As maiores religiões do mundo afro-brasileiras – ateísmo – BUDIsmo – CONFUCIONIsmo – cristianismo espíRITIsmo – FUNDAMENTALIsmo – hinduísmo – ISLAMIsmo – judaísmo – PAGANIsmo – politeísmo – taoísmo – xamanísmo xintoísmo afro-brasileiras



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AS MAIORES RELIGIÕES DO MUNDO

AFRO-BRASILEIRAS – ATEÍSMO – BUDISMO – CONFUCIONISMO – CRISTIANISMO - ESPÍRITISMO – FUNDAMENTALISMO – HINDUÍSMO – ISLAMISMO – JUDAÍSMO – PAGANISMO – POLITEÍSMO – TAOÍSMO – XAMANÍSMO - XINTOÍSMO

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AFRO-BRASILEIRAS:

O candomblé e a umbanda são as principais religiões afro-brasileiras. Em 1991 havia 648,5 mil adeptos, de acordo com o censo. Estudiosos dessas religiões, no entanto, estimam que um número muito maior freqüenta centros de forma esporádica, mas estão ligados também a outras religiões.



Candomblé: Cultua os orixás, deuses das nações africanas, de língua ioruba dotados de sentimentos humanos como ciúme e vaidade. O candomblé chegou ao Brasil entre os séculos XVI e XIX com o tráfico de escravos negros trazidos da África Ocidental. O candomblé sofreu grande repressão dos colonizadores portugueses que o consideravam feitiçaria. Para sobreviver às perseguições, os adeptos passaram a associar os orixás aos santos católicos, em um processo chamado de sincretismo religioso. No sincretismo, Iemanjá é associada a Nossa Senhora da Conceição; Iansã, a Santa Bárbara, etc. A Lavagem do Bonfim, em Salvador (BA), é um dos exemplos da fusão religiosa do catolicismo com o candomblé.

As cerimônias ocorrem em templos chamados terreiros; sua preparação é fechada e envolve muitas vezes o sacrifício de pequenos animais. São celebradas em língua africana e marcadas por cantos e ritmo dos atabaques (tambores), que variam segundo o orixá homenageado. No Brasil, a religião cultua apenas 16 dos mais de 200 orixás existentes na África.

Uma das festas mais conhecidas do candomblé brasileiro é a de Iemanjá, orixá feminino considerado a rainha dos mares e oceanos. A comemoração acontece no dia 2 de fevereiro, na Bahia, e na noite de 31 de dezembro, no Rio de Janeiro. Os devotos levam oferendas ao mar, e, segundo a tradição, Iemanjá surge envolta em espuma para recebê-las.

Nos terreiros, além de chefiar os rituais, os pais-de-santo e as mães-de-santo recebem os fiéis em sessões individuais para revelar o orixá de cada um, tradicionalmente pelo jogo de búzios. A identificação do orixá, ou santo no sincretismo, ajuda o fiel a entender a própria personalidade. Para o fiel, cultuar o Candomblé significa equilibrar suas energias (axés) com as energias de seu orixá.



Umbanda: Religião afro-brasileira nascida no Rio de Janeiro nos anos 20; fruto da mistura de crenças e rituais africanos e europeus. As raízes umbandistas encontram-se em duas religiões trazidas da África pelos escravos: a cabula, dos bantos, e o candomblé, da nação nagô. A umbanda considera o universo povoado de entidades espirituais, os guias, que entram em contato com os homens por intermédio de um iniciado (o médium), que os incorpora. Tais guias se apresentam por meio de figuras como o caboclo, o preto-velho e a pomba-gira. Os elementos africanos misturam-se ao catolicismo, criando a identificação de orixás com santos. Outra influência é o espiritismo kardecista, que acredita na possibilidade de contato entre vivos e mortos e na evolução espiritual após sucessivas vidas na Terra. Incorpora ainda ritos indígenas e práticas mágicas européias.

ATEÍSMO:

Postura filosófica baseada na negação da existência de qualquer deus. Dispensa a idéia de uma justificativa divina para a existência humana. Surge na Europa , na Antiguidade, mas permanece subjugado durante toda a Idade Média. Com o declínio do feudalismo, o ateísmo volta a ganhar força nos planos cultural, filosófico, político e social.

