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Nesses dois cenários, as cidades foram, então, divididas em áreas de muito baixa a muito alta vulnerabilidade. No caso do Rio, os pesquisadores cruzaram o mapa de vulnerabilidade com o de valores imobiliários.

"É ainda uma análise preliminar, qualitativa, mas que aponta que, no cenário mais brando, uma área de R$ 109 bilhões pode estar ameaçada nos próximos 25 anos [...] ", afirma Cabral.

Ele se refere à orla na zona sul, que inclui bairros como Barra da Tijuca, Ipanema e Copacabana. "Em termos de vulnerabilidade, o risco nessas regiões é médio. Há áreas no Rio muito mais vulneráveis, como a Ilha do Fundão e o Aeroporto Santos Dumont, mas como a zona sul concentra os imóveis mais caros, o valor em risco passa a ser mais proeminente", explica o pesquisador.

Hospitais alagados



Em Santos, a maior ameaça é justamente aos setores que precisam agir no caso de um evento climático extremo. "Mais de 60% do município está em área de alta vulnerabilidade, incluindo a chamada infraestrutura crítica", afirma Cabral. "Com a elevação do nível do mar, se ocorrer um alagamento, observamos que todos os hospitais de Santos podem ficar alagados. E isso nos dois cenários."

Os pesquisadores avaliaram também os riscos dos portos. A maioria já sofre com o aumento do nível do mar e passa por redução da borda livre - espaço seco entre o cais e a água - e redução do calado (profundidade) por assoreamento. [...]

Cabral defende que os governos precisam começar a inserir a variável das mudanças climáticas no planejamento das cidades e de infraestruturas estratégicas para o país, como os portos.

UOL notícias. Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2015/11/03/na-orla-do-rio-area-de-r-109-bilhoes-esta-sob-ameaca-doclima.htm. Acesso em: 6 nov. 2015.

- Com base no que você leu, pesquise, reflita e responda às questões propostas.

1. Por que a cidade do Rio de Janeiro foi citada na reportagem anterior?

2. Que tipos de impactos climáticos a cidade do Rio de Janeiro sofreria?

3. Segundo o texto, a principal cidade do litoral paulista, Santos, também seria atingida por essa possível mudança climática. Explique o risco de esse processo acontecer.

4. O que mais chamou a sua atenção na reportagem anterior? Comente.

Fim do complemento.



Refletindo sobre o conteúdo

1. Observe os climogramas das cidades de Atenas e Varsóvia, localizadas na Europa.

FONTE: Climogramas adaptados de: TRABALHANDO com mapas: os continentes. 26ª ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 22. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Analise os dados dos climogramas das duas capitais e depois faça o que se pede.

a) Identifique qual é o clima das duas cidades. Se precisar, consulte o mapa da página 141.

b) Compare a distribuição das chuvas nas duas cidades.

c) Compare as temperaturas nas duas cidades.



2. As geleiras, os rios e os deslizamentos de terra - poderosos agentes erosivos - operam em diferentes taxas e altitudes. Assim, o clima, que varia em função da altitude, controla o intemperismo [...].

PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. Porto Alegre: Bookman, 2008. p. 461.

a) Por que o clima varia conforme a altitude?

b) Exemplifique a situação descrita na citação acima.

c) Relembrando o que estudamos nos Capítulos 7 e 8, explique o papel do intemperismo na modificação do relevo.

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capítulo 12. A poluição do ar atmosférico e as mudanças climáticas

LEGENDA: Pequim (Beijing), capital da China, onde a poluição do ar alcança níveis muito elevados. Na foto, pessoas visitando a Praça Tiananmen durante um dia poluído, em 2015.

FONTE: Kim Kyung-Hoon/Reuters/Latinstock



A poluição do ar e os impactos ambientais

A poluição atmosférica ocorre quando o ar contém elementos nocivos à saúde, que não entram naturalmente na composição da atmosfera.

As cidades não são as únicas responsáveis pela poluição do ar. Muitos poluentes vêm de usinas termelétricas e de carvoarias instaladas fora do ambiente urbano, além de queimadas em áreas agrícolas ou de florestas. Porém, os grandes poluidores do ar atmosférico ainda são, sem dúvida, os milhares de veículos automotivos que circulam pelas cidades e as indústrias que se instalam nelas, ou nas suas proximidades.

