Universidade estadual de campinas


Instituto de Estudos da Linguagem



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Instituto de Estudos da Linguagem

H0580

O DIÁRIO REFLEXIVO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO PROFESSOR


Lúcia Mantovani Stradiotti (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Angela Kleiman (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Partindo das conclusões geradas a partir de minha pesquisa anterior, e das questões que se delinearam, realizei meu trabalho de pesquisa, estudando o diário reflexivo, instrumento de pesquisa que permite que o professor faça uma reflexão de suas ações e uma auto-análise tanto no registro como nas releituras dos dados registrados. Com a análise dos diários produzidos em contexto de ensino em Educação de Jovens e Adultos, durante o ano de 2004 por duas professoras em formação inicial (eu e uma colega de turma), meu objetivo foi perceber a influência da produção diarista na formação profissional e descrever e entender o papel dos diários na formação docente. O foco da minha pesquisa foram as referências aos participantes da aula, procurando entender, por exemplo, como o enunciador se constrói e se apresenta a si mesmo, e as implicações desse processo. Com uma análise de trechos selecionados a partir das minhas questões de pesquisa, procurarei mostrar como a produção destes diários me ajudou a construir minha identidade como professora através de indícios da linguagem. Por exemplo, a presença recorrente de conjunções adversativas, indicando que as aulas não aconteciam como o esperado; ou ainda, de modalizações que ilustram uma situação de insegurança de minha parte enquanto professora, responsável pelos conteúdos passados e pela aprendizagem dos alunos. Vale ressaltar a relevância desses resultados para subsidiar os programas de formação do professor.

Diário reflexivo - Formação do professor - Prática docente


H0581

Identidade social e humor: uma análise sociolingüística de esquetes radiofônicos


Ana Laura Gonçalves Nakazoni (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Anna Christina Bentes da Silva (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Neste projeto, temos o interesse de analisar, embasados em fundamentos da sociolingüística e da análise da conversação, esquetes humorísticos curtos veiculados por rádios FM, mais especificamente Dr. Pimpolho, Homem Cueca e Odemar Gogo. Nossa hipótese é a de que os efeitos de humor produzidos no público ocorrem principalmente em função de um trabalho específico sobre a linguagem. Pretendemos, então, investigar como o trabalho efetuado sobre os recursos lingüísticos e supra-segmentais resulta na produção de estereótipos lingüísticos que são os responsáveis pelos efeitos de humor. Para formar nosso corpus de trabalho, transcrevemos os esquetes selecionados com base na notação do NURC. Nossa análise relacionou humor, linguagem e construção de identidades sociais e ela nos permitiu levantar diversos traços das falas das personagens dos esquetes que, por serem altamente estereotipadas, puderam servir para reforçar nossa hipótese inicial. A fala de mano do Homem Cueca, por exemplo, está carregada de gírias, ritmos e construções gramaticais bastante próprias ao estereótipo pretendido para efeitos de humor. Assim, concluímos que a linguagem não é somente essencial para a construção de tipos nesses esquetes, mas é ela que constrói as identidades e as veicula.

Sociolingüística - Identidade social - Estereótipos


H0582

PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO NA OBRA “HISTÓRIAS DE CRONÓPIOS E DE FAMAS”, DE JULIO CORTÁZAR


Fernanda Salomão Vilar (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Anna Christina Bentes da Silva (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Historicamente a noção de referência foi concebida como um problema de representação do mundo em termos de verdade e correspondência. Entretanto, essa visão foi deslocada de forma a privilegiar as versões de mundo publicamente elaboradas e ativadas pelos sujeitos enunciadores (Mondada & Dubois, 1995). De acordo com Mondada e Dubois (1995), a referenciação é um processo discursivo criado na dinâmica interacional, de modo que os referentes são considerados objetos-de-discurso e não objetos-de-mundo. Ao longo dessa pesquisa, pretendemos analisar de que maneira os objetos-de-discurso (Mondada, 1995, Marcuschi e Koch, 1998, Marcuschi, 2001, Koch, 2004, Cavalacante, 2004) instaurados na/pela obra “Histórias de Cronópios e de Famas”, do autor argentino Julio Cortázar, são construídos fundamentalmente por meio de um conjunto de pistas textuais de natureza semântica (Marcuschi, 2001) que nos permitem inferir o que são e como podem ser categorizados e recategorizados estes objetos, a saber, os “cronópios”, os “famas” e as “esperanças”.

Referenciação - Inferenciação - Julio Cortázar


H0583

O PASSAGEIRO DA MEMÓRIA: TEMPORALIDADE E NARRATIVA EM ANGÚSTIA, DE GRACILIANO RAMOS


Eloisy Oliveira Batista (Bolsista PIBIC/CNPq) e Prof. Dr. Carlos Eduardo O. Berriel (Orientador), Instituto de Estudos de Linguagem - IEL, UNICAMP
Essa pesquisa é dedicada especialmente à formalização, dentro de Angústia, da transição do campo para a cidade, e de como a memória do passado se realiza no momento presente do romance. Passado significa uma prática da memória, ocupando na obra o lugar de uma forma social – a comunidade – tanto quanto resíduos narrativos orais. O presente, da mesma forma, significa insuportabilidade existencial, a sociedade urbana e, como sintoma, a fragmentação da narrativa. Trata-se de uma pesquisa essencialmente teórica, a qual se centrou em dois importantes estudiosos das questões nela abordadas: Walter Benjamin e Raymond Williams. O método utilizado é o da tradição crítica e acadêmica moderna, notadamente a que vem dos estudos analíticos que reconhecem a importância do aporte da filosofia e da História. Partiu-se do pressuposto de que o texto literário é o ponto de partida e de chegada da reflexão crítica, sendo a dimensão histórica o elemento pré-existente no interior da própria obra. Provou-se que o narrador de Angústia oscila incessantemente entre sua memória e a realidade presente e que essas viagens através de sua mente não são apenas um recurso estético, mas trazem consigo outras questões centradas nas relações entre: campo e cidade, narrativa e romance, passado e presente. Captada a história contida na natureza literária, ela foi exposta ao final do percurso crítico, compondo a compreensão de sua estrutura. Realidade e memória, portanto, são elementos intrínsecos à particularidade de Angústia.

Angústia - Graciliano Ramos - Memória


H0584

A COLOCAÇÃO DOS CLÍTICOS NO AMBIENTE DAS ORAÇÕES INFINITIVAS INTRODUZIDAS POR PREPOSIÇÃO NO PORTUGUÊS CLÁSSICO


Mahayana C. Godoy (Bolsista FAPESP) e Prof. Charlotte Marie Chambelland Galves (Orientador), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
A Colocação dos Clíticos no Ambiente das Orações Infinitivas introduzidas por Preposição no Português Clássico está vinculado ao projeto temático Padrões Rítmicos, Fixação de Parâmetros e Mudança Lingüística Fase II, e se propõe a descrever o comportamento dos clíticos em relação aos verbos nas infinitivas introduzidas por preposições e detectar tendências proclíticas e enclíticas ou a sua variação ao longo do tempo, em um período que vai do século XVI ou XIX. Também objetiva contribuir para o corpus Tycho Brahe organizando os dados das sentenças infinitivas preposicionadas. A procura desses dados se dá pela utilização de uma ferramenta de busca em linguagem de programa perl e em ambiente Linux. ABDO (2000), que já havia trabalhado com as infinitivas preposicionadas em 11 textos do corpus, aponta para um aumento, de forma geral, do número de ênclises em detrimento do número de próclises no ambiente das infinitivas preposicionadas por a, de e para. Completamos sua pesquisa com outros 12 textos que confirmaram a tendência enclítica como pode ser observado no gráfico abaixo:

Apesar das disparidades em relação ao tipo de preposição (com a vamos da variação à ênclise categórica e com para e de seguimos de um contexto proclítico para a variação), consistentemente com o que Abdo havia reportado, há um crescimento no caso de ênclises a partir de um quadro proclítico, como era tendência no português arcaico.

Clíticos - Orações infinitivas - Preposição

H0585

A INFORMAÇÃO VERBAL E IMAGÉTICA EM SITES DE PROPAGANDA TURÍSTICA


Raquel Guiraldelli Bonfá (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Denise Bértoli Braga (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O uso acentuado do computador no mundo atual tem promovido mudanças lingüísticas, culturais e sociais. Em relação às mudanças lingüísticas, estudos indicam um processo de “visualização da comunicação”, no qual a informação transmitida através da imagem é tão relevante quanto a veiculada pelo texto verbal. Esse processo é evidente na Rede Mundial de Computadores (a WWW). Essa pesquisa propôs analisar a informação verbal e imagética do site www.itacare.com.br, buscando compreender a relação existente entre estes dois tipos de texto, em uma composição multimodal. A análise buscou ressaltar possíveis usos das imagens para atrair turistas em potencial e que valores e informações foram ressaltados por elas. Também foi averiguado no estudo que tipo de informação foi apresentado de forma verbal no site em questão. Considerando a análise realizada, pôde-se constatar que a imagem possui um papel de grande importância na construção de sentidos do site analisado, porém isso não ocorre de forma igual na totalidade das páginas do site www.itacare.com.br. O texto verbal parece ter um papel secundário, de apoio ao texto visual, apresentando informações adicionais, diferentes das veiculadas pelas imagens. No entanto, isso não é uma constante. Em certas composições, o texto verbal apresenta informações mais relevantes que o texto visual, como no item “Capoeira”, porém essa página não é o principal atrativo do site da cidade.

Multimodalidade - Leitura - Propaganda


H0586

NORMAS DE ASSOCIAÇÃO DE PALAVRAS


Karen Fontes Luchesi (Bolsista PIBIC/CNPq) e Prof. Dr. Edson Françoso (Orientador), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Originalmente, a associação entre palavras foi usada, na psicolingüística, para referir-se à conexão, ou relação, entre palavras existentes na mente humana, e que se manifesta como uma espécie de acarretamento: o surgimento ou ativação de uma palavra na mente traz como conseqüência o surgimento ou ativação de outra. O presente trabalho teve como objetivos a coleta e o estabelecimento de uma lista de associações de palavras destinada servir de instrumento na preparação de experimentos psicolingüísticos diversos, especialmente aqueles que se servem de relações de associação para acessar processos cognitivos subjacentes à linguagem. Foram elaboradas 6 listas com 38 palavras cada, compostas por verbos, substantivos, adjetivos e advérbios de alta e baixa freqüência de uso. As listas foram aplicadas em 116 universitários, aos quais foi solicitado que escrevessem as três primeiras palavras que lhes ocorressem após a leitura de cada palavra-alvo. As análises constataram que, entre as associações, há muito mais substantivos que o esperado, e menos adjetivos e advérbios, mostrando que adjetivos e verbos tendem a produzir associações com os substantivos com os quais as palavras dessas classes tendem a co-ocorrer. Com relação à influência da freqüência de uso das palavras, os resultados apontam para a relevância da freqüência de uso no caso dos substantivos: substantivos de alta freqüência evocam mais respostas do que os de baixa freqüência.

Processamento lexical - Semântica - Cognição


H0587

A QUESTÃO DA INCLUSÃO SOCIAL E O CENTRO DE CONVIVÊNCIA DE AFÁSICOS (CCA/IEL/ UNICAMP)


Flávia da Silva Tavares (Bolsista SAE/UNICAMP) e Prof. Dra. Edwiges Maria Morato (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Considerando que por meio da linguagem os indivíduos se tornam sujeitos sociais, este estudo se propôs a analisar o estatuto “inclusivo” das atividades desenvolvidas no Centro de Convivência de Afásicos (CCA), que funciona no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas. Os dados da pesquisa foram obtidos a partir de entrevistas abertas com os sujeitos do grupo de afásicos, sendo analisados com enfoque nos comentários sobre experiências e dificuldades de inclusão após o comprometimento neurológico. Os sujeitos desta pesquisa foram sete, sendo cinco deles do sexo feminino e dois do masculino. A idade média dos sujeitos, na ocasião da entrevista, era cinqüenta e sete anos (57). Encontramos como fator de exclusão social posta pela afasia seu impacto sobre as questões de trabalho e isolamento social. De todo modo, o fator ocupacional, dentro da amostra estudada, não pareceu ser decisivo com relação à inclusão/exclusão social. Ao que parece, são as dificuldades de comunicação decorrentes da afasia, associadas ao preconceito lingüístico-social que acompanha as reações de familiares e amigos o que mais favorece o isolamento do afásico. O CCA por ser um espaço destinado à interação de pessoas afásicas e não-afásicas favorece situações voltadas para usos efetivos de linguagem e rotinas significativas da vida em sociedade. Desta forma, o CCA não promove inclusão social no sentido restrito de incluir os sujeitos no mercado de trabalho, mas seu caráter inclusivo se evidencia pelo fortalecimento dos afásicos como sujeitos da linguagem.

