Português 8º ano



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. Acesso em: 22 maio 2015.

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Planejamento e elaboração do texto

• Lembre os alunos de que um conto é uma narrativa curta, um único espaço, com um período limitado e poucas personagens; seu enredo apresenta uma situação inicial, um conflito, clímax e resolução.

• Retome a importância da escolha do foco narrativo para a condução do leitor para o desenrolar dos fatos. Somente com a narrativa em terceira pessoa é que se pode praticar a onisciência e o discurso indireto livre.

Avaliação e reescrita

• Antes da troca de textos, peça aos alunos que releiam seus contos, verificando se estão de acordo com as características do conto fantástico. Oriente-os a observar tanto as características do conto quanto os elementos que definem o caráter fantástico da história.

• Se preferir, como alternativa ao item 3 dessa etapa, peça aos alunos que passem seus contos a limpo em uma folha sem identificação. Organize grupos de leitura e redistribua os textos sem revelar a autoria. Cada grupo deverá escolher um conto para ser lido para a sala. E, após a leitura de cada um, os alunos devem adivinhar o verdadeiro autor de cada história.

• Durante a leitura, os alunos podem recriar a atmosfera do conto: apagar algumas luzes da sala; colocar uma música ao fundo ou, ainda, sugerir que a atividade se realize em um outro espaço da escola.



Atividades de ampliação

• Indique aos alunos outros contos para leitura, como “Venha ver o pôr do sol”, de Lygia Fagundes Telles. Nesse conto, além do elemento fantástico, o leitor é conduzido pela narrativa carregada de tensão e suspense.

• É possível indicar também a coletânea Para gostar de ler — histórias fantásticas (São Paulo, Ed. Ática), que apresenta contos de autores variados, como Charles Dickens, Moacyr Scliar, entre outros.
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• Embora os adjuntos adnominais sejam considerados, do ponto de vista sintático, termos acessórios da frase, semanticamente eles são fundamentais para a completude de sentido que se pretende na enunciação. Eles contêm informações relevantes e tornam a informação inserida no texto mais precisa.

• Amplie os exercícios trazendo pequenos trechos de textos de jornais. Solicite a reescrita, retirando os adjuntos adnominais. Discuta com os alunos o sentido global do texto após a retirada desses adjuntos.

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Vale a pena destacar

• Ao analisar o quarto exemplo destacado, observe que os pronomes exercem um importante papel na coesão textual, ou seja, nos processos de sequenciamento que permitem a ligação linguística entre os elementos do texto em sua superfície. Os pronomes podem atuar como elementos coesivos de referência, isto é, elementos que não podem ser interpretados semanticamente por si mesmos e remetem a outros itens do discurso necessários à sua interpretação. Em “[Serginho] Só me restituiu a pasta do irmão. A sua não correrá o risco”, por exemplo, o pronome sua empregado remete à pasta de Serginho, citada anteriormente.

• Explique que a identificação de uma palavra ou expressão como adjunto adnominal está relacionada à sintaxe, ou seja, às funções dos elementos dentro da frase. A função de adjunto adnominal pode ser desempenhada por artigos, numerais, pronomes e adjetivos. No entanto, quando palavras dessas classes não acompanham nomes, não desempenham a função de adjuntos adnominais.

Sugestão para o professor

Para ler

• KOCH, I. V. A coesão textual. 17. ed. São Paulo: Contexto, 2002.
O estudo sobre os adjuntos adnominais como elementos de coesão textual pode ser ampliado pela leitura desse livro, que apresenta uma introdução à linguística textual. Identificam-se os mecanismos constitutivos do texto, examinando as classes de palavras e de sentenças, os conectivos, os tempos verbais, entre outros.

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• Na questão 1a, se o leitor conhecer a personagem Garfield, poderá supor que ele queira saber sobre comida ou sobre como descansar mais. Se a personagem for desconhecida para o leitor, ele poderá pensar que Garfield está diante de algum dilema existencial, por estar deitado como quem está refletindo ou meditando.

• Enfatize, portanto, que o conhecimento do contexto nos auxilia a compreender o humor da tira. Lembre os alunos que a leitura de qualquer texto aciona e depende de nossos conhecimentos prévios sobre o objeto tratado e seu contexto.

• Ao propor a questão 2, explique aos alunos que a cada estrela deve corresponder uma palavra. Oriente-os a escolher adjuntos adnominais adequados à linguagem e ao sentido global do texto. Para isso, peça que leiam o texto todo antes de iniciar o preenchimento das lacunas.

