ca, afastando-se dos fundamentos freudianos, elaborou uma teoria
e uma prática psicanalíticas para o tratamento de crianças, que deu
origem a novos princípios para a formação de analistas (análise
didática). Além do livro, em quatro volumes, A psicanálise de cri-
anças, traduzido em quinze línguas, sua produção abrange, aproxi-
madamente, cinqüenta artigos.
anos depois, muda-se com o marido para Budapeste, onde entra
em contato com a obra de Freud e começa a fazer análise com
Ferenczi. Em 1918, ao participar do V Congresso da International
Psychoanalytical Association (IPA), realizado em Budapeste, as-
siste à apresentação do trabalho de Freud, “Os novos caminhos da
terapêutica psicanalítica”. Em 1919, a convite de Ferenczi, apre-
senta, na Sociedade Psicanalítica de Budapeste, seu primeiro tra-
balho sobre o tratamento de crianças, que deu origem ao seu pri-
meiro artigo publicado, “O desenvolvimento de uma criança”. Com
o recrudescimento do anti-semitismo, sendo recomendada por
Ferenczi a Karl Abraham, instala-se como psicanalista, em 1921,
na cidade de Berlim. Três anos depois, começa a fazer análise
com Abraham. No VIII Congresso da IPA, em Salzburgo, seu
trabalho apresenta marcantes divergências, tanto em relação à te-
oria de Freud quanto à concepção de sua filha, Anna Freud, em
relação ao tratamento psicanalítico com crianças. É apoiada tan-
to por Abraham quanto por Ernst Jones. Este último, tenta, inclu-
sive, intervir junto a Freud, tentando atenuar seu desagrado. A
partir daí, Melanie Klein e Anna Freud irão se tornar opositoras
sem tréguas. Com a morte de Abraham, em dezembro de 1925, e
a adesão do meio psicanalítico às idéias de Anna Freud, Melanie
Klein, que já estivera, em julho de 1925, dando uma série de confe-
rências em Londres, muda-se definitivamente para esta cidade,
onde vem a morrer de câncer do cólon.