Alfa: Lucas Hunter Curadora



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Já não havia qualquer indício de distância entre eles, naquela noite, sob a lua, se esqueceram de ter um vínculo que era jovem, cru, e assustadoramente poderoso. Ele não podia imaginar acordar sem ela, gostava de dormir com as pernas enredadas nas dela, sua voz rouca a última coisa que ele ouvia. Ele sabia que, quando o desejo de percorrer trechos isolados acordasse novamente dentro de seu lobo, ele ia convencê-la a ir junto. Solidão não seria divertida sem ela.

Pegando a mão dela, ele apertou um beijo em seus dedos. — Obrigado por ser minha.

Um olhar assustado, seguido de um sorriso que iluminou seus olhos. — Idem.

Ele ainda estava sorrindo quando eles entraram no átrio cheio de luz do hotel art deco onde deviam se reunir com Bo e sua ligação. Foi quando Riaz levou um pontapé emocional no peito que tirou todo o ar de dentro dele.



O lobo de Adria veio à superfície no instante em que sentiu a súbita tensão que se apoderou do corpo de Riaz. Em alerta para um risco de segurança, ela seguiu seu olhar para onde Bowen estava com uma mulher de cerca de cinqüenta e dois anos, talvez três, com os cabelos brilhando ouro, que ela matinha preso em um enrolado engenhoso, o corpo vestido um conjunto sob medida água-marinha que destacava olhos cinza suave.

Nenhuma arma. Nenhuma ameaça. Apenas uma linda mulher... da Europa.

A sensação de mal estar horrível no estômago, Adria olhou da estranha para Riaz, viu o choque que tornou seus olhos selvagens, e ela soube. Ela soube. Porém a mulher e Bo os tinham visto, estavam andando, e de alguma forma, ela conseguiu se controlar durante as apresentações. No entanto, mesmo durante todo o toque em seu crânio, a náusea sufocando sua garganta, ela notou que Riaz nunca tocara a mulher — Lisette, o nome dela era Lisette — nem sequer olhara para ela corretamente.

— Lisette costumava ser a gerente de negócios em outra empresa, — Bo disse para Adria, — Mas ela tomou uma posição permanente com a gente. — Sua especialidade em comunicações, a escolha perfeita para uma ligação.

Riaz cruzou os braços. — Emil está com você?

Adria pegou o que ela achava ser sofrimento na expressão de Lissete antes da outra mulher sorrir e responder em Inglês com sotaque francês. — Não, ele tinha alguns negócios em Berlim. Olhando para Adria, disse ela, — Riaz e meu marido trabalharam juntos em um projeto enquanto Riaz esteve na Europa.

Deus, Adria pensou, como deve ter matado Riaz. Sua dor por ele era interminável, a sua própria angústia uma escuridão cavernosa dentro dela. Conhecer e aceitar que o homem que ela amava tinha uma companheira, e ficar cara-a-cara com a companheira eram duas coisas diferentes. Isso arrancou as lentes cor de rosa que ela tinha colocado desde a noite sob a lua, foi um tapa na cara, a realidade de que seu status era nada além do que ser uma substituta para a mulher que Riaz realmente queria.

Ela não sabia como passou pela reunião, mas nem ela nem Riaz disseram uma palavra sobre isso até que estavam em território SnowDancer. — Então... É ela. — A afirmação que era na verdade, uma pergunta, porque ela precisava tê-lo confirmando, precisava ouvir isso da sua boca. No entanto, uma pequena parte dela era uma criança, querendo ouvi-lo dizer: — Não, — e dizer que ela estava imaginando coisas, mesmo quando a verdade era um sinal de néon em sua frente.

Riaz trouxe o carro a um impasse. — Isso não muda nada entre nós. — Sua resposta foi dura, ele colocou a mão contra sua bochecha áspera com o calor. — Você é a única em meu coração.



Não, eu sou o prêmio de consolação. Ambos sabiam que ele estava com ela apenas porque ele não poderia estar com Lisette. Orgulho engasgado em sua garganta, mas ela não enfiou a mão para o lado, não disse a ele para obter o inferno longe dela, ela virou para ele com os olhos bem abertos. Para puni-lo por algo sobre o qual ele não tinha controle, em pé neste momento, quando ela sabia que tinha que sofrer a dor mais cruel... Não, ela não podia fazer isso com seu lobo negro. Amor, ela percebeu, naquele terrível momento da verdade, pode ser incrivelmente altruísta, mesmo quando dói até sangrar.

Soltando o cinto de segurança dela, então o dele, ela se arrastou até se esparramar em seu colo, envolvendo os braços ao seu redor. — Eu estou aqui.

Ela o quebrou, Riaz pensou, seus braços apertando ao redor do músculo liso de seu corpo, seu coração trovejando. Incapaz de falar, ele enterrou o rosto em seu pescoço, atraindo a delicadeza estranha do seu cheiro, tão complexo e único. Isso ancorou seu lobo chocado e recém-ferido, acalmou o homem.

Ele esperava fúria, tinha pensado que ele poderia encontrar-se fora no frio, quando ele precisava dela mais do que nunca. A única coisa que ele não esperava era essa generosidade de espírito, e ele deveria ter, porque ela tinha mostrado a ele uma e outra vez que ela não era apenas um soldado de pele forte, mas uma mulher de empatia e de coração, uma mulher que qualquer homem ficaria orgulhoso de chamar de sua.

Pressionando um beijo na batida do pulso em seu pescoço, ele sentiu sua mão em seu cabelo. Seu lobo se deliciava com a ternura. — Foi o choque mais do que qualquer coisa, — ele disse, sua pele tão macia sob seus lábios. — Eu vou ficar bem agora.

Adria esfregou seu rosto contra o dele antes que recuasse. — Sem pretensão, Riaz, — ela disse, segurando seu olhar com a sinceridade inabalável de si própria. — Você me diz se isso não estiver funcionando para você.

Ele fechou suas mãos em seu cabelo, o choque destruído pela fúria possessiva. — Isso está muito bem.— Talvez ele tivesse ido para este relacionamento pela necessidade do conforto do toque de um companheiro de matilha, mas agora? Agora ele apostou em sua reivindicação. — Você é minha. — O lobo rosnou de acordo. — Eu nunca vou deixar você ir.

Cinquenta e sete

VASIC estava em uma parte remota de Nunavut, Canadá, envolto pela noite, conversando com Aden sobre o seu progresso no rastreamento de Henry, quando um tremor o abalou. Inicialmente, ele pensou que a região de Cape Dorset tinha experimentado um tremor de terra.

Então Aden balançou a cabeça. — Alguma coisa aconteceu na Net.

Uma fração de segundo mais tarde, depois de ter aberto o olho psíquico, Vasic entrou no turbilhão da PsyNet enquanto Aden fazia o mesmo. A Net era o maior arquivo de dados em todo o mundo, milhões, trilhões de pedaços de dados enviados para lá todos os dias. Mas ao invés de rios relativamente suaves de informações que Vasic estava acostumado a ver, esta seção da Net estava torcida, amassada sobre si mesma.

Escudos de proteção! Ele enviou telepaticamente para Aden.

Ao redor deles, as estrelas negras da Net estavam literalmente em colapso, levando as centenas de mentes ancoradas nesta seção com eles. Ele expandiu seus escudos para proteger o maior número de mentes que pôde, mas enquanto ele era um poderoso Tk-V, Aden era o telepata mais forte, capaz de proteger um número muito maior.

Forçando seu corpo físico, ele se concentrou em manter os escudos sobre aqueles que ele conseguiu agarrar a partir das bordas da zona do desastre, não pensando sobre aqueles que tinham sido capturados pelo colapso. Separados da Net, eles teriam tido uma morte rápida e violentamente dolorosa.

Aden, ele enviou telepaticamente quando viu a borda começar a se expandir numa ondulação. Suas habilidades telepáticas, não eram suficientes para conter a cascata contínua de destruição e proteger ao mesmo tempo.

Eu chamei os outros.

Mas alguém chegou antes do restante do elenco, e seu poder era tão grande que os cegou. Ele, sozinho, construiu um suporte em torno do colapso, selando a brecha, até que Vasic pode liberar as mentes que ele estava protegendo.



Krychek não é só um cardeal Tk.

Um duplo cardeal, Aden respondeu. Impossível.

Só que tanto poder telepático não era nada menos do que de nível cardeal.

— Está segurando, — Krychek disse no plano psíquico, a conversa protegida de vazar para a PsyNet por escudos negros impenetráveis. — Você pode entrar na seção recolhida para verificar a extensão dos danos? Eu preciso manter essa sutura até que Net vede a si mesma.

Aden verificou com Vasic, temos uma avaliação de risco idêntico ao que ele tinha feito. — Sim.

— Vou deixar esta pequena janela aberta para você. — Kaleb indicou as coordenadas. — Vá.

Mergulhando em meio aos destroços torcidos, Vasic em suas costas, Aden manteve pesada blindagem enquanto navegava por caminhos quebrados que ameaçavam cortar e empurrar dentro de sua mente, a escuridão da Net de alguma forma irregular e desprovida de vida. — Pare. — Ele fez Vasic verificar a sua ligação biofeedback, enquanto fazia o mesmo.

Só quando ele estava convencido de que a sua ligação à Net estava segura, independentemente do fato de que eles estavam agora em uma seção ‘morta’, eles continuaram. Não demorou muito tempo para encontrar o local e o motivo da falha na rede sem precedentes. A Net tinha implodido em uma ponta afiada do local, como se o tecido psíquico tivesse sido sugado por um vórtice.

— O âncora desta região, — ele disse a Vasic, — está morto.

— Sua morte por si só não teria causado isso. Existem múltiplas coisas falhas. — Vasic passou perto do vórtice congelado, o tecido mutilado da Net tendo criado um plug natural ... Tarde demais para salvar os homens, mulheres e crianças apanhados dentro. Precisamos encontrar o corpo.

Retornando pela janela que Krychek tinha deixado, ele os informou da falta de sobreviventes, observou-o a começar a finalizar o selo. — O âncora está morto, — Aden disse. — Vamos trabalhar para localizar o corpo.

Saindo do plano psíquico, ele esperou Vasic abrir seus olhos. O Tk-V trouxe acima seu organizador computadorizado em seus braços, assim que fez isso. — Eu estou acessando os arquivos de ancoragem desta região.

Aden esperava, ciente de que Vasic estava procurando uma imagem que pudesse se concentrar em um teletransporte.

— Aqui. — Um instante depois, o Tk-V teletransportou diretamente na frente de uma casa de dois andares na orla de Cape Dorset. A falta de vizinhos era incomum para um Psy, mas não para um âncora. Muitos membros da Designação A desejavam isolamento.

Isso era assim, porque um âncora já havia explicado para Aden, eles estavam constantemente rodeados por outras pessoas na rede. Ao contrário de um Psy comum, um âncora não poderia desligar essa consciência, era um componente inerente de sua capacidade de manter a Net no local. Seu relativo isolamento no plano físico era um mecanismo de defesa psicológico.