• Sugira que voltem ao boxe Anote (página 67) para verificar as classes de palavras que podem exercer a função sintática de adjuntos adnominais.

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• Na questão 9a, é possível que alguns alunos indiquem do gás e do cimento como adjuntos adnominais. Nesse caso, explique-lhes que essas locuções não são adjuntos porque são essenciais à significação dos substantivos a que se referem. No capítulo 4, serão estudados os complementos nominais e suas diferenças em relação aos adjuntos adnominais.



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Vale a pena destacar

• A obra de Jorge Amado (1912-2001) é marcada por forte conteúdo político, pela presença de denúncia de injustiças sociais e por elementos folclóricos e populares da cultura brasileira. O site da Fundação Casa de Jorge Amado apresenta várias informações sobre ele e sua obra: . Acesso em: 22 maio 2015.

• Na questão 1, comente com os alunos sobre o escritor baiano Jorge Amado, sua obra e sua importância para a literatura brasileira.

• Ajude-os a perceber o valor dos adjuntos adnominais para a descrição na narrativa, especialmente pelos adjetivos empregados para a caracterização do espaço e de sua transformação. As ondas não são quaisquer ondas, são fragorosas. A réstia da lua é amarela. As noites são quase negras, de uma cor misteriosa. Comente que a caracterização envolve o leitor na cena.

• Ao trabalhar o primeiro trecho de Capitães da Areia, retome o conceito de adjunto adverbial diferenciando-o do conceito de adjunto adnominal. Auxilie os alunos a perceber que o primeiro indica as circunstâncias da ação verbal. Exemplos: As ondas que batiam mansamente, adjunto adverbial de modo; as noites eram quase negras, de intensidade; a água passava por baixo da ponte, de lugar; etc.

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• Evidencie, ao trabalhar a questão 4, a importância do contexto, em alguns casos, para se definir o sentido em que um adjunto adnominal está sendo empregado.

• Ao trabalhar a questão 5, peça exemplos de adjuntos adnominais que, empregados no lugar dos identificados no texto, revelariam uma visão negativa do autor sobre o filme.
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• Na questão 1a, dê informações sobre a modalidade esportiva do nado sincronizado e explique que “vender-se ao sistema” é aceitar as imposições do modo de vida da sociedade, em detrimento da vontade e das convicções pessoais.

• Após a realização da questão 1, e antes de apresentar a definição de palavras homônimas, peça aos alunos que indiquem outros exemplos de palavras que, como pata, têm a mesma pronúncia, mas significados diferentes. Se eles tiverem dificuldade, cite alguns exemplos para estimulá-los: acender/ascender; cela/sela; cerrar/serrar; jogo (substantivo e verbo)/jogo (verbo); cedo (verbo ceder e advérbio de tempo); sela (verbo e substantivo); coser (costurar)/cozer (cozinhar); sírio (natural da Síria)/ círio (vela).

• É possível que alguns alunos citem parônimos (ainda que sem citar a denominação). Explique que o que se quer, nesse momento, são palavras que têm pelo menos a grafia ou a pronúncia idênticas, não apenas semelhantes. Anote os exemplos no quadro de giz. Recorra a eles nos próximos passos.

• Acrescente os exemplos dos exercícios aos registrados no quadro de giz e promova uma reflexão com a classe para identificar os três diferentes tipos de palavras homônimas: pronúncia e grafia idênticas, pronúncia igual e grafia distinta, mesma grafia e pronúncia diferente.

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• Apresente o boxe Anote, ampliando os exemplos com aqueles citados pelos alunos.

• Alerte-os para o cuidado que devem ter ao escrever palavras homófonas, porém não homógrafas.

• Mostre que o significado das palavras homônimas é dado por seu contexto. Em uma frase como “este carro é muito leve”, leve corresponde ao adjetivo que significa com pouco peso; porém, em “leve este carro para lavar”, trata-se do imperativo do verbo levar.

• Ao propor a seção Entreletras, se julgar pertinente, reúna os alunos em grupos para discutirem suas ideias. Esclareça que essa atividade é diferente do Aquecimento da primeira atividade de produção de texto, em que um objeto atual deveria ser adaptado de acordo com as novas funções que teria no futuro. Agora, os alunos devem criar um objeto novo, para uma necessidade atual ou futura.

