ApresentaçÃo do projeto político – pedagógico



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Observações:

Matriz Curricular de acordo com a LDBEN nº 9394/96

* Disciplina de matrícula facultativa ofertada no CELEM, ministrada em turno contrário.



Calendário Escolar 2012 Diurno

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Calendário Escolar 2012 Noturno

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g) Propostas Pedagógicas Curriculares

Ensino Fundamental:

Colégio Estadual Pe. Gualter Farias Negrão (Ensino Fundamental e Médio)

Avenida Pe. Gualter Farias Negrão, 320 – Centro

Telefone/Fax: (43) 3454 – 1121 – CEP: 86855-000

Cruzmaltina – Paraná



PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
ENSINO FUNDAMENTAL

CRUZMALTINA – 2012

Colégio Estadual Pe. Gualter Farias Negrão (Ensino Fundamental e Médio)

Avenida Pe. Gualter Farias Negrão, 320 – Centro

Telefone/Fax: (43) 3454 – 1121 – CEP: 86855-000

Cruzmaltina – Paraná


1) Apresentação da Disciplina
A Matemática é habitualmente vista como uma ciência exata, pura, constituindo um corpo de conhecimentos construído com rigor absoluto. Porém, é necessário olhar para a Matemática como uma ciência viva fruto da criação e invenção humana, que não evolui de forma linear e logicamente organizada. É uma ciência em constante construção que tem contribuído para a solução de problemas científicos e tecnológicos.

O pensamento matemático, expresso por meio de uma linguagem específica, tem sido privilégio de poucos, no entanto acreditamos que cabe à escola torná-la acessível a todos. A importância do acesso a esse conhecimento está relacionada à inserção das pessoas ao mundo do trabalho, ao mundo das relações sociais e da cultura.

Nesse aspecto, a Matemática é de grande auxílio, ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e a justificativa de resultados, a criatividade e a autonomia na própria capacidade de buscar soluções. Sendo assim, adotaremos a concepção que atribui ao ensino da Matemática o papel de desenvolver a capacidade de investigar ideias matemáticas, de resolver problemas, de formular e testar hipóteses, de induzir, deduzir, generalizar e inferir resultados. Pretendemos, com isso, que os educandos compreendam conceitos, desenvolvam raciocínios e algoritmos próprios, aprendam algoritmos escolares, representem ideias por meio de linguagens formais, busquem coerência em seus cálculos, comuniquem e argumentem suas ideias com clareza.

Embora ainda em construção, poderíamos dizer que o objeto de estudo do conhecimento matemática envolve o estudo de processos que investigam como o estudante compreende e se apropria da própria Matemática, que há muito tempo vem sendo concebida como um conjunto de resultados, métodos, procedimentos e algoritmos. Investiga, também, como o aluno, por intermédio do conhecimento matemático, desenvolve valores e atitudes de natureza diversa, visando a sua formação integral como cidadão. Aborda o conhecimento matemático sob uma visão histórica, de modo que os conceitos são apresentados, discutidos, construídos e reconstruídos, influenciando na formação do pensamento do educando.




Colégio Estadual Pe. Gualter Farias Negrão (Ensino Fundamental e Médio)

Avenida Pe. Gualter Farias Negrão, 320 – Centro

Telefone/Fax: (43) 3454 – 1121 – CEP: 86855-000

Cruzmaltina – Paraná



2) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES / BÁSICOS DA DISCIPLINA

Ano

Conteúdo Estruturante

Conteúdos Básicos

6º ano

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Sistemas de Numeração;

- Números Naturais;

- Múltiplos e divisores;

- Potenciação e radiciação;

- Números Fracionários;

- Números decimais.

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de comprimento;

- Medidas de massa;

- Medidas de área;

- Medidas de volume;

- Medidas de tempo;

- Medidas de ângulos;

- Sistema Monetário.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Dados, tabelas e gráficos;

- Porcentagem.




7º ano

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Inteiros;

- Números racionais;

- Equação e Inequação do 1º grau;

- Razão e proporção;

- Regra de três.

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medidas de temperatura;

- Ângulos.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometrias Não-Euclidianas.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Pesquisa Estatística;

- Média Aritmética;

- Moda e mediana;

- Juros simples.

8º ano

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Irracionais e racionais;

- Sistemas de Equações do 1º grau;

- Potências;

- Monômios e Polinômios;

- Produtos Notáveis.