Luz derramava da casa de campo, e quando Aden fez o seu caminho para uma das janelas, usando as sombras do lado de fora a seu favor, ele não viu nenhum indício de perigo. Eu vou tocar a campainha.

Espere até que eu esteja dentro.

Vasic ouviu os tons claros do eco do sino até a casa um segundo depois que ele teletransportou para a sala visível da janela. Quando não houve nenhum outro som ou movimento, ele deixou Aden entrar trabalhando praticamente em silêncio, eles verificaram no primeiro andar e não encontraram nada, antes de ir para o segundo.



Lá. Aden acenou para uma gota do que parecia ser sangue no tapete que cobria os degraus.

Parando, Vasic olhou com mais atenção e viu outras duas gotas. Quem fez isso, passou por este caminho.

O corpo estava no quarto do canto que o âncora havia usado como seu escritório. A partir dos dentes e os espirros do sangue, ele tinha sido arremessado violentamente contra a parede pelo menos duas vezes. — Este é o trabalho de um Tk, — Vasic disse em voz alta, depois de analisar o espaço por dispositivos de escuta, o scanner, capaz de ser adaptado para muitas tarefas, construído em sua manopla.

Aden não disse nada até que ele se aproximou e verificou a garganta do âncora por uma pulsação. — Morte confirmada. Sua pele, no entanto, está quente. Encaixa-se com o cronograma.

Vasic correu os olhos sobre os dentes que a cabeça do âncora tinha feito na parede. Havia sangue, sim, mas o assassino tinha o suficiente sobre ele para escorrer, o que significava que ele estava perto de sua vítima. — Fratura catastrófica no Silêncio?

— Você tem certeza de que era um Tk?

— Padrão de lesões da vítima adicionado ao dano de alto impacto na parede faz com que seja altamente provável. — Ele olhou para a bagunça de sangue respingado na mesa onde pareceu que o âncora havia trabalhado antes do ataque. — Ou a violência descontrolada foi montada, ou alguém está usando um Tk instável para os seus próprios fins.

Um brilho no canto do olho. Girando, ele encontrou Kaleb Krychek no quarto com eles. Embora o fato não fosse conhecido, o ex-Conselheiro era um dos raros Tks que poderiam ir para pessoas, bem como locais, e ele, obviamente, fora para ambos, Vasic ou Aden.

Vestido com um terno impecável, seu rosto não tinha nenhuma marca de tensão como resultado do poder que ele gastou na rede. — A informação que fui capaz de reunir a partir da NetMind, — disse ele, observando a carnificina, — indica que fail-cofres foram todos assassinados segundos antes da morte do âncora, por assassinos que invadiram suas casas, armados com armas laser. Aconteceu tão rápido, a NetMind não poderia estabilizar a fratura.

Aden se levantou de sua posição agachada ao lado do corpo. — Isso exigiria um esforço coordenado. Os nomes dos fail-cofres não são transmitidos, e sua segurança não está nem perto da de um âncora, razão pela qual os assassinos não capazes de teletransporte tinham sido capazes de romper suas casas, cada um é passivamente monitorado.

É por isso que, Vasic pensou, toda a rede tinha sido eliminada na mesma hora. Quaisquer planos de alerta e contingência teriam entrado em jogo. O Psy tinha backups sobre backups quando ele veio para o âncora, Designação A era a base de toda a estrutura psíquica, mantiveram sua raça viva, a Net grande demais para ser estável sem eles. Mate os âncoras e a Net sofreria um colapso total, levando todos com ele.

ADEN assistiu Vasic começar a se mover ao redor do escritório. Quieto, calmo, friamente focado. — Este poderia ser o trabalho de um dos outros antigos Conselheiros? — ele perguntou a Kaleb.

— Não faria sentido lógico, fraturando a Net, fratura-se sua base de poder.

— Um indivíduo que conhecesse os parâmetros de falha antes do tempo poderia garantir a segurança de seus aliados e as mortes de seus inimigos.

Nos olhos de Kaleb, pedaços de vida da PsyNet, trancados no rosto de Aden. — Sim. No entanto, tal carnificina indiscriminada se encaixa melhor aos princípios da PurePsy, meus companheiros ex-Conselheiros tendem a ser muito mais direcionados em seus assassinatos.

Aden pensou na falta de apoio que o grupo havia recebido na Net após a sua recente derrota humilhante nas mãos da coalizão dos changelings, humanos e Psy, a maioria da população acreditava que os PurePsy não deveriam ter saído da Net, que a agressão violou seu objetivo declarado de Pureza. Dado que os PurePsy estão cada vez mais extremos na ideologia, a falta de apoio poderia muito bem ter sido tomada como revolta.

— Mesmo com números esgotados, — ele disse ao Kaleb — o grupo tem a capacidade de organizar um ataque desse tipo.

— E seu general tem disciplina. — Kaleb virou de Aden a Vasic. — Você já o encontrou?

— Não. — O outro Arrow olhou na tela do computador transparente que ele tinha trazido para cima. — Não há nenhuma mensagem aqui, e nada na Net de ninguém reivindicando a responsabilidade ou ameaçando mais violência.

O que, Aden sabia, não queria dizer que mais assassinatos não foram planejados. As palavras seguintes de Kaleb deixaram claro que o telecinético cardeal havia chegado à mesma conclusão. — Proteger cada âncora em todo o mundo é uma impossibilidade estatística.

— Concordo. — Havia muitos deles, fortes e fracos, críticos e periféricos. — No entanto, podemos enviar um alerta a cada região, aconselhar as autoridades responsáveis pelos âncoras a reforçarem a segurança

— Avise-os sobre a possibilidade de um forte Tk estar envolvido, — acrescentou Vasic, seus olhos sobre os dentes de sangue na parede. — Pelo menos Gradiente 8.

— Isso vai ser problemático. Há muito poucas pessoas mais fortes do que um Gradiente 8 Tk, — Kaleb estava certo, o que significava que mais âncoras iriam morrer, a menos que eles derrubassem o arquiteto dos ataques. — Se este é o início de uma campanha PurePsy, — Aden disse, considerando como diminuir os possíveis alvos, — Certas regiões são mais propensas a serem atingidas. — Nikita Duncan e Anthony Kyriakus não tinham sido apenas parte da coalizão que havia derrotado os fanáticos de Henry, mas também tinham dado voz a suas visões anti-Pure Psy. Mais importante, sua região foi se tornando um ímã para aqueles cujo Silêncio estava fraturado ou suspeito, um anátema ao objetivo de absoluta pureza dos PurePsy.

— Este local parece argumentar contra o envolvimento PurePsy, — Vasic apontou. — Não tem importância estratégica ou política.

— Eu tenho a teoria que este foi um treinamento executado em uma região tranquila da Net. — Aden reconheceu que sua teoria tinha uma falha, na medida em que exigia que os agressores sacrificassem o elemento surpresa, mas isso não os desqualificava, não quando o irracional comportamento foi se tornando uma marca registrada de operações Pure Psy. — Nós não devemos desconsiderar que seja o trabalho de um grupo desconhecido, mas é razoável dar a Nikita e Anthony uma advertência específica.

Kaleb assentiu. — Eu vou cuidar disso.

Vasic quebrou o silêncio. — Relatórios preliminares estão chegando em quatrocentos e setenta mortos confirmados até agora.

E a região que havia desmoronado, pensou Aden, era pequena, com uma população escassa. Um único colapso no setor de San Francisco levaria dezenas de milhares de vidas com ele.

— Pelo menos oitenta e cinco dos mortos são crianças.

Aden encontrou os olhos de Vasic em um aviso silencioso, mas Kaleb não estava prestando atenção ao Arrow que estava em silêncio, e quebrado. — Eu tenho que ir, — disse o ex-Conselheiro depois de uma pausa de dez segundos. — Solte o aviso de segurança geral, Aden. — Ele piscou na próxima respiração, o seu poder tão grande que o teletransporte levou pouco ou nenhum esforço. A única outra pessoa na Net tão rápida era Vasic, e ele tinha nascido com a habilidade. Kaleb tinha aprendido com um Tk.

— Ele mesmo poderia ter feito isso, — Aden disse, olhando para onde o cardeal estivera. — Nós nunca saberíamos com que velocidade ele se teletransporta.

— Sim.


KALEB teletransportou para o escritório de Nikita para encontrar Anthony Kyriakus já lá. Desde que Anthony era um telepata, sem capacidade de teletransporte, isso significava que ele tinha usado ou um de seus Tks para levá-lo de imediato ou ele estava com Nikita no momento do ataque.

Muito tarde para uma reunião política.

Desabotoando o paletó, ele se sentou ao lado de Anthony, do outro lado da mesa de Nikita. — Um Conselho de fato?

— Eu não tenho nenhuma razão para querer a Net sofrendo uma falha catastrófica, — Nikita disse em vez de responder, seu cabelo preto de governante reto, escovando seus ombros. — Nem Anthony. Nem você.

— Tão certos?

— Você quer controlar a Net, Kaleb. Quebrada, é inútil para você.

Ele não disse nada, não traiu nada. Nikita pensava que entendia como sua mente trabalhava. Ela não entendia, mas era uma vantagem deixar o equívoco continuar. — Não há ainda nenhum sinal de Henry, e Shoshanna tem uma casamata em algum lugar na Inglaterra por trás de escudos pesados. — Nenhum que iria protegê-la quando chegasse o momento. — Tatiana e Ming são os curingas. — Kaleb tinha suas suspeitas sobre o envolvimento de Ming no assalto PurePsy da Califórnia, mas o mentor militar tinha sido muito cuidadoso em enterrar seus rastros.

— Há outras pessoas que têm razão para querer prejudicar a Net, — Anthony disse, e os três passaram por grande parte da mesma conversa que tivera com Aden e Vasic. Aden, pensou com um canto de sua mente, era o centro em torno do qual os Arrows rodavam. Enquanto o telepata não era o membro mais poderoso da equipe em termos de capacidade psíquica crua, ele era o único, o resto dos Arrows olhavam para a liderança. Ele também teve o apoio de Vasic, o único teletransporte na Net mais rápido do que o próprio Kaleb. Para possuir o plantel, Kaleb teria que ter a lealdade de Aden. E ele o faria. Porque Kaleb tinha planos que Nikita não podia sequer adivinhar, e ter um esquadrão de assassinos letais atrás dele iria fazer as coisas, tanto mais mortal e mais suave quando ele jogasse seu jogo final.

— Agora que a violência tomou forma, será que seus videntes serão capazes de prever o próximo protesto? — Nikita perguntou a Anthony.

— Eu dei a ordem e vou encaminhar todas as informações pertinentes, mas o caos nesta escala distorce a linha do tempo. — Anthony olhou para Kaleb. — Vamos garantir que nossos âncoras estejam bem protegidos.

— Posso oferecer-lhe um certo número de minhas tropas.— Ele sabia que os dois ex-Conselheiros tinham limitado seus recursos militares, seria quase impossível cobrir a rede de âncoras em sua área.