Atividades de ampliação

• Indique uma das leituras extraclasse sugeridas na seção Para saber mais ou organize uma sessão para assistir a um dos filmes sugeridos. Após a atividade, retome os conteúdos trabalhados neste capítulo, dando destaque aos elementos da narrativa (tipos de personagem, escolha do foco narrativo, descrição do ambiente — espaço, tempo), ao assunto de que o livro trata e ao conceito de verossimilhança.

• A partir das definições do boxe Anote, sugira aos alunos que pesquisem em jornais e revistas frases ou expressões em que ocorram essas variações. Oriente-os a observar os slogans de propaganda, que fazem uso frequente da ambiguidade por meio do emprego de palavras homônimas.

• Organize um mural para colar os exemplos trazidos por eles, classificando e comentando as ocorrências.



Sugestões para o aluno

Para ler

• WELLS, H. G. A máquina do tempo. São Paulo: Nova Alexandria, 1994.
Esse livro apresenta a jornada de um cientista inglês no desconhecido e perigoso mundo do futuro. E o leitor poderá acompanhá-lo em suas descobertas e aventuras.

• TELLES, Lygia Fagundes. Histórias de mistério. São Paulo: Rocco, 2004.
Esse livro é composto de seis contos fantásticos em que as personagens parecem presas em seus papéis trágicos devido às perdas que sofreram.

• FRABETTI, Carlo. Calvina. São Paulo: SM, 2008.
O ladrão Lucrécio entra em uma casa para mais um roubo, porém é surpreendido por um mundo estranho. Sua vítima, Calvino, prega-lhe uma peça: propõe que ele se passe por seu pai. Para isso, Lucrécio tem de raspar os cabelos. O larápio logo descobre que o menino Calvino talvez seja a menina Calvina, que o cão da casa provavelmente seja um lobo, que um cadáver pode estar vivo e que os livros e a leitura têm poder mágico.

Para assistir
Star Wars. Direção: George Lucas. EUA, 1977.
Nesse primeiro filme da série (o episódio IV da saga), Luke Skywalker se une aos membros da resistência para tentar destruir a Estrela da Morte.

A.I.: Inteligência Artificial. Direção: Steven Spielberg. EUZ, 2001.


No futuro, o garoto David Swinton vive em uma realidade de desastre ambiental, após o efeito estufa ter derretido grande parte das calotas polares, deixando boa parte das cidades litorâneas submersas. Para controlar esse desastre ambiental, a humanidade conta com o auxílio de uma nova forma de computador independente, com inteligência artificial.

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• Nas questões 1 e 2, destaque a importância do suporte para a identificação do objetivo do texto. Lembre-os que a compreensão textual depende, muitas vezes, de fatores externos ao texto.

• Ao abordar a questão 2f, comente que a riqueza de detalhes está ligada ao objetivo do texto de despertar no leitor o desejo de viajar, de passear por Fortaleza.

• Na questão 3, retome a diferença sintática e semântica entre adjuntos adverbiais e adjuntos adnominais.


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Retomada dos conteúdos

• Retome as características do romance de ficção científica por meio da leitura de um trecho de Frankenstein ou de outro livro complementar ao capítulo.

• Leia alguns contos fantásticos escritos pelos alunos (diferentes dos que foram lidos para a sala toda) e peça-lhes que identifiquem as características do gênero.

• Organize um bingo para rever os homônimos. Distribua cartelas para os alunos com palavras variadas, com indicação de sua classe gramatical e significado (as cartelas devem apresentar o mesmo número de palavras e devem ser diferentes entre si). Previamente, prepare frases com todas as palavras em seus dois sentidos. Leia aleatoriamente as frases para os alunos. Eles devem identificar, pelo contexto, se a frase lida apresenta uma das palavras de sua cartela e, nesse caso, marcá-la com um X. Aquele que marcar primeiro todas as palavras de sua cartela será o vencedor.



A autoavaliação

• Solicite aos alunos que se reúnam em pequenos grupos para discutir os tópicos da autoavaliação.

• Peça que sistematizem em uma folha de papel as dúvidas que ainda restam. Leia as dúvidas para a sala e solicite a outros alunos que ajudem a esclarecê-las.

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• O trecho transcrito nessa página é da obra Pós-escrito a O nome da rosa e, como o próprio título indica, foi escrito depois do livro O nome da rosa. Nesse livro, Umberto Eco, fala do processo criativo da escrita do livro e conta como trabalhou época, cenários, personagens e as intrigas da obra.