O ar urbano contém um "coquetel" de poluentes assustador: dióxido e monóxido de carbono, óxido nítrico, dióxido de enxofre, chumbo, ozônio, além das partículas em suspensão no ar, como a poeira do solo. Esses elementos, muito tóxicos, são resíduos eliminados por indústrias - como petroquímicas e siderúrgicas - e pela queima de combustível em veículos. Esse material particulado é prejudicial à saúde, pois, inalado com frequência, pode afetar os alvéolos pulmonares.



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Pesquisas recentes apontam que minúsculas partículas originárias de veículos a diesel possuem um grande potencial cancerígeno e agravam consideravelmente casos de asma e alergia. A mistura de poluentes no ar forma o smog, que assusta os moradores das grandes cidades do mundo, tanto em países ricos como em países pobres.

Glossário:

Smog: é um fenômeno caracterizado pela formação de uma espécie de neblina composta por poluição, vapor de água e outros compostos químicos. Os tipos mais comuns são o smog urbano, o industrial e o fotoquímico.

Fim do glossário.

A poluição do ar urbano também afeta monumentos históricos e atinge até mesmo os cinturões verdes de abastecimento dos grandes centros urbanos, localizados em seus arredores, como os cinturões hortifrutigranjeiros de Mogi das Cruzes, Atibaia, Cotia e Mairiporã, próximos do município de São Paulo.

Uma das soluções encontradas para tentar diminuir a poluição do ar urbano foi estabelecer o rodízio de veículos automotivos, em que parte da frota fica fora de circulação um dia na semana ou em um determinado período do dia. Isso acontece em cidades como São Paulo, Cidade do México, San tiago (Chile), Roma (Itália) e Atenas (Grécia), entre outras.

Veremos agora que a grande quantidade de poluentes lançados na atmosfera causa muitos impactos ambientais. Em escala local e regional, destacam-se as ilhas de calor, a inversão térmica e a chuva ácida. Em escala global, são preocupantes o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio.

O efeito estufa e o aquecimento global

O efeito estufa é um fenômeno natural necessário para manter a temperatura constante na Terra. A radiação solar atravessa a atmosfera; parte dessa radiação é refletida pela Terra e absorvida pela superfície terrestre. O calor retido pelas partículas de gases e vapor de água em suspensão na atmosfera aquece o planeta, permitindo a vida. Observe na primeira ilustração a ocorrência natural desse fenômeno.

FONTE: Adaptado de: www.elpais.es. Acesso em: jul. 2012. CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES: Alex Argozino/Arquivo da editora



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A queima de combustíveis fósseis (carvão mineral e petróleo) por indústrias e veículos automotivos e as queimadas em florestas e áreas agrícolas são os principais responsáveis pelo aumento da quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o que faz intensificar a retenção do calor na superfície terrestre, elevando a temperatura global. É a intensificação desse efeito estufa que preocupa, conforme podemos ver na segunda ilustração da página 144.

Seis gases são considerados os principais responsáveis pelo agravamento do efeito estufa:

- dióxido de carbono (CO2), o principal deles;

- hidrocarbonetos perfluorados (PFCs);

- hidrofluorocarbonetos (HFCs);

- metano (CH4);

- oxido nitroso (N2O);

- hexafluoreto de enxofre (SF6).

Os maiores emissores de CO2 são, historicamente, os países desenvolvidos. Cresce, contudo, a emissão de poluentes em países emergentes, como podemos ver no gráfico abaixo.

Em razão de seu acelerado crescimento econômico, a China passou a consumir maior quantidade de fontes de energia, principalmente carvão, do qual é o maior produtor e o maior importador mundial. Como consequência, suas emissões de CO2 aumentaram e ultrapassaram as dos Estados Unidos. Em termos percentuais, em 2013, a China contribuiu com 29% do total mundial das emissões de CO2, seguida por Estados Unidos (15%), União Europeia (11%), Índia (6%), Rússia (5%) e Japão (4%). Desde 1860, o aumento da temperatura na superfície da Terra tem sido de 0,3 °C a 0,6 °C e, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla do inglês Intergovernmental Panel on Climate Change), ligado à ONU, até o ano 2100 poderá variar de 1 °C a 3,5 °C, se a emissão de gases não estiver controlada. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) e a Administração Nacional Aeronáutica e do Espaço (Nasa), o ano de 2014 foi um dos mais quentes desde 1880, com temperatura média de 0,69 °C acima da média do século XX, superando as previsões feitas em 2005 e 2010, que foram de 0,04 °C.