— Obrigada, — Nikita disse, — mas eu vou negar.

A resposta de Anthony foi a mesma. Kaleb não esperava qualquer outra coisa, se ele estivesse do outro lado, não confiaria em si mesmo também. — A oferta continua sobre a mesa, se você mudar de ideia.

Levantando-se, abotoou o paletó ao mesmo tempo em que acalmava o pânico da NetMind. A nova consciência estava com medo, e enquanto Kaleb não sentia, ele tinha aprendido a diferenciar os humores da Darkmind e NetMind de ambos. Agora, ele suavizava a NetMind e freava a Darkmind, a sensibilidade mais escura mais forte, na esteira da violência assassina. — Se vocês me desculparem. Eu preciso voltar para a minha própria região.

Um segundo depois, ele havia teletransportado para outra sala em outro continente. — Ming, — ele disse. — Tatiana, vejo que vocês já ouviram falar sobre o ataque.



Cinquenta e oito

Depois de passar a noite enrolado em torno da mulher que havia curado algo quebrado nele e que depois o segurou quando o ferimento rasgou novamente, Riaz acordou com o seu mundo de volta em foco. — Bom dia, — ele disse, afastando os fios de cabelo que se agarravam à bochecha de Adria.

— Bom dia. — Um leve sorriso, um cuidado escondido, mas presente.

Ele sentiu como se tivesse levado um soco de novo, mas disse a si mesmo para ser paciente. Sua não tão difícil soldado tinha tido um choque também. Inclinando-se, ele mordeu o lábio inferior em um beijo brincalhão, uma mão espalmada sobre suas costelas, seu outro braço apoiado sob a cabeça dela. Ela correu sua própria mão em seu peito e em torno de sua nuca, acariciando-o com a mesma afetuosa preguiça, seu sorriso crescendo mais profundo. — Esta é uma boa maneira de acordar.

— Sim, é. — Ele ia dizer outra coisa, mas o computador tocou, Riley convocando-o para uma reunião de tenentes urgente.

Ele não queria ir, queria amar Adria doce e lentamente, mostrar-lhe o que ela era para ele, mas ele era um tenente e ela era um soldado sênior. Correndo para o chuveiro, ele saiu para encontrá-la estendendo uma xícara de café para ele. — Eu espero que não seja outro ataque, — ela disse, com os olhos azuis-violeta escuros com preocupação.

Colocando seu rosto para baixo, ele pressionou sua testa contra a dela própria por um único momento precioso. — Espero o inferno que não. Supondo que seja o que for, os seniores serão todos informados do que estamos para fazer.

Ela assentiu com a cabeça. — Vá em frente. — Um beijo rápido, o calor de seus lábios ainda com ele quando entrou na sala de conferências, poucos minutos depois.

— Isso é café? — Indigo gemeu quando entrou atrás dele.

Deixando de lado sua caneca, Riaz serviu-lhe uma xícara da cafeteira sobre a mesa, ciente de que a outra tenente tinha trabalhado até o anoitecer com a equipe de Felix, depois tinha voltado para supervisionar os novatos em um exercício de treinamento noturno. Riaz tinha oferecido para lidar com o último, mas Indigo queria pessoalmente julgar seu progresso desde que um casal estava se afiando para o status de soldado completo. — Não me diga que o seu menino brinquedo não está te tratando bem, — ele disse enquanto entregava o café.

Indigo bebeu metade dele antes de dizer: — Eu vou lidar com você depois, — em um tom ameaçador despojado de sua ameaça por um bocejo de quebrar a mandíbula. — Você sabe do que se trata?

— Não. — Pegando um assento, virou-se para os monitores quando Alexei e Jem ficaram online.

— Vocês têm alguma idéia do que está acontecendo? — ele perguntou.

— Meu palpite, algo que se passa com os Psy, — disse Jem. — Eu fui para a rua correr esta manhã como às vezes faço, e eu não sei como descrevê-lo, havia uma estranha calma no rosto de cada Psy por quem passei.

— Seja o que for, — Alexei apontou, — se nós estamos tendo uma reunião e não indo para o modo de emergência, provavelmente não é uma ameaça iminente para o bando.

O nível de tensão caiu um grau, porque o jovem tenente estava certo, Riaz perguntou a Alexei sobre os lobos que queriam fundir-se com SnowDancer quando Hawke entrou com Riley e Judd.

A conversa parou por um minuto enquanto os outros tenentes começavam a aparecer online. Kenji, Tomás, Matias e Cooper, todos entraram em foco um após o outro. Coop estava com olhos brilhantes, como se tivesse estado assim por horas, e Kenji parecia ter vindo de um turno da noite, mas os outros não pareciam impressionados.

— Eu pensei que a guerra tinha sido ganha, — Tomás gemeu, uma caneca gigante na mão. — Este era o meu sono do dia.

— Eu pensei que tivesse sido ontem, — disse Cooper.

— Cale a boca. Só porque você está sendo colocado em uma base regular não significa que você tem que ficar convencido sobre isso.

O sorriso de Coop foi lenta e definitivamente convencido.

Batendo na mesa com um dedo devido àquele sorriso, Hawke colocou a reunião em ordem.

— Judd, Lucas e eu, — ele disse — tivemos uma conferência muito interessante, com Anthony e Nikita há alguns minutos.

Todo mundo se acalmou. A relação do bando com os dois Psys poderosos era estável na melhor das hipóteses. Não havia dúvida de que ambos tinham feito a sua parte do trabalho pesado quando se tratara de proteger a cidade do exército armado de Henry Scott, eles haviam fornecido tropas de combate com capacidade, usaram seus próprios consideráveis poderes telepáticos ​​para repelir os invasores. No entanto, isso não significava que eles poderiam ser confiáveis.

— A boa notícia é: — Hawke disse, — é muito provável que não sejamos mais o alvo número um, tratando-se dos PurePsy.

— Por que você não está comemorando? — Perguntou Indigo, estendendo a mão para a garrafa e servindo-se de uma segunda xícara de café, superando até Riley, que também o fez.

A expressão de Hawke era sombria, as palavras que ele falou ainda mais sombrias. — Por causa da guerra civil na Net que não é uma possibilidade, está começando. A contagem mais recente de vítimas é de quinhentos e dezessete.

— Merda. — Matthias esfregou o rosto, a pele morena brilhando à luz do candeeiro da pequena mesa, ele ainda não havia desligado. — Uma explosão de algum tipo?

Judd foi o único que respondeu. — Parte da Net caiu na noite passada.

Um silêncio chocado.

— A separação das vítimas da Net foi tão violenta, — ele continuou, — que eles não teriam tido nenhuma chance de tentar reintegrar-se. Homens, mulheres, crianças... Famílias inteiras exterminadas.

— Raiva, é isso que me causa. — disse Coop, sua cicatriz branca pela força de suas emoções, — Não podemos afetar a rede. Por que Nikita e Anthony entraram em contato com a gente?

— A Net entrou em colapso porque o âncora da região foi assassinado, assim como todos os seus Fail-safes9, — explicou Judd. — Âncoras são protegidos no plano psíquico por blindagem permanente que é quase impossível de quebrar. No entanto, eles ainda são mortais.

Riaz viu então o que Nikita e Anthony queriam que eles fizessem. — Eles precisam da nossa ajuda para proteger os âncoras do território. — Foi um pedido histórico... Especialmente quando Riaz pensou sobre isso e percebeu que os dois Psy estavam dispostos a confiar nos SnowDancer com as localizações das pessoas que eram a maior vulnerabilidade de sua raça.

— Sim. — Judd empurrou a mão pelo cabelo, uma traição física rara de suas emoções. — Antes de colocar as nossas mentes nisso, há algo que eu não tenho certeza de que todos notaram.

— Espere, — Indigo disse, empurrando mais de uma xícara de café. — Beba isso primeiro. Sem ofensa, lindo, mas você parece um inferno.

Judd deu a Indigo o mais fraco dos sorrisos, obedecendo a ordem. — Desde a descoberta de que os SnowDancer protegeram Marlee e Toby da reabilitação, — ele disse, depois de beber um bom terço do copo, — um monte de Psy na área está procurando os DarkRiver e SnowDancer por algum tipo de liderança. O coração disso é o conhecimento de que você protegeu a própria parte indefesa que a liderança deles procurou destruir.

— Bandos Changeling — Riley disse com seu jeito ponderado — conseguiram manter o nosso sentido de identidade para sobreviver sendo sugado para dentro da máquina Psy, porque nós somos cuidadosos sobre quem chamamos de nossos.

Changelings iriam lutar até a morte para proteger o bando, Riaz pensou, mas ganhar a confiança do bando era uma coisa muito difícil, como Judd sabia. No entanto. — Isso não parece bom pra mim, que viremos as costas para pessoas que confiam em nós para ajudar.

— Para mim também, — disse Riley quando os outros tenentes assentiram. — Ao mesmo tempo, os nossos lobos ficariam loucos tentando proteger um tão grande 'bando'.

Porque uma vez que um dominante assume a responsabilidade de um grupo, ele assumiu toda a responsabilidade.

— Um inferno de uma bagunça, — Matthias murmurou.

Depois de inclinar a cadeira para trás sobre duas pernas, Hawke trouxe para baixo em todas as quatro. — Deixando isso de lado, por enquanto, primeiro precisamos de números. Judd?

— Vinte âncoras em todo o estado, — o tenente respondeu. — Duzentos backups, dez por âncora.

Tomás assobiou. — Esse é um número malditamente baixo para fixar as vidas de milhões de pessoas.

— Há outros como Sophia Russo, esposa de Max, que também ajudam a estabilizar a Net, mas eles não podem conter um colapso, então não são alvos. — Judd bebeu o resto do seu café. — Três dos vinte são cardeais e tecnicamente as únicas verdadeiras âncoras da rede. No entanto, os âncoras secundários, treinados desde a infância, são tão integrados no tecido psíquico da PsyNet, que tem as mesmas vulnerabilidades. Enquanto os cardeais controlam áreas exponencialmente maiores, tirando um único hub secundário, o que significará dezenas de milhares de mortes.

Alexei inclinou para frente, seus cabelos loiros amarrados para trás com um pedaço de corda. — Quanto tempo nós teremos que manter a vigilância?

— Não muito tempo, — disse Judd, para sua surpresa. — Há muito, muito poucos Tks que podem se teletransportar para as pessoas ao invés de lugares. As chances são grandes de que o telecinético por trás do assassinato do âncora não tenha essa capacidade. O que significa que ele precisa de imagens dos lugares onde vivem seus alvos. — e aqueles que provavelmente o abastecem “em caso de emergência”, são arquivos mantidos com os âncoras.

— Anthony e Nikita estão organizando novos furos, — Coop adivinhou. — Inteligente, simples e eficaz.

— Nós podemos fazer isso, — Riley disse, tendo mantido sua cabeça junto de Indigo, enquanto o resto deles falava. — Pegando emprestado os DarkRiver, os ratos, e Windhaven, junto com certos humanos treinados, sabemos que podemos confiar na cidade, temos mais do que pessoas suficientes para cobrir todos os âncoras e backups, vinte e quatro por sete10.