• No trecho selecionado para abrir a seção Oralidade, o autor fala de possibilidades de começar uma história, mostrando um caminho que se pode fazer para tecer um enredo. Essa será, basicamente, a atividade desenvolvida nessa seção, na qual os alunos terão a oportunidade de construir uma história coletivamente, partindo do ponto em que o colega parou, mantendo a coerência e buscando um desfecho.

• Na atividade 1, ajude os alunos a perceber que, ao compor esse cenário fictício que apresenta, o autor coloca os elementos essenciais da narrativa: espaço, personagens, tempo e ação.

• Na atividade 3, converse com os alunos sobre o que significa esse “Fim da história”. É claro que a história não precisa terminar aí, mas leve os alunos a pensar sobre a relevância de criar esse mundo à beira do rio se nada vai acontecer ali. Quando os alunos inventam seus “mundos” e suas “mobílias”, eles podem dar informações inúteis que dispersam a história, que ficam soltas. É essa noção que está sendo abordada no comentário de Umberto Eco e que eles precisam perceber.

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• Comece a história com uma frase inusitada que dê diversas possibilidades de continuação. Exemplos:

Era uma vez um elefante que se apaixonou por uma girafa.

Um dia, durante a aula, entrou na sala um alienígena ferido.

No dia da excursão, o ônibus foi parado por um herói em fuga.

No cinema, enquanto assistia a um filme, Maria foi sugada pela tela.

• Incentive os alunos a usar a craitividade e oriente-os a ficar atentos a todas as frases, para serem coerentes e conseguir dar verossimilhança à história que estão contando.

• Se achar necessário, enquanto os alunos vão completando a história, chame a atenção deles para o fato de ser necessário apresentar o conflito ou o desfecho, por exemplo, dependendo do momento da história e da quantidade de alunos que já contaram sua parte.

• Com relação ao boxe Que tal uma troca de histórias?, se houver outra(s) turma(s) do mesmo ano na escola, e se for oportuno, combine com o(s) professor(es) um momento de apresentação das histórias coletivas criadas pelos alunos das diferentes turmas.

Capítulo 3 Diário íntimo e diário virtual

Objetivos

• Ler e produzir diário íntimo e diário virtual.

• Conhecer as características desses gêneros.

• Refletir sobre a relação entre o autor de um diário íntimo ou virtual e seu interlocutor.

• Conhecer o predicativo do objeto e o predicativo do sujeito.

• Revisar os predicados verbal e nominal.

• Conhecer o predicado verbo-nominal.

• Trabalhar com parônimos.

• Participar de um projeto interdisciplinar.

Prepare-se e planeje

Neste capítulo, os gêneros em foco são o diário íntimo e o diário virtual. Serão apresentadas suas características mais relevantes, bem como o fato de am-


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bos serem particularmente reveladores do contexto sociocultural da época em que foram escritos. Dando continuidade ao estudo da sintaxe, propomos a apresentação do predicativo do objeto, a retomada e o aprofundamento dos predicados verbal e nominal e a introdução do predicado verbo-nominal.

Conteúdos

Atitudinais

• Discussão e aprofundamento de valores referentes:

• à expressão da subjetividade;

• à exposição de sentimentos e opiniões.



Procedimentais

• Leitura e produção de diário íntimo e de diário virtual.

• Planejamento de um diário virtual em papel e organização de uma exposição com esses projetos.

Conceituais

• Características dos gêneros diário íntimo e diário virtual.

• Produção de diário íntimo e de diário virtual.

• Predicativo do objeto.

• Predicado verbo-nominal.

• Parônimos.

Orientações didáticas

Páginas 78 e 79

A imagem de abertura

• Essa imagem é uma composição com vinte fotografias de pessoas de diferentes idades e etnias. O aspecto mais interessante é a variedade das expressões faciais.

• Nas atividades 1c e 1d, incentive os alunos a explicar e justificar suas respostas.

• Na questão 3, espera-se que os alunos mencionem semelhanças: pertencerem todos à espécie humana (com as implicações desse fato: todos precisam se alimentar, tomar líquidos, dormir, agasalhar-se quando faz frio, refrescar-se quando faz calor, etc.), estudarem na mesma classe, serem adolescentes, terem os mesmos professores, etc. Deixe que eles apontem aquilo que consideram diferenças sem avaliá-los. Eles podem responder que cada um tem uma família, uma aparência, etc.

• Nas atividades 4 e 5, ajude os alunos a refletir sobre os momentos e espaços que têm em sua realidade para expressar sua forma de pensar. Certifique-se de que valorizam e compreendem a importância de ter essa oportunidade para sua plena formação como cidadãos.