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Medida de comprimento;

- Medida de área;

- Medida de volume;

- Medidas de ângulos.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometrias não-Euclidiana.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Gráfico e Informação;

- População e amostra.



9º ano

NÚMEROS E ÁLGEBRA

- Números Reais;

- Propriedades dos radicais;

- Equação do 2º grau;

- Teorema de Pitágoras;

- Equações Irracionais;

- Equações Biquadradas;

- Regra de Três Composta.

GRANDEZAS E MEDIDAS

- Relações Métricas no Triângulo Retângulo;

- Trigonometria no Triângulo Retângulo;

FUNÇÕES

- Noção intuitiva de Função Afim .

- Noção intuitiva de Função Quadrática.

GEOMETRIAS

- Geometria Plana;

- Geometria Espacial;

- Geometria Analítica;

- Geometria Não-Euclidiana.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

- Noções de Análise Combinatória;

- Noções de Probabilidade;

- Estatística;

- Juros Composto.


Desenvolvimento Socio-Educacional

  • História do Paraná (Lei nº 13381/01);

  • História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena (Lei nº 11.645/08);

  • Música (Lei nº 11.769/2008);

  • Prevenção ao uso indevido de drogas;

  • Sexualidade Humana;

  • Educação Ambiental;

  • Educação Fiscal;

  • Enfrentamento à Violência contra a criança e o adolescente;

  • Direito das Crianças e Adolescentes (Lei Federal nº 11525/07);

  • Educação Tributária Dec. Nº 1143/99, Portaria nº 413/02;

  • Educação Ambiental (Lei Federal nº 9795/99, Decreto nº 4201/02).


3) METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Aprender Matemática é fazer matemática. É por meio de atividades matemáticas intencionais, das experiências que vive, que qualquer pessoa adquire conhecimento. A investigação matemática na escola surge da necessidade de se resolver um problema, seja de origem matemática ou não, e resulta na formulação de hipóteses e conjecturas, na validação de resultados para a elaboração de conceitos e, ao mesmo tempo, no desenvolvimento da autonomia da comunicação do raciocínio. As atividades de investigação permitem a compreensão dos processos de fazer matemática (explorar e identificar padrões, formular e testar conjecturas, generalizar e demonstrar) e estimulam o pensamento por meio de relações entre os conteúdos matemáticos. Além disso lidam com o essencial da atividade matemática – a formulação e a resolução de problemas – com o objetivo de possibilitar aos educandos a reflexão e a tomada de consciência dos processos que utilizam ou utilizarão para essa resolução de problemas. Pela diversidade de atividades de ensino que proporciona, pela troca de experiências que oportuniza, pela representação de idéias que concretiza, pelos conceitos que permite construir, a resolução de problemas é indispensável no processo de aprendizagem dos educandos. Aprende-se Matemática resolvendo problemas e não como ferramenta de resolvê-los. Em sala de aula, as atividades investigativas se fundamentam na ideia de que o processo de construção de um conceito matemático é similar ao da construção de conceitos pelo matemático. É óbvio que a finalidade com que os educandos realizam essas atividades são diferentes do matemático profissional para os educandos. Elas são um veículo para a construção do conhecimento matemático, enquanto para o matemático servem para que ele aprofunde no estudo da Matemática como ciências. Além do mais, os conhecimentos que o matemático possui, os processos que usa, o tempo que se dedica à suas atividades são incomparáveis com os dos educandos, porém são equivalentes quanto à sua natureza.

Hoje é consensualmente reconhecido que o professor tem um papel decisivo no processo de aprendizagem, pois tem de se preocupar tanto com a aprendizagem dos conteúdos matemáticos quanto com o desenvolvimento da capacidade geral de aprender. Tem que ser capaz de equilibrar momentos de ação com momentos de reflexão, ajudando os educandos a construírem conceitos matemáticos. Adotando-se a linha de trabalho investigativo , o professor deverá refletir sobre os principais objetivos a atingir, que tipo de perguntas deverá fazer e como promover a participação dos educandos. O início da aula de decisivo, pois um dos principais objetivos é motivar e envolver os educandos para a realização das atividades. O professor deve manter o diálogo com os educandos enquanto eles trabalham e, no final, conduzir a uma discussão coletiva. Uma boa comunicação pressupõe que os educandos não se sintam intimidados a exporem e discutirem, entre si, suas idéias. Os educandos devem ser orientados a não participarem todos ao mesmo tempo, devendo respeitar o trabalho dos colegas e dar-lhes atenção.