Na idade Moderna, durante o Renascimento, a idéia da negação de qualquer divindade e a recusa de explicações fundamentadas no sobrenatural, alia-se ao espírito racionalista - que prega a autonomia da razão - e à exaltação da ciência e do corpo.

Na Idade Contemporânea, influencia correntes filosóficas e movimentos político-sociais, como o liberalismo, o anarquismo e o socialismo.

No fim do século XX os ateus somavam 15% da população mundial. A grande maioria, aproximadamente 732 milhões de pessoas, concentrava-se na Ásia.

BUDISMO:

Sistema ético, religioso e filosófico criado na região da Índia por volta do século VI a.C. pelo príncipe hindu Sidarta Gautama , o Buda, (563? - 483 a.C?). Buda é venerado como um guia espiritual e não um deus. Essa distinção permite a seus seguidores conviver com outras religiões e continuar seguindo os preceitos budistas. A origem do budismo está no hinduísmo, religião na qual Buda é considerado a nona encarnação ou avatar de Vishnu. O budismo tem sua expansão freada na Índia a partir do século VII, após a invasão muçulmana e o crescimento do islamismo. Mas expande-se intensamente por toda a Ásia. Ramifica-se em várias escolas, ganhando novos matizes e rituais quando é adotado por diversas culturas.

Princípios - Os ensinamentos do Buda têm como base o preceito hinduísta do samsara, segundo o qual o ser humano está condenado a reencarnar infinitamente após cada morte e a enfrentar os sofrimentos do mundo. Os atos praticados em cada reencarnação definem a condição de cada pessoa na vida futura, preceito conhecido como carma. Segundo o budismo, Buda ensina a superar o sofrimento e atingir o nirvana, evolução e aprimoramento total do espírito que aniquila os fatores humanos e permite ao homem encerrar a corrente de reencarnações.

CONFUCIONISMO:

O confucionismo é a ideologia política, social e religiosa do pensador chinês Confúcio (551-479 a.C.). Confúcio é a grafia latina do nome Koung Fou Tseu (ou mestre Kung). O princípio básico do confucionismo é conhecido pelos chineses como junchaio (ensinamentos dos sábios) e define a busca de um caminho superior (tao) como forma de viver bem e em equilíbrio entre as vontades da terra e as do céu. Confúcio é mais um filósofo do que um pregador religioso. Suas idéias sobre como as pessoas devem comportar-se e conduzir sua espiritualidade se fundem aos cultos religiosos mais antigos da China, que incluem centenas de imortais, considerados deuses, criando um sincretismo religioso. O Confucionismo foi a doutrina oficial na China durante quase 2 mil anos, do século II até o início do século XX.

Doutrina - No Confucionismo não existe um deus criador do mundo, nem uma igreja organizada ou sacerdotes. O alicerce místico de sua doutrina é a busca do Tao, conceito herdado de pensadores religiosos anteriores a Confúcio. O tao é a fonte de toda a vida, a harmonia do mundo. No confucionismo, a base da felicidade dos seres humanos é a família e uma sociedade harmônica. A família e a sociedade devem ser regidas pelos mesmos princípios: os governantes precisam ter amor e autoridade como os pais; os súditos devem cultivar a reverência, a humildade e a obediência de filhos.

Confúcio ensina que o ser humano deve cultuar seus antepassados mortos, de forma a perpetuar o mesmo respeito e amor que tem por seus pais vivos. De acordo com a doutrina, o ser humano é composto de quatro dimensões: o eu, a comunidade, a natureza e o céu - fonte da auto-realização definitiva. As cinco virtudes essenciais do ser humano são amar o próximo, ser justo, comportar-se adequadamente, conscientizar-se da vontade do céu, cultivar a sabedoria e a sinceridade desinteressadas. Somente aquele que respeita o próximo é capaz de desempenhar seus deveres sociais. O único sacrilégio é desobedecer à regra da piedade.



CRISTIANISMO:

Cristianismo é a religião dos seguidores de Jesus Cristo, iniciada por suas pregações e as de seus apóstolos em meados do século I, na região do atual Estado de Israel.

O cristianismo tem origem no judaísmo e é atualmente a religião mais difundida no mundo, sendo predominante na Europa e nas Américas. O cristianismo divide-se em três ramos principais: catolicismo (o mais antigo, datado do século IV), Igreja Ortodoxa (de tradição oriental, que surge no século XI ao se separar da tradição romana) e o protestantismo (movimento do século XVI que dá origem a muitas denominações).