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O gênero

O gênero diário íntimo situa-se na esfera do relato. Nele se busca, por meio do registro pessoal de acontecimentos do cotidiano, estabelecer uma interlocução com um leitor que é o próprio autor, mas que acaba por se constituir em um outro eu. É um gênero que se fixa no presente daquele que relata os acontecimentos, quase sempre apresentados em ordem cronológica. Presentes desde a Antiguidade, os diários íntimos sofreram transformações ao longo do tempo, tornando-se, muitas vezes, documentos históricos.



A autora

Zlata Filipovic nasceu em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, em 1980. De 1991 a 1993, relatou em um diário íntimo as vésperas da guerra da Bósnia, que eclodiu em 1992, e os horrores desse conflito étnico. Atualmente a jovem vive em Dublin, na Irlanda, e lançou outro livro, Vozes roubadas – diários de guerra (editora Companhia das Letras), em que apresenta o relato de catorze crianças que passaram por situação semelhante à sua desde a Primeira Guerra Mundial.



O texto

Em seu diário íntimo, que ela chama de Mimmy, Zlata fala do porão onde era obrigada a se esconder, da falta de água, gás e luz e do racionamento de alimentos. A primeira publicação do livro, em servo-croata, foi organizada pelo Unicef, em edição de poucos exemplares. Uma editora francesa se interessou pelo diário e, em poucos meses, vendeu 200 mil exemplares. O livro tornou-se best-seller mundial.



Antes de ler

• Pergunte aos alunos se eles têm o hábito de registrar em diário fatos do cotidiano e aproveite o momento para destacar algumas características do gênero diário íntimo.

• Leia com os alunos o boxe O que você vai ler, dando destaque ao fato de que os acontecimentos relatados estão vinculados a um momento histórico preciso: a guerra ocorrida nos Bálcãs entre 1992 e 1995. Ressalte, porém, que Zlata já mantinha seu diário antes da guerra.

• Peça aos alunos que levantem algumas hipóteses sobre o texto que vão ler: como imaginam que seja a vida de uma pré-adolescente iugoslava? Como eles acham que a guerra pode afetar a vida cotidiana das pessoas?



Durante a leitura

• Peça aos alunos que, enquanto leem, tentem traçar um perfil de Zlata: idade, jeito de ser, interesses, objetivo ao escrever, etc.

• Proponha que observem a interlocução que Zlata estabelece com seu leitor, considerando que no
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momento em que escreveu a maioria dos relatos ela não imaginava que poderiam ser publicados.



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Depois de ler

• Pergunte aos alunos se as hipóteses de leitura foram confirmadas.

• Solicite a alguns alunos que caracterizem a autora do diário e apontem os trechos do texto em que se basearam para tirar suas conclusões.

• Converse com os alunos sobre a forma como Zlata se relaciona com seu diário. Pergunte se acreditam que o fato de estar vivendo um momento tão hostil pode ter influenciado o tipo de interação (afetuoso) que ela estabelece com Mimmy.

• Proponha aos alunos uma nova leitura do texto, desta vez mais rápida, a fim de verificar os recursos gráficos de que a garota faz uso para expressar seus sentimentos diante do horror da guerra.

• Pergunte que características do diário de Zlata são comuns a qualquer diário íntimo. Construa com os alunos um quadro provisório de características do gênero diário íntimo, apenas com as que se observam no texto lido.

• Comente com os alunos a semelhança entre o diário de Zlata e o de Anne Frank, garota judia que, durante a Segunda Guerra Mundial, viveu em um esconderijo em Amsterdã, na Holanda. Seu diário, publicado algum tempo após o conflito, transformou-se em um dos mais sensíveis documentos históricos daquela época.

Atividades de ampliação

• Apresente aos alunos informações sobre o momento histórico vivido pela Bósnia-Herzegovina entre 1992 e 1995 (leia com eles o boxe O fim da Iugoslávia, na página 84). Para complementar essas informações, você pode pedir que façam uma pesquisa breve sobre a guerra da Bósnia e que escrevam no caderno os pontos principais sobre o conflito. Essa atividade interdisciplinar pode ser realizada em conjunto com o professor de História, que poderá abordar a origem dos conflitos étnicos na região balcânica.



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• Ajude os alunos a pensar sobre o item 2b. O autor do diário escreve para si mesmo, mas para um momento futuro, e então a data vai servir para ajudá-lo a localizar no tempo os acontecimentos relatados.