Outro aspecto é o apoio que o professor poderá prestar. Nesse tipo de atividade, é comum surgirem questões que geram uma certa insegurança e que, por vezes, levam os educandos a desistirem facilmente. Nesse momento, é essencial a intervenção do professor dando orientações, auxiliando a interpretação e tentando de outra forma que os educandos descubram o que se pretende. As melhores sugestões são as que questionam os educandos e não as que respondem diretamente às questões. O auxílio do professor deve encorajar os educandos a discutirem e a explicarem os conceitos matemáticos envolvidos na atividade e incentivar a argumentação, gerando um conflito de idéias entre os educandos para que sintam a necessidade de refletir sobre elas e as justificar. Nesse momento, o professor tem a oportunidade de saber mais sobre as ideias e os conhecimentos dos educandos e detectar, com base em suas respostas, eventuais dificuldades conceituais que eles tiverem.

Solicitar aos educandos que expliquem por escrito o seu raciocínio e as suas descobertas são aspecto fundamental no trabalho com a Matemática. Escrever, em Matemática, ajuda os educandos a aprenderem o que está sendo estudado, pois é um recurso de apresentação das ideias e também é um momento de reflexão sobre o que está sendo explorado. Muitas ideias discutidas oralmente ficam perdidas se não forem registradas por escrito. É importante que o professor incentive os educandos a comunicarem oralmente a estratégia escolhida para que resolvam o problema e a registrarem o caminho escolhido para que cheguem às conclusões por meio de clareza de linguagem e raciocínio.

A metodologia precisa vir de encontro aos anseios do educando durante todo o processo educativo no ensino.

É preciso colocá-lo em contato com os meios necessários para a compreensão do processo investigativo e a resolução de problemas relacionando matemática com a realidade do educando.

Para que o educando alcance o conhecimento proposto é importante que se utilizem materiais de manipulação, leituras de textos complementares, laboratórios de informática, listas de atividades propiciando assim ao educando o desenvolvimento e a construção do pensamento, o raciocínio lógico, a generalização dos conceitos e o aprendizado significativo.

Meios estes que terão como mediador o professor que irá orientá-lo através de explicação de conceitos teóricos, pesquisas, experimentações, cálculos matemáticos que o levem a compreender os conceitos matemáticos em questão.

Através dessa mediação acredita-se que o educando possa elaborar e aperfeiçoar saberes e aplicar os conhecimentos adquiridos para a mudança social, política e econômica do meio em que vive.

Os Desafios Educacionais Contemporâneos: História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena, Educação ambiental, Prevenção ao uso indevido de drogas, Sexualidade humana, Enfrentamento a violência, Educação Fiscal e Direitos Humanos, serão trabalhados no decorrer do ano letivo de acordo com a similaridade dos conteúdos da disciplina de Matemática em conjunto com as demais áreas.




4) AVALIAÇÃO
Entende-se a avaliação como um meio de aprendizagem que tem como função auxiliar alunos e professores a identificarem como está ocorrendo a aprendizagem. Ela não deve ter caráter de finalização de etapas, mas, sim, deve ser parte integrante do processo de ensino, pois, além de indicar o conhecimento que estão sendo ou precisam ser construídas, que conceitos foram elaborados, estão em processo de elaboração ou não foram compreendidos, permite ao professor rever as estratégias que vem utilizando, a necessidade de retomar determinados conteúdos e buscar conhecer mais sobre o pensamento de seus alunos para oportunizar, cada vez mais, aprendizagens significativas.

A forma de como se elaboram as avaliações e os critérios de correção adotados transmite aos alunos o que o professor prioriza e valoriza em Matemática. Sendo assim, os instrumentos de avaliação devem romper com certos mitos, tais como: todo problema de Matemática tem solução, todo problema de Matemática tem uma única solução, só existe uma maneira de se resolver um problema, o que vale é a resposta final, quanto mais formalismo e rigor matemático o educando usa na resolução de duas atividades, mais inteligente ele é, etc.