Os protestantes, também chamados de evangélicos principalmente no Brasil, dividem-se atualmente em três grupos de afinidade teológica. O do protestantismo histórico, criado a partir da reforma; o pentecostal, surgido no começo do século XX, e o neopentecostal. No Brasil, o protestantismo começa a se estabelecer no início do século XIX e hoje reúne o maior número de adeptos da América do Sul.



A doutrina - A fé cristã professa que o Deus criador, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas judeus, envia à Terra seu filho como Messias (Cristo, em grego), o salvador. De acordo com a fé cristã, Jesus é sacrificado em lugar dos homens, que perderam a graça de Deus e se distanciaram dele no início da criação do mundo. Após ter sido morto, ele ressuscita e oferece a dádiva da salvação e da vida eterna após a morte, a seu lado, no Céu, aos que se reaproximam de Deus, acreditam nele e seguem seus preceitos. Sua principal mensagem é da primazia do amor a Deus e aos demais seres humanos sobre todas as coisas e postulados. Para os cristãos, Deus é uma trindade, formada também por seu filho, Jesus Cristo, e pelo Espírito Santo.

A história do Messias - Segundo a tradição cristã, Jesus de Nazaré nasce em Belém, na Judéia, no período em que a Palestina estava incorporada ao Império Romano. Ele é o Messias, anunciado no decorrer de mil anos ao povo judeu, que vem ao mundo para salvar os homens e anunciar a instauração do reinado de Deus. Aos 30 anos, ele inicia sua pregação, anunciando o amor e o perdão de Deus a todos os homens. Durante suas peregrinações ele realiza milagres, reúne discípulos e apóstolos. Considerado blasfemo pelos sacerdotes judeus, é preso pelas autoridades romanas, acusado de não reconhecer a divindade do imperador e conspirar contra Júlio César. É submetido a processo, condenado, crucificado e sepultado. Ressuscita três dias depois, aparece a seus discípulos e os encarrega de levar seus ensinamentos a todos os pontos do mundo.

O livro sagrado - Os cristãos seguem a Bíblia, que se divide em duas partes, o Antigo e o Novo Testamento, num total de 73 livros, para os católicos, e 66, para os protestantes. O Antigo Testamento, chamado de Torá ou Torah pelos judeus, narra a criação do mundo, a história, leis e tradições judaicas, a vida dos profetas que anunciaram a vontade de Deus e a vinda do Messias. São particularmente importantes os primeiros cinco livros, chamados de Pentateuco, que inclui os Dez Mandamentos ditados por Deus a Moisés e que são a base ética e moral de todo o cristianismo. O Novo Testamento contém os textos posteriores à morte de Cristo, entre eles os quatro Evangelhos (Marcos, Mateus, Lucas e João), as principais fontes sobre a vida de Jesus. Os outros textos são os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o Apocalipse, todos de autoria dos apóstolos.

Expansão - O cristianismo organiza-se primeiro em Jerusalém, como um movimento dentro do judaísmo. Em vida, Jesus tem poucos seguidores. Após sua morte, seus apóstolos (enviados, em grego) peregrinam e espalham seus ensinamentos nas regiões do Mediterrâneo, fundando várias comunidades. Desde o início o cristianismo se organiza como Igreja (do grego ekklesía, reunião), sob a autoridade dos apóstolos e seus sucessores.

Os cristãos são perseguidos durante o Império Romano até 313 d.C, quando Constantino lhes concede liberdade de culto. Em 392, o cristianismo se torna a religião oficial do Império, e missionários são enviados a várias partes da Europa para fundar igrejas, ocupando todo o continente.

No final da Idade Média, a expansão marítima européia leva o cristianismo à América e à Ásia. A partir do século XIX, missionários chegam também à África e ao leste da Ásia, completando a difusão da religião no mundo.

Festas religiosas - As principais são o Natal - celebração do nascimento de Jesus Cristo, comemorado em 25 de dezembro pela maioria das igrejas; a Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo no domingo da primeira lua cheia do outono (hemisfério sul) e o Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, data em que é recordada a descida e unção do Espírito Santo aos apóstolos. O calendário da Igreja Católica, a mais antiga entre as cristãs, inclui ainda outras celebrações.