Temos experimentado verões bem mais quentes nas últimas décadas, o que é preocupante. Teme-se que as consequências do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global, possam ser catastróficas. Essas projeções têm motivado várias reuniões e conferências com o objetivo de conscientizar os países poluidores da necessidade de reduzirem a emissão do CO2 (leia mais sobre o assunto no Capítulo 18).

FONTE: Adaptado de: OLIVIER, J. G. J. et al. Trends in Global CO2 Emissions: 2014 Report. Emission Database for Global Atmospheric Research (EDGAR). Disponível em: http://edgar.jrc.ec.europa.eu/news_docs/jrc-2014-trends-in-global-co2-emissions-2014-report-93171.pdf. Acesso em: 30 out. 2015. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

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A preocupação com o aquecimento global é perfeitamente compreensível. Se as geleiras continuarem a derreter por causa do aumento do calor, o nível do mar poderá subir.

A projeção é de que no ano 2100 a elevação será em média de 60 centímetros, com uma variação de 15 centímetros a 90 centímetros. Se o nível do mar subir 1 metro, 17,5% do território de Bangladesh ficará submerso. Alguns países insulares poderão desaparecer. As ilhas Maldivas, no oceano Índico, que são o país com menor altitude no mundo, têm seu ponto mais alto a apenas 2,4 metros acima do nível do mar. Além das Maldivas, Tuvalu e Kiribati, no oceano Pacífico, também estão situados a poucos metros acima do nível do mar. Por isso, esses países estão ameaçados.

Boxe complementar:



Contexto e aplicação

Ícone: Não escreva no livro.

Mudança climática fará com que países inteiros desapareçam

[...]


A mudança climática já está provocando efeitos em todos os continentes e em todos os oceanos, segundo relatório apresentado em 31 de março [de 2014] por cientistas reunidos em Yokohama, no Japão. Eles alertaram que o problema tende a piorar substancialmente, a menos que as emissões de gases de efeito estufa sejam controladas.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, grupo das Nações Unidas, concluiu que as calotas polares estão derretendo, o gelo marinho no Ártico está em colapso, o abastecimento de água está sobrecarregado, ondas de calor e chuvas fortes estão se intensificando, os recifes de corais estão morrendo e os peixes e muitas outras criaturas estão migrando para os polos ou sendo extintos.

[...]


No topo da pauta está a previsão de que o nível global do mar pode subir até um metro neste século. Tal aumento será desigual por causa dos efeitos gravitacionais e da intervenção humana, de modo que prever o seu resultado em qualquer lugar é difícil. Mas nações insulares, como Maldivas, Kiribati e Fiji, podem perder grande parte do seu território, e milhões de bengaleses terão que ser deslocados. "Há muitos lugares no mundo sob risco de elevação do nível do mar, mas Bangladesh está no topo da lista", disse Rafael Reuveny, professor na Universidade de Indiana, em Bloomington.

[...]


HARRIS, Gardiner. Ambiente. The New York Times. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/04/1436488-mudanca-climatica-fara-com-que-paises-inteiros-desaparecam.shtml. Acesso em: 30 out. 2015.

- Que alerta a situação de Bangladesh dá à humanidade?

Fim do complemento.

A destruição da camada de ozônio

O ozônio pode ser altamente tóxico. Próximo do solo, torna-se um perigoso poluente, contribuindo para a formação da chuva ácida e do smog. Mas a cerca de 20 km a 60 km de distância do solo, na estratosfera, a camada de ozônio forma uma barreira que impede a passagem dos raios ultravioleta do Sol, contribuindo para proteger a vida na Terra.

