas questões da superstição que tinham se tornado parte do budismo por meio de crenças religiosas mais antigas foram consideradas ultrapassadas. No fim da era imperial o dr. Poceski obser-
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observa: "A incapacidade da China de reagir adequadamente aos desafios da modernidade - violentamente postos na soleira de suas portas pelo crescente abuso do poder colonial no território chinês no século XIX - levou à erosão e finalmente à desintegração de suas antiqüíssimas instituições sociais e políticas."
Foi em períodos assim tumultuosos e de auto-analise dura que eu vi o budismo reflorescer em outras culturas e em outras épocas, por isso não fiquei surpreso ao ler que o budismo ensaiou uma pequena reação diante daquela nova provação. Um movimento mais retro do que reformista enfatizava a meditação Ch'an e a reflexão filosófica. Um ramo progressista também criou instituições de ensino que abraçaram o pensamento moderno.
E então, em 1949, veio a República Socialista da China, sob o comando do Partido Comunista, ideologicamente contrário a crenças religiosas tradicionais. O esforço na década de 1950 foi no sentido de controlar e restringir as atividades budistas, e o estado de fato assumiu o controle das organizações budistas. Com a Revolução Cultural que teve início em meados dos anos 60, a violenta supressão do budismo era a ordem do dia. O Livro Vermelho do presidente do Partido Comunista Mao Zedong, oficialmente intitulado de Citações do presidente Mao Tsetung (Tsetung era a forma de escrever em inglês na época), tornou-se a Bíblia, o Cânone Pali e o Corão do país, tudo junto em um só, para os legalistas do partido. No capítulo sobre disciplina, em vez das Quatro Verdades Nobres, ele oferecia as próprias verdades nem tão nobres e não negociáveis.
Precisamos reafirmar a disciplina do partido, a saber:
(1) o indivíduo é subordinado à organização;
(2) a minoria é subordinada à maioria;
(3) o nível mais baixo é subordinado ao nível mais elevado; e
(4) todos os membros são subordinados ao Comitê Central.
E no lugar das Três Jóias do Buda, temos...
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Três regras principais de disciplina de Mao
(1) Obedecer às ordens em todos os seus atos.
(2) Não tirar uma única agulha ou fio de linha das massas.
(3) Entregar tudo que for capturado.
E em vez do Caminho Óctuplo, temos...
Oito pontos de Mao que exigem atenção
(1) Fale com educação.
(2) Pague o verdadeiro valor do que compra.
(3) Devolva tudo que pegar emprestado.
(4) Pague qualquer coisa que danificar.
(5) Não bata nem xingue as pessoas.
(6) Não danifique as plantações.
(7) Não tome liberdades com as mulheres.
(8) Não maltrate os prisioneiros.
"Na época parecia que os vinte séculos de história budista na China podiam estar chegando ao fim", escreve o dr. Poceski.
Em 1979 as coisas mudaram. Sob Deng Xiaopíng, presidente da Comissão Militar Central do Partido, que lhe dava controle do Exército de Libertação do Povo, uma nova política para o comércio exterior se abriu e com ela houve a troca de idéias com o Ocidente, uma perigosa influência no que dizia respeito ao partido no governo. A "abertura", como é chamada, simplesmente libertou os chineses para serem mais expressivos individualmente. Assim como o mercantilismo havia levado o budismo para a China através da Rota da Seda, foi o livre-comércio que talvez tenha impelido os líderes políticos da China a relaxar as restrições religiosas, especialmente sob os holofotes vigilantes das agências internacionais de direitos humanos brilhando sobre eles. Em 1989, a imagem simbólica de um homem em posição de sentido diante de um tanque militar hipnotizou o povo da China.
Essa mudança paradigmática foi um terremoto na República Popular da China. Com ela vieram as reformas religiosas, pelo
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menos no papel. Por exemplo, um decreto de 1997 chamado "Liberdade de Crença Religiosa na China", do Serviço de Informação da República Popular da China do Conselho de Estado, é a clássica linguagem com duplo significado da Nova Ordem Mundial. Admitindo que a Revolução Cultural "teve um efeito desastroso em todos os níveis da sociedade na China, inclusive na religião", ele procura retificar essas questões. O documento continua: "Mas no curso da correção dos erros da 'revolução cultural', os governos empenharam todos os esforços, em todos os níveis, para reviver e implementar a política da liberdade de crença, para compensar as injustiças, falsidades ou erros impostos sobre os indivíduos religiosos, e reabrir locais para as atividades religiosas." E apesar de citar as seiscentas igrejas protestantes que reabriam a cada ano desde os anos 80, as 18 milhões de cópias da Bíblia e as mais de 8 milhões de cópias de um hinário do Conselho Cristão da China que permitiram publicar, os 126 bispos católicos ordenados e os novecentos jovens padres católicos consagrados pela Igreja Católica chinesa, não menciona qualquer permissão para o budismo. O objetivo de tais gestos de liberdade religiosa se torna claro: "O governo chinês apoia e incentiva os círculos religiosos a promoverem a união dos fiéis religiosos para participar ativamente da construção do país." Em outras palavras, desde que as religiões possam servir aos objetivos da República Popular, receberão apoio. Esse e outros decretos deixaram mais que evidente que cada uma e todas as organizações religiosas devem se reportar ao Bureau de Religião do governo.