Afasia - Linguagem - Inclusão social


H0588

ESTUDO DAS SEMIOSES CO-OCORRENTES NO TRABALHO DE EXPRESSÃO TEATRAL COM AFÁSICOS


Juliana Pablos Calligaris (Bolsista PIBIC/CNPQ) e Profa. Dra. Edwiges Maria Morato (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O desenvolvimento do Programa de Expressão Teatral junto ao Centro de Convivência de Afásicos (CCA), visa a contribuir para a ampliação dos parâmetros de expressividade e de comunicação (verbal e não verbal) dos participantes afásicos do Centro, que está vinculado ao Laboratório de Neurolingüística do Instituto de Estudo da Linguagem da Universidade de Campinas. O presente projeto de pesquisa, dentro deste contexto, focalizou até agora, em suas primeira e segunda etapas, a co-ocorrência de semioses (linguagem, expressão corporal, gestos fisionômicos, dança, etc.) em meio às atividades ali desenvolvidas. Tais semioses podem ser observadas, pois, a partir da interação de universos distintos e solidários de significação. O Programa de Teatro não teve como objetivo, desde seu início, transformar pessoas afásicas em atores, mas sim o de utilizar recursos da técnica teatral (como jogos cênicos, encenações, relaxamento corporal, reflexão sobre as diferentes formas de comunicação, própria e de outrem) enquanto possibilidade de reflexão sobre as capacidades expressivas, bem como a ampliação das mesmas, já que é inerente à arte teatral a exploração dos desafios constantes da comunicação humana, portanto de vários processos de significação nela envolvidos (verbais e não-verbais).

Afasia - Semiose -Teatro


H0589

BANCO DE DADOS DE VOGAIS DO PORTUGUES BRASILEIRO FALADO POR CRIAN;AS DE 5 A SETE ANOS DE IDADE


Larissa Mary Rinaldi (Bolsista CNPq) e Profa. Dra. Eleonora Cavalcante Albano (Orientadora), Istituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
No trabalho fonoaudiológico com o processo de aquisição de linguagem existem abordagens que se caracterizam principalmente por procedimentos de avaliação e terapia de base fonêmica. Há também a abordagem articulatória. Surge então a possibilidade de análise pela Fonologia Acústica Articulatória (proposta por Albano (2003)). É nesse contexto, que leva em conta a gradiência dos processos fônicos, que considera a dinamicidade desses processos contemplando flutuações e propõe o uso da análise acústica, que este trabalho se desenvolve.Tem-se por objetivo desenvolver um banco de dados de fala infantil, na faixa etária de cinco a sete anos de idade, com crianças sem nenhum tipo de alteração fonoaudiológica. Esse corpus servirá de base para estudos futuros, já que fornecerá dados de referencias sobre todas as vogais presentes no português brasileiro, sendo úteis, portanto, para analisar justamente os chamados desvios fonológicos.A metodologia utilizada até o presente momento foi a gravação de três sujeitos considerados ideais. Foram criadas palavras de silabas paroxítonas com somente a consoante plosiva bilabial “p”, colocando vogais orais e nasais em posição tônica e átona.As palavras foram inseridas em frase veiculo para que as crianças, em meio a uma atividade lúdica de fantoches, as repetissem. Solicitou-se cinco repetições a cada frase.

Aquisição de linguagem - Fonologia acústica articulatória - Corpus


H0590

CLAUSURA E ANGÚSTIA NA DRAMATURGIA DE HILDA HILST


Leandro Silva de Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq) e Prof. Dr. Eric Mitchell Sabinson (Orientador), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Este trabalho visa estabelecer relações entre as obras dramatúrgicas de Hilda Hilst e o contexto histórico em que foram concebidas, bem como obras que influenciaram-na, buscando fazer uma análise crítica tanto do aspecto formal quanto temático das peças. Parte da hipótese inicial de que em todas elas podemos encontrar, em maior ou menor grau, mas de modo muito expressivo, um sentimento de clausura ao que procurou-se dar embasamento bibliográfico, investigando: o período de repressão política do final da década de 60 (período em foram concebidas as peças), obras literárias que possivelmente influenciaram Hilda e fatos da vida pessoal da autora que poderiam ter sido refletidos em seus textos teatrais levando a mesma natureza de sentimento acima citado. Em observância a algumas particularidades observadas ao longo da pesquisa, como o fato da escritora ser antes uma poeta que escreveu para o teatro do que simplesmente uma dramaturga, notou-se a necessidade de ampliar a análise de sua obra para sua produção poética, o que culminou por levar a uma investigação e caracterização do lirismo que se manifesta nas peças hilstianas. Como resultado, este projeto apresenta um ensaio crítico sobre as oito peças que Hilda Hilst escreveu.

Dramaturgia - Literatura brasileira - Análise crítica


H0591

LEITURA DE CRÍTICAS CINEMATOGRÁFICAS POR ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS


Fernanda Valim Côrtes Miguel (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Inês Signorini (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Nossa pesquisa tem como objetivo geral o estudo da recepção do gênero escrito crítica cinematográfica por estudantes universitários e fundamenta-se na noção bakhtiniana de gêneros discursivos. Nesta comunicação apresentamos resultados parciais de observação e descrição das percepções desses leitores com relação às características formais e temáticas do texto a partir de uma concepção sócio-interativa da língua, na qual os gêneros discursivos se constituem como ações sócio-discursivas. Nosso /corpus/ de análise é composto de discursos produzidos em entrevistas de nove graduandos de cursos e áreas diferentes de duas universidades de Campinas que leram e comentaram críticas sobre o filme “Olga”, publicadas por jornais, sites e revistas em 2004. Em nossa análise, verificamos que todos os leitores atribuíram alguma função ao gênero, seja em circunstâncias específicas - no contexto imediato da leitura dos textos - seja em um contexto mais amplo, das relações entre produtores (autor e exibidor do filme) e consumidores (leitores do texto e espectadores do filme). A maioria dos entrevistados atribuiu à crítica um caráter opinativo e informativo, cuja função seria a de explicar brevemente a história do filme, os recursos técnicos utilizados em sua produção e a avaliação explícita do crítico sobre a obra comentada. As percepções dos alunos de jornalismo diferiram dos demais, principalmente pelo fato das críticas se situarem em veículos de comunicação factuais, mas não seguirem os princípios técnicos básicos de constituição da notícia aprendidos por eles no curso de jornalismo, como o da imparcialidade, atualidade e objetividade.

