Igor moreira



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. Acesso em: 28 out. 2015.

Apresenta informações sobre a atividade sísmica em todo o Brasil.



No território brasileiro, os terremotos geralmente não são muito fortes, mas podem provocar danos, como
o tremor que atingiu a cidade de Montes Claros (MG)
em 2012.

Mundo: zonas sísmicas e vulcões

Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 21.

João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora

Para medir terremotos, usam-se a escala Richter e a escala Mercalli. A escala Richter tem 9 números que medem a energia de um terremoto. Cada número denota dez vezes mais energia do que o anterior. A escala Mercalli tem 12 números que medem os efeitos do terremoto em objetos e construções. Veja, nos quadros abaixo, alguns efeitos dos terremotos nas duas escalas.



Escala Richter

Menos de 3,5

De 3,5 a 5,4

De 5,5 a 6,0

De 6,1 a 6,9

De 7,0 a 7,9

Mais de 8

O tremor geralmente não é sentido, mas pode ser registrado.

Pode causar
pequenos danos.

Causa pequenos danos em
edificações.

Pode provocar danos graves em regiões onde há muitas pessoas.

Causa danos graves.

Provoca grande destruição, que pode ser total.

Fonte: Elaborado com base em E-CÁLCULO. A escala Richter. Disponível em: .


Acesso em: 30 set. 2015.

Escala Mercalli

II

V

VII

X

XII

É sentido por pessoas em repouso ou em andares superiores.

É sentido fora de casa. Acorda pessoas.
Objetos pequenos tombam. Quadros
são movidos.

É percebido por motoristas dirigindo. As pessoas sentem dificuldade em manterem-se em pé. Sinos tocam (igrejas, capelas, etc.).

Provoca destruição da maioria dos edifícios e grandes desmoronamentos de terra.

Causa devastação (quase) total.

Fonte: Elaborado com base em INSTITUTO de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). Universidade de São Paulo (USP). Terremotos.


Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2015.

Para saber mais

Tremor de terra assusta moradores na região norte do Ceará

Um tremor de terra assustou os moradores de três cidades da região norte do Ceará nesta quarta-


-feira [13/05/2015]. Moradores de Meruoca, Alcântara e Sobral tiveram ranhuras nas casas e ouviram tremulação das telhas durante cerca de dois minutos durante a manhã. [...] O tremor atingiu magnitude 3,2 segundo o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

“Até o momento não chegou a nós nenhuma ocorrência grave, de pessoa ferida ou desabamento. Ainda estamos verificando em regiões onde o abalo foi forte, em áreas mais distantes, mas estamos confiantes de que não ocorreu nenhum prejuízo material ou humano grave. Foi apenas um susto”, diz o coordenador da Defesa Civil de Sobral, Rinaldo Nogueira.

Segundo o Laboratório Sismológico da UFRN (LabSis/UFRN), que registra tremores na região, a mesma área havia sentido um tremor de magnitude 2,9 há oito dias. Os abalos na região normalmente têm magnitude que varia entre 2 e 3 graus, segundo o coordenador da Defesa Civil, mas já chegou a atingir 4,3 pontos de magnitude.

Causa dos tremores

Tremores de terra são comuns no Ceará. Segundo Eduardo Menezes, técnico do Laboratório de Sismologia da UFRN, os tremores ocorrem devido a fossas subterrâneas que estão constantemente em atividade sismológica. As fossas são ligadas ao encontro das placas tectônicas no oceano Atlântico, que ligam a América do Sul ao continente africano. Os tremores também podem estar relacionados à atividade sismológica das placas tectônicas.

[...] O mais forte tremor registrado na região foi também em Sobral, em 2009, e chegou a 4,3. Esse tremor causou rachaduras em estruturas de concreto e derrubou móveis em residências e comércios. O tremor atingiu uma área de 200 quilômetros de raio e chegou a afetar cidades do litoral cearense [...].