LEGENDA: A imagem mostra o buraco na camada de ozônio sobre o continente antártico, em imagem obtida em 16 de setembro de 2013. As baixíssimas temperaturas da Antártida aceleram a mudança dos clorofluorocarbonetos em cloro, diminuindo a camada de ozônio. Por esse motivo, o "buraco" da camada de ozônio é maior sobre o polo sul.

FONTE: Nasa/SPL/Latinstock

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A pequena radiação que consegue atravessar essa camada é a principal causa do câncer de pele, que atinge grande número de pessoas em todo o mundo. Os raios ultravioleta do Sol afetam também as plantas e os plânctons que flutuam nos oceanos e absorvem cerca de 50% das emissões de dióxido de carbono do planeta.

Os grandes inimigos da camada de ozônio são os CFCs (clorofluorocarbonetos), muito utilizados em gases para refrigeração, em aerossóis, em material para estofamento de móveis, em carpetes e várias outras formas. Os CFCs demoram cerca de 8 anos para chegar à estratosfera; aí se rompem, sob a radiação ultravioleta, e liberam cloro. Este rea ge com o ozônio, transformando-o em oxigênio comum. Desse modo, causam a destruição da camada de ozônio, abrindo verdadeiros "buracos" nesse escudo protetor.

Para impedir que a situação se agravasse, em 1987, 24 países assinaram o Protocolo de Montreal, pelo qual se comprometiam a reduzir pela metade a produção de CFCs até 1999. Nesse ano, a ONU marcou para 2010 o fim da fabricação desses gases.

LEGENDA: Outras substâncias que agridem a camada de ozônio e têm seu uso controlado são o halon (bromofluorocarboneto), utilizado em extintores de incêndio, e o brometo de metila, empregado na agricultura como pesticida.

FONTE: Paulo Ochandio/Acervo do fotógrafo

O tratado entrou em vigor em janeiro de 1989 e foi revisto nos anos de 1990, 1992, 1997 e 1999, com a adesão de vários países; em 1992, na reunião em Copenhague, Dinamarca, ficou acordado o banimento total da produção e utilização dos HCFCs (hidroclorofluorocarbonos), que estavam sendo usados como substitutos dos CFCs, até 2030. Em setembro de 2009, todos os membros da ONU haviam ratificado o tratado. Em 2010, foram proibidas a produção e a importação dos CFCs.

Considera-se que o Protocolo de Montreal é um dos acordos internacionais mais bem-sucedidos, pois foi assinado por quase todos os países.

O Brasil aderiu ao Protocolo de Montreal em 1990, ratificando também todas as alterações determinadas nas reuniões realizadas em Londres (1990), Copenhague (1992), Montreal (1997) e Pequim (1999).

Em 16 de setembro (Dia Internacional da Proteção à Camada de Ozônio) de 2012, o Ministério do Meio Ambiente anunciou que o país havia avançado muito nas metas estabelecidas pelo Protocolo de Montreal.

Desde 1999 já não se produzem mais veículos e condicionadores de ar com CFC; não se fabricam mais refrigeradores domésticos e comerciais com esses gases desde o ano de 2001.

Em 2000, passou a ser proibido o uso de CFC em novos produtos, sendo mantida a exceção para usos considerados essenciais, como na fabricação de medicamentos. Além disso, a eliminação dos CFCs foi concluída em janeiro de 2007, três anos antes do prazo previsto.



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A inversão térmica

A inversão térmica é um fenômeno que ocorre naturalmente em vários lugares da superfície terrestre. Porém, quando ocorre nas grandes cidades, contribui para agravar o problema da poluição atmosférica.

As massas de ar movimentam-se verticalmente porque a atmosfera se resfria nas camadas mais elevadas. Quando entra em contato com a superfície da Terra - naturalmente mais quente - o ar se aquece, fica mais leve e sobe. À medida que ganha altitude, ele se resfria, fica mais pesado e desce novamente. Esse movimento constante do ar ajuda a dispersar os poluentes das camadas próximas do solo.