Eu também tive muita dificuldade para engolir como "verdade" naquele documento o seguinte: "Na China todas as religiões têm o mesmo status e coexistem em harmonia. As disputas religiosas não acontecem na China. Os fiéis religiosos e os que não têm crença se respeitam uns aos outros, estão unidos e mantêm relações harmoniosas."
Será que os que escreveram esse documento tinham ouvido falar do Tibete e da aniquilação sistemática do budismo... e dos budistas lá? Segundo o governo do Tibete em exílio, desde 1949 mais de seis mil mosteiros e centros culturais budistas tibetanos
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foram destruídos e 1,2 milhão de tibetanos morreram na prisão, pela tortura, fome e guerra. Falando como um budista, eu diria que isso era obviamente uma questão de duas pessoas vendo a mesma situação de pontos de vista diferentes. Só que falando como o presidente do Bureau de Verificação da Realidade, eu diria que um de nós dois está mentindo. E agora pergunto a você: um monge tibe-tano mentiria? Sua Santidade o Dalai Lama seria capaz de mentir? A Associação Budista Chinesa, fundada em 1953 como união de todas as ramificações do budismo chinês ("uma organização patriótica e educativa", como explicava o boletim da imprensa que me deram), ofereceu-me essa avaliação de 2003, segundo eles: 8.400 mosteiros do budismo Han na China continental e 50 mil monges e monjas; três mil mosteiros tibetanos e 120 mil monges e monjas; e 1.600 mosteiros do budismo sulista, com oito mil monges. Quando voltei para os Estados Unidos procurei conferir esses números com o Human Wrights Watch/Asia, mas me disseram que não havia como refutar ou corroborar esses números, já que obter informação confiável do Bureau de Religião da China, que supervisiona todas as organizações religiosas, na melhor das hipóteses é frustrante. Quando pedi ajuda para um dos pesquisadores da National Geographic, ele mandou um e-mail de um diretor de equipe da Comissão Executiva do Congresso sobre a China, em Washington, D.C., que ilustrou ainda mais a atitude evasiva das autoridades chinesas nessa área: "Obrigado pelo seu interesse... o senhor pergunta como entrar em contato com Ye Xiaowen, Diretor-geral da Administração Estadual [da China] de Relações Religiosas (SARA). Apesar de termos nos reunido com o diretor-geral Ye várias vezes, temos informações conflitantes sobre se é melhor escrever ou telefonar para ele." (Os cartões de visita dele exibiam endereço diferente de fonte com base na Internet.) "Nós não temos seu endereço de e-mail atual. O que aparece em seu cartão de visitas está riscado..."
Por falar em comunicação aberta depois da abertura... O subsídio do governo a um número de projetos arqueológicos e empreendimentos culturais budistas poderia facilmente ser considerado consistente com as afirmações deles de apoio à liber-
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dade religiosa. Recebi a motivação mais importante por trás desses esforços com grãos de sal do tamanho de pedras. Por exemplo, por que o governo se refere a projetos que descobrem locais ou achados arqueológicos budistas como "relíquias culturais", um nome espiritualmente benigno, em vez de "relíquias religiosas"? De qualquer modo, estão investindo em pesquisa, aprimorando a compreensão da história do budismo na China.