TREMOR de terra assusta moradores na região norte do Ceará. G1, 13 maio 2015. Disponível em: . Acesso em: 2 set. 2015.



A crosta terrestre: grandes estruturas

Como você já viu, eventos geológicos muito vigorosos, impulsionados pela energia contida no interior do planeta, acabaram por construir diversas estruturas na superfície terrestre. Nas áreas continentais, há três tipos principais de estruturas ou províncias geológicas, ou seja, grandes unidades, cada qual com mesma origem e formação: escudos cristalinos, bacias sedimentares e dobramentos modernos. É a disposição das rochas que determina esses diferentes tipos de formações estruturais do relevo terrestre.


Mundo: estrutura geológica

Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 21.

João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora

Escudos cristalinos

Gerados há muitos milhões de anos, ao longo da Era Pré-Cambriana, os escudos cristalinos (ou maciços antigos) correspondem aos primeiros núcleos de rochas que se originaram da solidificação de materiais magmáticos desde o início da formação da crosta terrestre.

Por serem constituídos de rochas muito antigas (magmáticas e metamórficas), os escudos cristalinos são estruturas de tectônica estável. Nos escudos mais antigos (arqueanos), são encontrados granito, ardósia, etc. Ferro, manganês, ouro, cobre e outros são encontrados nos escudos mais recentes, próprios do Proterozoico e início da Era Paleozoica.

Os escudos cristalinos quase sempre se mostram com relevo rebaixado, em função de longos e antigos processos de erosão. São terrenos que preservam características de baixos planaltos e também podem ter aspecto de depressões posicionadas às margens de bacias sedimentares.

Eles ocupam 36% do território brasileiro. Separados por bacias sedimentares, estão divididos em duas grandes porções: Escudo das Guianas e Escudo Brasileiro (Complexo Cristalino Brasileiro), esse último constituído, em sua maioria, por granitos e gnaisses.
Fabio Colombini/acervo do fotógrafo

Há cerca de 80 milhões de anos, o movimento de ascensão da costa brasileira, causado pela tectônica de placas, começou a expor rochas muito antigas. Nas regiões Sudeste e Sul, afloraram rochas cristalinas da idade Pré-Cambriana, dando início ao levantamento daquilo que viria a ser o sistema Serra do Mar-Mantiqueira. Na foto, vê-se parte dessa serra, em Santo Antônio do Pinhal (SP), em 2015.

Bacias sedimentares

As bacias sedimentares são grandes depressões na superfície, que, ao longo do tempo geológico, foram sendo preenchidas por sedimentos de várias origens, como fragmentos minerais de rochas erodidas, restos de animais e fragmentos de conchas e de ossos.

Uma bacia sedimentar também pode ter se formado quando a depressão foi preenchida por materiais precipitados em corpos-d’água nela alojados, por exemplo, quando havia no local da bacia antigos mares e lagos, ambientes aquáticos ricos em algas e plâncton.

Nessas áreas, é possível encontrar petróleo. No caso de soterramento de antigos pântanos e florestas, há a possibilidade de ocorrência de carvão mineral. Retome a formação de petróleo e carvão nas páginas 78 e 79 do Capítulo 4.

Quanto à origem dos sedimentos, há bacias constituídas apenas por sedimentos do meio terrestre; outras, exclusivamente por sedimentos do meio marinho; e, ainda, as que se formam por sedimentos de ambos os meios, que são as bacias mais comuns.

As bacias sedimentares mais antigas foram formadas ao longo das eras Paleozoica e Mesozoica. Elas resultaram da deposição, em áreas rebaixadas, de materiais oriundos de áreas vizinhas, graças à ação dos ventos, das chuvas, das geleiras ou dos rios. As bacias mais recentes originaram-se de sedimentação durante a Era Cenozoica. Essas estruturas geológicas constituem, em geral, planícies fluviais ou litorâneas. As bacias soerguidas em função de movimentos tectônicos deram origem a baixos planaltos e platôs. O esquema acima ilustra parte dos processos explicados nesta página.

