. Acesso em: 1º fev. 2016.
Você já conhece a figura sonora denominada onomatopeia, utilizada, em histórias em quadrinhos, por exemplo, para representar sons (tosse, espirros, explosões, etc.).
Do segundo quadrinho em diante, Grump tenta desesperadamente se manter equilibrado sobre os patins, mas acaba por cair de cara no chão. Para indicar os ruídos produzidos pela personagem durante o seu desempenho desastrado, o autor da tira recorre a onomatopeias: Uôôôôô, Zup, Kapof. No último quadrinho, o “Tcharããm!” produz um efeito de humor, porque imita o som associado a finais apoteóticos de exibições artísticas e, na tira, Grump termina estatelado no chão.
Como algumas onomatopeias são incorporadas ao léxico da língua e identificadas como palavras (zum-zum, tique-taque, zás-trás, blablablá, pingue-pongue, bangue-bangue, etc.), esse recurso é reconhecido como um dos processos de formação de palavras.
• Empréstimos lexicais
Os empréstimos lexicais, também chamados de estrangeirismos, são palavras de outras línguas que vão entrando na língua portuguesa através dos tempos. Esses empréstimos têm origem no contato entre as culturas e na influência que uma cultura exerce sobre a outra em vários aspectos do comportamento e da vida social. Muitas vezes o que se toma emprestado é uma ideia ou conceito, ao qual se associa uma nova palavra. Essa palavra costuma ser mantida em sua língua original, por vezes com adaptações à ortografia do português (shampoo → xampu).
Houve uma fase da língua em que eram comuns os empréstimos do francês (abajur, sutiã, pincenê), o que revela o vínculo forte que mantínhamos com a cultura francesa. Na fase atual do português, são muito comuns os empréstimos do inglês: teens, e-mail, shopping, show, xerife, site, estresse, short, xerox, blog, surfe, surfar, etc.
• Neologismo
A palavra neologismo é formada pelos radicais gregos néos, que significa “novo, ou moderno”, e lógos, “palavra, tratado”. Significa, portanto, palavra nova.
Todas as línguas recorrem à criação de neologismos para atender às necessidades de expressão dos seus falantes em contextos específicos. Observe o trecho abaixo.
Para quem tuitamos?
Você pode, basicamente, tuitar para você mesmo, para outra pessoa, para um grupo de pessoas, para todas as pessoas e para ninguém.
[...]
Quando você tuíta para alguém você está usando um meio público para uma conversa a dois. [...] Tuitar para outra pessoa é bem parecido com uma conversa no rádio ou no viva-voz do celular.
Há também a tuitada para todos. Você fala de uma forma geral. Pode ser uma pergunta para quem quiser responder, pode ser uma comunicação, uma notícia. Qualquer coisa.
HERMANN, Rosana. Um passarinho me contou: relatos de uma viciada em Twitter. São Paulo: Panda Books, 2011. p. 114. (Fragmento).
Rosana Hermann, ao explicar quem são os interlocutores possíveis em uma rede social, o Twitter, recorre a um neologismo que surgiu, no Brasil, juntamente com essa rede: tuitar. O verbo tuitar, sua flexão (tuíta) e o substantivo tuitada exemplificam o modo como a língua produz neologismos a partir de termos estrangeiros. É também frequente a criação de novas palavras com base em outras já existentes no português. Um exemplo é o termo carreata, que surgiu para designar uma manifestação política ou comemoração em que vários carros circulam juntos pela cidade. Esse termo surgiu por analogia a passeata.
Página 208
ATIVIDADES
Leia a charge a seguir para responder às questões 1 e 2.
Dalcio
© DALCIO/CORREIO POPULAR
DALCIO. Correio Popular. Campinas, 6 abr. 2015. Disponível em: . Acesso em: 1º fev. 2016.
1. A charge tematiza uma séria questão de saúde pública do nosso país. Qual é ela? Explique.
> Que elementos da charge fazem referência a essa questão?
2. Uma palavra usada na charge é fundamental para compreender a crítica feita por Dalcio. Qual é essa palavra e a que ela se refere, considerando o contexto em que ocorre?
a) Como essa palavra foi criada?
b) De que forma o termo criado se relaciona à questão de saúde tematizada na charge?
Leia o texto a seguir para responder às questões de 3 a 6.
A faxina corporal e a morangoterapia
[...] A mulher contemporânea faz terapia para tudo. [...] E existe todo tipo de terapia. Mas a gente ainda se surpreende nesta vida. Por isso, demos boas gargalhadas quando recebemos um release (o material de divulgação usado pelas assessorias de imprensa) com o seguinte título: “Morangoterapia destaca benefícios do morango”.
Na hora, nos imaginamos sentadas em um divã conversando com um morango gigante. Mas não é nada disso. Segundo a tal assessoria, “o morango é doce e suculento e uma das frutas mais apreciadas pelos brasileiros”. E o que isso tem a ver com terapia?
Bem, o morango também é rico em vários nutrientes, por isso, a tal clínica desenvolveu todo um tratamento à base de morangos. Segundo eles, tomar uns banhos de morango e passar uns cremes feitos com a fruta no rosto promove “uma verdadeira faxina corporal”. [...]
Bem, a pessoa deve sair da tal morangoterapia se sentindo um morango ambulante. E, nos perguntamos, sinceramente, quem tem tempo (e dinheiro) para essas coisas? Quando estamos estressadas, além das nossas terapias normais, preferimos fazer:
• Unhaterapia — Fazer a unha, simples assim. Dá uma sensação de ordem na vida.
• Fofocaterapia — Você se esquece de coisas importantes, como “quem sou eu, para onde vou” e se foca em coisas mundanas.
[...]
LEMOS, Nina. TPM, n. 98, 4 maio 2010. Disponível em:
Dostları ilə paylaş: