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Contaminação dos solos em áreas agrícolas

Além da erosão dos solos, a agricultura trouxe outro grave problema para o meio ambiente. As técnicas agrícolas modernas ainda fazem uso de vários produtos que, se por um lado facilitam a tarefa do homem do campo, por outro agridem bastante a natureza. São os fertilizantes químicos e pesticidas, conhecidos como agrotóxicos.

Os agrotóxicos causam sérios danos à saúde dos trabalhadores rurais, que estão em contato direto com eles, e às pessoas que consomem os alimentos tratados com esses produtos.

As águas das chuvas carregam os agrotóxicos usados nas plantações, contaminando lençóis freáticos e rios. Além disso, podem afetar os solos, tornando-os mais pobres, pois eliminam os microrganismos responsáveis por sua fertilidade.

Desde 2008, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, tendo ultrapassado os Estados Unidos. Em 2014, o consumo médio desses produtos por habitante era de 5,2 litros, podendo ser maior nas regiões de grande produção agrícola, como o estado de Mato Grosso, onde alguns municípios chegam a 129 litros por habitante. Esse aumento do consumo está relacionado à diminuição dos preços e à isenção dos impostos sobre tais produtos, o que faz com que os agricultores utilizem maior quantidade por hectare.

O uso excessivo de pesticidas faz surgir pragas mais resistentes, o que obriga os laboratórios a lançar produtos cada vez mais potentes.

Em relação a este último caso, está atualmente em discussão o aumento do uso de agrotóxicos em lavouras de produtos transgênicos, principalmente da soja. Sobre esse tema, leia um artigo de opinião no boxe a seguir.

Glossário:

Transgênico: organismo que apresenta em sua estrutura um ou mais genes de outras espécies, inseridos por processo natural ou por técnicas da engenharia genética.

Fim do glossário.

Boxe complementar:

Outra visão

Ícone: Não escreva no livro.

Consumo de herbicida aumenta com uso de plantas transgênicas

As plantas conhecidas como transgênicas - criadas para serem resistentes aos herbicidas - foram desenvolvidas com o objetivo de simplificar o manejo de ervas daninhas dentro do sistema de produção agrícola com uso de agrotóxicos. As empresas de transgenia afirmam que as atuais variedades de transgênicos reduzem substancialmente o uso de agrotóxicos. Entretanto, uma avaliação recente feita por um especialista, dr. Charles M. Benbrook, sobre o uso de agrotóxicos nos Estados Unidos nos primeiros sete anos de cultivo comercial de transgênicos (1996-2003), mostra resultados bem diferentes.

Usando dados estatísticos do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), o estudo mostrou que o cultivo de plantas transgênicas (milho, soja e algodão) provocou um aumento no uso de herbicidas em mais de 30 milhões de quilos ao longo desses primeiros sete anos. [...] A soja transgênica é a principal responsável pelo aumento do uso de agrotóxicos.

[...] O aumento dramático no uso de herbicidas agrotóxicos nas lavouras de plantas transgênicas se deve principalmente à redução da eficácia do glifosato, causada por vários fatores, incluindo a alteração na população de ervas daninhas resistentes ou tolerantes ao glifosato. O uso constante do glifosato seleciona as plantas com menor sensibilidade ou com algum tipo de proteção contra o herbicida. A redução do preço do herbicida associado a sua menor eficácia leva o agricultor a usar quantidades cada vez maiores de agrotóxicos em sua lavoura transgênica.



Porém, o crescimento no uso de agrotóxicos não é surpresa: a comunidade científica alertou, há anos, que o cultivo de plantas resistentes aos herbicidas iria gerar mudanças na população de ervas invasoras e na sua resistência aos produtos químicos, sujeitando as plantações a um maior número de pulverizações e/ou a uma maior quantidade de herbicida para manter essas ervas sob controle.

Essas adaptações ecológicas agora são bem documentadas e têm afrontado as pesquisas apresentadas pela indústria de transgenia. Hoje, até mesmo as empresas de transgenia advertem sobre o problema.

Disponível em: www.greenpeace.org.br/transgenicos/pdf/ herbicida.pdf. Acesso em: 14 out. 2015. (Adaptado).

Glossário:

Glifosato: substância química que bloqueia a enzima responsável por uma das etapas da síntese dos aminoácidos, sendo considerada por isso um tipo de herbicida, isto é, substância que mata vegetais.

Fim do glossário.

- O artigo do Greenpeace afirma que o cultivo de plantas transgênicas não cumpriu um de seus principais objetivos: reduzir o uso de herbicidas em plantações.

- Explique por que, de acordo com o texto, esse objetivo não foi alcançado.

Fim do complemento.

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Técnicas para evitar a erosão e a contaminação dos solos em áreas agrícolas

Alguns cuidados podem evitar o desgaste dos solos cultiváveis. Há técnicas de cultivo capazes de impedir que grande parte do solo das lavouras seja levada pelas águas das chuvas.

O plantio em curvas de nível pode evitar o desgaste do solo, pois reduz consideravelmente a velocidade do escoamento das águas da chuva. Esse sistema, muito comum nos países desenvolvidos, é usado em terrenos com pouca inclinação e que permitem o uso de tratores.

Em regiões montanhosas, com muita inclinação, é bastante utilizada a técnica de terraceamento, que consiste em fazer cortes no terreno, formando degraus. Esse tipo de plantio reduz a velocidade de escoamento das águas e permite um bom aproveitamento do terreno em países muito populosos, onde falta espaço. Por esse motivo, essa técnica de cultivo é muito empregada nos países asiáticos, como Japão, Tailândia e China.

Algumas culturas, como a de café, costumam deixar grandes porções de solo expostas à erosão. Para proteger o solo, costuma-se plantar feijão nesses espaços vagos. Essa técnica é conhecida como associação de culturas.

Outra forma de proteger a terra é cultivar no mesmo terreno plantas diferentes, mas em períodos alternados. Desse modo o solo sempre tem alguma cobertura protetora. Esse "rodízio" de plantas é conhecido como rotação de culturas.

LEGENDA: Café plantado em encosta de montanha, seguindo curvas de nível, em Alto Caparaó (MG). Foto de 2015.

FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

LEGENDA: Cultivo de arroz em terraços, na Província de Yunnan, na China. Foto de 2015.

FONTE: Jin Liangkuai/Xinhua Press/Corbis/Latinstock

Também é possível evitar ou amenizar os efeitos da contaminação do solo por agrotóxicos. Em alguns lugares, a solução encontrada foi substituir os fertilizantes químicos pelos adubos orgânicos e fazer o controle biológico, que consiste em introduzir predadores naturais no lugar dos pesticidas.

As chamadas biofábricas fazem parte de um programa da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e têm como objetivo "produzir" insetos para combater pragas em diversos tipos de plantação. Um exemplo é a "produção de vespas", utilizadas mundialmente no combate de uma das principais pragas da fruticultura: a "mosca-das-frutas".

O uso de técnicas como essa pressupõe um profundo conhecimento do ecossistema rural no qual vão ser empregadas para não causar problemas ainda mais graves. Em regiões monocultoras, muitas espécies predadoras naturais do ambiente desaparecem, o que pode aumentar a quantidade de pragas e parasitas.

Desertificação

A ONU define desertificação como "a degradação das terras áridas, semiáridas e subúmidas secas, resultante de fatores diversos, como as variações climáticas e as atividades humanas".

Fatores como a erosão causada por desmatamentos, queimadas e uso intensivo do solo na agricultura, bem como a fragilidade dos ecossistemas, a pecuária extensiva e os deslizamentos ocasionados por essas atividades, são reconhecidos como principais causas e agravantes da desertificação.

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Essas questões, fundamentais para a preservação do meio ambiente, motivaram a realização da Conferência Internacional das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, em 1977, em Nairóbi, no Quênia. Nessa conferência os governos dos países reunidos consideraram esse fenômeno um sério desafio e estabeleceram compromissos para reduzir suas consequências.

A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação entrou em vigor em 1996, depois de ter sido ratificada por mais de cinquenta países, e seus objetivos são "lutar contra a desertificação e minimizar os efeitos da seca, através da adoção de medidas eficazes em todos os níveis".

Os efeitos da desertificação são sentidos em todos os continentes: na região que compreende a América Latina e o Caribe, por exemplo, mais de 25% são terras secas. Destas, 70% mostram sinais de vulnerabilidade e graus avançados de desertificação. Veja o mapa a seguir.

FONTE: Adaptado de: UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Disponível em: www.nrcs.usda.gov/wps/portal/nrcs/detail/soils/use/worldsoils/?cid=nrcs142p2_054003. Acesso em: 14 out. 2015. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

A Agenda 21, documento firmado na ECO-92, Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, determina que se entenda por degradação da terra a degradação do solo e dos recursos hídricos da vegetação, da biodiversidade e a redução da qualidade de vida.

Cerca de cem países possuem áreas com desertificação, em ecossistemas de clima árido, semiárido e subúmido seco. Segundo a ONU, as áreas mais afetadas pelo problema estão na África, Ásia, América do Sul, América do Norte e Austrália. Na Europa, o problema mais grave acontece na Espanha.

Cumprindo o cronograma da Agenda 21, a Convenção da Desertificação, órgão da ONU que discute o problema, realizou duas reuniões: em Roma (Itália), em 1997, e em Olinda (Pernambuco), em 1999. Nas duas ocasiões, cerca de 190 países definiram dois pontos importantes. O primeiro foi reconhecer que as principais causas da desertificação são consequência de atividades humanas, que provocam a erosão dos solos, a formação de areia e a redução da biodiversidade, dos recursos hídricos e das terras cultiváveis. O outro é que esse processo acarreta graves problemas sociais, como a fome, a migração das pessoas que vivem nas áreas afetadas, o analfabetismo e a diminuição da renda e do consumo. Desde 2001, a Conferência das Partes (COP) da Desertificação tem se reunido a cada dois anos.



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LEGENDA: Desertificação do solo pelo uso intensivo para agricultura somado à ação dos ventos e da chuva. Município de Gilbués (PI), em 2014.

FONTE: Cândido Neto/Opção Brasil Imagens

Na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho de 2012, foi criado um fundo internacional, formado por Brasil, França e África, para o combate à desertificação. Sobre desertificação no Brasil, leia a seção Contexto e aplicação.

Boxe complementar:

Contexto e aplicação

Ícone: Não escreva no livro.

Desertificação já atinge uma área de 230 mil km² no Nordeste

Mapeamento feito por satélite pelo Laboratório de Aná lise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas lança alerta para o fenômeno



SÃO PAULO - Como se não bastasse a falta de chuvas, o Brasil vê se alastrar no Nordeste um fenômeno ainda mais grave: a desidratação do solo a tal ponto que, em última instância, pode torná-lo imprestável. Um novo mapeamento feito por satélite pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas (Lapis), que cruzou dados de presença de vegetação com índices de precipitação ao longo dos últimos 25 anos, até abril passado, mostra que a região tem hoje 230 mil km2 de terras atingidas de forma grave ou muito grave pelo fenômeno.

A área degradada ou em alto risco de degradação é maior do que o estado do Ceará. Hoje, o Ministério do Meio Ambiente reconhece quatro núcleos de desertificação no semiárido brasileiro. Somados, os núcleos de Irauçuba (CE), Gilbués (PI), Seridó (RN e PB) e Cabrobó (PE) atingem 18.177 km2 e afetam 399 mil pessoas.

Num artigo assinado por cinco pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), do Ministério da Ciência e Tecnologia, são listados seis núcleos, o que aumenta a área em estado mais avançado de desertificação para 55.236 km2, afetando 750 mil brasileiros.

Os dois núcleos identificados pelos pesquisadores do Insa são o do Sertão do São Francisco, na Bahia, e o do Cariris Velhos, na Paraíba, estado que tem 54,88% de seu território classificado em alto nível de desertificação.

Trata-se de um prolongamento que une o núcleo do Seridó à microrregião de Patos, passando pela dos Cariris Velhos. Apenas na microrregião de Patos, 74,99% das terras estão em alto nível de desertificação, segundo dados do Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca da Paraíba.