Constituídas por rochas como arenito e calcário ou por hulha e petróleo, por exemplo, as bacias sedimentares apresentam-se sob formas diferentes. Algumas são áreas em processo de renovação permanente, por causa do depósito constante de sedimentos. No entanto, essa construção é, em geral, muito lenta e não pode ser percebida facilmente em um curto período. Outras foram soerguidas por ação tectônica, após sua formação, e tornaram-se planaltos.

Estruturas geológicas importantes, as bacias sedimentares consistem em uma das melhores fontes de informação sobre o passado da Terra. Seu estudo pode revelar, por exemplo, como antigos tipos de fauna, de flora e de relevo que existiram em determinado local se formaram e se modificaram ao longo do tempo.

O Brasil tem cerca de 60% de seu território ocupado por bacias sedimentares. As bacias Amazônica, do Parnaíba (ou do Meio-Norte), do Paraná e Central são as de maior extensão. As bacias do Pantanal Mato-Grossense, Litorânea e do São Francisco são de menor extensão. Além dessas, há bacias muito pequenas denominadas bacias de compartimento de planalto, como a de Curitiba (PR), Taubaté (SP), Resende (RJ) e São Paulo (SP).

Bacias sedimentares: erosão e sedimentação

Edição de arte/Arquivo da editora

Fonte: Adaptado de POPP, José Henrique. Geologia geral. Rio de Janeiro:


LTC, 1987. p. 9.

Pulsar Imagens/Andre Dib



O rio Japurá, no município de Tefé (AM), atravessa a planície constituída pela bacia sedimentar Amazônica. Foto de 2014.

Dobramentos modernos

São grandes dobras, ou “enrugamentos”, da parte mais superficial da crosta terrestre, originadas por forças tectônicas no fim do período Cretáceo e início do período Terciário (Era Cenozoica), há cerca de 14 a 70 milhões de anos.

Formadas por rochas magmáticas e sedimentares pouco resistentes, essas imensas estruturas soerguidas pelo movimento de placas deram origem às grandes cadeias montanhosas (cordilheiras), como os Andes, os Alpes europeus e o Himalaia.

As áreas de dobramentos modernos apresentam grandes altitudes, são geologicamente instáveis e, por isso, estão sujeitas a vulcanismos e terremotos.

Retome o mapa da página 94 e veja a localização dos dobramentos modernos. Observe, ainda, as dorsais mesoceânicas (ou submarinas), também do período Terciário.
Getty Images/Flickr RF/Feng Wei Photography

Vista das montanhas do Himalaia, com suas vertentes íngremes e seus cumes pontiagudos, no Parque Nacional de Sagarmatha, no Nepal, em 2013. A cordilheira do Himalaia é uma formação geologicamente nova, ainda em processo de construção.

Texto & contexto

1. Do ponto de vista geológico, as terras emersas do planeta podem ser classificadas em três tipos principais de estrutura. Quais são esses tipos e o que os determina?

2. Cite algumas características dos escudos cristalinos.

3. Como se formou o sistema Serra do Mar-Mantiqueira?

4. O que são bacias sedimentares e como elas se formam? Que formas de relevo estão mais diretamente associadas a essas estruturas?

5. Com base no mapa da página 94, responda: No estado onde você mora, há ocorrência de qual tipo de estrutura geológica?

6. O que são dobramentos modernos? Que tipos de rocha formam essas estruturas?

Processos esculpidores do relevo terrestre

Ruas com subidas e descidas, estradas que contornam as montanhas ou acompanham as elevações do terreno, e assim por diante. Durante uma viagem, em fotos, em filmes ou, até mesmo, no caminho de casa a escola, você deve ter percebido que a superfície da Terra não é plana. Pelo contrário, ela é irregular. O conjunto das diferentes formas da superfície terrestre é chamado de relevo.