— Será que vai deixar o território vulnerável? — Hawke perguntou, a pergunta de um alfa cujo objetivo principal era manter seu povo seguro, mesmo que isso significasse fazer uma escolha cruel. Indigo balançou a cabeça. — Não, estamos em muito boa forma.

Os olhos claros de Hawke esquadrinharam o quarto. — Sim ou não. A decisão irá afetar todos os setores do território SnowDancer, e se disser que sim, ela nos coloca em um dos lados da linha nesta guerra civil.

O lobo de Riaz sabia que só havia uma escolha. — Goste ou não, — ele disse, — como o grupo mais poderoso na área, temos uma responsabilidade para com a região agora. — Como Riley havia apontado, bandos changeling eram isolados por um motivo, mas eles não eram nem nunca foram cegos para o mundo exterior.

— Riaz está certo. — A voz de Cooper. — Nós não podemos apenas olhar para longe, enquanto os nossos vizinhos estão sendo abatidos.

— Isso não é o que somos. —A declaração de Jem foi ecoada por cada tenente na sala.

O aceno de Hawke demonstrou um orgulho silencioso que disse que ele não esperava outra resposta. — Mas, não pode ser permanente. — As palavras implacáveis​​. — Nossos lobos não são feitos para esse tipo de manobra política, e eu não tenho nenhum desejo de governar esta região ou qualquer outra. Nós protegemos, e quando a poeira baixar, vamos ajudar a população Psy a encontrar os seus pés.

Uma volta imediata de acordo, e, em seguida, eles foram para a difícil questão de como exatamente poderiam protegerem-se e aos âncoras de um Tk. Judd tinha uma resposta simples. — Atacar com força mortal, logo que 'adentrarem'. Sem aviso.



HAWKE entrou em seu escritório para encontrar Sienna em pé à direita de sua mesa. Sua atenção estava na parede e no mapa que mostrava a terra atualmente em processo de ser replantada, trabalho que foi definido para se concluir esta semana. Sabendo como isso a perseguia, o que ela tinha quase feito aos SnowDancer, a vida que ela havia tirado para proteger o bando, ele não lhe ofereceu qualquer banalidade. Em vez disso, puxando-a contra seu peito, ele esfregou o queixo sobre seu cabelo, seu lobo acalmado por sua mera proximidade. O braço dela veio em torno de sua cintura em troca, mas quando ela falou, as palavras em sua voz em forma eram inesperadas.

— Judd me deu a atualização mais recente sobre as mortes em Cape Dorset. — Silêncio. Solene. Como ela tinha ficado quando ele a acordou para lhe dar a notícia. — Se eles destruírem um ponto de ancoragem na região, o número de vítimas será catastrófico.

Ele deveria ter aprendido como ela era boa em ignorar suas próprias emoções para se concentrar na dura realidade, mas ela ainda o surpreendia em alguns momentos. Continuaria a fazê-lo, ele pensou, enquanto ele vivesse. Não havia nada previsível sobre Sienna... Exceto o amor que ele via em seus olhos a cada manhã, o seu próprio na íntima madrugada. — Nós concordamos em ajudar na proteção.

— Eu quero...

— Não.


Afastando-se, ela franziu a testa. — Eu sei que você está preocupado com Ming, mas ele tem que ter outras prioridades no momento. Eu posso usar um disfarce, como eu fiz quando saí com Evie e sua família.

Ele cruzou os braços. — Esse disfarce só funcionou por causa do contexto. — Foi a única razão pela qual ele tinha sido capaz de deixá-la ir, porque ninguém esperaria Sienna Lauren Snow, cardeal X, caminhar ao redor da cidade para comprar sapatos. — Você acha que as pessoas que pretendem atacar um âncora não farão a varredura da área? Um instante depois de descobrir que você é Psy, eles vão saber quem você é. — Eles também saberiam o valor dessa informação para aqueles que procuravam aproveitar a fúria de um X.

Tensão teimosa marcou seu queixo. — Eu não posso me esconder para sempre. — Ela cruzou os próprios braços, os pés ligeiramente afastados. — Eu sou forte o suficiente para cuidar mesmo de um telecinético cardeal.

— E eu deveria esquecer o alvo grande e gordo em suas costas? — Raiva penetrou em sua voz, polêmica em seu lobo.

— Oh, você quer dizer para coincidir com o seu? — Estreitado olhos. — Eu vou ficar, se você ficar.

Soprando um fôlego, ele rosnou.

Sienna se aproximou, em vez de ir mais longe, deixando cair os braços. — Eu pensei que já tínhamos trabalhado isso.

Ele permitiu-lhe ir para a batalha, permitiu colocar sua vida em risco. Isso não significava que ele tinha gostado. — Você esqueceu o fato de que eu sou um lobo dominante, bem como o seu companheiro? — Ele não era sensato quando se tratava da possibilidade dela se machucar.

Ela revirou os olhos para ele, depois sorriu. Um desses repentinos sorrisos brilhantes que ela lhe dava a cada dia, sorrisos que o faziam se sentir a 10 pés de altura, mesmo quando eles o cortavam na altura dos joelhos. E quando ela segurou o rosto dele e puxou-o para baixo para esfregar seu rosto contra o seu próprio, seus seios empurrando os braços cruzados, homem e lobo, ambos sabiam que estavam afundados.

Desdobrando seus braços, ele passou as mãos por suas costas enquanto ela apertava uma linha de beijos ao longo de sua mandíbula. — Ainda não, — ele sussurrou, sua voz despojada para o núcleo. Sienna recuou, linhas entre as sobrancelhas. — Hawke?

Ele era lobo, era alfa. Vulnerabilidade reveladora, até mesmo para sua companheira, não vinha fácil. — Eu quase perdi você, — ele disse, fazendo com que a memória dele desejasse raiva, como ele reviveu o quão perto esteve de nunca mais ver o sorriso de Sienna. — Eu preciso... — Ele não conseguiu completar a frase, suas emoções muito cruas.

Olhos de cardeal desprovidos de estrelas olhavam para ele. — Eu entendo, — ela disse, e ele sentiu a profundidade de sua percepção ao longo do vínculo de acasalamento. — Nós dois, precisamos de um pouco mais de tempo para nos convencer de que fizemos isso. — Acariciando as mãos sobre o peito, ela colocou os braços em volta dele para descansar sua bochecha contra seu coração.

Ele não esperava isso, que ela se rendesse à profundidade violenta de sua necessidade de mantê-la segura, mesmo que apenas por um sussurro fugaz de tempo. E ele sabia que não podia permitir que ela fizesse isso, não podia roubar-lhe a liberdade para aplacar sua necessidade. — Vá, — ele disse, forçando as palavras, — fale com Riley. Peça-lhe para te emparelhar com alguém mais velho e experiente.

Afastando-se de seu peito para que ela pudesse olhar em seus olhos, Sienna tocou os dedos em seu rosto.— Homem bonito.

Suas garras picado o interior de sua pele, seu lobo lutando contra a decisão do humano.

— Eu vou ficar. — Sua palma da mão contra o rosto, os olhos luminescentes com emoção. — É a escolha lógica.

Quando ele levantou a cabeça, ela disse: — Se eu sair por aí, você vai ficar meio louco de preocupação e sem nenhuma utilidade para o bando. — Ela pressionou os dedos sobre os lábios para impedi-lo de falar.

— Eu faria o mesmo se fosse você.— Um sorriso torto. — Estou fazendo esta escolha não para você, mas para nós dois, eu vou ter outras chances de ajudar o bando dessa maneira. Desta vez, eu vou ajudar por ser um dos que vai permanecer para trás para proteger nosso território.

Tomando-lhe a mão, ele beijou a pele um pouco áspera de sua palma, que era de um soldado, uma lutadora ... E de uma mulher que o entendia de uma maneira que ninguém nunca tinha feito, nem nunca o faria novamente.

Cinquenta e nove



Eu nunca deixarei você ir.

Adria guardou as palavras apaixonadas de Riaz em seu coração durante a sua primeira patrulha nos detalhes do âncora. Mas foi difícil, tão difícil, quando ela soube que ele tivera uma reunião com Lisette essa tarde. Ele perguntou à Adria se ela queria acompanhá-lo, e a loba feroz dela havia roubado a chance, mas Adria não era uma ciumenta mulher irritada, não se permitiria tornar-se uma.

Então, ela freou o ímpeto e disse que não, confiando nele para honrar a sua fé.

Mas ela ainda era uma mulher que amava. Doeu imaginá-lo falando com Lisette, cada pulso era uma navalha cortando-a de dentro para fora. Parte de sua dor era por ele, pela agonia que tinha que estar rasgando-o em pedaços. Por estar tão perto de um alguém feito para ser seu, apenas para ter isso negado. Era uma ideia tão cruel, que fez seu peito doer. Ou talvez a dor fosse dela, um sintoma do conhecimento de que esta verdade nunca mudaria, que ela nunca seria mais do que Lisette era para Riaz.

Naquele momento, ela quase podia invejar os Psy e seu Silêncio.

O homem mais velho que ela guardava, seu cabelo um cinza empoeirado, com os olhos perto do mesmo tom, olhou para cima dos papéis que estava classificando. Ele era um professor na universidade, ele disse a ela. Âncoras não precisam trabalhar, e muitas vezes não conseguiam por causa da disciplina mental exigida deles na Net, mas Bjorn Thorsen era um gênio matemático. — Não fazia nenhum sentido racional, — ele disse a ela, — ter o meu conhecimento morrendo comigo.

Agora, ele disse: — Um lobo em meu local de estudo. O mundo mudou, de fato.

Adria gostara de Thorsen. Havia algo sobre ele, como se, apesar de sua inclinação matemática, ele tivesse a capacidade de ver mais sutilezas não numerais. — Sim, — ela disse. — Esta é a última coisa que eu esperava estar fazendo.—

— Tenho 85 anos de idade. — Ele trouxe sua tela de computador, mostrou-a uma imagem de si mesmo muito mais jovem e mais rígido. — No início da minha vida, changelings não eram sequer um pontinho no radar do Conselho. Eu vi o poder do seu povo crescer cada vez mais forte, e eu vi o meu povo fazer más escolhas após más escolhas. Este último status, não é nenhuma surpresa.

Assustada, ela se virou para inclinar o ombro contra a parede. — Você esperava que alguém começasse a assassinar âncoras?

— É lógico, Adria. — Colocando a caneta em sua mão, ele encontrou seus olhos, seu olhar segurando um poder feroz. — Se você controlar os âncoras, você controla a Net.

— Mas eles estão matando, não controlando.

Thorsen balançou a cabeça, seu rosto segurando a sabedoria de quem viveu bem mais do que o dobro de sua vida. — Você não vê? Depois de terem destruído uma parte maior e mais crítica da Net, quem está por trás disso vai tornar público que quebrará outras partes, assassinará outros âncoras, a menos que esses âncoras jurem lealdade à ele.