"A degradação do solo é um processo silencioso", afirma Humberto Barbosa, professor do Instituto de Ciências Atmosféricas e coordenador do Lapis, responsável pelo estudo. No monitoramento por satélite fica evidente que as áreas onde o solo e a vegetação não respondem mais às chuvas estão mais extensas. Em condições normais, a vegetação da Caatinga brota entre onze e quinze dias depois da chuva. Nestas áreas, não importa o quanto chova, a vegetação não responde, não brota mais.

Estão em áreas mapeadas como críticas de desertificação municípios como Petrolina, em Pernambuco, que tem mais de 290 mil habitantes, e Paulo Afonso, na Bahia, com 108 mil moradores. Barbosa explica que a desertificação é um processo longo, e a seca agrava a situação. Segundo ele, em alguns casos, a situação é difícil de reverter.

Na Bahia, numa extensão de 300 mil km2 no Sertão do São Francisco, os solos já não conseguem reter água. Na região de Rodelas, no norte do estado, formou-se, a partir dos anos 1980, o deserto de Surubabel.

Numa área de 4 km2, ergueram-se dunas de até 5 metros de altura. Segundo pesquisadores, a área foi abandonada depois da criação da barragem da hidrelétrica de Itaparica, usada para o pastoreio indiscriminado de caprinos e, por fim, desmatada. O solo virou areia. O rio, que era estreito, ficou largo, e o grande espelho d'água deixou caminho livre para o vento.

[...]


CARVALHO, Cleide. Revista Amanhã. Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/revista-amanha/desertificacao-ja-atinge-uma-area-de-230-mil-km-no-nordeste-8969806. Acesso em: 14 out. 2015.

- Sobre o texto que você acabou de ler:



1. Identifique, segundo a reportagem, os estados que apresentam núcleos de desertificação.

2. Explique a frase: "Nestas áreas, não importa o quanto chova, a vegetação não responde [...]".

Fim do complemento.



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A contaminação dos solos pelo lixo

O lixo é o maior responsável pela poluição e contaminação do solo. Residências, indústrias, hospitais e usinas nucleares produzem resíduos distintos, que podem contaminar tanto o solo quanto as águas (subterrâneas, de rios, lagos, mares). A decomposição da matéria orgânica do lixo produz o chorume: resíduo fétido e ácido, que polui os solos e as águas.

O lixo urbano

O que fazer com as toneladas de lixo que diariamente as pessoas descartam nas ruas, em áreas residenciais e comerciais?

Entre os inúmeros problemas que as grandes cidades enfrentam, este, sem dúvida, é muito preocupante. É evidente que o problema do lixo não é exclusivo das grandes cidades, mas é nelas que ele se torna um desafio para a administração pública.

As formas mais comuns de destinação do lixo urbano são os lixões, os aterros controlados e os aterros sanitários (veja as figuras abaixo). Mas é frequente a ocorrência de acúmulo de lixo em terrenos abandonados, córregos, rios ou até mesmo em calçadas.

Os lixões atraem pessoas abaixo da linha de pobreza à procura de objetos e alimentos que possam aproveitar. Essas pessoas estão sujeitas à contaminação, não só pelo manuseio do lixo como também pela utilização do que encontram nele.

Em 2010, foi aprovada a lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, programa que regulamenta o gerenciamento de resíduos. Pela lei ficou determinada a responsabilidade dos geradores de resíduo e do poder público, e foram criadas regras e me tas que devem ser seguidas pela sociedade em geral.

Essa lei distingue resíduo - lixo que pode ser aproveitado - de rejeito - material que não pode ser aproveitado. Além disso, trata de toda espécie de resíduo: doméstico, industrial, da construção civil, eletroeletrônico, hospitalar, etc.

Conforme a lei sancionada em 2010, a intenção era acabar com os lixões até 2014, com prazo máximo de 2 de agosto de 2015 para o fechamento de todos eles, mantendo-se apenas os aterros sanitários. No entanto, em julho de 2015, muitos lixões ainda estavam em atividade em cerca de 60% dos municípios brasileiros, que não apresentaram planejamento para tratar os resíduos sólidos.