Como um dos componentes naturais do espaço geográfico, o relevo terrestre é fruto da atuação de duas forças opostas: endógena (interna), geradora das grandes estruturas, e exógena (externa), responsável pela escultura das formas.

Tudo começa com o calor do sol: intemperismo

O calor solar é o principal responsável pelos processos exógenos, que atuam na superfície da crosta continental através da atmosfera. Esses processos são responsáveis pela esculturação do relevo e agem sobre a estrutura das rochas.

Para melhor entender os processos exógenos, observe e compare as duas fotos ao lado. Certamente, você notará que as montanhas Rochosas são mais altas e pontiagudas do que os montes Apalaches, que apresentam menor altitude e formas mais arredondadas. Isso se deve a um desgaste natural provocado por vento, água, gelo e calor do sol ao longo de milhares ou, até, milhões de anos.

O aplainamento da superfície terrestre tem início com os processos intempéricos, que provocam a decomposição e a desintegração das rochas por meio da ação de diferentes fatores. Existem três tipos de intemperismo:



químico – decomposição da rocha, causada principalmente pela ação da água ao dissolver os minerais solúveis que a compõem;

físico (ou mecânico) – desagregação da rocha, que sofre fraturas e se fragmenta por causa das variações de calor. Depois disso, os pedaços ou blocos são atacados por outros agentes de erosão, como o vento e as águas correntes, e transformam-se em sedimentos ou partículas, a partir dos quais se formam os solos;

biológico – decomposição das rochas pela ação de seres vivos, como escavação por animais e crescimento de raízes.

A atuação dos processos intempéricos é atenuada ou acentuada conforme as características do clima, da topografia, do material que compõe as rochas, etc. Também são esses processos que dão origem aos solos que recobrem a superfície terrestre.

©iStockphoto.com/Wildroze

Vista das montanhas Rochosas no Parque Nacional Banff, na província de Alberta, Canadá. Essas montanhas se formaram há cerca de 40 a 70 milhões de anos. Foto de 2012.

Nicholas A. Tonelli

Vista dos montes Apalaches no estado da Pensilvânia, Estados Unidos, formados há cerca de 480 milhões de anos.
Foto de 2012.

Erosão: principal agente morfogenético

É comum rios, córregos e ventos, por exemplo, arrastarem ou carregarem fragmentos de rochas que sofreram diferentes formas de intemperismo. Muitas vezes, esse material acaba sendo levado para lagos, oceanos e áreas mais baixas. Trata-se da erosão, processo de remoção dos materiais da superfície terrestre pela água, pelo vento e pelas geleiras, que posteriormente os transportam para locais de menor altitude.

Uma vez que é um processo natural, a erosão tem profunda ligação com o tipo climático dominante e costuma ser mais intensa em áreas com pouca ou nenhuma vegetação, como os desertos.

A erosão exerce um duplo papel: por um lado, efetua o desgaste e a destruição das rochas e do relevo; por outro, é responsável pelo transporte, pela deposição e pelo acúmulo dos materiais da superfície terrestre em outros locais, exercendo, assim, uma função de construtora de formas terrestres.

Os processos erosivos podem ser desencadeados pela ação de vários agentes, que, ao longo do tempo, modelam a superfície terrestre e geram múltiplas paisagens.

Força do vento

Com emoção ou sem emoção? Essa é uma pergunta muito comum feita aos turistas que visitam as dunas do litoral do Nordeste brasileiro. Conduzidos pelos “bugueiros”, os visitantes sobem e descem incríveis “montanhas-russas de areia”. Mas qual é a origem dessas formas? Tudo tem a ver com a ação do vento.
Pulsar imagens/Rubens Chaves

Passeio de buggy nas dunas de Genipabu, no município de Extremoz (RN), em 2014.

Os ventos atuam, em especial, nas áreas litorâneas e nos desertos. A areia e a poeira são retiradas de determinados locais e transportadas para outras localidades, tanto próximos quanto a centenas de milhares de quilômetros. Há certos materiais provenientes do deserto do Saara, por exemplo, que são encontrados na Europa. Muitas vezes, o acúmulo desses materiais transportados pelo vento forma dunas, que são montanhas de areia.