Adria franziu a testa. — Que vantagem daria-lhes? Pelo que entendi, vocês estabilizam a Net, nada mais. — A resposta veio a ela quando a última palavra saiu de seus lábios. — Se você estabilizar a Net, — ela disse, percebendo o verdadeiro nível de inteligência fria por trás do plano sádico, — Você pode desestabilizá-la. — Essa desestabilização tinha o potencial de afetar milhares, dezenas de milhares de pessoas ao mesmo tempo. — Que melhor maneira de controlar as massas do que deixá-los saber que suas próprias vidas estão em jogo? — Um passo fora da linha e a própria Net poderia ser recolhida ao seu redor, sua tábua de salvação extinta. E ao contrário dos Laurens, Psys mais comuns provavelmente não sabem funcionar uma rede menor, muito menos tem a força psíquica e psicológica para sair.

— Excelente, — Thorsen disse, soando como o professor que ele era. — É claro que tal prática não pode ser mantida a longo prazo. A razão pela qual os próprios âncoras não desestabilizaram a todos como reféns na Net e esperaram, não é só porque seria um ato irracional, mas porque estamos tão profundamente ligados a ela, que qualquer dano que fizermos, causa um rebote em nossas costas. Eu poderia sobreviver uma ou duas vezes, mas além disso... — Ele esfregou as têmporas.

Seu lobo entrou em alerta. — Qual é o problema? Ataque telepático? — Se assim for, ela tinha Judd em standby. Ele poderia teletransportar e, ela esperava, interromper o processo.

Linhas de dor irradiavam para fora dos olhos do professor. — Não. Dissonância programada, parece que eu não estou destinado a falar de tais coisas. — Ele deixou cair sua mão, sua respiração áspera. — É insuportável em um nível, mas eu me tornei um pouco anestesiado a isto ao longo dos anos.

— Porque um homem tem que aprender, — ela disse, servindo-lhe um copo de água de um jarro nas proximidades, — que não gostam de ter seus pensamentos truncados. — Ele não chamaria isso de bravura, nem sequer chamaria de uma decisão emocional , mas ele fez uma parada à sua própria maneira tranquila. — O que você acha que você vai ver na próxima década da sua vida?

Seus olhos estavam calmos, sua resposta brutal. — Guerra.

RIAZ parou na porta da sala de reunião do piso inferior do mesmo hotel art deco, em San Francisco. — Onde está o Bo?

Olhando para cima para o outro lado da pequena mesa oval, Lisette disse: — Ele voou de volta para Veneza há uma hora, — naquele distinto tom claro dela. — Houve uma tentativa de levar o pessoal da Aliança. Todo mundo está seguro, mas ele quer estar lá. Ele assumiu que estaria tudo bem para você trabalhar os detalhes finais comigo.

— É claro, — ele disse, fazendo uma nota mental para acompanhar o ataque com ela no final do dia. Como elo de ligação, Lisette deveria ter as informações mais atualizadas. — Você tem pensado sobre os protocolos de comunicação que eu enviei por e-mail? Algum problema?

O sorriso de Lisette era suave. — Porque você não se senta?

Ele pegou uma cadeira em frente a ela, e foi a primeira vez que ele realmente olhou para ela desde a sua chegada no país. O impacto foi... Inesperado. O desejo primal que sentia por ela não tinha desaparecido, mas tinha entorpecido a um ruído de fundo, deixando-o lúcido e sob controle. O que o deixou tomar uma respiração profunda e tranquila, tanto quanto seu lobo também não mostrou vontade de torcer as rédeas, de estocar por ela. Ele ficou quieto, atento.

Lisette levantou a mão em um movimento gracioso, a pulseira de ouro fino em volta do pulso correndo mais para baixo no braço. — Eu não tenho problemas com os protocolos. Eu deveria ter lhe contado no meu e-mail, mas eu... Queria falar.

Ele pegou as sombras sob seus olhos, a palidez de sua pele, sentiu seus instintos protetores mexerem. — Qual é o problema?

— Eu sinto muito. — Ela engoliu em seco, sacudiu a cabeça. — Eu não sei por que... — Outro agitar de cabeça antes de seu rosto enrugar.

— Hey, hey. — Caminhando ao redor da mesa, ele agachou-se ao seu lado, tomando suas mãos na dele.

— Diga-me o que está errado.

Levou alguns minutos para recuperar o fôlego. — Eu não tenho falado com Emil há um mês, — ela sussurrou, com os olhos vermelhos.

— Ah, Lisette. — Levantando-se, ele a puxou para um abraço.

Ela segurou firme nele. — Eu não sei por que posso falar com você sobre isso, por que isso é tão fácil. — Perplexidade. — Eu não contei a ninguém.

O lobo de Riaz entendia por que ela se sentia tão confortável com ele, mas sabia em seus ossos que ela não era a pessoa à quem ele iria se estivesse sofrendo tanto quanto Lisette estava agora. Havia apenas uma pessoa em quem confiava o suficiente para baixar a guarda, deixar-se indefeso, apenas uma pessoa a quem seu lobo iria falar seus segredos. O conhecimento era um outro pedaço fixando-se no lugar, outro filamento no vínculo entre ele e sua imperatriz.

Espremendo Lisette apertado, ele a soltou e cutucou de volta em sua cadeira. — Por quê? — Ele perguntou depois de obter-lhe uma xícara de café. — Eu sei que vocês são loucos um pelo outro.

— Alguma coisa aconteceu e ele simplesmente parou de falar comigo, — ela disse em um tom quase sub-vocal. — Eu não posso acreditar que ele está tendo um caso, mas o que mais poderia ser?— Ela limpou outra onda de lágrimas. — Eu disse que ia deixá-lo esperando que o choque chegasse até ele, e ele finalmente me dissesse o que havia de errado... E ele disse que queria o divórcio.

MERCY não estava nem um pouco repleta de surpresa quando Riley apareceu naquela noite para se juntar a ela em sua patrulha de segurança na cidade. Seu leopardo intrometeu-se contra o seu cheiro, brincalhão e afetuoso. O toque de retorno de Riley foi cuidadoso, quase... Hesitante.

Inclinando a cabeça para o lado, ela disse: — E aí, meu lobo mau pessoal e muito sexy? — Riley nunca foi hesitante. Apesar de ser calmo, o homem tinha a batida de um rolo compressor. Ele teria feito picadinho da pequena submissa que uma vez tinha sonhado, Mercy o tinha perdoado por isso, mas ela ainda gostava de chateá-lo sobre isso agora e sempre.

Não hoje, não quando ele parecia tão solene.

— Você está sendo doce, — ele disse, a hesitação substituída por frustração. — Eu continuo esperando por um silvo e um golpe com suas garras, e, em vez disso vem você, meu animal de estimação.

Rindo baixinho, ela pressionou seu corpo ao dele. — Riley, meu Riley. — Tão sólido, forte e estável, ele era seu porto na tempestade. Não importava o que acontecesse, ela sabia que podia vir para casa, para Riley, seu amor tão duradouro quanto as próprias montanhas. — Eu sei o que faz você me ver como vulnerável.

O fato de que ela carregava um bebê em seu ventre, significava que ela não era mais tão rápida ou tão letal, consciente que estava de não fazer nada que ferisse seu filhote. Foi a razão pela qual ela pediu para ser colocada em patrulhas de rotina. — Eu sei. — Garras amassando suavemente em seus ombros, ela falou com os lábios contra os dele. — Eu não fico louca quando você me checa. — Sua profunda necessidade de cuidar, proteger era patente em cada brilho do vínculo de acasalamento. Isso é o que era Riley, e ela o amava por isso.

— Sinceramente? — ele disse, acariciando sua mão ao redor de sua nuca.

— Sinceramente, — Selado com um beijo. — Você vai ficar?

Ele deu um aceno tímido. — Eu me coloquei aqui no turno. Eu sei, estamos dobrando, mas temos pessoas suficientes, ninguém vai notar.

E Riley, ela pensou, tinha ganhado o tempo todo. Ele era um astro dos SnowDancer também, tinha sido por tanto tempo quanto Hawke tinha sido alfa. — Vamos lá. Vamos dar uma volta no cais, Zach vai me cobrir. — Seu parceiro estava sendo muito discreto, do outro lado da rua.

Riley riu, era um de seus sons favoritos no universo.

Sessenta

— Está indo como eu esperava, — Vasquez disse ao homem dentro da câmara estéril. — Os âncoras na região da Califórnia estão agora sob forte vigilância.

— Podemos chegar a eles?

— Sim, mas podem comprometer nosso agente primário. — Tarde demais, Vasquez percebeu que ele não deveria ter cedido terra sobre a crise de Cape Dorset. — Devemos mudar o foco de nosso próximo planejamento a partir de San Francisco para outro grande centro, com o potencial de alto impacto.

— Nós não somos estúpidos anarquistas, — a resposta veio raspada. — A população tem que ver que fazemos isso por uma razão. Para limpar a Net daqueles que não conseguiram manter o seu silêncio.

— O risco é elevado. Nikita e Anthony têm apoio changeling.

— O que só mostra sua fraqueza. — Seu julgamento era o que Vasquez compartilhava. — É hora de demonstrar isso. São Francisco permanece o alvo.

Cada parte de seu treinamento lhe disse que o movimento era tolo, mas ele também sabia que Henry estava certo.

A violência por si só não era a resposta. A mensagem deve ser ouvida. — Eu vou começar os preparativos. — Levaria extenso reconhecimento e extrema paciência, mas Vasquez nunca tinha falhado em sua tarefa.

Sessente e um

ADRIA tinha estado enfrentando-se. Ela não tinha interrogado Riaz sobre seu encontro com Lisette no dia anterior, tinha escolhido não cutucar a verdade não dita que pairava entre eles, consciente de que isso só criaria uma ferida que iria apodrecer. Em vez disso, ela tomou a decisão de valorizar o afetuoso e apaixonado laço que tinha crescido entre eles, para aquecer o carinho selvagem de seu lobo, e não obcecar-se no vínculo primordial que eles nunca teriam. Então, ela não sabia como isso tinha acontecido, como ela acabara sozinha com a mulher que tornara impossível pensar em qualquer outra coisa.

— Muito obrigada por isso, — Lisette disse, colocando seu cinto de segurança. — Eu realmente não estava insinuando um passeio quando corri para você.

— Não é um problema. — Tendo deixado alguns papéis no HQ dos DarkRiver para Hawke, Adria estava andando de volta através de Chinatown para seu carro quando ela viu Lisette saindo de uma loja de souvenir. — Comprando algo interessante?

A mulher riu, e era um som doce e suave. Apesar de sua maquiagem e cabelos perfeitos, seu intacto vestido cor de tangerina parecia ao mesmo tempo profissional e de verão, sob um casaco de tons neutros, Lisette exalava um calor que era genuíno. Agora, ela procurava em sua bolsa e pegava uma pequena estatueta de jade. — O lojista disse que iria me dar boa sorte, estou indo pedir aos DarkRiver e SnowDancer permissão para arrumar um apartamento na cidade.