• Aproveite o item 4a para conversar com os alunos sobre o fato de que, mesmo em meio à guerra, as pessoas buscam resgatar valores positivos como compaixão e solidariedade. Essa pode ser também uma forma de lembrar sua humanidade, valor que a guerra parece esconder.

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• Na atividade 1, retome com os alunos a discussão sobre o modo como Zlata se dirige a seu interlocutor. É importante os alunos terem clareza de que, em princípio, o diário íntimo não se destina à publicação, portanto, seria um confidente ao qual se confiariam todos os sonhos, anseios, temores e segredos.

• Comente com os alunos que, ao se tornar um texto público, o diário de Zlata acabou por se aproximar de outro gênero, o relato histórico.

• No boxe Os diários ficcionais, ao tratar de tipos de diário, mencione os diários de celebridades ou de pessoas que conviveram com celebridades, como O caminho das borboletas: meus 405 dias com Ayrton, de Adriane Galisteu, publicado logo após a morte do piloto Senna. Explique que esse tipo de diário, em geral, passa pela revisão de um escritor profissional antes da edição. Entre os diários de pessoas que se tornaram referência em sua área, podem-se citar o da pintora mexicana Frida Kahlo (O diário de Frida Kahlo, editora José Olympio) e o do dramaturgo Bertolt Brecht (Diário de trabalho, editora Rocco). Todos esses são mais dirigidos para um público adulto.

• Entre os diários que retrataram momentos históricos impactantes há, além do de Zlata, o Diário de Anne Frank, que documenta a Segunda Guerra Mundial, e a obra organizada por Zlata, Vozes roubadas diários de guerra. Esses livros podem ser sugestões de leitura para os alunos.

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• Para complementar o conteúdo do boxe O fim da Iugoslávia, converse com os professores de História e Geografia e verifique a possibilidade de, em conjunto, mostrar aos alunos que as consequências dessa guerra persistem ainda hoje, no julgamento de envolvidos em crimes de guerra, em manifestações ultranacionalistas que revelam a não superação de preconceitos e a preservação de atitudes de intolerância, etc.

• Quanto às possíveis mudanças efetuadas por Zlata no diário após a notícia de que seria publicado, assunto tratado na atividade 3b, mencione o ocorrido com o Diário de Anne Frank, publicado após a morte da menina: sabe-se que o pai de Anne, Otto Frank, suprimiu os trechos em que ela discorria criticamente sobre o casamento dos pais.

• Na questão 1 de O contexto de produção, pergunte aos alunos se imaginavam que uma menina bósnia tivesse uma rotina tão semelhante à de tantos jovens brasileiros. Pergunte o que sabem sobre a situação atual da Bósnia-Herzegovina e sugira que procurem se informar.


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• Ao trabalhar a questão 2 de O contexto de produção, converse sobre o tempo no diário íntimo. Mostre que, nesse gênero, as reflexões estão presentes em meio ao relato de fatos, o que faz com que exista, muitas vezes, uma confluência entre ações do passado, ações do presente e conjecturas em relação ao futuro.

• Ainda com relação ao tempo, explique que há, praticamente, simultaneidade entre o tempo do enunciado (o tempo dos fatos registrados) e o tempo da enunciação (o momento em que o autor escreve), já que o autor do diário, em geral, conta os fatos no diário no mesmo dia em que aconteceram.

• Ao discutir a linguagem do texto, mostre a importância dos pronomes como marcas textuais que evidenciam o caráter intimista do texto.

• Mostre que o emprego de maiúsculas como recurso expressivo é comum na linguagem da internet, a qual se aproxima da linguagem oral informal.

Boxe de valores

A sociedade em que vivemos, baseada na produção e no consumo de bens, valoriza as atividades consideradas úteis, que revertem em dinheiro, conhecimento técnico, rapidez. Enfatize que as atividades “não úteis” podem e devem ser cultivadas, entre elas a arte e o lazer. Um diário, além da possibilidade de vir a constituir um documento histórico, proporciona prazer e autoconhecimento a quem o escreve.



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Aquecimento

• A atividade de aquecimento, de reorganização de parágrafos de um diário, propicia aos alunos contato com um diário ficcional e permite apontar o uso dos marcadores de tempo, como “hoje de manhã”, “no sábado” e “na volta do clube”.

• Pergunte aos alunos se acham que o trecho de O diário de Débora apresentado na atividade poderia ter sido escrito por uma adolescente real e por quê.