Em Beijing fui serenado por uma banda de um templo budista, uma tradição musical que tem oitocentos anos e que pode ser salva da extinção com o apoio da Associação Chinesa de Tecnologia de Proteção de Relíquias Culturais. No Templo Zhihua do século XV onde eles se apresentavam, os músicos me contaram depois que eles eram os últimos de uma espécie em extinção. Havia apenas um aluno jovem, adolescente, que atualmente estudava os instrumentos antigos para levar adiante a tradição. Eles tinham esperança de que houvesse mais interesse. Como eu fui baterista a vida inteira, pedi para entrar na banda e toquei um tambor vermelho de madeira de um metro de altura apoiado no chão entre as minhas pernas. Todos concordaram que apesar de eu dar boas baquetadas, não iam contar comigo para salvar essa tradição. Em outra ocasião, na província de Sichuan, eu me debrucei como o Homem Aranha na beirada de um rochedo em Guan-gyuan, nas estátuas dos Mil Budas do Penhasco, e fiquei olhando o lamacento rio Jialing lá embaixo. Ao meu lado, a arqueóloga Lei Yu Hua explicou de que modo suas descobertas agora esclareciam a importância daquela região na expansão do budismo ao longo da Rota da Seda para o interior da China central e mais além. Ela logo fez propaganda do seu empregador, o Instituto de Arqueologia e Relíquias Culturais da Cidade de Chengdu, braço oficial e beneficiário financeiro do governo chinês.
Já tinham me dito antes de eu ir para a China que hoje em dia os mosteiros budistas, sob o controle do governo comunista, tinham se transformado mais em museus e atração turística. E eles são isso, tanto para os visitantes do Ocidente como para os chineses, mas enquanto observava o povo do lugar acendendo incenso, curvando-se três vezes diante de cada estátua, pensei que mais
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Tocando na banda que apresenta a antiga música dos templos budistas, no Templo Zhihua do século XVem Beijing. A tradição musical de oitocentos anos pode ser salva da extinção com o apoio da Associação Chinesa de Tecnologia de Proteção de Relíquias Culturais.
cedo ou mais tarde, cumprindo todo esse ritual, mesmo que por hábito no início, os chineses estariam regando o jardim budista.
Não faz muito tempo que a frase "desenvolvimento do turismo chinês" seria lida como oxímoro. Em 1978 um total aproximado de 10 mil turistas visitou a China. No ano de 1988, esse número já havia subido para 4,3 milhões. De acordo com a Organização Mundial de Turismo, 41,8 milhões de pessoas visitaram a China em 2003, quarto lugar no mundo. Em 2004 esse número cresceu 48 por cento.
Como qualquer turista, eu estava ansioso para visitar o que foi apelidado de a Disneylândia dos mosteiros budistas. E pelos motivos lá dele, Fu Ching também estava.
O mosteiro Shaolin é um templo do século V (construído em 497 d.C.) na mata do sopé do monte sagrado Song {"shaò"
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significa montanha, "lin" significa mata). Nesse lugar um monge indiano chamado Ba Tuo começou a ensinar uma prática chamada de budismo hinayana, que defendia a busca da simplicidade e do desapego e o estudo das escrituras antigas dos ensinamentos do Buda. Mais tarde, por volta do ano 520, outro monge indiano, Bodhidharma, chegou ao templo e começou a ensinar o budismo mahayana, que os chineses batizaram de Ch'an (quando migrou para o Japão tornou-se zen), Essa prática se concentrava mais na meditação do que na leitura das escrituras. Quando Bodhidharma viu que os monges €estavam fisicamente fora de forma por ficarem o tempo todo sentados com os narizes enfiados nos textos em sânscrito, desenvolveu um regime de exercícios chamado de Dezoito Mãos de Lohan, para dar-lhes o vigor que iam precisar para enfrentar as longas horas de meditação. Ele também queria armá-los com um sistema de defesa contra os salteadores cruéis que vagavam pela região. E essa iniciativa evoluiu para o que hoje conhecemos como kung fu.
A primeira exposição de muitos norte-americanos ao kung fu foi através da série da televisão Kung Fu, que foi ao ar pela primeira vez em 1972. O astro dos filmes, David Carradine, encenava um monge do mosteiro Shaolin no século XIX que, depois de vingar a morte do seu mestre, foge da China para o oeste norte-americano, onde é perseguido por caçadores de prêmios. Isso gerou uma proliferação de filmes kung fu e evoluiu para os movimentos graciosos, apesar de alimentados pela testosterona, criados pelo coreógrafo de Hong Kong, Yuen Wo Ping e usados em O tigre e o dragão {Crouching Tiger, Hidden Dragou), Matrix e em Kill Bill. Ele, Quentin Tarantino, Uma Thurman, Jackie Chan, Jet Li e Carradine deviam se prostrar diariamente diante de uma estátua de Bodhidharma.
Para os chineses, o interesse por kung fu teve seu ápice com o filme Shaolin Monastery de 1982, cuja trilha sonora quase todo menino chinês e muitas meninas também sabem de cor (aliás, os termos mosteiro e templo são sinônimos). Fu Ching cantou a letra da música para mim no caminho do aeroporto para Dengfeng, a cidade na província de Henan a cerca de 10
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quilômetros do mosteiro. Cantou em chinês, mas meses depois enviou a tradução (tradução dele):
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