ESPIRITISMO:

Doutrina baseada na crença da existência de um espírito (alma) que não necessita do corpo para existir e retorna à Terra em sucessivas encarnações, até atingir a perfeição. Sua principal corrente é o kardecismo, formulado, em 1857, no Livro dos Espíritos pelo professor francês Allan Kardec (1804-1869), pseudônimo de Denisard Léon Hippolyte Rivail.

O espiritismo considera o homem o único responsável por sua felicidade, pois tudo depende de seus atos. Prega o amor ao próximo como meio de chegar à maturidade espiritual (perfeição). Afirma que as reencarnações permitem a evolução gradativa do espírito para se redimir de erros passados e que todas as faltas podem ser reparadas. Como o corpo é apenas um instrumento para a volta à Terra, quando atinge a perfeição o espírito não precisa mais reencarnar.

Os espíritos interferem na vida terrena por meio dos médiuns, pessoas a quem recorrem para contar aos vivos como estão, fazer revelações e dar conselhos. A comunicação acontece pela psicografia (o médium escreve como se o próprio espírito escrevesse) ou pela incorporação (o espírito apodera-se do corpo do médium para falar aos vivos). Os espíritos superiores promovem o bem e os inferiores dão más orientações. Os praticantes do espiritismo reúnem-se em centros, que não possuem altares nem rituais.



FUNDAMENTALISMO:

Conjunto de ideologias que vêem nos fundamentos da religião a base para a organização da vida social e política. Essa postura se contrapõe à perspectiva secular adotada no Ocidente, particularmente depois da Revolução Francesa, na qual o Estado e a religião pertencem a esferas distintas. A expressão surge neste século com algumas denominações protestantes que pretendem defender e conservar os elementos "fundamentais" da fé cristã por meio da interpretação literal da Bíblia. Ao longo da história, tendências fundamentalistas surgem em várias religiões, como no islamismo, no hinduísmo e no judaísmo.



HINDUÍSMO:

É a terceira religião com o maior número de fiéis no mundo (depois do Cristianismo e islamismo) e seus preceitos influenciam fortemente a organização da sociedade indiana. O hinduísmo é um conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas conhecido dos seguidores pelo nome sânscrito Sanatana Dharma, que significa a ordem permanente. Está fundamentado nos Vedas (conhecimento, em sânscrito), textos sagrados compostos de hinos de louvor e ritos. Suas características principais são o politeísmo e a crença na reencarnação.

O Hinduismo baseia-se em uma memória coletiva sobre deuses tribais e cósmicos transmitida oralmente e, posteriormente, registrada em livros sagrados, os Vedas. Esses livros são agrupados em quatro volumes.

Segundo os Vedas, o ser humano está preso a um ciclo eterno de morte e renascimento, chamado samsara, pelo qual está fadado a reencarnar e a sofrer em infinitas vidas. As reencarnações, como ser humano ou animal, são regidas pelo carma, preceito segundo o qual a forma como renascemos em nossa vida atual foi definida na vida anterior, pelo estágio espiritual que alcançamos e os atos que nela praticamos. O hindu busca fundir-se a Brahman, a verdade suprema, espírito que rege o Universo. Isso só é possível libertando-se do samsara pela purificação de seus infinitos carmas, atingindo o estágio conhecido como nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e do universo. O caminho para o nirvana passa pelas práticas religiosas, pelas orações e pela ioga, mas muitos hindus adotam também dietas vegetarianas e o ascetismo (renúncia aos bens e prazeres materiais) para atingi-lo.

Rituais e comemorações - O hindu costuma manter em casa um altar de devoção a seu deus, no qual queima incenso, coloca flores, velas e oferendas. Também freqüenta os templos que estão entre os de arquitetura mais exuberante do mundo. Cada altar possui sempre a estátua de seu deus, e nos templos as imagens são diariamente despertadas pela manhã, lavadas, vestidas e enfeitadas com flores pelos sacerdotes. Diante do altar, os hindus recitam mantras, fórmulas sagradas escritas nos Vedas que podem aproximá-los dos deuses. Peregrinar para visitar os templos e lugares sagrados são práticas habituais.

Algumas das celebrações hindus são o Festival das Luzes, comemorado em todo o país no outono com o acender de velas, o Festival das Nove Noites para a deusa Durga, em setembro ou outubro, o Festival da deusa Shiva, em março, e o Festival de Krishna, em agosto.