Proposta

• Discuta com os alunos as condições de produção do texto. Aproveite para diferenciar com eles o gênero diário do suporte em que costuma ser registrado (em geral, um caderno ou uma agenda).

• Proponha aos alunos observar cada imagem selecionada para a atividade. Peça-lhes que imaginem que contexto pode haver por trás de cada uma delas e pergunte qual das fotos traz uma situação mais próxima do cotidiano deles.

• As imagens servirão apenas como ponto de partida. Não é preciso que os alunos obrigatoriamente relatem fatos relacionados a elas.



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Planejamento e elaboração do texto

• Quanto às anotações sobre o fim de semana, chame a atenção dos alunos para o fato de que são eles que vão determinar o que foi relevante e o que não foi.

• Retome algumas características estruturais do gênero, como o cabeçalho com a data e as referências ao próprio diário.

• Reveja também a questão das marcas temporais. Aponte a necessidade de usar os marcadores de tempo de forma adequada para organizar o relato cronologicamente.

• Chame a atenção para os tempos verbais mais adequados tanto para os trechos em que vão narrar ações quanto para os trechos em que apresentarão suas reflexões pessoais.

• Enfatize ainda que o autor de um diário íntimo não busca a exatidão ou a neutralidade: ele simplesmente procura apresentar sua visão pessoal desses fatos e o valor que atribui a eles (daí o gênero ser considerado subjetivo).



Avaliação e reescrita do texto

• Peça aos alunos que avaliem: eles se reconhecem no que escreveram ou acabaram por criar uma personagem, conferindo ao texto um caráter de diário ficcional? Solicite a eles que verifiquem as marcas de subjetividade presentes no texto.

• Incentive-os a ilustrar sua produção, intensificando a subjetividade do texto.

Atividades de ampliação

• O livro Vozes roubadas – diários de guerra, organizado por Zlata e pela escritora Melanie Challenger, publicado em 2008, dá voz a outras crianças que viveram experiências semelhantes às de Zlata. Se possível, destine um tempo de algumas aulas para a leitura coletiva da obra ou de alguns de seus trechos. Além de ser mais uma oportunidade de contato com o gênero diário, essa leitura pode também propiciar uma reflexão acerca de valores como liberdade e paz.



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• Na atividade 1a, sensibilize os alunos quanto às dificuldades trazidas pela guerra. Ajude-os a entender a mudança de perspectiva sobre o inverno sofrida por Zlata devido às novas e complicadas circunstâncias trazidas pela guerra.

• Leia com os alunos o texto sobre predicativo do objeto. Depois, escreva no quadro de giz a frase O jogador chamou o juiz ladrão e peça que expliquem a ambiguidade existente nela: “O jogador chamou o juiz de ladrão” ou “O jogador chamou o juiz que é um ladrão”. No primeiro caso, ladrão é predicativo do objeto direto o juiz; no segundo, ladrão é adjunto adnominal do núcleo do objeto direto (juiz). Explique que preposições podem evitar esse tipo de ambiguidade: O jogador chamou o juiz de ladrão.
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Sugestão para o professor

Para ler

• FRANCHI, C.; NEGRÃO, E. V.; MÜLLER, A. L. Mas o que é mesmo “gramática”? São Paulo: Parábola, 2006.
Nesse livro, recomendamos a leitura dos artigos “O uso de relações semânticas na análise gramatical” e “Um exemplo de análise e de argumentação em sintaxe”.

Página 89

• De início, leia com os alunos apenas o título da notícia da questão 1 e pergunte-lhes se ele permite mais de uma interpretação. Reflita com eles sobre a necessidade de clareza em títulos de notícia, que devem conter uma síntese do fato noticiado.

• Discuta com os alunos o sentido de ridículas no poema de Fernando Pessoa, apresentado na questão 2.

• Reflita com os alunos a respeito da experiência que o eu lírico revela quanto à sua relação com esse tipo de carta e com o próprio amor.

• Na última estrofe, o eu lírico parece reajustar sua opinião sobre o amor e sobre a atitude dos que amam: quem não ama é que é ridículo.

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• Ao trabalhar o item 1a, proponha uma nova leitura do texto para que os alunos possam atentar especificamente para os elementos que revelam a apresentação dos fatos em ordem cronológica. Peça que tentem identificar os adjuntos adverbiais de tempo.

• Em seguida, solicite que busquem os adjuntos adverbiais de lugar. Ajude-os a perceber que não são apenas os adjuntos adverbiais que situam os acontecimentos no espaço. Por exemplo, em “atravessaram a Rússia”, os termos destacados são objeto direto.