No outono e no inverno, quando a temperatura do solo diminui, é muito comum essa situação se inverter. Próximo do solo mais frio, o ar se resfria; nas camadas superiores, é mais quente. Essa "inversão" da temperatura do ar atmosférico é a chamada inversão térmica. Por algumas horas, até que o solo se aqueça, não há movimentação vertical do vento. Os poluentes ficam retidos bem perto do solo, agravando a poluição atmosférica. Quanto mais baixa for a camada em que ocorre a mudança de temperatura, mais aumentará a concentração de poluentes perto do solo. Em cidades muito poluídas, a "camada quente" funciona como um "tampão" que "prende" os poluentes na camada de ar frio. Observe esse efeito na imagem de abertura do capítulo. Depois, veja a segunda ilustração abaixo.

FONTE: FRÉMY, Dominique; FRÉMY, Michèle. Quid 2007. Paris: Robert Laffont, 2006.

FONTE: FRÉMY, Dominique; FRÉMY, Michèle. Quid 2007. Paris: Robert Laffont, 2006. CRÉDITOS DAS ILUSTRAÇÕES: Alex Argozino/Arquivo da editora

A chuva ácida

A água da chuva é naturalmente ácida pela dissolução de dióxido de carbono da atmosfera. Mas a mistura de poluentes existentes no ar atmosférico, como o ácido sulfúrico, o ácido clorídrico, o dióxido de enxofre, o dióxido de nitrogênio, pode torná-la ainda mais ácida.

A chuva ácida foi descrita pela primeira vez em 1872, por Robert Angus Smith, químico e climatologista inglês, ao analisar os efeitos da precipitação ácida em Man chester, na Inglaterra, que provocou a oxidação de peças de metal dos prédios e monumentos da cidade.

Centrais termelétricas, caldeiras industriais e veículos automotivos são os principais responsáveis pela chuva ácida. Por isso, os países desenvolvidos do hemisfério norte são os mais atingidos. As chuvas ácidas que caem em algumas regiões da América do Norte, da Europa e do Japão apresentam valores médios de pH iguais ou menores que 4,3.

Glossário:



pH: escala usada para medir o grau de acidez de uma solução. Varia de 1 (muito ácida) a 14 (pouco ácida). O pH 7 corresponde à neutralidade (água destilada). Uma solução é ácida quando seu pH é menor que 7; quando o pH é maior que 7, ela é básica. A chuva ácida tem pH igual ou menor que 5.

Fim do glossário.



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Os efeitos da chuva ácida muitas vezes são sentidos em regiões afastadas de onde elas se formam. Rios, lagos e solos atingidos por esse tipo de chuva têm sua acidez aumentada. Os solos podem perder nutrientes como potássio, cálcio e magnésio, causando sérios danos à vegetação.

LEGENDA: O Grande Buda de Leshan, escultura de pedra corroída pela chuva ácida e pelas intempéries, na cidade de Leshan, província de Sichuan, na China, em foto de 2015.

FONTE: Zhang Peng/LightRocket/Getty Images

FONTE: Adaptado de: ALLEN, J. L. Student Atlas of World Geography. New York: McGraw-Hill/Duskin, 2009. p. 91. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Ilhas de calor

Nos grandes centros urbanos, a temperatura nos bairros pode ser diferente da temperatura no centro da cidade. As médias térmicas costumam ser bem mais altas nas regiões centrais do que na periferia ou na zona rural. Isso acontece em razão da grande concentração de prédios, que impedem a circulação do ar. O asfalto, a falta de áreas verdes e a concentração de veículos também contribuem para o aumento da temperatura. Essas áreas são chamadas ilhas de calor.

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Com o aumento da temperatura, as ilhas de calor passam a atuar como uma zona de baixa pressão, atraindo ventos que podem levar maior quantidade de poluentes para essa área. Por isso, a poluição aí também é maior (veja a ilustração).

Embora predominem nas áreas centrais das grandes cidades, outros pontos com muitas edificações e indústrias podem se tornar ilhas de calor.

FONTE: Adaptado de: Revista Pesquisa Fapesp. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/10/11/ilha-de-calor-na-amazonia/. Acesso em: 19 fev. 2016. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora



Fenômenos naturais e novos padrões climáticos

Desde a formação da Terra, a atmosfera do planeta tem sofrido mudanças. Menos radicais do que em tempos remotos, temos hoje alguns fenômenos que são responsáveis por alterações no comportamento das chuvas, dos ventos e da temperatura do ar em várias regiões.