O coração de Adria gaguejou. — Você continuará a ser a ligação?

— Sim. Isso pode realmente funcionar melhor se os bandos me tiverem aqui por perto.

As palavras da outra mulher faziam muito sentido, falando como eles, pela preferência changeling a situações onde eles poderiam julgar o humor da outra parte, o seu perfume. — Você e seu marido decidiram em qual parte da cidade gostariam de viver, se você tiver o Ok? — A questão era um lembrete para si mesma que Lisette era casada, que não tinha vontade de pedir o crédito sobre um lobo solitário que era de Adria.

Um longo silêncio do banco do passageiro, desde que os cabelos se levantaram na parte de trás do pescoço de Adria, sua mente trabalhando em uma centena de quilômetros por hora. — Seu marido não está se mudando, — ela adivinhou, sabendo que ela não deveria se intrometer, mas incapaz de deixar de fazer.

— Não. —era um sussurro. — Estamos separados.

O lobo de Adria sentiu como se tivesse sido chutado com botas de bico de aço, ficou quebrado e sangrando como se seu mundo desabasse ao seu redor, mas sua voz soou estranhamente calma. — Eu sinto muito. — Ela entendia a dor que acompanha o colapso de um relacionamento de longo prazo, não podia deixar de sentir compaixão, mesmo à uma mulher que ameaçava roubar tudo dela. — É definitivo?

Lisette virou a cabeça em direção à janela, os cabelos um ouro pálido à luz do sol. — As últimas palavras que ele falou para mim eram sobre o divórcio. — Uma confissão sombria. — Eu nunca soube que era fácil dissolver um casamento.

O desespero da outra mulher era uma onda negra, e Adria sabia que o amor de Lisette pelo seu marido não tinha morrido, acabava de ser gravemente ferido. Riaz merecia mais, merecia uma mulher que lhe daria tudo... Mas Lisette era sua companheira. E agora ela estava livre.

Adria não tinha certeza de como conseguiu funcionar no resto do caminho para o hotel de Lisette. Sua despedida foi curta o suficiente para a ligação da Aliança dar-lhe um olhar preocupado, mas Adria mal estava mantendo-se unida, ela não tinha bondade suficiente para ser gentil com a dor da outra mulher. Deixando Lisette antes que pudesse perguntar o que estava errado, ela dirigiu com um único foco para a terra SnowDancer, estacionou o veículo em uma seção densamente arborizada, apoiou as mãos no volante e gritou ... Até que os soluços roubaram o fôlego, se quebrando em pedaços de dentro para fora, a dor em seu peito um nada em comparação à de seu coração.

Não importava se Lisette permanecia amando seu marido, ela era a companheira de Riaz. Adria teria lutado por seu lobo negro com tudo de si contra qualquer outro adversário, mas esse único fato não podia ser alterado, não podia deixar escapar. Não foi por acaso que Lisette se viu querendo permanecer na Califórnia, suas ações coloridas por uma conexão que não entendia nem percebia conscientemente. Riaz tinha que sentir isso também, sentir o empate primitivo que era o maior dom da vida de um changeling.

Mas ele fez uma promessa a Adria, e ele não era um homem de renegar suas promessas.

Então ela teria que ser a pessoa que quebraria seu próprio coração.



JUDD entrou na enfermaria logo após as doze horas, consciente de que Walker tinha levado Lara para o almoço. Foi fácil tirar a atenção de Lucy, a enfermeira estava envolvida com uma jovem que quebrara as costelas depois de cair de uma árvore, ela segurava as lágrimas com rosto vermelho, e estava fazendo um grande esforço para combater os soluços. Ainda assim, ela tinha apenas sete anos.

Lutando contra o impulso instintivo de ajudar, ele escorregou invisível passando de Lucy e do filhote para a sala ocupada por Alice Eldridge. Ele fez com que a porta se fechasse com o mais macio snick em suas costas antes que se virasse para olhar a paciente. Ela estava com os olhos fechados, com as mãos em cima dos lençóis, com a cabeça inclinada para o lado. Embora não mais ligada a um tubo de alimentação, ela continuava a usar a touca computadorizada.

Seu peito subia e descia em respirações fáceis, os cílios escuros contra o marrom maçante de sua pele. Esta pele necessitava de sol, necessitava ser bronzeada. Brenna tinha encontrado algumas fotos antigas de Alice Eldridge secretas on-line, incluindo uma feita pelo seu parceiro de rapel quando ela chegava ao lado dele. Suas pernas estavam levemente musculosas como se ela apoiasse na parede, seu sorriso brilhante, os cachos loiros inesperadamente expostos sob seu capacete brilhante, com saúde.

Nada como a mulher perdida na cama.

No entanto, seus olhos, quando abriram e fixaram nele, eram os mesmos. Ébano, tão escuros, a pupila difícil de distinguir da íris. Ele esperou por uma reação, e não demorou muito para receber. — Arrow, — ela disse. — Ex.

— Você se lembra. — Ele não tinha certeza que ela poderia se lembrar sobre a conversa passageira.

— Eu pensei, — ela disse, sua voz áspera com desuso — que era um sonho.

Atravessando a sala, Judd pegou uma cadeira e sentou-se ao lado da cama. — Suas memórias de antes? — Lara e os outros tinham se tornado frustrantes e silenciosos agora que Alice estava acordada, citando a confiança que um paciente precisava ter em seu médico. Mas esta mulher tinha um conhecimento incrível trancado dentro de sua mente, conhecimento que Sienna precisaria para o futuro. Alice era a única entidade em relação a X-Psy no mundo.

Uma respiração profunda, olhos de ébano deslocando para a direita.

Seguindo seu olhar, Judd viu a garrafa de água. Ele a pegou e segurou contra seus lábios. Ela tomou um gole, dois, antes de parar. Esperando até que ele colocasse a garrafa de volta, ela disse: — Um caleidoscópio quebrado. Essas são as minhas memórias.

— Mas você sabe o que é um caleidoscópio.

Um leve sorriso que atingia toda a boca. Na foto, a boca parecia perfeita para o seu rosto, seu sorriso enorme. Mas aqui, com todos os ossos do rosto salientes, a exuberância de seus lábios não se encaixava. — Sim, — ela disse. — Lugar estranho, a mente. Eu me perdi, mas eu tenho mantido o mundo.

Sua inteligência era clara, mesmo agora, quando ela estava tão danificada. Isso o fez pensar o que Alice seria se ela nunca mais recuperasse a sua plenitude. — Você sabe em que ano você está? — Cem anos ou mais se passaram desde o início do sono forçado de Alice.

— Sim, — Tanta perda em seu reconhecimento. — Eu tinha pais. Eu me lembro deles. Eles se foram. — Palavras simples para descrever uma verdade inefável.

— Eu sinto muito. — Havia algo sobre Alice que o fez pensar — ela é uma de nós, embora a cientista fosse uma humana, e de um tempo longe. Talvez fosse porque ela tinha tentado estudar mais os marginalizados de todas as designações.

A tristeza na expressão de Alice foi substituída por um conhecimento silencioso enquanto o observava. — Você queria me quebrar, — ela disse. — Qualquer Arrow faria.

— Eu precisava dos conhecimentos em sua mente.

Os cílios de Alice cairam, levantaram, seu peito subindo e descendo. — Estranho como eu me lembro dos Arrows.

— Talvez nós tenhamos sido a última coisa que você viu.— Seus irmãos históricos poderiam muito bem terem sido os que a haviam tomado.

A carranca, a pele lisa de sua testa enrugando. — Não, — ela sussurrou. — Zaid não teria permitido que eles me colocassem em uma caixa.

Za-eed.

A pronúncia de Alice do nome, pensou Judd, era perfeita. Foi a sua familiaridade que o surpreendeu. Zaid Adelaja havia criado o esquadrão, foi o primeiro Arrow, um telepata com uma capacidade feroz em combate mental. — Você conheceu Zaid? — Não era impossível, se Judd estava certo sobre a data da morte de Zaid, o tempo de vida do outro homem teria cruzado com Alice.

Sua mão fechada sobre a folha branca. — Eu acho que sim.

Memória abalada, ele lembrou a si mesmo, certo de que ela não estava saudável o suficiente para mentir. — Você vai se lembrar.

— Você parece mais certo do que a bela curandeira com cachos negros. — Uma pausa, os dedos subindo para tocar a touca craniana computadorizada que cobria sua cabeça raspada. — Eu não tinha cachos. Tantas cores, como se o loiro do meu pai e o cabelo preto da minha mãe juntassem em mim. — Soltando a mão, ela olhou para a parede, com o olhar distante.

Ele se perguntou o que ela vira, mas manteve a paz por agora. Forçar não faria Alice se lembrar, independentemente de quão importante era que ela fizesse. Levantando-se, ele voltou a cadeira para o seu lugar contra a parede e estava prestes a sair quando Alice falou novamente.

— Tudo que eu lembro antes de você, — ela sussurrou, — é tristeza, tanta tristeza terrível. Isso fez o meu coração chorar de dor, até que a agonia tomou conta do meu mundo. Zaid ... Zaid estava lá.

CHEGANDO ao bando quatro horas depois que de ter deixado Lisette, Adria se permitiu um pouco mais de espaço para respirar, esperando e lutando para encontrar um raio de luz na escuridão. Mas depois que ela viu Riaz caminhando em sua direção, ela soube que seu tempo tinha acabado.

O sorriso de Riaz alcançou seus olhos. — Olá, Imperatriz.

— Ei, você, — Fluindo em seus braços, ela deixou a força e o calor dele envolvê-la uma última vez. — Você tem tempo para conversar?

— Poucos minutos, — ele disse, enrolando o longo comprimento de seu cabelo ao redor de sua mão como tinha costume de fazer. — Eu tenho que ir a uma discussão com Hawke sobre os Blacksea.

— Aconteceu algo? — Uma pergunta cotidiana. Tal intimidade tranquila que ela nunca experimentaria novamente. A próxima vez que se encontrassem, seria como soldado sênior e tenente, não amantes que se tornaram amigos... E muito mais.

— Não. — Seu peito retumbou contra ela. — Apenas um caso de criação de uma linha de comunicação permanente. Estamos pensando em Kenji para a ligação, desde que eu tenho a Aliança.

Um lance agudo de dor, e ela pensou, talvez fosse melhor fazer isso aqui. Se eles fossem para trás de portas fechadas, ela poderia desistir. Mas lá fora, com os companheiros de matilha no final do corredor, e uma saída não muito atrás, ela estava, de uma forma estranha, protegida de sua própria fraqueza que o envolvia.

Recuando até que ela pudesse olhar em seu rosto, ela disse: — Eu vi Lisette, ela me disse que está se divorciando de seu marido.

Nenhuma surpresa em seu rosto, apenas a intensa determinação de um dominante que pretendia obter o seu próprio caminho. — Isso não muda nada, não vai nos mudar.

— Isso muda tudo. — Sua voz um sussurro rouco, dando um passo para trás, quebrando a conexão entre eles.

Ele não gostou disso, ela viu um flash de seu temperamento passando nos olhos puros de lobo. Respirando com uma lâmina dentada no peito, ela balançou a cabeça. — Não me diga que você não deseja, não...

— Eu não porra! — Ele agarrou seus braços, segurou-a no lugar, a fúria crua em sua voz, uma coisa selvagem. — Eu fiz a minha escolha, e eu escolhi você. Não faça isso. Não nos destrua.

Era tão tentador desistir, mas ela sabia que, mesmo que tentasse convencer a si mesma, a ideia de sua companheira seria sempre um doloroso silêncio entre eles. Ainda assim... Ela não era tão auto punitiva.

Ela queria ficar com ele, e se ele queria ficar, com certeza estava tudo bem?

Agonia queimou seu sangue, seu lobo uivando de uma dor óssea profunda. E ela sabia que ela o amava demais para roubar sua alegria. — Vá, — ela sussurrou, e foi arrancado dela. — Seja feliz.

O som que saiu da garganta de Riaz era o de um animal mortalmente ferido. Agarrando sua nuca, ele a puxou contra ele. — Não. — Uma única palavra falada brutalmente contra sua orelha.

As lágrimas ardiam em seus olhos, engasgavam em sua garganta. Ela queria desesperadamente se segurar, apenas se manter, mas em sua cabeça passou o pesadelo de acordar um dia e descobrir que ele a odiava, como Martin a odiara. Seu ex-amante tinha ressentido a sua força, mas Riaz teria uma razão muito mais profunda para odiá-la.

Não, ela não faria isso, nem para ele, nem para ela mesma.

Ela valia mais. Ela merecia ser a primeira, a única. Nem a segunda melhor, não a que tinha pegado esse homem incrível quando ele estava sofrendo de uma perda que só um changeling conseguiria entender... Não apenas um amigo de confiança que não podia suportar a dor. — Vá, — ela sussurrou novamente, roçando os lábios nos dele, a mandíbula em uma carícia final que guardou em seu coração. — Ela é sua. Você precisa dela, e ela precisa de você. Rasgando-se para fora de seus braços, ela se empurrou pela saída mais próxima e começou a correr.

Seus pés batiam na terra, o sangue dela batia em suas veias, e seu coração... Se estilhaçou em mil fragmentos.

RIAZ olhou para a saída. Ele poderia pegá-la, as amoras esmagadas, o gelo e o calor oculto em seu perfume estavam incorporados em cada célula sua. Ele poderia localizá-la através do vento, granizo e neve. Mas ele não podia ir atrás dela.

Não agora.

Não quando ele não sabia as palavras que tinha que dizer para convencê-la do amor que tinha vindo e o definido, um amor que tinha um nome espinhoso, generoso e bonito, Adria.

— Foda-se. — Ele bateu com o punho na parede de pedra da toca, raspando a pele e deixando um rastro de sangue para trás. Que mal foi registrado. Em vez de uivos de fúria possessiva, ele cerrou os dentes, freou seu lobo, que o arranhou em uma confusão de raiva e de dor, e saiu pela mesma porta que Adria tinha usado.

Ele precisava pensar, planejar. Porque jeito nenhum no mundo ele iria deixá-la ir. Ela era dele, tinha-se dado a ele. Ele não era um homem generoso quando se tratava de sua imperatriz, não devolveria seu coração. Esse maldito pertencia a ele e ele o estava mantendo.

Lutando contra seus instintos mais primitivos, ele correu na direção oposta da que ela tinha tomado, empurrando-se com tanta força que seu poderoso peito changeling machucou com a força de suas respirações. Ainda assim, ele fugiu. Até que ele estava no ar rarefeito das altitudes mais elevadas, o céu turbulento com a dança de fogo do pôr do sol, e seu corpo o obrigou a parar. Apoiando as palmas das mãos sobre as coxas, ele engasgou com o ar fresco, limpo, e com o coração bombeando quente e rápido.

Não foi uma grande surpresa, uma vez que deveria ter sido, ver um enorme lobo prata-ouro materializar fora das árvores. Hawke não era alfa simplesmente porque era mais forte e mais rápido do que os outros lobos no bando, ele era alfa porque ele conhecia o seu povo. Enfiando a mão pelo cabelo úmido de suor, Riaz correu para a beira de um riacho alimentado pelas neves das montanhas, e jogou água em seu rosto. O frio disso o chocou.

Quando Hawke passou ao lado dele, ele não olhou para o seu alfa. Não era o fato de que o outro homem estava nu, tal nudez depois de uma mudança era parte aceita da vida de um changeling, não havia nada a ser comentado, mas porque ele não tinha vontade de falar com ninguém. — Eu preciso ficar sozinho. — Era só Adria que ele permitia ficar perto sempre que quisesse. Todo o resto poderia sair e ficar por lá.

A resposta de Hawke foi decisiva. — Nell viu você quebrar a mão na parede, ela pensa que provavelmente quebrou um osso e nem notou. O que diabos aconteceu?

Sua raiva fervia, precisando de uma tomada. — Eu disse, me deixe em paz. — Decidindo fazer o seu ponto explícito, ele mudou para forma de lobo, os lábios abertos de volta a piscar seus caninos.

Hawke mudou entre um batimento cardíaco e outro, seus olhos baixos fixos em Riaz. Exceto que Riaz não estava com disposição para uma exibição de dominância. Rosnando, ele lançou seu corpo em direção a Hawke, garras para fora.

Eles se encontraram em um choque de pele, sangue e fúria.

Sessente e dois

DEZ MINUTOS DEPOIS, ele jogou água em seu rosto, e fez uma careta. O corte sobre seu olho tinha sangrado muito, e sua bochecha estava como se tivesse sido esmagada, mas provavelmente era apenas uma contusão pesada. O único consolo era que Hawke não tinha saído disso ileso, embora ele tenha no final conseguido jogar Riaz no chão, cravando os dentes na nuca do pescoço de Riaz.

— Você estava lutando com raiva, — disse o alfa agora. — Fez de você desleixado.

Soprando uma respiração, Riaz flexionou sua mão. — A propósito, Nell estava errada. Nada quebrado. — Apesar de que sua mão estava vermelha e crua, os dedos raspados.

— Você está pronto para falar agora?

— Você costuma vencer seus tenentes para os levar a falar?

A gargalhada de Hawke foi genuína. — Pergunte a Riley algum dia. — Passando a mão sobre a pele de um dos lobos selvagens que tinham vindo ficar de guarda enquanto eles lutavam, o alfa encontrou o olhar de Riaz. — Adria?

Riaz não era um lobo solitário só porque ele gostava de solidão. Ele não confiava em muitas pessoas com seus pensamentos mais íntimos, era mais feliz mantendo o silêncio. Só que desta vez, ele sabia que precisava da ajuda de seu alfa. Respirando quieto, ele começou a falar.

— Merda, Riaz, — Hawke disse quando ele terminou. — O inferno de uma bagunça.

— Diga-me que você tem a resposta. — Hawke era a única pessoa que poderia. — Você é o único lobo que eu sei que encontrou sua companheira duas vezes.

— E você?

Riaz respirou fundo, a dor em seu peito uma facada profunda. — Adria é minha. — Ele não mexeria nisso, nem agora, nem nunca. Ela só tem que se acostumar com o fato. — Mas o puxão de acasalamento, foi para Lisette. — Embora não fosse mais uma feroz corrida possessiva, mas uma suave, no fundo de sua mente, por si só, uma coisa estranha, uma vez que ele era um changeling predatório masculino, novamente nada sobre esta situação era ‘normal’ de qualquer forma.

O cabelo de Hawke refletia a luz quando o outro homem sacudiu a cabeça. — Se eu te dissesse que tenho uma resposta, estaria mentindo.

— Yeah.— Havia uma única diferença fundamental entre a sua situação e a de Hawke, a criança Hawke acreditava que tinha sua companheira, que tinha morrido quando Hawke era um menino. — Se Rissa tivesse vivido...

— Eu não teria sido o mesmo homem, — Hawke disse simplesmente. — Eu teria estado acasalado por anos antes que conhecesse Sienna, e a vida teria me formado de uma maneira totalmente diferente. — Um sorriso irônico. — Quem sabe, eu poderia até ter sido um cara legal.

Diversão inesperada enfiada através do nó emaranhado de emoções de Riaz. — Eu posso ver você assando cupcakes.

Por alguma razão, isso fez Hawke uivar de tanto rir antes de seu alfa deslocar e caminhar para o fluxo, os lobos selvagens seguindo seus passos. O próprio lobo de Riaz esticando dentro dele, querendo sair. Ele se rendeu à necessidade, após Hawke atravessar o córrego e ir mais alto para as montanhas. Seu pequeno bando galopou em um ritmo fácil, o vento ondulando através de sua pele, os perfumes no ar agudos e frágeis com o frio.

A beleza da Sierra Nevada bateu em seu coração mais uma vez e ele se perguntou como poderia já ter deixado este lugar de montanhas e florestas, lagos e rios. Doeu em seu coração, o amor que ele sentia por esta terra. Lutando em cima de uma pequena colina formada por rochas caídas, ele levantou a cabeça e cantou sua alegria em estar em casa... E de ter encontrado a pessoa que era para ser sua. Seu bando se juntou em sua canção, e isso era bom.

Voltando para baixo, ele correu novamente.

Quando o bando parou, ele estava ao lado de um lago de espelho perfeito. Riaz amenizou sua sede antes de mudar, sua mente senão calma, então pelo menos uma fração menos desordenada. Faíscas de cor ao seu lado indicavam a mudança de Hawke. Nenhum deles falou por longos momentos de silêncio, enquanto o vento no início da noite sussurrava por entre as árvores, o céu ardente acima enrolando uma ponta de azul índigo.

— Você está na dança de acasalamento com Lisette? — Hawke perguntou finalmente, coçando a cabeça do lobo selvagem que tinha enrolado ao seu lado. — Porque se você está, seu lobo tomou a decisão para você e tentar lutar contra isso vai destruí-lo.

— Não. — Nem homem, nem lobo queriam estar na dança com Lisette, a idéia disso me faz sentir mal em todos os níveis, uma traição tão grande, que fez o seu grunhido de lobo um desafio. — Tudo que Lisette e eu sempre tivemos entre nós foi uma possibilidade. — E ele sabia em seu íntimo que o tempo para que a possibilidade viesse a ser concretizada passara, independentemente de qualquer norma aceita. — Você alguma vez já conheceu um lobo em um relacionamento e que encontrou seu companheiro?

Hawke teve tempo para responder. — Conheço casais que já estão juntos há anos e que, de repente, desenvolvem um vínculo de acasalamento. Eu sempre pensei que talvez a escolha do ser humano influenciasse a do lobo, ou talvez duas pessoas entrem em perfeita sincronia após esse tempo juntos, tipo como Indigo e Drew, conhecendo um ao outro por tanto tempo antes de se acasalarem.

Riaz entendeu o que o seu alfa estava dizendo, tinha visto a mesma coisa ele mesmo, mas...