ISLAMISMO:

Religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Maomé (chamado O Profeta), contidos no livro sagrado islâmico, o Alcorão.

A palavra islã significa submeter-se e exprime a obediência à lei e à vontade de Alá (Allah, Deus em árabe). Seus seguidores são chamados muçulmanos - muslim, em árabe, aquele que se subordina a Deus. Fundado na região da atual Arábia Saudita, o islamismo é a segunda maior religião do mundo. Perde apenas para o cristianismo em número de adeptos. Seus fiéis se concentram, sobretudo, no norte da África e na Ásia.

O nome Maomé (570-632) é uma alteração hispânica de Muhammad, que significa digno de louvor. O Profeta nasce em Meca, numa família de mercadores. Começa sua pregação aos 40 anos, quando, segundo a tradição, tem uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revela a existência de um Deus único. Na época, as religiões da península Arábica são o cristianismo bizantino, o judaísmo e uma forma de politeísmo que venera vários deuses tribais. Maomé passa a pregar sua mensagem monoteísta e encontra grande oposição. Perseguido em Meca, é obrigado a emigrar para Medina, em 622. Esse fato, chamado Hégira, é o marco inicial do calendário muçulmano. Em Medina, ele é reconhecido como profeta e legislador, assume a autoridade espiritual e temporal, vence a oposição judaica e estabelece a paz entre as tribos árabes. Quase dez anos depois, Maomé e seu exército ocupam Meca, sede da Caaba, a pedra sagrada de 15 m de altura que é mantida coberta por um tecido negro, já então um centro de peregrinação. Maomé morre no ano 632 como líder de uma religião em expansão e de um Estado árabe que começa a se organizar politicamente.

O Alcorão (do árabe al-qur'ãn, leitura) é a coletânea das revelações divinas recebidas por Maomé de 610 a 632. É dividido em 114 suras (capítulos), ordenadas por tamanho. Seus principais ensinamentos são a onipotência de Deus e a necessidade de bondade, generosidade e justiça nas relações entre as pessoas. Neles estão incorporados elementos fundamentais do judaísmo e do cristianismo, além de antigas tradições religiosas árabes. O Alcorão inclui muitas das histórias do Antigo Testamento judaico e cristão, como a de Adão e Eva. Depois de desobedecer a Deus, Adão viajou e construiu a primeira Caaba. Após o dilúvio, Abraão, considerado o primeiro muçulmano, a reconstruiu. Do Novo Testamento, o Alcorão registra passagens da vida de Jesus Cristo, reverenciado pelos muçulmanos como um profeta que em sua religião só é sobrepujado em importância pelo próprio Maomé. Os muçulmanos acreditam na vida após a morte, na vinda do anti-Cristo e na volta de Jesus Cristo para vencê-lo, no Juízo Final e na ressurreição final de todos os mortos. A segunda fonte de doutrina do Islã, a Suna, é um conjunto de preceitos baseados nos ahadith (ditos e feitos do profeta).

A vida religiosa do muçulmano tem práticas definidas pela Sharia, o caminho que o muçulmano deve seguir na vida. A Sharia define normas de conduta, comportamento e alimentação, além dos chamados pilares da religião. O primeiro pilar é a shahada ou profissão de fé: Não há outro Deus a não ser Alá, e Maomé é seu profeta. Esse testemunho é a chave da entrada do fiel para o Islamismo. O segundo pilar são as cinco orações diárias comunitárias (slãts), durante as quais o fiel deve ficar ajoelhado e curvado em direção a Meca. Às sextas-feiras realiza-se um sermão de um verso do Alcorão, de conteúdo moral, social ou político. O terceiro pilar é uma taxa chamada zakat. Único tributo permanente ditado pelo Alcorão, é pago anualmente em grãos, gado ou dinheiro. É empregado no auxílio aos pobres e no resgate de muçulmanos presos em guerras. O quarto pilar consiste em cumprir o jejum completo nos dias do mês do Ramadã. O quinto pilar é o hajj ou a peregrinação a Meca, que precisa ser feita pelo menos uma vez na vida por todo muçulmano que tenha condições físicas e econômicas para realizá-la.