Há alguns anos, certos lugares sofrem enchentes devastadoras, enquanto outros enfrentam fortes estiagens, ondas de calor abrasador fazem contraste com temperaturas muito baixas e tempestades de neve violentas. Todos esses eventos naturais causam prejuízos à população das áreas atingidas, arrasando plantações, danificando construções e estradas, matando animais e, muitas vezes, pessoas.

Entre as causas dessas mudanças climáticas, destacam-se dois fenômenos: El Niño e La Niña, que têm em comum o fato de se originarem no oceano Pacífico e trazerem consequências para o clima de todo o mundo, embora de formas diferentes.

El Niño

Percebido pela primeira vez na época do Natal, o El Niño recebeu esse nome em homenagem ao Menino Jesus. Caracteriza-se pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, no litoral do Peru. Para entender a ação do El Niño, precisamos relembrar como funciona o sistema de circulação geral da atmosfera, visto no Capítulo 10, quando falamos dos ventos alísios de nordeste e de sudeste, que sopram dos trópicos para o equador (veja o mapa "Ventos principais", na página 132).



Em situação normal, os alísios sopram sobre o Pacífico ocidental, empurrando as águas mais quentes da superfície em direção à Austrália. Desse modo, na costa do Peru as águas frias da corrente de Humboldt vêm à superfície (fenômeno conhecido como ressurgência), tornando a região uma das mais ricas áreas de pesca do mundo, pois as baixas temperaturas permitem o desenvolvimento de algas, que servem de alimento para várias espécies de peixes. Há períodos em que a velocidade dos ventos alísios sobre o Pacífico ocidental diminui.

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Sem os ventos fortes, todo o oceano Pacífico equatorial começa a aquecer. Com a evaporação, formam-se nuvens que dão origem a intensas chuvas no Pacífico equatorial ocidental. Essa mudança no local de formação das nuvens acarreta modificações no padrão de circulação do ar e da umidade na atmosfera, alterando o clima no mundo. O fenômeno dura, em média, de 12 a 18 meses. Em ocorrência do fenômeno El Niño, a temperatura da superfície do mar chega a ficar até 4,5 °C acima da média.

O El Niño ocorre com uma frequência de 2 a 7 anos e é difícil prever suas consequências. Suas maiores ocorrências foram em 1982-1983 e em 1997-1998.

Durante sua ocorrência, o fenômeno El Niño provoca alterações e mudam radicalmente o comportamento esperado das chuvas e das temperaturas em todo o mundo.

Por que isso acontece?

O aumento da temperatura das águas oceânicas faz aumentar a evaporação, ocasionando a formação de nuvens e alterando o sistema global de circulação de ar. Desse modo, chove mais que o esperado para o período em alguns lugares e há secas prolongadas em outros. Por exemplo, uma massa de ar quente causada pelo El Niño, na altura do Sudeste do Brasil, vai impedir a passagem de uma frente fria que se concentra no Sul do país antes de desviar-se para o mar. Com isso, ocorrem fortes chuvas causadoras de enchentes no Sul e seca prolongada no Nordeste, pois as chuvas que deveriam cair na costa leste do Brasil ficam restritas à região Sul.

As regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país sentem menos os efeitos do El Niño, pois ele interfere pouco na circulação atmosférica dessas regiões. Em São Paulo, por causa dessa barreira, as frentes frias deixam de atuar, causando o aumento da temperatura. Por isso, faz muito calor no verão com o El Niño.

A influência do El Niño não se restringe ao Brasil. Peru, Chile, Estados Unidos, Austrália, Sul e Sudeste da Ásia (Índia, Filipinas, Tailândia e Indonésia) também são atingidos por esse fenômeno, sofrendo excesso de chuvas ou secas rigorosas.

LEGENDA: Circulação dos ventos observada no oceano Pacífico ocidental em situação normal, sem a presença do El Niño: as setas vermelhas representam os ventos alísios, que sopram próximo à superfície, de leste para oeste, ou seja, da América para a Oceania; as cores avermelhadas representam as águas mais quentes, e as azuladas, as águas mais frias.

Glossário:



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