Uma concepção de ensino de Matemática que leve em conta que o conhecimento matemático é construído continuamente não pode ter este conhecimento avaliado exclusivamente por um tipo de instrumento ao final do processo educativo. A avaliação deve ocorrer em diferentes momentos do processo educativo, em situações formais e informais. Ela deve também utilizar diversos instrumentos com o objetivo de o professor observar com mais clareza o potencial de seus alunos e auxiliá-los a serem mais autônomos e responsáveis por seu processo de aprendizagem.

As hipóteses levantadas, as argumentações apresentadas na busca de soluções, a autonomia em tentar solucionar um problema, o raciocínio utilizado na resolução de problemas, as justificativas dos procedimentos utilizados, a interpretação correta de uma situação apresentada, a percepção de que uma solução não segue um modelo padronizado, a validação de resultados, a formulação de questões, a utilização de diferentes linguagens (oral, escrita, gráfica, numérica, geométrica, etc.) são dados extremamente importantes a serem considerados na avaliação.

As avaliações podem incluir testes orais, escritos (dupla ou individual), atividades utilizando a informática, provas, trabalhos escritos, pesquisas, autoavaliação, etc. Todas essas formas de avaliar devem contemplar imprescindivelmente argumentações, justificativas e explicações. A utilização de formas inovadoras de avaliação auxilia os alunos quanto ao desenvolvimento de suas capacidades e competências na aquisição de conhecimentos e permite ao professor identificar se os objetivos que propôs foram atingidos.

O sistema de avaliação adotado pelo estabelecimento de ensino para o Ensino Regular é trimestral e será composto pela somatória da nota 5,0 (seis vírgula zero) referente a atividades diversificadas especificadas, mais a nota 5,0 (seis vírgula zero) proveniente de provas escritas, totalizando uma nota final de 10,0 (dez vírgula zero).

Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em consonância com a organização curricular e descritos no Projeto Político-Pedagógico, devendo-se utilizar procedimentos que assegurem o acompanhamento do pleno desenvolvimento do aluno, evitando-se a comparação dos alunos entre si e proporcionar dados que permitam a reflexão sobre a ação pedagógica, contribuindo para que a escola possa reorganizar conteúdos/instrumentos/métodos de ensino.

Os resultados das atividades avaliativas serão analisados durante o período letivo, pelo aluno e pelo professor, observando os avanços e as necessidades detectadas, num processo contínuo, para o estabelecimento de novas ações pedagógicas, visto que a recuperação de estudos é direito de todos os alunos que não se apropriarem dos conhecimentos básicos e, ocorrerá com a retomada do conteúdo a partir do diagnóstico oferecido pelos instrumentos de avaliação, e com a reavaliação do conteúdo já “reexplicado” em sala de aula, de forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem, organizada com atividades significativas, por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados, não devendo incidir sobre cada instrumento e sim sobre os conteúdos não apropriados. O peso da recuperação de estudos deverá ser proporcional às avaliações como um todo, ou seja, equivalerá de 0 a 100% de apreensão e retomadas dos conteúdos; seus resultados serão incorporados às avaliações sendo obrigatória sua anotação no Livro Registro de Classe.



5) REFERÊNCIAS
BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. Pesquisa em educação matemática: concepções e perspectivas: primeiro e segundos ciclos do ensino fundamental. Brasília: MEC, 1997
D´AMBRÓSIO. Da Realidade à Ação: reflexões sobre educação e Matemática. 2ªed. São Paulo: Summus, 1986.
DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. 7. Ed. São Paulo: Ática, 1996
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento da Educação Básica. Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação Básica. Curitiba, 2008.

PIRES, Magna Natália Marin; GOMES, Marilda Irecenti. Fundamentos Teóricos do Pensamento Matemático. Curitiba: IESDE, 2005.


POLYA, George. A arte de resolver problemas. Rio de Janeiro: Interciência, 1978.
COLÉGIO ESTADUAL PADRE GUALTER FARIAS NEGRÃO, Projeto Político Pedagógico. Cruzmaltina. 2011.
COLÉGIO ESTADUAL PADRE GUALTER FARIAS NEGRÃO, Regimento Escolar. Cruzmaltina. 2011.