• Compare com os alunos o texto da atividade 1 com o da atividade 4. Deixe claro que, embora os dois apresentem o mesmo fato histórico, a Segunda Guerra Mundial, no primeiro texto o próprio conflito é o assunto, enquanto no segundo o assunto são as vivências e as impressões do autor diante da guerra.



Página 91

• Ao discutir a questão 5, referente ao foco narrativo, reforce que há no segundo texto uma visão pessoal a respeito do fato histórico: não há, por parte do narrador, a preocupação de precisar os elementos históricos, mas de apresentar sua experiência pessoal.

• Quanto à questão 7, chame a atenção dos alunos para a marca linguística presente no quinto parágrafo, o advérbio agora, que indica a mudança de visão do narrador a respeito da guerra.

• Pergunte aos alunos que semelhanças e diferenças acreditam existir entre um diário íntimo e uma autobiografia e estimule-os a levantar hipóteses. Ambos os gêneros contam fatos ocorridos com o autor e apresentam seus sentimentos, mas enquanto no diário o registro é feito quase simultaneamente aos fatos, na autobiografia há um mergulho em direção ao passado: o autor conta o que viveu e experimentou, mas num momento posterior ao das vivências.

• Ao discutir o boxe Anote, ressalte que a objetividade ou a subjetividade de um texto estão, em geral, vinculadas às finalidades do gênero; não se trata, portanto, somente de uma decisão pessoal de cada autor.

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O gênero

O gênero diário virtual surgiu com os blogs, em 1999. Eles são uma ferramenta multifuncional: dentro de um mesmo blog, pode-se encontrar uma sequência de relatos que configuram um diário virtual ao lado de textos de autoajuda, por exemplo, ou de letras de canção, receitas. Assim, existem blogs exclusivamente formados por relatos pessoais, outros em que o diário é um dos elementos e ainda há os que não têm um diário. O público do diário virtual é formado por pessoas que têm acesso à internet e, em geral, o leitor pode postar mensagens e comentários ao autor assim que lê um texto. Essa interação entre autor e leitor determina os assuntos e a forma de abordá-los.



O autor

Fernando Meligeni nasceu na Argentina, em 1971, mudou-se para o Brasil com 4 anos de idade e aqui se naturalizou brasileiro. Conhecido como Fininho, é considerando um dos maiores tenistas do país dos últimos tempos. Entre outros títulos e premiações, foi medalha de ouro nos Jogos Panamericanos de 2003, realizados na República Dominicana; chegou a uma semifinal em Roland-Garros, em 1999; ficou em 4º lugar nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, e em 25º lugar no ranking do tênis, em 1999. Em 2002, estreou como apresentador de TV. Deixou o esporte em 2003.



O texto

O texto é composto de duas postagens feitas pelo autor em seu diário virtual, um blog do canal esportivo de televisão ESPN, durante o mês de outubro de 2014. Nelas, Meligeni comenta fatos relacionados ao tênis.



Antes de ler

• Converse com os alunos sobre as questões propostas no boxe O que você vai ler.

• Em seguida, apresente o autor do diário virtual e pergunte que tipos de assunto e que linguagem esperam encontrar no diário de uma pessoa com o perfil de Meligeni. Por fim, construa com os alunos os objetivos de leitura.
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Durante a leitura

• Solicite aos alunos que estejam atentos às marcas de tempo, para que compreendam bem a cronologia dos fatos relatados nas postagens, e às marcas de oralidade.

• Peça aos alunos que observem de que forma o autor se dirige a seu leitor e de que maneiras procura trazê-lo para o texto.

• Oriente-os a verificar se o grau de formalidade da linguagem é o que esperavam encontrar no diário virtual de um atleta e apresentador de TV com o perfil de Fernando Meligeni.



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Atividades de ampliação

• Caso seja possível, incentive os alunos a criar um diário virtual do 8º ano, em que possam registrar o dia a dia da classe, incluindo fotos: os eventos mais marcantes, mais divertidos, mais emocionantes, e também datas de provas, de apresentação de trabalhos, com dicas culturais e de lazer, etc.



Sugestões para o professor

Para ler

• ARAÚJO, J. C. Internet & ensino: novos gêneros, outros desafios. Rio de Janeiro: Lucerna, 2007.
Esse livro trata das práticas de linguagem e dos letramentos em ambiente digital em artigos escritos de maneira acessível tanto ao leigo como ao professor de línguas.

Para acessar


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