Leitura - Crítica - Gênero


H0592

ESPAÇOS DA CENA NO GORGULHO DE PLAUTO


Carol Martins da Rocha (Bolsista FAPESP) e Profa. Dr. Isabella Tardin Cardoso (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Atentando para o fato de que, dentro dos estudos sobre Plauto, embora haja inúmeras publicações sobre o espaço cênico, raramente se propõe uma visão integrada entre as diferentes referências a espaço nos textos dramáticos, pretendemos com este estudo apontar aspectos que contribuam para o estabelecimento de uma tal perspectiva nas pesquisas sobre a obra do poeta romano. A comédia Gorgulho consiste em exemplo intrigante da variedade de menções a espaços (tanto os representados sobre o palco, como os supostamente situados atrás do cenário visível, e também referências a topônimos, concernente quer ao ambiente dos personagens, quer ao dos espectadores). Portanto, ao traduzir tais trechos dessa peça, visamos observar seus efeitos no tocante a ação dramática, caracterização dos personagens, humor, verossimilhança, entre outros efeitos poéticos. Ao final das investigações, elaboraremos um texto com os resultados da pesquisa que incluirá um estudo introdutório, tradução dos trechos selecionados e notas que contribuam para um entendimento mais integrado da construção do espaço cênico plautino e de suas implicações na peça de que tratamos.

Plauto - Espaço cênico - Gorgulho


H0593

O DISCURSO DE SÓSIA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DOS GÊNEROS NA “TRAGICOMÉDIA” ANFITRIÃO DE PLAUTO


Lilian Nunes da Costa (Bolsista FAPESP) e Profa. Dra. Isabella Tardin Cardoso (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Apesar da existência, na Antigüidade, de convenções genéricas que regulavam a conveniência da utilização de determinados tipos de linguagem para cada espécie de criação poética, muitas obras apresentavam uma composição mista, abarcando elementos comuns a diferentes gêneros. Este é o caso da “tragicomédia” Anfitrião de Plauto. O propósito de nossa pesquisa não é esgotar a investigação sobre os efeitos gerados pela intersecção genérica da peça, mas traduzir e analisar todas as passagens do discurso da personagem Sósia, em especial sua narrativa de batalha (vv. 186 – 247, 250 – 262), que denotam uma mescla de gênero cômico, épico e trágico. Almeja-se redigir, ao final de nossa pesquisa, breve ensaio introdutório às passagens traduzidas, abordando a questão das convenções genéricas enquanto recurso estilístico. A tradução e estudo de tais passagens tem em vista, futuramente, a tradução completa da peça, além da contribuição para uma pesquisa mais extensa, que investigue mais profundamente a importância e os efeitos das convenções genéricas nas obras de Plauto.

Plauto - Anfitrião - Tragicomédia


H0595

LEITORES E LEITURAS NA BIBLIOTECA IMPERIAL E PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO (1833-1856)


Débora Cristina Bondance Rocha e Profa. Dra. Márcia Azevedo de Abreu (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Esta pesquisa, vinculada ao projeto temático “Caminhos do Romance no Brasil: séculos XVIII e XIX”, procura investigar a circulação e recepção de romances em meados do século XIX entre consulentes da Biblioteca Imperial e Pública do Rio de Janeiro. Inserido na discussão acerca das práticas de leituras, o estudo a ser realizado se concentrará nos dezenove livros de Registro de consulentes desta instituição referente ao período de 1833 e 1856. Nosso objetivo é identificar os romances, pois percebemos que esse é o gênero de mais procura nos pedidos dos leitores que freqüentavam a Biblioteca. Para identificá-los será preciso ter grande familiaridade com as obras em circulação no período, razão pela qual estamos realizando leituras sobre o gênero romanesco e acerca de sua presença no Brasil na primeira metade do século XIX, bem como sobre os contextos de leitura no Rio de Janeiro. Da mesma forma, estamos realizando pesquisas acerca da própria Biblioteca na tentativa de compreender as possibilidades e os limites impostos à leitura naquele espaço. Estamos em processo de levantamento de dados para a segunda etapa da pesquisa, que consiste em recolher e analisar os registros de consulentes, visando identificar: a data de consulta, o nome dos consulentes, e a obra e/ou o nome do autor solicitado; os títulos pelos quais se verifica maior interesse; e o perfil dos leitores de romance da época.

Biblioteca - Leitores - Romances


H0594

MULHERES LEITORAS NAS OBRAS DE ALENCAR


Flávia Marques de Moraes e Profa. Dra. Márcia Azevedo de Abreu (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem – IEL, UNICAMP
Conhecimentos acerca da leitura passaram a ser importantes para constituir uma nova visão da história literária. Para tanto, a existência de dados de leitura se faz importante. Porém, não há muitos registros sobre isto o que seria um empecilho na constituição desta nova perspectiva se não fosse possível utilizar como análise a ficção romanesca, já que o romance tem como pressuposto retratar a realidade. Portanto, para contribuir com os estudos da história da leitura, busca-se nesta pesquisa fazer uma análise das obras urbanas de Alencar, tendo por finalidade construir um perfil da personagem leitora ficcional. Será utilizado como apoio teorias sobre a leitura e sobre Alencar, para posteriormente realizar a análise dos livros selecionados. Embora este pesquisa não esteja concluída, acredita-se que o perfil da leitora ficcional nas obras de Alencar seja diferente da concepção da mulher leitora da época, visto que na ficção elas muitas vezes mostram-se perspicazes e críticas em relação ao que lêem.

Personagens - Leitoras - Alencar


H0596

“MORRE, VERSO MEU”: VLADÍMIR MAIAKÓVSKI E O LUTO DO SI-MESMO


Paulo Sergio de Souza Júnior e Prof. Dr. Márcio Orlando Seligmann-Silva (Orientador), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Este projeto visa a analisar a obra poética do escritor Vladímir Vladímirovitch Maiakóvski (Владимир Владимирович Маяковский, 1893-1930), a partir de uma proposta de leitura norteada por uma idéia que o perseguia: a de cometer suicídio (Campos, 1980). O foco do projeto é a avaliação de como o autor aborda o que é da ordem do soturno em seu produzir poético — desde a morte do pai e das vítimas de guerra, até os ‘suicídios imaginários’ —, em que se presentifica um entrelaçar nitidamente constituído por experiências marcantes que tiveram como palco a Rússia do começo do séc. XX. Entre elas: a guerra contra o Japão, as revoluções de 1905 e 1917, a Primeira Grande Guerra e a guerra civil de 1918. Para trabalhar com o tema proposto, lançarei mão de prismas teóricos de áreas como a Literatura de Testemunho e a Psicanálise, a fim de desenvolver os questionamentos sobre o assunto, e trazer para o campo das discussões a dimensão da obra testemunhal entendida como a escrita do trauma; e o suicídio, na poética maiakovskiana, como constitutivo.