LEGENDA: No lixão ou vazadouro os dejetos ficam a céu aberto. Não há nenhuma preparação prévia do solo nem tratamento do chorume.

LEGENDA: Geralmente localizado ao lado do lixão, o aterro controlado recebe uma cobertura de argila e grama. Não dispõe de impermeabilização de base (o que compromete a qualidade das águas subterrâneas) nem de sistemas de tratamento de chorume ou de dispersão dos gases gerados.

LEGENDA: Neste tipo de aterro, o terreno é preparado com nivelamento de terra e uma camada resistente para a impermeabilização. Nos aterros sanitários não há contaminação do lençol freático e as implicações no meio ambiente são menores. O chorume é tratado.

FONTE DAS ILUSTRAÇÕES: Alex Argozino/Arquivo da editora, com base em: Ibams - Instituto Brasileiro de Administração Municipal, 2009.

Glossário:

Lençol freático: reservatório de água subterrânea decorrente da infiltração das águas da chuva no solo.

Fim do glossário.



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LEGENDA: Apesar de ter encerrado as atividades em 2012, o antigo lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), ainda recebe caminhões de lixo clandestinos. Foto de 2015.

FONTE: Douglas Viana/Futura Press

A reciclagem é a preocupação fundamental nessa nova política, o que inclui também a coleta seletiva e a separação do lixo. Por isso, estende a responsabilidade dos resíduos ao gerador (empresas e pessoas físicas) e não somente ao serviço de limpeza urbana. Dessa forma, quem produz resíduos, como fabricantes, comerciantes e outros, deve se comprometer a fazer o que se chama de logística reversa, recebendo o resíduo de volta. É o caso de fabricantes de pilhas e de cartuchos de impressoras, que já recolhem o material usado.

O lixo urbano pode ser classificado em domiciliar, comercial, público, industrial e hospitalar, que veremos mais detalhadamente a seguir.

Boxe complementar:

Estudo encontra poluição de plástico em 88% da superfície dos mares

Até 88% da superfície dos oceanos do mundo está contaminada com lixo plástico, elevando a preocupação com os efeitos sobre a vida marinha e a cadeia alimentar, afirmaram cientistas [...].

Os produtos plásticos produzidos em massa para brinquedos, sacolas, embalagens de alimentos e utensílios chegam aos mares arrastados pela água da chuva, um problema que deve piorar nas próximas décadas.

[...]

"As correntes oceânicas carregam objetos plásticos, que se partem em fragmentos menores, devido à radiação solar", disse o diretor das pesquisas, Andrés Cozar, da Universidade de Cádiz, na Espanha.

[...]


Os cientistas avaliaram que a quantidade total de plástico nos oceanos do mundo - entre 10 mil e 40 mil toneladas - atualmente é menor do que as estimativas anteriores. No entanto, levantaram novas preocupações sobre o destino de tanto plástico, particularmente os pedaços menores.

O estudo revelou que os fragmentos de plástico, "entre alguns mícrons e alguns milímetros de tamanho, são sub-representados em amostras da superfície do mar".

Mais pesquisas são necessárias para descobrir aonde estas partículas vão e quais os efeitos que têm na vida marinha.

[...]


G1-Natureza, 1º jul. 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/07/estudo-encontra-poluicao-de-plastico-em-88-dasuperficie-dos-mares.html. Acesso em: 16 out. 2015.

Fim do complemento.

Lixo domiciliar e comercial

O uso de embalagens descartáveis aumentou o volume de lixo domiciliar, que é composto de resíduos orgânicos (resto de alimentos, cozidos ou não - casca de frutas, verduras, etc.) e inorgânicos (papel, metal, vidro, plástico).

Uma boa solução para os detritos inorgânicos é a reciclagem. Os adeptos da reciclagem usam os 4 erres para defini-la melhor: Reduzir, Racionalizar, Reutilizar e Reciclar. Papel, plástico, vidro, latas de alumínio, embalagens plásticas de suco e de refrigerante (PET) são todos materiais recicláveis. Para ser reciclado esse material deve ser separado na coleta seletiva de lixo. Mas essa prática, embora venha crescendo nos últimos anos, ainda não é muito utilizada, pois implica um gasto maior das empresas que prestam esse tipo de serviço, por envolver maior número de caminhões e de funcionários. É preciso, sobretudo, conscientizar a população.

