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capítulo 12. A poluição do ar atmosférico e as mudanças climáticas
LEGENDA: Pequim (Beijing), capital da China, onde a poluição do ar alcança níveis muito elevados. Na foto, pessoas visitando a Praça Tiananmen durante um dia poluído, em 2015.
FONTE: Kim Kyung-Hoon/Reuters/Latinstock
A poluição do ar e os impactos ambientais
A poluição atmosférica ocorre quando o ar contém elementos nocivos à saúde, que não entram naturalmente na composição da atmosfera.
As cidades não são as únicas responsáveis pela poluição do ar. Muitos poluentes vêm de usinas termelétricas e de carvoarias instaladas fora do ambiente urbano, além de queimadas em áreas agrícolas ou de florestas. Porém, os grandes poluidores do ar atmosférico ainda são, sem dúvida, os milhares de veículos automotivos que circulam pelas cidades e as indústrias que se instalam nelas, ou nas suas proximidades.
O ar urbano contém um "coquetel" de poluentes assustador: dióxido e monóxido de carbono, óxido nítrico, dióxido de enxofre, chumbo, ozônio, além das partículas em suspensão no ar, como a poeira do solo. Esses elementos, muito tóxicos, são resíduos eliminados por indústrias - como petroquímicas e siderúrgicas - e pela queima de combustível em veículos. Esse material particulado é prejudicial à saúde, pois, inalado com frequência, pode afetar os alvéolos pulmonares.
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Pesquisas recentes apontam que minúsculas partículas originárias de veículos a diesel possuem um grande potencial cancerígeno e agravam consideravelmente casos de asma e alergia. A mistura de poluentes no ar forma o smog, que assusta os moradores das grandes cidades do mundo, tanto em países ricos como em países pobres.
Glossário:
Smog: é um fenômeno caracterizado pela formação de uma espécie de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos químicos. Os tipos mais comuns são o smog urbano, o industrial e o fotoquímico.
Fim do glossário.
A poluição do ar urbano também afeta monumentos históricos e atinge até mesmo os cinturões verdes de abastecimento dos grandes centros urbanos, localizados em seus arredores, como os cinturões hortifrutigranjeiros de Mogi das Cruzes, Atibaia, Cotia e Mairiporã, próximos do município de São Paulo.
Uma das soluções encontradas para tentar diminuir a poluição do ar urbano foi estabelecer o rodízio de veículos automotivos, em que parte da frota fica fora de circulação um dia na semana ou em um determinado período do dia. Isso acontece em cidades como São Paulo, Cidade do México, San tiago (Chile), Roma (Itália) e Atenas (Grécia), entre outras.
Veremos agora que a grande quantidade de poluentes lançados na atmosfera causa muitos impactos ambientais. Em escala local e regional, destacam-se as ilhas de calor, a inversão térmica e a chuva ácida. Em escala global, são preocupantes o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio.
O efeito estufa e o aquecimento global
O efeito estufa é um fenômeno natural necessário para manter a temperatura constante na Terra. A radiação solar atravessa a atmosfera; parte dessa radiação é refletida pela Terra e absorvida pela superfície terrestre. O calor retido pelas partículas de gases e vapor de água em suspensão na atmosfera aquece o planeta, permitindo a vida. Observe na primeira ilustração a ocorrência natural desse fenômeno.
FONTE: Adaptado de: www.elpais.es. Acesso em: jul. 2012. CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES: Alex Argozino/Arquivo da editora
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A queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) por indústrias e veículos automotivos e as queimadas em florestas e áreas agrícolas são os principais responsáveis pelo aumento da quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o que faz intensificar a retenção do calor na superfície terrestre, elevando a temperatura global. É a intensificação desse efeito estufa que preocupa, conforme podemos ver na segunda ilustração da página 144.
Seis gases são considerados os principais responsáveis pelo agravamento do efeito estufa:
- dióxido de carbono (CO2), o principal deles;
- hidrocarbonetos perfluorados (PFCs);
- hidrofluorocarbonetos (HFCs);
- metano (CH4);
- oxido nitroso (N2O);
- hexafluoreto de enxofre (SF6).
Os maiores emissores de CO2 são, historicamente, os países desenvolvidos. Cresce, contudo, a emissão de poluentes em países emergentes, como podemos ver no gráfico abaixo.
Em razão de seu acelerado crescimento econômico, a China passou a consumir maior quantidade de fontes de energia, principalmente carvão, do qual é o maior produtor e o maior importador mundial. Como consequência, suas emissões de CO2 aumentaram e ultrapassaram as dos Estados Unidos. Em termos percentuais, em 2013, a China contribuiu com 29% do total mundial das emissões de CO2, seguida por Estados Unidos (15%), União Europeia (11%), Índia (6%), Rússia (5%) e Japão (4%). Desde 1860, o aumento da temperatura na superfície da Terra tem sido de 0,3 °C a 0,6 °C e, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla do inglês Intergovernmental Panel on Climate Change), ligado à ONU, até o ano 2100 poderá variar de 1 °C a 3,5 °C, se a emissão de gases não estiver controlada. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Administração Nacional Aeronáutica e do Espaço (Nasa), o ano de 2014 foi um dos mais quentes desde 1880, com temperatura média de 0,69 °C acima da média do século XX, superando as previsões feitas em 2005 e 2010, que foram de 0,04 °C.
Temos experimentado verões bem mais quentes nas últimas décadas, o que é preocupante. Teme-se que as consequências do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, possam ser catastróficas. Essas projeções têm motivado várias reuniões e conferências com o objetivo de conscientizar os países poluidores da necessidade de reduzirem a emissão do CO2 (leia mais sobre o assunto no Capítulo 18).
FONTE: Adaptado de: OLIVIER, J. G. J. et al. Trends in Global CO2 Emissions: 2014 Report. Emission Database for Global Atmospheric Research (EDGAR). Disponível em: http://edgar.jrc.ec.europa.eu/news_docs/jrc-2014-trends-in-global-co2-emissions-2014-report-93171.pdf. Acesso em: 30 out. 2015. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora
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A preocupação com o aquecimento global é perfeitamente compreensível. Se as geleiras continuarem a derreter por causa do aumento do calor, o nível do mar poderá subir.
A projeção é de que no ano 2100 a elevação será em média de 60 centímetros, com uma variação de 15 centímetros a 90 centímetros. Se o nível do mar subir 1 metro, 17,5% do território de Bangladesh ficará submerso. Alguns países insulares poderão desaparecer. As ilhas Maldivas, no oceano Índico, que são o país com menor altitude no mundo, têm seu ponto mais alto a apenas 2,4 metros acima do nível do mar. Além das Maldivas, Tuvalu e Kiribati, no oceano Pacífico, também estão situados a poucos metros acima do nível do mar. Por isso, esses países estão ameaçados.
Boxe complementar:
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