Literatura de testemunho - Maiakóvski - Suicídio


H0597

CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO “MAS” EM DADOS DE UM CORPUS LONGITUDINAL


Giovana Dragone Rosseto Antonio (Bolsista CNPq), Karoline Moraes Oliveira (Bolsista CNPq) e Profa. Dra. Maria Bernadete Abaurre (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
As gramáticas tradicionais geralmente definem a conjunção “mas” como aquela que relaciona idéias contrastantes; “a conjunção adversativa por excelência“ (Rocha Lima). Nosso objetivo neste trabalho foi analisar o uso do “mas” em situações reais de escrita com o intuito de observar se essas definições realmente se aplicam em tais casos. Para isso, analisamos dados do corpus longitudinal de M.L, sexo feminino, filha de pais letrados e professores universitários, residente em Campinas. Observamos produções em contexto escolar e doméstico referentes ao período compreendido entre a 1ª e a 4ª série do Ensino Fundamental. Buscamos classificar os dados de acordo com suas ocorrências e dividi-los em algumas categorias que se mostraram mais freqüentes. A saber: adversativas “clássicas”, continuidade, continuidade e adversativa, suposições, operador argumentativo, operador discursivo, interrupções e fórmulas. Verificamos, assim, que o “mas” pode exercer funções além daquela colocada pela definição de conjunção adversativa.

Conjunção “mas” - Classificação de dados - Corpus longitudinal


H0598

CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO “MAS” EM DADOS DE UM CORPUS LONGITUDINAL


Giovana Dragone Rosseto Antonio (Bolsista PIBIC/CNPq), Karoline Moraes Oliveira (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Maria Bernadete Abaurre (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
As gramáticas tradicionais geralmente definem a conjunção “mas” como aquela que relaciona idéias contrastantes; “a conjunção adversativa por excelência“ (Rocha Lima). Nosso objetivo neste trabalho foi analisar o uso do “mas” em situações reais de escrita com o intuito de observar se essas definições realmente se aplicam em tais casos. Para isso, analisamos dados do corpus longitudinal de M.L, sexo feminino, filha de pais letrados e professores universitários, residente em Campinas. Observamos produções em contexto escolar e doméstico referentes ao período compreendido entre a 1ª e a 4ª série do Ensino Fundamental. Buscamos classificar os dados de acordo com suas ocorrências e dividi-los em algumas categorias que se mostraram mais freqüentes. A saber: adversativas “clássicas”, continuidade, continuidade e adversativa, suposições, operador argumentativo, operador discursivo, interrupções e fórmulas. Verificamos, assim, que o “mas” pode exercer funções além daquela colocada pela definição de conjunção adversativa.

Conjunção “mas” - Classificação de dados - Corpus longitudinal


H0599

OS ACENTOS SECUNDÁRIOS NO PORTUGUÊS DO BRASIL: IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS EM UM CORPUS DE LEITURA


Natália Cristina Grosso (Bolsista FAPESP) e Profa. Dra. Maria Bernadete Marques Abaurre (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O acento secundário se realiza à direita ou à esquerda do acento primário (a depender da língua) e costuma ser percebido como apresentando uma menor proeminência em relação ao primário (acento mais proeminente da palavra). Até hoje não há um consenso sobre a existência de um correlato fonético para esse acento, no entanto, ele é percebido pelos falantes da língua, que não só são capazes, em experimentos perceptuais, de indicar a ocorrência de acentos secundários em palavras longas, como recusam determinadas pronúncias em que os acentos são colocados em posições não previstas pela regra. Com o objetivo de fornecer uma descrição detalhada sobre a ocorrência desse acento secundário, analisamos um corpus composto pela gravação da leitura do texto “Complicabilizando” de Ricardo Freire por 16 informantes (8 homens e 8 mulheres), que foi escolhido por conter palavras longas. O método utilizado foi o auditivo e os dados foram organizados em tabelas. Percebemos que todos os informantes realizam o acento secundário, sendo que este não é atraído por sílabas pesadas, não faz referência à estrutura interna da palavra e segue a alternância binária.

Acento secundário - Acento primário - Português do Brasil


H0600

DOCUMENTAÇÃO E DESCRIÇÃO DA LÍNGUA RIKBAKTSA


Alexandre Tunis Pioli (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Maria Filomena Spatti Sandalo (Orientador), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O Brasil possui no presente cerca de duas centenas de línguas indígenas, grande parte pouco documentadas e estudadas em amplitude suficiente para que não entrem em um indesejável quadro de extinção. Neste trabalho foi iniciada a documentação e a descrição de aspectos da língua Rikbaktsa, falada por cerca de 400 índios a noroeste do Estado do Mato Grosso. No caso da documentação, o trabalho consiste em ampla coleta de dados de língua, através de gravações de áudio de sentenças e itens lexicais, bem como de narrativas e mitos espontâneos. Estes dados foram sistematicamente digitalizados, organizados e transcritos, e constituem um banco de dados em formato XML, tornando seu acesso independente de plataforma operacional ou de tecnologias proprietárias. A parte descritiva do trabalho consiste em descrever os níveis de organização lingüística – fonética, fonologia, morfologia e, neste caso específico, uma primeira abordagem à sintaxe. Levando-se em conta trabalhos anteriores nesta língua, este trabalho prioriza a abordagem de aspectos ainda não explorados em todos os níveis, colocando em segundo plano a intenção de uma revisão das análises anteriores. Alguns dos pontos de especial interesse têm sido (i) a fonética acústica da língua, com destaque para a descrição dos fones tap e flap, que se caracterizam por pontos de articulação próximos e estão em contraste fonológico; (ii) a marcação de domínios prosódicos; (iii) processos de harmonia vocálica em verbos e outros fenômenos morfofonológicos. As atuais análises já passam a cobrir lacunas descritivas anteriores, contribuindo, assim, para o maior conhecimento desta língua.

Línguas indígenas - Documentação - Descrição


H0601

DOCUMENTAÇÃO E ANÁLISE DE ACENTO NA LÍNGUA KADIWÉU


Jaqueline Silva de Souza (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Maria Filomena S. Sandalo (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Dentro do projeto “Um estudo descritivo do kadiwéu, chorote e nivaclé e histórico-comparativo das línguas do sul do Chaco” (FAPESP 2003/08420-7 e SOAS MDP0048), pretendo contribuir na transcrição segmental e tonal e também na análise de acento lexical (primário e secundário) da língua kadiwéu, que conta com um número reduzido de falantes, cerca de 1000.Metraux (1945) aponta que a sociedade kadiwéu difere da maior parte das demais sociedades indígenas da América do Sul, pois é estratificada em classes sociais. Com chefes e nobres em um extremo, e servos e escravos no outro extremo. E Sandalo mostra que a essa estratificação social observada por Metraux tem marcas lingüísticas, exemplificando, o Kadiwéu de mulheres-nobres: obedece a um padrão binário de acentuação, e palavras com número ímpar de sílabas, em outros dialetos, sofrem reduplicação silábica para garantir um número par de sílabas. E o kadiwéu de Homem Nobre: obedece a um sistema ternário de acentuação. Mais recentemente, Sandalo (comunicação pessoal) notou que há ainda outros dialetos prosódicos entre homens, acenando para a posição social destes. É o caso do guerreiro (kadiwéu-não-nobre) e da pronúncia de kadiwéu-nobre. Durante meus trabalhos foi possível observar que o dialeto prosódico de guerreiros apresenta intervalos binários de acento, já o kadiwéu-nobre apresenta intervalos ternários de acento. Ainda é possível que haja outros dialetos, que ainda não foram identificados. Para tentar identificá-los venho atuando diretamente na transcrição de dados que já foram gravados pela Profa. Dra. M. Filomena S. Sandalo. Tenho usado programa PRAAT para auxiliar as transcrições segmentais e tonais, que ajudam a análise do acento lexical. Os dados serão utilizados futuramente por Sandalo na elaboração na elaboração de dicionários do kadiwéu.

Kadiwéu - Acento - Dicionário


H0602

BANCO DE DADOS EM NEUROLINGÜÍSTICA (BDN): REFORMULAÇÕES E TENDÊNCIAS ATUAIS


Francine Marson Costa (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Maria Irma Hadler Coudry (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Inserido no “Projeto Integrado em Neurolingüística: Avaliação e Banco de dados” apoiado pelo CNPq, o Banco de Dados em Neurolingüística (BDN) consiste em uma série normas e padrões utilizados nas transcrições, a partir do registro em áudio e vídeo, das sessões de interação em grupo do Centro de Convivência de Afásicos (CCA/Grupo II - adultos) e do Centro de Convivência de Linguagens (CCL/CCAzinho - crianças e jovens) que funcionam no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) na UNICAMP.Atualmente, decorrente da nova configuração dos grupos, tanto de afásicos quanto do grupo de crianças e jovens (CCAzinho), observa-se a necessidade de incluir novos elementos que auxiliem na retratação de tais dinâmicas tais como: marcação de assalto de turno, sobreposição de vozes, mudança de tessitura vocal e registro de dados escritos simultâneos aos turnos de fala. Essas modificações e reformulações fazem parte da rotina do BDN e objetivam sempre um aperfeiçoamento do trabalho de transcrição dos dados procurando evidenciar processos representativos da linguagem verbal e não verbal. Assim procedendo, o BDN pode oferecer mais recursos para a pesquisa lingüística e neurolingüística.

Neurolingüística - Banco de dados - Trancrições


H0603

PROJETO INTEGRADO EM NEUROLINGÜÍSTICA: ATIVIDADE DE REESCRITA NO CCAZINHO


Giovana Bannwart (Bolsista PIBIC/ CNPq) e Profa. Dra. Maria Irma Hadler Coudry (Orientadora), Instituto de Estudos de Linguagem - IEL, UNICAMP
Este trabalho vincula-se ao Projeto Integrado em Neurolingüística: avaliação e banco de dados, apoiado pelo CNPq,e consiste na transcrição, a partir do registro em áudio e vídeo, das sessões em grupo do Centro de Convivência (CCazinho) de crianças e jovens com e sem lesão cerebral que apresentam dificuldades na aquisição e uso da linguagem oral, escrita e leitura. O CCAzinho foi criado em agosto de 2004 e funciona no Laboratório de Neurolingüística (IEL/UNICAMP). Assim como ocorre com os dados do grupo de adultos (CCA – Grupo II), os dados do CCAzinho são incorporados ao Banco de Dados em Neurolingüística (BDN). Selecionam-se para este trabalho trechos de duas sessões desse grupo: uma em que foram escritas histórias e outra em que foi selecionada uma delas para ser reescrita.

Neurolinguística - Banco de dados - - Avaliação


H0604

REPRESENTAÇÕES DE LÍNGUA, LINGUAGEM E IDENTIDADE NACIONAL NO DISCURSO JORNALÍSTICO SOBRA A LÍNGUA FRANCESA


Aline Gastardeli Tavares da Câmara (Bolsista CNPq) e Profa. Dra. Maria José Rodrigues Faria Coracini (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Os meios de comunicação de massa contribuem, quase sempre, para construção de representações estereotipadas de sujeitos. Com base nesse pressuposto, analisamos reportagens, entrevistas e enquetes publicadas em sites de revistas e jornais, buscando identificar as representações de língua, linguagem e identidade nacional no discurso jornalístico sobre a língua francesa. Analisamos também de que maneira esse discurso é construído pelos brasileiros e qual é o imaginário (ou quais são os imaginários) que habita os brasileiros sobre a língua francesa, sobre os franceses e sobre a França. Pudemos perceber que, nesses discursos, é construída uma relação entre língua e nação (a língua francesa é concebida como nação), entre língua e política (a língua é vista como um meio de divulgação e afirmação de uma determinada ideologia política) e entre língua e cultura (as características atribuídas à língua são transmitidas para a cultura e vice-versa). O discurso jornalístico que analisamos constrói sempre um imaginário homogêneo e positivo sobre a França, sua cultura e sua língua, contribuindo para a afirmação e divulgação de estereótipos.

Análise do discurso - Língua francesa - Identidade nacional


H0605

CONCEITOS DE IDENTIDADE, SUJEITO E LINGUAGEM EM ARTIGOS DO PERIÓDICO “TRABALHOS EM LINGUÍSTICA APLICADA” E CONTRADIÇÕES NO DISCURSO CIENTÍFICO.


Lígia Francisco Arantes de Souza (Bolsista CNPq) e Profa. Dra. Maria José Rodrigues Faria Coracini (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Com o objetivo de tecer um questionamento epistemológico em Linguística Aplicada (LA), pesquisamos no periódico Trabalhos em Lingüística Aplicada os conceitos de identidade, sujeito e linguagem e o modo eles se relacionam. Escolhemos esse periódico, que é publicado desde 1983 pela Unicamp, pois ele se caracteriza por traçar um panorama histórico da LA no Brasil e contém artigos sobre diferentes temas e diferentes posições teóricas. Nosso corpus é formado por dez artigos selecionados a partir da temática da identidade (presentes em publicações entre 2000 e 2004) e é abordado pela Análise de Discurso francesa. As concepções de sujeito e linguagem também são estudadas, pois estão imbricadas à de identidade. Notamos que em oito artigos há predominância dos conceitos de identidade pós-moderna, de linguagem opaca e de sujeito psicanalítico e nos outros dois encontramos contradições. Devido à existência de contradições nos artigos do corpus, ampliamos o foco de nossa pesquisa e realizamos uma reflexão sobre o discurso científico, pensando na contradição como constitutiva do sujeito e não como um erro ou algo pejorativo, logo não tivemos pretensão de eliminá-la, sendo ela uma importante marca de subjetividade no discurso científico, um sintoma da heterogeneidade que nos constitui.