Colégio Estadual Pe. Gualter Farias Negrão (Ensino Fundamental e Médio)

Avenida Pe. Gualter Farias Negrão, 320 – Centro

Telefone/Fax: (43) 3454 – 1121 – CEP: 86855-000

Cruzmaltina – Paraná



PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE ARTE
ENSINO FUNDAMENTAL

CRUZMALTINA, 2012

Colégio Estadual Pe. Gualter Farias Negrão (Ensino Fundamental e Médio)

Avenida Pe. Gualter Farias Negrão, 320 – Centro

Telefone/Fax: (43) 3454 – 1121 – CEP: 86855-000

Cruzmaltina – Paraná


PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR

1) Apresentação da disciplina

O ensino de Arte deve basear-se num processo de reflexão sobre a finalidade da Educação, os objetivos específicos dessa disciplina e a coerência entre tais objetivos, os conteúdos programados (os aspectos teóricos) e a metodologia proposta. Pretende-se que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e desenvolver o pensamento crítico.

Segundo Buoro (2001 p.31) o ensino de arte facilita o resgate ao ser humano como ser global, pois além de aglutinar múltiplas formas do saber, é mais que um objeto de apreciação estética, é fruto de uma experiência de vida desvelada pelo processo de criação do artista e pelo sistema de signo da obra.

Então, o desafio do ensino de Arte é propiciar uma relação mais consciente do ser humano no mundo, através do desenvolvimento da imaginação criadora e da percepção, a fim de contribuir para a formação de indivíduos mais críticos e criativos que no futuro atuarão na transformação da sociedade. Portanto, os objetivos do ensino de Arte são:

• A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea;

• A produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua realidade singular e social;

• A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo.

Para compreendermos melhor a posição atual do ensino de Arte em nosso país e no Paraná, faz-se necessário o estudo de sua história e seus principais marcos educacionais.

No período colonial iniciou-se o trabalho de catequização dos indígenas pela congregação católica Companhia de Jesus, através de ensinamentos de artes e ofícios, por meio da retórica, literatura, música, teatro, dança, pintura, escultura e artes manuais.

Enquanto a Europa passava por transformações de diversas ordens que culminaram no iluminismo, do séc. XVI ao XVIII. No Brasil, o governo do Marquês de Pombal, deu início à reforma Pombalina, que enfatizava o ensino das ciências naturais e dos estudos literários. Apesar dessa reforma, na prática não se registrou efetivas mudanças.

Em 1808, com a vinda da família real de Portugal para o Brasil, destacou-se a vinda de um grupo de artistas, que depois ficou conhecido como Missão Francesa, encarregado da fundação da Academia de Belas-Artes, na qual os alunos poderiam aprender as artes e ofícios artísticos.

Mais tarde, com a proclamação da República, em 1890, ocorreu a primeira reforma educacional republicana marcada pelos conflitos de ideais positivistas e liberais. E já nas primeiras décadas da república, ocorreu a Semana de Arte Moderna de 1922, um importante marco para a arte brasileira, associado aos movimentos nacionalistas da época.

O movimento modernista que teve início na semana de 1922, valorizava a cultura popular, pois entendia que desde o processo de colonização a arte indígena, a arte medieval e renascentista européia e a arte africana, cada qual com suas especificidades, constituíram a matriz da cultura popular brasileira. A partir daí, o ensino de Arte passou a ter, então, enfoque na expressividade, espontaneísmo e criatividade, pautando-se muitas vezes na pedagogia da Nova Escola.

A chamada Escola Nova enfatizava além da livre expressão, os aspectos psicológicos e sociológicos. A efetivação desses conceitos se traduziram no rompimento com os padrões estéticos e metodológicos tradicionais, e na criação de uma postura não–diretiva, onde tudo em Arte-Educação era permitido em nome da livre-expressão. Atualmente esse conceito pode ser traduzido no “deixar fazer” que na prática, estimulava a imaginação da criança, mas não poderia sofrer interferências, portanto a criança teria que descobrir seus caminhos sozinha, o que ocasionou uma perda no conhecimento. Somente quem tinha “dom” conseguia fazer progressos por sua própria capacidade. Os outros alunos estavam fadados ao fracasso.

Esse foi o fundamento pedagógico da Escolinha de Arte, criada em 1948, no Rio de Janeiro, pelo artista e educador Augusto Rodrigues, organizada em ateliês-livres de artes plásticas. A forma de organização desta escolinha tornou-se referência para a criação de outras no território nacional, no entanto, manteve o caráter extracurricular do ensino de Arte.