— Essa não foi a pergunta que eu fiz.

Os olhos Husky-pálidos trancaram com os olhos de Riaz. — A resposta é não. Amor sem vínculo, onde o lobo aceita a amante, ao invés de ser neutro sobre o assunto, parece parar o vínculo de acasalamento, não entrando no jogo com mais ninguém. — Fazendo uma pausa, ele acrescentou, — a explicação mais simples é que o compromisso toma o lugar do vínculo de acasalamento.

— Então, se eu tivesse conhecido Adria primeiro... caíria como sua primeira.... Eu não teria que lidar com isso.— Uma situação em que a mulher que ele adorava pensava que ele era feito para outra.

— Sim, provavelmente.— Hawke bateu no lado do lobo, cuja cabeça ele estava coçando, e, relutantemente, deu espaço para outro. — Dalton pode saber mais sobre isso do que qualquer um de nós, — disse o alfa, nomeando o bibliotecário do bando — , mas há outra coisa que eu posso dizer.

Riaz esperou.

— A escolha não é sua, é sempre a mulher que aceita ou rejeita o vínculo.

— Um inferno que não. — As garras de Riaz fatiaram para fora de sua pele. — A fêmea pode aceitar a ligação, mas eu aposto com você muito bem que o macho tem que estar disposto. Não é isto. — Uma vez, ele teria vendido sua alma para ser de Lisette, mas algo fundamental havia o mudado, sua alma renasceu a partir de uma crucial dor o quebrando. Ele sobreviveu, saiu dela cicatrizado, alterado, mais forte, um homem que amava um soldado e não tinha vontade de voltar no relógio.

— É o rosto de Adria que vejo quando penso em casa. — Olhos azul-violeta, que o olhavam de volta dos rostos das crianças que ele começou a imaginar desde aquela noite no prado de luar, em que ela havia se tornado sua Adria. — Adria que detém os meus segredos.

— Você andaria longe da mulher feita para ser sua companheira?

— Sim. — Talvez não tenha sido uma escolha que qualquer outro lobo jamais fosse fazer, inferno, a idéia pode até horrorizar, mas nenhum outro lobo tinha vivido a vida que levara até o momento. — Eu encontrei a mulher que está destinada a ser minha. — A mulher que tinha a devoção selvagem de seu lobo.

— Você tem certeza? — Perguntou o alfa, como se ele tivesse acabado de dar a sua resposta.

Riaz encontrou o olhar do outro homem, sua raiva tão profunda que ele sabia que seus olhos eram os do predador que vivia dentro dele.

Mas Hawke não recuou. — Você está falando sobre a vida de Adria, — ele disse. — Você tem que ter certeza de que você nunca vai se virar e ver a falta nela.

Riaz nem estava ciente de reagir. Ele só sabia que estava com a mão agarrada no pescoço de Hawke, a mão de seu alfa segurando seu pulso em um aperto de punição.

Os olhos azuis encontraram os seus próprios, a própria calma do lobo de Hawke.

Rosnando baixo em sua garganta, ele retirou a mão, suas garras cortando para trás em sua pele. — Eu morri, Hawke. — Palavras brutais. — Quando eu vi pela primeira vez Lisette e percebi que ela nunca seria minha, eu quebrei em tantos pedaços que eu era um morto-vivo quando voltei para o escritório.

Foi Adria que tinha me forçado de volta à vida, que tinha me desafiado, lutava, e brincava até que eu não estava só vivo, mas descontroladamente, gloriosamente assim. — Eu confio em Adria em um nível que eu nem sequer confio em você. — Soava certo. Um lobo deve confiar em seu companheiro mais do que em qualquer outro... ainda que Adria não fosse sua companheira, exceto em seu coração. — Meu lobo confia nela. — Ele deixou que o lobo subisse à superfície, deixou-o colorir seus olhos e sua voz.

Hawke soltou um suspiro. — Como sua companheira, Lisette tem o potencial de ganhar uma confiança ainda maior.

Riaz bufou, consciente que o alfa estava jogando de advogado do diabo. — E você tem o potencial para fazer tricô. — O lobo pensou em termos muito mais concretos, e ele tinha dado a sua lealdade e seu coração para Adria. Esse alguém pode ser um ajuste melhor, mesmo quando esse alguém promete ser sua companheira? Foi uma consideração inútil.

Um aceno de cabeça tranquilo, uma aceitação. — O que você vai fazer?

— Convencer Adria de que eu quero dizer o que eu digo.— Ele não aceitaria nenhum outro resultado.



ADRIA teve certeza de trocar tarefas e fazer mudanças para garantir que não houvesse nenhuma chance de correr para Riaz. Sua pele ferida, sua cama um lugar frio que ela odiava, seu corpo todo dolorido com a perda que a fez sentir como se tivesse sido espancada. Ela não tinha certeza se poderia deixar de ir para ele se o visse.

Então, quando ela entrou em seu quarto um dia após seu último encontro doloroso e encontrou uma poderosa caixa rosa, que levava seu perfume, em cima da mesa-de-cabeceira, pensou que a crueza de sua necessidade a fazia ter alucinações. Tocando a caixa com dedos desejosos, ela empurrou quando ela não desapareceu. Nem os cupcakes dentro.

— Creme de morango, veludo vermelho, baga banana, maçã e especiarias. — Um nó em sua garganta, ela pegou um de sabor maçã e lambeu a cobertura de glacê. A iguaria doce derretida em sua língua... O gosto fundindo-se com o sal da lágrima que beijou sua boca.

Ela não se lembrava de ter lhe dito os seus favoritos, mas ela deve ter dito.

Desabando sobre a cama, ela colocou o cupcake de volta na caixa, com os ombros tremendo com a força de suas emoções. Adeus, ela pensou, ele estava dizendo adeus com a mais doce ternura. Teria sido mais fácil se ele tivesse ficado com raiva, ou se ele simplesmente a ignorasse — Deus, isto a teria ferido — mas ele mandando cupcakes a fez se apaixonar por ele novamente.

— Eu te odeio, — ela sussurrou, correndo as lágrimas, e foi a maior mentira que já tinha dito. A mentira que ela disse mais tarde naquele dia, quando deu três dos cupcakes para Shawnie, Becca, e Ivy, era apenas um pingo em comparação. — Eu tentei, mas eu não podia comer todos. — A verdade é que ela ainda tinha o que havia provado, não podia suportar terminá-lo. Iria se sentir como se estivesse aceitando o seu adeus, e ela não estava pronta.

Três horas depois, ela olhou para a pequena caixa de madeira polida situada no meio da mesa. — Olha!

Indigo olhou respeitosamente. — É linda. Simples, mas ouço que lobos solitários são, por vezes, um pouco estranhos com a sua ideia de presentes.

— Simples? — Enfurecida, com quem, ela não sabia, Adria começou a levar a caixa. Indigo inclinou-se para assistir a demolição, os olhos arregalados. — É um quebra-cabeça! — Deleite tinha lhe alcançado através de um peça.

Adria bateu fora a mão dela. — Você tem que fazê-lo na ordem exata ou... Você não vai ver. — A representação em miniatura do Coliseu escondida no centro, com arcadas esculpidas e a sugestão da arquitetura interna em camadas.

Indigo esfregou o dedo cuidadosamente para baixo na madeira brilhante. — Isso é... wow. Eu nunca tinha visto um quebra-cabeça de madeira tão complicado.

Ele o criou para ela, Adria pensou, porque ele sabia que ela gostava de quebra-cabeças, tinha que ter vindo a trabalhar sobre isso por um tempo.

— Por que Roma?



Imperatriz. — Esqueça isso, — Adria disse, remontando a caixa sob o olhar fascinado de Indigo. — Ele não está me ouvindo. — O lobo teimoso não estava dizendo adeus com dignidade e graça, ele a estava cortejando. Escandalosamente.

— Adria, querida, — Indigo disse lentamente. — Você percebe que está falando de um macho dominante? Desde quando eles ouvem alguém uma vez que já tenham decidido em suas mentes?

— Você não está ajudando.

— Você sabe — um olhar de alegria — agora eu entendo por que todo mundo se divertia assistindo Drew me enlouquecer.

Agarrando o bolo que ela trouxe para o escritório, Adria deu uma grande mordida. Se Riaz pensava que ela ia amolecer e derreter sob sua ofensiva de charme e esquecer o abismo dolorosamente real que lhes dividia, ele não sabia que ela... Mas ele aparentemente sabia do seu amor pela ópera italiana, um segredo que ela vagamente não tinha compartilhado com ninguém, e a razão muito insensível para que ela tivesse aprendido o idioma.

Dois bilhetes para La Bohème a saudaram naquela noite, escondidos no canto do espelho de maquiagem. Seu coração pulou, mas determinada a fazê-lo ver a razão, ela levou os bilhetes e colocou-os ao Conselho na sala de descanso dos soldados seniores. Ninguém fez qualquer esforço para reclamá-los, a despeito do fato de que eles eram para os bancos altamente cobiçados.

— Nenhum de nós é louco o suficiente para irritar um lobo solitário, — Simran disse quando ela descobriu Adria olhando para os bilhetes no dia seguinte. — Especialmente quando o lobo solitário fez questão de dizer que ele iria caçar e enterrar a pessoa que ousassem tomar quaisquer presentes que fossem para você.

Ignorando o fato que os olhos da outra mulher estavam brilhantes de humor, Adria arrancou os bilhetes e seguiu para o escritório de Riaz. Ele não estava lá, ela não tinha certeza se estava aliviada por não ter de testar sua força de vontade ou estava preocupada ou enganada por ter sido roubada da briga, arrastada para fora da luta que ela estava esperando.

Pegando emprestado um martelo de Walker Lauren, ela bateu os bilhetes na porta do escritório com um prego. Hawke, passando, felizmente segurou os bilhetes no lugar enquanto ela martelava o prego. Ele não disse uma palavra, uma expressão tão branda que ficou claro que ele estava se divertindo muito.

Riaz também não disse nada.

Ele só escapou de volta para seu quarto e colocou os bilhetes abusados de volta no lugar. No topo da maquiagem, ele deixou uma caixa alegremente embrulhada. Incapaz de resistir a desembrulhar, ela encontrou um kit de ferramentas novinho em folha, completo, com um martelo roxo personalizado. Seu lobo ficou tão encantado, que ela levou um segundo para se concentrar e ver o que ele tinha feito.

O martelo foi personalizado, tudo bem, com o nome — Adria Delgado.

— Oh Riaz, — ela sussurrou, — o que você está fazendo comigo?

Sessente e três

KALEB sabia que os Arrows tinham uma vigia discreta sobre eles, mas ele tinha a muito tempo aperfeiçoado a capacidade de se mover despercebido através da Net, e ele agora usava essa habilidade. Ele estava muito perto de localizar seu alvo para permitir qualquer obstrução ou atraso.

Qualquer um que tentasse detê-lo, logo descobriria que, ao contrário dos outros que já haviam sido Conselheiros, ele não se importava de ficar com sangue em suas mãos.

Sessente e quatro


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