Análise do discurso - Discurso científico - Identidade


H0606

ESTABELECENDO DIÁLOGO COM UM MUNDO CONSIDERADO PELA SOCIEDADE COMO SILENCIOSO, ALÉM DE ESTRANHO


Marlene Catarina de Freitas (Bolsista SAE/UNICAMP) e Profa. Marilda do Couto Cavalcanti (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
A sub-área de Educação e Surdez, inserida na grande área de Lingüística Aplicada, é um campo de crescente interesse para investigação. Apesar desse crescente interesse e das pesquisas realizadas, o ouvinte aprendendo a Língua de Sinais e sua relação com o surdo não é um assunto muito abordado, mas que ora está focalizado nessa pesquisa. O trabalho teve o objetivo de construir uma interpretação de como se dá o relacionamento ouvinte-surdo e de como ele é estabelecido, levantando as dificuldades/facilidades encontradas nesse contato e focalizando o processo de entrada do ouvinte em contato com a Língua de Sinais, em situação de sala de aula com um professor surdo. Neste trabalho de cunho etnográfico, primeiramente, a pesquisadora manteve um diário de campo durante as aulas de Línguas de Sinais por ela observada. Em um segundo momento, foi feito a análise dos dados buscando construir respostas de como se dá esse relacionamento ouvinte-surdo, além de buscar respostas para o referido processo de entrada como forma de começar a conhecer uma realidade desconhecida e estranha para o ouvinte.

Ouvinte - Surdez - Língua de sinais


H0607

REPRESENTAÇÕES DE LETRAMENTO E CULTURA EM UMA ESCOLA DO CAMPO


Renata Roveri Cândido (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Marilda do Couto Cavalcanti (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Esta apresentação tem como objetivo trazer os resultados de pesquisa etnográfica (Erickson, 1986) realizada em uma comunidade rural do interior de São Paulo e na escola ali localizada. Através do trabalho de campo busco responder às seguintes perguntas: O que significa a escrita para esta comunidade? Qual é o valor conferido à escrita? De que maneira percebemos os reflexos da cultura local na introdução dos alunos à linguagem escrita, na escola? A análise dos dados indicou que o processo de escolarização é valorizado na comunidade, entretanto, em geral, ele é um instrumento necessário para a saída do campo, isto é, o estudo é tido como garantia para se ter uma vida na cidade, supostamente melhor. A necessidade da leitura se faz, essencialmente, na relação com o urbano: contas, consultas e receituário médico, compras etc. A religiosidade e o valor da família são elementos que são refletidos em momentos da vida escolar, inclusive em textos, assim como a linguagem “de casa”. À luz da análise dos dados e de teorias da lingüística aplicada, conclui-se que uma vez que “A escrita adquire sentido para o sujeito na dependência do(s) sentido(s) que se apresenta(m) para seus diferentes grupos sociais de inserção” (Rojo, 1995: 82), é fundamental que se conheça e considere esses sentidos da escrita a fim de propiciar aos alunos, na escola, “modos de participação” com significado e que favoreçam o sucesso da aprendizagem dos conteúdos escolares, já que a desconsideração da realidade e dos saberes pode acarretar problemas como insucesso na aprendizagem da escrita, insegurança e auto-imagem negativa dos alunos (Kleiman, Cavalcanti e Bortoni,1993).

Educação rural - Letramento - Contexto sociolinguisticamente complexo


H0608

“O NENÊ É UM ÓRGÃO!” – EFEITO NEOLÓGICO, TRANSITIVISMO E A MATERNAGEM NA PSICOSE


Walker Douglas Pincerati (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Nina Virgínia de Araújo Leite (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Tendo em vista a afirmação posta pela pela psiquiatria de que a maternagem é prejudicada quando mãe e criança estão imersas no contexto de uma doença mental, propusemos o projeto de pesquisa “Um Estudo do dizer da mãe psicótica”, com o objetivo de verificar e analisar como a mãe diagnostica psiquiatricamente como psicótica constrói significações sobre seu filho. Esta análise se baseia no que na teoria psicanalítica Lacan chama de um dizer psicótico, assim como na questão ética coloca. Nos resultados que surgiram, a partir de um corpus constituído por entrevista gravadas de uma mãe psicótica (R.C) falando sobre seu filho, verificamos: i) que a mãe psicótica não é capaz de levar seu filho à posição de sujeito; não antecipa simbólica e imaginariamente o funcionamento corporal dele, antecipação que possibilita a constituição da criança em sujeito; ii) que o fenômeno do transitivismo, entendido como funcionamento maternante totalmente articulado e demontrado na fala, com o qual a mãe ao formular uma hipótese e uma nomeação vem apresentar e imprimir à/na criança o que esta deve sentir, não se sustenta no caso de R.C, pois esta tem certeza de tudo o que ela e seu filho sentem; e iii) que diante da psicose nos deparamos com um fenômeno que tenho chamado de efeito neológico: efeito de sentido produzido pelo e não no dizer psicótico, contrário ao efeito metafórico.

Efeito neológico - Maternagem - Psicose


H0609

ANÁLISE DE MATERIAL DIDÁTICO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS


Ana Cristina Rodrigues Serrano (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Raquel Salek Fiad (Orientadora), Instituto dos Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Um problema ainda existente na área de alfabetização de jovens e adultos refere-se à escassez e à deficiência de materiais didáticos voltados para este ensino. Ciente desta realidade, e tendo consciência da importância de um material de apoio ao professor e aos alunos que seja de qualidade, me propus a analisar alguns livros voltados para a alfabetização de adultos desenvolvidos entre a década de 60 e os anos 2000. Em tal análise procurei observar se o conteúdo destes materiais estava em sintonia com o seu público alvo, destacando como foi sendo construída e modificada a imagem do aluno adulto durante este período. Além disso, analisei a diferença de conteúdo e de objetivos presentes – explícita ou implicitamente - nesses suportes, tais como as diferentes concepções de ensino, de linguagem e de aprendizagem, buscando sempre compreender como tais pressupostos interferem na dinâmica do ensino e se estes materiais cumpriam, satisfatoriamente, sua função de não apenas alfabetizar, mas, sobretudo, letrar os estudantes. De uma forma geral, podemos dizer que houve, nas últimas décadas, uma maior preocupação em se adequar o conteúdo dos materiais tanto à realidade e interesses do aluno quanto às exigências do mundo em que vivemos. Sempre haverá uma mistura de concepções presentes nestes suportes, as quais refletirão, direta ou indiretamente, as tendências do momento em questão, influenciando e direcionando o processo de ensino e aprendizagem no qual tais alunos estão inseridos.