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No Brasil, cerca de 12% dos resíduos sólidos urbanos e industriais são reciclados e somente 14% da população brasileira é atendida pela coleta seletiva. Algumas comunidades optam pela reciclagem, pois a venda do material reciclado pode servir de sustento para muitas pessoas.

Os detritos orgânicos do lixo domiciliar não podem ser reciclados, mas podem ser transformados em adubo orgânico ou produzir gás metano. Existem usinas de compostagem que fazem o processamento do lixo com esse fim.

Entre os resíduos do lixo domiciliar que necessitam de manuseio especial destacam-se lâmpadas, remédios, pilhas, bateria de telefones celulares e de outros eletrodomésticos. Para solucionar o problema de descarte de pilhas e baterias, muitas empresas fabricantes desse tipo de produto têm realizado a coleta, ajudando, dessa forma, a preservar a natureza.

O lixo comercial é formado por resíduos de restaurantes, açougues, lanchonetes, escritórios, lojas, hotéis, etc. Além de alimentos, contém papel, papelão, plástico, embalagens de madeira, vidro e outros materiais. Pode conter também lâmpadas, baterias e pilhas.

LEGENDA: A coleta seletiva de lixo é indispensável para a reciclagem de materiais inorgânicos, como metal, vidro, papel e plástico. Na foto, lixeiras para coleta seletiva na praça do Bambu, em Alto Paraíso de Goiás (GO), em 2015.

FONTE: João Prudente/Pulsar Imagens

Lixo público, industrial e hospitalar

O lixo público é formado por resíduos da varrição, da capina, por resíduos provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças, por exemplo), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulho de obras e outros materiais deixados indevidamente pela população nas ruas, ou retirados das residências por serviço de remoção especial.

O lixo industrial e o lixo hospitalar são denominados lixos de fontes especiais porque demandam cuidados especiais em seu acondicionamento, sua manipulação e sua disposição final.

Responsável por vários impactos ambientais, o lixo industrial é formado por resíduos de atividades industriais. Entre os produtos que formam esse tipo de lixo destacamos ácidos, mercúrio, dióxido de enxofre, gases oxidantes, alcatrão, benzeno, cloro, entre outros, presentes principalmente em recursos hídricos.

O lixo hospitalar deve ser incinerado para que não haja perigo de contaminação, embora frequentemente seja lançado no lixo comum. A incineração, indispensável nesse caso, polui o ar com fumaça tóxica e grande quantidade de cinzas.

O lixo atômico

O lixo atômico, gerado principalmente pelas usinas nucleares, constitui-se em um enorme risco para as gerações atuais e mais ainda para as futuras gerações. O destino incerto do lixo nuclear no mundo é uma das questões a serem resolvidas neste século.

Os resíduos produzidos pelas usinas nucleares (urânio, césio, plutônio, estrôncio, iodo, criptônio, entre outros) são, geralmente, colocados em caixas de concreto lacradas, que são enterradas ou jogadas no mar. O perigo dessa prática é a provável corrosão dessas caixas pelas águas marinhas ou elas serem acidentalmente desenterradas. As consequências seriam as mais trágicas possíveis.

Vários países, como Japão, Reino Unido, França e Estados Unidos, fazem o reprocessamento do lixo atômico visando recuperar o urânio e o plutônio utilizados pelas usinas nucleares. O urânio pode ser enriquecido e reutilizado como combustível. O plutônio oferece mais riscos, porque pode ser usado na fabricação de bombas atômicas. Além disso, o reprocessamento acaba gerando mais lixo nuclear de alto risco.

Além das usinas nucleares, hospitais e arsenais bélicos também produzem rejeitos atômicos.

O material radioativo usado em hospitais para tratamento de câncer deve ser lacrado em recipientes de chumbo e enterrado longe de lugares habitados.



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