Algumas planícies que apresentam solos férteis, como a do Mississípi, nos Estados Unidos, também foram geradas, em parte, graças à ação eólica, responsável pelo transporte de materiais acumulados com o passar do tempo geológico.


O vento também pode modelar a superfície. Isso acontece quando partículas de areia e poeira, transportadas pelo vento, colidem com as rochas. Ao longo do tempo, podem-se gerar formações rochosas curiosas, conforme a imagem ao lado. A ação realizada pelos ventos na superfície chama-se erosão eólica.
Tyba/Karlheinz Weichert

Formações de arenito no Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR), 2015. As rochas adquiriram essas formas graças à ação dos ventos e das chuvas.

Água da chuva em ação

Ao cair regularmente em uma área, a água da chuva também cria e modifica formas do relevo. Em certas áreas tropicais, por exemplo, onde as chuvas são intensas em determinadas épocas do ano, o solo costuma ficar saturado e pesado. Nesse caso, a água da chuva pode transportar partículas de tamanhos variados e grandes blocos de rochas, que são depositados nos sopés dos morros. Nesse processo, em que grande quantidade de material se desloca, diz-se que ocorreu deslizamento, fenômeno que pode causar muitos danos materiais e humanos.

Quando intensas e contínuas, as chuvas também podem formar enxurradas, correntes de água que escoam das partes mais altas para as mais baixas do terreno. Muitas vezes, as enxurradas provocam a formação de canais de escoamento nas vertentes dos morros, chamados de ravinas ou sulcos.

Quando o processo de erosão causado pela água da chuva atinge o lençol freático, ocorrem voçorocas. A ação realizada pela água da chuva na superfície chama-se erosão pluvial. Observe a imagem a seguir.

Voçoroca: grande sulco (ou rasgão, valetão) causado pela água da chuva, a qual se infiltra em terrenos permeáveis e circula ao atingir camadas de menor permeabilidade.

Folhapress/Alan Marques



A voçoroca é provocada pela retirada da cobertura vegetal, pela remoção de camadas do solo e/ou por intervenções humanas, como plantio incorreto.
Na foto, voçoroca em Planaltina (GO), 2012.

Os rios desenham paisagens

Qual é o nome do rio ou do córrego mais próximo de sua casa? Ele conserva suas características naturais? Está muito poluído? Você imagina que tipo de ação esse rio ou córrego realiza na paisagem?

No percurso da nascente à foz, inúmeros rios realizam um trabalho completo em termos de ciclo erosivo: destroem as rochas e solos por intemperismo químico e físico, transportam materiais ou sedimentos em suspensão ou diluição em suas águas e depositam-nos em outras áreas.

Considerados uma das maiores forças que modelam as paisagens terrestres, os rios escavam seus leitos, constroem e destroem suas margens, formam vales de diferentes tipos e ajudam a formar planícies de inundação e deltas. Essas ações realizadas pelos rios são chamadas de erosão fluvial.

Por meio da erosão, os rios vão formando vales. Os vales fluviais podem ter diferentes aspectos, que dependem da inclinação do leito, da força da corrente de água, do tipo de rocha em que o canal foi escavado e das condições climáticas.

Há inúmeros tipos de vales fluviais. Os mais comuns são os vales em V e os cânions, também chamados de gargantas.

Vale em V: o trabalho do rio é observado tanto no aprofundamento do leito quanto no desenvolvimento das vertentes. Em áreas de clima úmido, a água das chuvas e os deslizamentos de rochas e solos podem modificar as formas das vertentes e alargar o vale. Daí o perfil em V.

Cânion ou garganta: o trabalho de aprofundamento do leito do rio é mais forte do que o de formação de vertentes. Em geral, os cânions aparecem em rochas sedimentares, que oferecem pouca resistência ao trabalho das águas. Quando o clima é pouco chuvoso ou seco, as vertentes são praticamente verticais.