Material didático - Educação de adultos - Concepção de ensino


H0610

FALA DA CRIANÇA: COMO É REPRESENTADA NUM LIVRO DA LITERATURA INFANTIL


Ana Cristina de Araújo Carneiro (Bolsista SAE/UNICAMP) e Profa. Dra. Rosa Attiè Figueira (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O presente estudo visou estudar a representação da fala da criança em algumas obras da literatura infantil, escolhidas por chamarem atenção pelo fato de seus autores terem demonstrado um interesse especial em particularizar o universo lingüístico infantil, respeitando suas especificidades. Para tal, foram colhidos fundamentos sobre a natureza da fala da criança, confrontando os achados expostos no livro “Ritinha Danadinha”, de Pedro Bandeira com os que são relatados na literatura lingüística (Figueira 2001, 2004). Na descrição que os lingüistas fazem do processo de aquisição do português como língua materna, encontram-se exemplos muito parecidos com os que o autor focalizado (P. Bandeira) nos mostra. Além da questão do gênero gramatical, mais largamente enfocada por este estudo, Bandeira também demonstrou interesse por outros aspectos do processo de aquisição de linguagem da criança, como a questão da flexão verbal e o questionamento acerca das ocorrências divergentes. A partir dos resultados obtidos, especialmente na comparação dos dados do texto com a Literatura, pode-se observar que este autor possui uma grande sensibilidade quanto às questões referentes ao processo de aquisição da linguagem pela criança, conhecendo os aspectos que fazem parte do seu universo de questionamentos e descobertas.

Literatura infantil - Aquisição de linguagem - Gênero gramatical


H0612

O ENSINO DE LÍNGUA E GÊNEROS TEXTUAIS


Angelo Leonardo Mondin e Profa. Dra. Rosana do Carmo Novaes Pinto (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
Este trabalho visa pontuar algumas questões que dizem respeito à primeira fase de uma Iniciação Científica que tem por objetivo tratar sobre o ensino da norma culta da Língua Portuguesa tomando como ponto de partida os diferentes gêneros textuais considerados relevantes para estudantes de uma escola pública próxima a uma favela em Campinas-SP. A partir de questionário aplicado e respondido por alunos de uma oitava série foi possível assinalar alguns dados aparentemente contraditórios a respeito das atividades de leitura e escrita desenvolvidas por eles dentro e fora das salas de aula. Mais tarde, a partir de questões levantadas por professores do Ensino Fundamental e Médio que freqüentaram, em 2005, o Projeto de Formação Continuada Teia do Saber, sobretudo a respeito de que os alunos não lêem e não gostam de ler, constatou-se, ao contrário do que se acreditava, que a maioria lia, embora, via de regra, não o material recomendado/exigido pela escola, mas gêneros como quadrinhos, revistas de esporte, romances, ficção científica, etc. Não legitimados no espaço escolar através de atitudes de resistência como a vivenciada durante aplicação do questionário quando uma coordenadora pedagógica não autorizou o trabalho com recortes de jornal porque deixaria a sala de aula suja. Essas questões serão abordadas, ainda, tendo como cenário o texto dos Novos Parâmetros Curriculares Nacionais que afirmam que o domínio dos diversos gêneros é um direito de todos, para a garantia da cidadania.

Língua - Gêneros transversais - Ensino


H0611

INVESTIGAÇÃO SOBRE MUDANÇAS OCORRIDAS (OU NÃO) NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NOS NÍVEIS FUNDAMENTAL E MÉDIO CINCO ANOS APÓS A APROVAÇÃO DOS NOVOS PCNS


Michelle Aparecida Bueno de Moraes (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Rosana do Carmo Novaes Pinto (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O projeto de Iniciação Científica destinou-se a investigar se a aprovação dos Novos Parâmetros Curriculares, em 1999, tem provocado mudanças significativas no trabalho que se realiza na disciplina de Língua Portuguesa, nos níveis Fundamental e Médio, e tentou apontar para as principais dificuldades que os professores sentem em relação à adoção de novas metodologias e de uma concepção de linguagem completamente diferente daquela que orientou os trabalhos ao longo das últimas décadas do século XX. Ressalta, ainda, os aspectos que, segundo os professores, impedem/dificultam que os PCNs sejam aplicados. O trabalho foi realizado por meio da elaboração e aplicação de protocolos a professores e alunos dos ensinos Fundamental e Médio da Rede Pública da região de Campinas. As análises realizadas confirmam um descompasso entre as propostas dos PCNs e as práticas efetivas nas aulas de Língua Portuguesa. Um dos principais resultados foi a unanimidade das respostas dos professores em dizer que eles tentam conciliar as propostas do documento às aulas, porém encontram na direção e coordenação pedagógicas, pais e alunos muita resistência à mudança, já que parece haver uma insuficiente orientação a respeito do documento e ainda ressaltam que o documento é muito teórico e pouco prático.

PCNs - Ensinos fundamental e médio - Mudança no ensino


H0613

PARÂMETROS DE REDAÇÃO PARA A REVISTA ELETRÔNICA COMCIÊNCIA: UMA PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DISCURSIVA


Gissele Bonafé Costa. (Bolsista FAPESP) e Profa. Dra. Suzy Lagazzi-Rodrigues (Orientadora), Instituto de Estudos da Linguagem - IEL, UNICAMP
O projeto “Parâmetros de Redação ComCiência” teveobjetivo geral a elaboração, a partir de uma abordagem discursiva, de parâmetros redacionais para a revista eletrônica ComCiência, que levassem em consideração as especificidades dessa revista, dentre as quais destacamos a divulgação científica por ela proposta e seu caráter eletrônico e a criação de um dispositivo de modificação periódica desses parâmetros pelos próprios redatores quando isso se mostrar necessário. Para tanto, propusemos as seguintes etapas para esse projeto: 1) levantamento de elementos a serem padronizados em três edições da revista. 2) Discussão, junto aos redatores da revista ComCiência, dos elementos selecionados na etapa A . 3) Formulação do conjunto de parâmetros de maneira a não apagar o processo de constituição dos mesmos. Através dessa etapa, o parâmetro é compreendido como uma opção dentro de outras possibilidades, resultante de determinações históricas e ideológicas e não uma escolha natural. 4) Elaboração e instalação do link que hospeda, na página do LABJOR, o conjunto de parâmetros.Com esse trabalho, concluímos, portanto que o diálogo que permeou tanto a elaboração de parâmetros como a sua forma de divulgação, se mostrou relevante por promover uma compreensão teórica sobre aspectos que muitas vezes ficam esquecidos.

Parâmetros de redação - Divulgação eletrônica e científica - Discurso e linguagem





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