A esses cinco pilares, a seita khawarij adicionou o jihad. Traduzido comumente como Guerra Santa, significa a batalha para reformar o mundo, um dos objetivos do Islamismo. É permitido o uso dos exércitos nacionais como meio de difundir os princípios do islã. Segundo a doutrina muçulmana, as guerras, porém, não podem visar à expansão territorial nem a conversão forçada de pessoas. Por isso, o jihad não é aceito por toda a comunidade islâmica.

Durante todo o nono mês lunar de cada ano, guarda-se o Ramadã, e, do amanhecer ao pôr-do-sol, o muçulmano celebra a revelação do Alcorão a Maomé e comemora sua primeira vitória militar contra Meca. Enquanto é dia, os fiéis não podem comer, beber, fumar ou manter relações sexuais, embora trabalhem normalmente. Mas as restrições não são mantidas durante as noites, e as ruas se enchem de pessoas que comemoram alegremente a revelação feita a seu profeta. A celebração do Eid el Adha lembra a disposição de Abraão em sacrificar a Alá seu próprio filho, Ismael (na tradição judaico-cristã o filho seria Isaque). Na época de Eid el Adha também acontece a peregrinação a Meca. O Ano-Novo islâmico é comemorado no Dia de Hégira, o 1º do mês Muharram. O marco é o ano de 622, quando Maomé deixa Meca. Os lugares mais sagrados do Islamismo são Meca, cidade onde fica a Caaba, Medina, lugar onde Maomé construiu a primeira Mesquita (templo), e Jerusalém, cidade onde o profeta ascendeu aos céus durante uma viagem noturna em que foi ao paraíso e se encontrou com Moisés e Jesus Cristo.



JUDAÍSMO:

É reconhecida como a primeira religião monoteísta da humanidade e cronologicamente a primeira das três religiões oriundas de Abrãao, junto com o cristianismo e o islamismo.

O judaísmo acredita em um Deus único, onipotente e onisciente, que criou o mundo e os homens. Esse Deus fez um pacto com os hebreus, tornando-os o seu povo escolhido, e prometeu-lhes uma terra chamada Canaã.

O judaísmo possui fortes características étnicas, nas quais nação e religião se mesclam.

História dos judeus: Segundo a Bíblia, Abraão recebe uma revelação de Deus, abandona o politeísmo e muda-se para Canaã, atual Palestina, em torno de 1800 a.C. De Abraão descendem Isaque e o filho deste Jacó. Jacó um dia luta com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Seus doze filhos dão origem às doze tribos do povo que, naquela época, era chamado de hebreu. Em 1700 a.C., os hebreus vão para o Egito, onde são escravizados por 400 anos. Libertam-se por volta de 1300 a.C., liderados por Moisés, descendente de Abraão, que recebe as tábuas com os Dez Mandamentos no monte Sinai. Por decisão de Deus, peregrinam no deserto por 40 anos, aguardando a indicação da terra prometida, Canaã.

Muitos anos depois de estabelecidos na terra prometida (“Terra Santa”), o rei Davi transforma Jerusalém em centro religioso e seu filho, Salomão, constrói um templo em seu reinado. Depois de Salomão, as tribos dividem-se em dois Reinos, o de Israel, na Samaria, e o de Judá, com capital em Jerusalém. Com a cisão, surge a crença na vinda de um messias (o enviado de Deus para restaurar a unidade do povo judeu e a soberania divina sobre o mundo), que persiste até hoje. O Reino de Israel é devastado em 721 a.C. pelos assírios. Em 586 a.C., o imperador babilônico Nabucodonosor II invade o Reino de Judá, destrói o Templo de Jerusalém e deporta a maioria dos habitantes para a Babilônia, iniciando a diáspora judaica.

Os judeus começam a voltar à Palestina em 539 a.C, onde reconstroem o templo e vivem breves períodos de independência, interrompidos por invasões estrangeiras. No ano 6, a região torna-se província de Roma. Em 70, os romanos invadem Jerusalém e arruínam o segundo templo. Em 135, a cidade é destruída, iniciando o segundo momento da diáspora. Apesar de espalhados por todos os continentes, os judeus mantêm a unidade cultural e religiosa. A dispersão só termina em 1948, com a criação do Estado de Israel.

PAGANISMO:

A cristianização da sociedade romana, após o edito de Milão no ano 313 DC, fez com que a religião politeísta tradicional, tribal e/ou indígena, ficassem restritas às pequenas aldeias rurais (pagus). Desde então os cristãos chamaram pagãos aos que conservavam o politeísmo (o modelo religioso que cultua vários deuses e divindades).