Vale fluvial em V

Vale fluvial do tipo cânion

Raqsonu/Arquivo da editora

Raqsonu/Arquivo da editora

Elaborado pelo autor para fins didáticos. Cores-fantasia. Sem escala.

Elaborado pelo autor para fins didáticos. Cores-fantasia. Sem escala.

No balanço das ondas

Os oceanos e os mares modificam constantemente as costas de ilhas e continentes, que estão entre as paisagens terrestres que mudam mais rapidamente. As águas dos mares e dos oceanos retiram, permanentemente, sedimentos das costas altas e depositam-nos nas costas baixas. O processo erosivo pode ser construtivo ou destrutivo.

O trabalho destrutivo do mar ocorre, sobretudo, em áreas de costa alta. Ao quebrar nesse tipo de costa, as ondas causam fragmentação e desmoronamento das paredes rochosas. Esse processo é denominado abrasão. A costa alta, também chamada de falésia, vai sendo destruída aos poucos e se fragmenta em blocos de vários tamanhos. Esses blocos deslocam-se e caem junto ao sopé das falésias, fragmentando-se novamente, e continuam sendo trabalhados pelo mar. A superfície que se forma na base de antigas falésias, que foram aos poucos desmoronando, chama-se plataforma de abrasão. O trabalho erosivo realizado pelos mares e oceanos na superfície é denominado erosão marinha.


Reentrância: ângulo ou curva para dentro.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o minidicionário da língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2008. p. 690.

Tyba/Rogerio Reis

No Brasil, as falésias podem ser constituídas por rochas magmáticas (costões ou falésias cristalinas do litoral sudeste-sul), sedimentares (barreiras sedimentares do litoral nordestino) ou vulcânicas (falésias basálticas do litoral sul). Na foto, falésias na Praia do Centro, no município de Tibau do Sul (RN), em 2013.

Os fragmentos de rocha arrancados pelas ondas são constantemente arrastados pelas águas do mar e, aos poucos, transformam-se em areia, que se deposita principalmente nas reentrâncias da costa. Assim é o trabalho construtivo dos mares, denominado acumulação, que dá origem às praias, que nada mais são do que depósitos de sedimentos transportados pelos oceanos e mares.

No lento trabalho de acumulação ou deposição de sedimentos, o mar pode formar algo parecido com cordões de areia paralelos à costa. Esses cordões são chamados de restingas. Parte das águas do mar pode ficar aprisionada no litoral em formação, dando origem a uma laguna ou a uma lagoa. Será uma laguna se a água retida tiver ligação direta com o mar; caso contrário, será uma lagoa.


Pulsar imagens/Ricardo Azoury

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, no município de Macaé (RJ), em 2011.

Ação das geleiras

As geleiras são enormes massas de gelo que recobrem áreas continentais em regiões polares ou de climas com invernos muito rigorosos. Elas também podem formar-se nas altas montanhas, onde, com grande frequência, se deslocam e provocam erosão glacial ou glaciária. O degelo, que ocorre em função do aumento de temperatura ou do próprio volume e peso da neve, faz com que grandes blocos de gelo e volumes extraordinários de água se dirijam montanha abaixo, erodindo aceleradamente as rochas que estão no percurso. A atividade erosiva realizada pelas geleiras costuma cavar vales de fundo achatado, chamados vales glaciais ou calhas.


Glow images/Deposit Photos/Mark Herreid

Vale glacial no Parque Nacional Glacier Bay, no estado do Alaska, Estados Unidos, 2012.

Em áreas de litorais de costa alta, que sofrem erosão glacial, é possível que antigos vales fluviais sejam retrabalhados pelo gelo. Posteriormente, ao serem invadidos pelas águas do mar, esses vales dão origem aos fiordes, presentes nas paisagens do Chile e da península Escandinava.
©iStockphoto.com/LeoIris

Sognefjorden, o mais longo fiorde da Noruega, na península Escandinava. Foto de 2015.