Entretanto, o ensino da arte se generalizou metodologicamente nas escolas somente com o trabalho do músico e compositor Heitor Villa Lobos. Como Superintendente de Educação Musical e Artística do Governo de Getúlio Vargas, Villa Lobos tornou obrigatório o ensino de música nas escolas por meio da teoria e do canto orfeônico, numa política de criação de uma identidade nacional. Esse trabalho permaneceu nas escolas com algumas modificações até meados da década de 1970, quando o ensino de música foi reduzido ao estudo de leitura rítmica e execução de hinos ou outras canções cívicas.

A partir da década de 1960, as produções e movimentos artísticos se intensificaram: nas artes plásticas, com as Bienais e os movimentos contrários a elas; na música, com a Bossa Nova e os festivais; no teatro, com o Teatro Oficina e o Teatro de Arena de Augusto Boal e no cinema, com o Cinema Novo de Glauber Rocha. Esses movimentos tiveram forte caráter ideológico, propunham uma nova realidade social e, gradativamente, deixaram de acontecer com o endurecimento do regime militar.

Com o Ato Institucional n. 5 (AI-5), em 1968, esses movimentos foram reprimidos e vários artistas, professores, políticos e intelectuais que se opunham ao regime foram perseguidos e exilados. Em 1971, foi promulgada a Lei Federal n. 5692/71, cujo artigo 7° determinava a obrigatoriedade do ensino da Arte nos currículos do Ensino Fundamental (a partir da 5ª série) e do Ensino Médio, na época denominados de 1º e 2º Graus, respectivamente.

Numa aparente contradição, foi nesse momento de repressão política e cultural que o ensino de Arte (disciplina de Educação Artística) tornou-se obrigatório no Brasil. Entretanto, seu ensino foi fundamentado para o desenvolvimento de habilidades e técnicas, o que minimizou o conteúdo, o trabalho criativo e o sentido estético da arte. Cabia ao professor, tão somente, trabalhar com o aluno o domínio dos materiais que seriam utilizados na sua expressão.

A partir de 1980, o país iniciou um amplo processo de mobilização social pela redemocratização e elaborou-se a nova Constituição, promulgada em 1988.

Dentre os fundamentos pensados para a educação, destacam-se a pedagogia histórico-crítica elaborada por Saviani da PUC de São Paulo e a Teoria da Libertação, com experiências de educação popular realizadas por Organizações e movimentos sociais, fundamentados no pensamento de Paulo Freire. Essas teorias propunham oferecer aos educandos acesso aos conhecimentos da cultura para uma prática social transformadora.

Após quatro anos de trabalho de implementação das propostas, esse processo foi interrompido em 1995 pela mudança das políticas educacionais que se apoiavam em outras bases teóricas. O Currículo Básico ainda estava amparado por resolução do Conselho Estadual, mas foi, em parte, abandonado como documento orientador da prática pedagógica. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados no período de 1997 a 1999, foram encaminhados pelo MEC diretamente para as escolas e residências dos professores e tornaram-se os novos orientadores do ensino.

Os PCN em Arte tiveram como principal fundamentação a proposta de Ana Mae Barbosa, denominada de Metodologia Triangular, inicialmente pensada para o trabalho em museus, foi inspirada na DBAE (Discipline Based Art Education) norte-americana, que teve origem no final dos anos de 1960 nos Estados Unidos.

Os PCNs nortearam a educação em arte por certo período, embora os encaminhamentos metodológicos apresentados sugerissem que o planejamento curricular fosse centrado no trabalho com temas e projetos, o que relega a segundo plano os conteúdos específicos da Arte.

Em 2003, iniciou-se no Paraná um processo de discussão com os professores da Educação Básica do Estado, Núcleos Regionais de Educação (NRE) e Instituições de Ensino Superior (IES) pautado na retomada de uma prática reflexiva para a construção coletiva de diretrizes curriculares estaduais. Tal processo tomou o professor como sujeito epistêmico, que pesquisa sua disciplina, reflete sua prática e registra sua práxis. As novas diretrizes curriculares concebem o conhecimento nas suas dimensões artísticas, filosóficas e científicas e articulam-se com políticas que valorizam a arte e seu ensino na rede estadual do Paraná.

Neste contexto de mudanças e avanços no ensino de Arte, ainda foram sancionadas: Lei n. 11.645, de 10 de março de 2008 que estabelece no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” e no ano de 2008, foi sancionada a lei n. 11.769 em 18 de agosto, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica, reforçando a necessidade do ensino dos conteúdos desta área da disciplina de Arte.


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