Em seu verdadeiro sentido, o termo paganismo designa as religiões politeístas e seu modelo cultural incluindo suas festas e suas danças, ainda que eventualmente tenha sido aplicado a qualquer religião não-cristã.

Por extensão, o termo paganismo se aplica também ao estilo de vida dos que não aceitam a existência de um único Deus Criador, cujo paradigma pode ser a sociedade greco-romana e, de certo modo, a renascentista. Essa "religião dos pagãos" - segundo a expressão do historiador hispânico Paulo Orosio (século V) - caracteriza-se por conceber deuses segundo o padrão humano, sujeitos às mesmas vicissitudes e paixões, sem coerência teológica ou norma moral. No Brasil, também chama-se pagão aquele que não foi batizado.

 

POLITEÍSMO:

Sistema religioso em que se adoram muitos deuses. Religião em que há pluralidade de deuses, espíritos, orixás, divindades etc.



TAOÍSMO:

Religião que nasce da escola de filosofia chinesa centrada no conceito de "caminho" (Tao). Enquanto filosofia (Tao chia), sua origem é atribuída aos ensinamentos do sábio Erh Li, ou Lao Tsé, que teria vivido no século VI a.C. O taoísmo religioso (Tao ciao) surge na dinastia Han, no século II, e assimila elementos religiosos anteriores e mais antigos da China. Seus conceitos - parte deles presentes também no confucionismo - influenciam a vida chinesa até hoje. Perseguido no país a partir de 1949, ainda é praticado na China. É popular também na Tailândia e em Hong Kong.

Os taoístas são politeístas e veneram deuses ancestrais. Todas as pessoas que atingem a imortalidade se tornam deuses e são cultuados. Entre os deuses mais populares estão Shou Hsing, deus da longevidade; Lu Hsing, deus da riqueza; e Fu Hsing, deus da felicidade.

XAMANISMO:

Nome genérico dado às atividades de práticas mágicas, geralmente realizadas por um xamã, ou feiticeiro, que busca contatar mundos e forças sobrenaturais, invocar ou incorporar espíritos ou entidades divinas. Aparece em diferentes cultos religiosos da Ásia Central e Setentrional, África, Américas e Oceania, em culturas antigas em diferentes estágios de evolução, particularmente nas sociedades indígenas. Por essa razão, o xamanismo não é considerado uma religião propriamente dita, mas um traço característico a diversas religiões. Usualmente, as principais tarefas destinadas a um xamã são a cura, a adivinhação e a busca de soluções para problemas ou questões da coletividade. É comum que o xamã entre em estado de transe emocional e que utilize plantas, animais e minerais em sessões rituais, que podem incluir a ingestão de bebidas muitas vezes alucinógenas.



XINTOÍSMO:

Originalmente o xintoísmo não possuía nome, doutrina nem dogmas. Constituía-se de um conjunto de ritos e mitos que explicavam a origem do mundo, do Japão e da família imperial. Os protagonistas desses mitos eram os Kamis, deuses ou energias divinas que habitam todas as coisas e se sucedem por gerações, desde a criação do mundo. Recebe o nome de xintoísmo (caminho dos deuses) para distinguir-se do confucionismo e do budismo, religiões provenientes da China e da Índia.O culto xintoísta é realizado no templo dos Kamis locais, feito de madeira e, segundo a tradição, reconstruído a cada 20 anos. Os sacerdotes coordenam rituais de purificação e renovação. Nas festas religiosas, uma estátua do Kami ou um emblema que o simboliza é transportado pelas ruas em um andor, o mikoshi.O xintoísmo permanece como a religião oficial do Japão de 1868 até 1946. Após a derrota japonesa na II Guerra Mundial, o imperador Hiroíto se vê obrigado a renunciar ao caráter divino atribuído à realeza, por determinação da nova Constituição elaborada pelo governo americano (vencedor da guerra). A partir daí o país passa a defender a liberdade religiosa e a prática do xintoísmo é supervisionada por uma associação, a Jinja honcho. Estimativas de 1990 mostram que 106,6 milhões de japoneses têm alguma relação com o xintoísmo, mas a religião conta com apenas 2,8 milhões de praticantes em 1998, segundo a Enciclopédia Britânica.
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