Texto & contexto

1. Explique o que é intemperismo e identifique seus principais tipos.

2. Por que é possível dizer que a erosão tem um “duplo papel”?

3. Dê exemplos de consequências da ação da água da chuva sobre o relevo.

4. No município em que você mora, há deslizamentos e/ou voçorocas? Anote onde e por que ocorrem.

5. No estado onde você vive, ocorrem processos erosivos e/ou construtivos realizados por águas oceânicas em áreas costeiras? Em caso afirmativo, cite a localização e o tipo.

Solo: fonte de vida

Um engenheiro diria que o solo é a parte superficial da crosta terrestre que pode ser movimentada sem o uso de explosivos. Em Agronomia, o solo é a camada superficial de terra arável, possuidora de microrganismos vivos. Para os biólogos e os ecologistas, o solo é a camada que sustenta a vida em geral. Já para uma pessoa comum, o solo é simplesmente o chão em que pisamos. Como você viu, são diversas as definições de solo, as quais variam conforme o enfoque dado pelos profissionais de diferentes áreas.

Muito influenciado pelo clima, o solo, superfície não consolidada que recobre as rochas, é a base da cadeia alimentar, sobre a qual a maioria dos seres vivos se desenvolve.

Para a Geografia, estudar as condições em que se formaram os solos de determinada área é fundamental para a compreensão da dinâmica de sua paisagem.



Formação do solo

O solo resulta de mudanças bem lentas nas rochas. A rocha que gera as primeiras partículas e substâncias, as quais posteriormente originam o solo, é chamada de rocha sã, rocha-matriz ou rocha-mãe.

Os principais responsáveis pela desagregação e decomposição da rocha-matriz até a formação do solo são o intemperismo (químico, físico e biológico) e a erosão. Com o tempo e a participação de organismos vivos (fungos, liquens, entre outros), o tamanho da rocha diminui até que ela seja transformada em um material mais ou menos solto, no qual se torna possível a vida de plantas e pequenos animais.

Logo que esse material solto se forma, insetos, minhocas, plantas e os próprios seres humanos começam a participar do desenvolvimento do solo, pois vão misturando a matéria orgânica ao material resultante da decomposição da rocha. Portanto, é preciso que o material orgânico decomposto (húmus) seja misturado ao material solto para que o solo se forme.

Confira o passo a passo do processo de formação do solo.

Matéria orgânica: produto da decomposição animal e vegetal.

Formação do solo

Tempo


Ilustrações: Studio Caparroz/Arquivo da editora
Rocha-matriz

Solo jovem (raso)

Solo intermediário (pouco desenvolvido)

Solo maduro


(bem desenvolvido)


Chuva, vento e temperatura desgastam a rocha-


-matriz, originando fendas e buracos; lentamente, a rocha vai se desagregando.


Microrganismos (bactérias, algas, etc.) se depositam nesses espaços e participam da decomposição da rocha utilizando as substâncias produzidas.


• Água e restos de microrganismos vão se acumulando.


Organismos como fungos e musgos começam a se desenvolver.


O solo vai ficando mais espesso, e pequenos animais e plantas surgem.


Uma vegetação maior começa a se desenvolver até formar a paisagem de certo local.

Na composição dos solos, o ar, a água, a matéria orgânica e diferentes minerais estão misturados. O processo de formação dos solos é conhecido como pedogênese (do grego, pédon = solo e génesis = origem) e ocorre lentamente. Os solos mais aproveitáveis para a agricultura, por exemplo, demoram de 3 mil a 12 mil anos para se formar.

Fontes: LEPSCH, F. Igo. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002. p. 65; SANTOMAURO, Beatriz. Saber subterrâneo.


Nova Escola. São Paulo, n. 218, dez. 2008. Disponível em:
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