Vanguardismo: A noção de vanguarda é indissociável da de modernidade, tal como ela foi elaborada ao longo do séc. XIX. A arte moderna caracterizou-se pela sua vontade de ruptura com os valores sociais dominantes e com as convenções artísticas estabelecidas. Num mundo concebido não já como uma natureza mas como uma história, os
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artistas instalaram-se na ruptura permanente e a prioridade tornou-se o critério máximo da apreciação estética (Klein 1970).
No espaço da alta cultura foi possível, a partir de então, distinguir a cultura "clássica" no sentido de "classificada", integrada no património histórico, e a cultura de vanguarda. Esta última exigia, para ser compreendida na negatividade das suas intenções, um grau elevado de cumplicidade cultural e/ou um forte desfasamento cronológico. Após 1945, este foi-se encurtando. O mercado e os museus, se não o gosto maioritário, acolheram sem demora as vagas sucessivas do estilo vanguardista internacional e institucionalizaram-no.
Esta oficialização coincidiu com o esgotamento progressivo das vanguardas arrastadas por um turbilhão mais repetitivo que inovador. Na frente avançada da arte são actualmente objecto de concorrência por parte dos produtos de uma nova cultura "média" onde os elementos tirados da cultura popular estão lado a lado com as bases da cultura erudita. Se a novidade continua a ser o critério de referência, doravante ela é dissociada de uma visão linear da história. Parece de facto que a moda tomou o lugar das vanguardas, parêntese da história da arte.
R. M.
- Bell (1976), Clair (1983).
VEBLEN (Thorstein), economista e sociólogo americano (Manitowoc, Wisconsin, 1857 - perto de Menlo Park, Califórnia, 1929): Autor da Théorie de la Classe de Loisir (1899), Veblen produziu uma crítica do capitalismo selvagem e especulativo da América dos anos 1880-1890. Essa análise mantém-se pertinente para todas as sociedades que permitem realizar lucro sem fornecer trabalho produtivo. Da sua concepção evolucionista da história destaca-se a ideia de uma interpretação desta última a partir de um feixe de instintos. O instinto artesão, pacífico, que supõe o gosto pelo trabalho e pelo trabalho bem feito, deveria concorrer em última análise para o bem da humanidade. Distingue-se do instinto predador, característico de uma sociedade de tempo livre em que a especulação desabrocha à custa da produção, em que se colhe o que não se semeou. O termo "tempo livre" não supõe nem descanso nem preguiça; evoca um consumo improdutivo do tempo que exprime o desdém para com um trabalho produtivo e testemunha com ostentação a capacidade pecuniária para proporcionar a si próprio uma vida ociosa. O tempo livre supõe a propriedade, e a inveja que se suscita naquele que, para viver, tem de sujar as suas mãos é o padrão com que se mede a estima de que se é objecto. Na cultura humanista, isto é, não prática, o requinte das maneiras apontam outras tantas formas de tempo livre.
L. D.-G.
Velhice: A velhice deve ser compreendida como uma construção social produzida pelos quadros sociais, perpetuamente renegociada e redefinida em função desses quadros. não pode ser reduzida a uma realidade biológica feita de usuras e de incapacidades, que resultam do processo contínuo da desgenerescência. Cada sociedade, em cada período da história, reinterpreta socialmente as diferenças biológicas e cronológicas que separam os indivíduos, a fim de elaborar a organização social do ciclo de vida e de atribuir papéis e estatutos sociais específicos a cada escalão de idade. Os papéis e os estatutos dos velhos foram
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flutuantes ao longo da história (Minois 1987). A velhice nas sociedades pré-industriais não foi sistematicamente dotada de um estatuto prestigioso em virtude da valorização da sua sabedoria e da sua experiência. Se o advento da sociedade industrial se traduziu, sobretudo, por uma degradação do estatuto social dos velhos, este movimento não envolveu todas as classes sociais desta sociedade com a mesma força. Podemos encontrar uma ilustração disso mesmo no facto de a entrada na velhice, identificável na nossa sociedade pelo acesso ao estatuto de inactivo, não se verificar na mesma idade em todas as classes sociais. A perda da inserção social e a redução do sistema de funções, ou mesmo "a morte social", intervêm mais cedo para as classes populares que para as classes superiores, sendo estas últimas susceptíveis de pôr a render o conjunto dos seus recursos sociais para prolongar os seus papéis e as suas funções da idade adulta (Guillemard 1971). O limiar da velhice é pois flutuante em função das sociedades, e, no interior de uma mesma sociedade, segundo a classe a que se pertence. É preciso sublinhar que o desenvolvimento dos sistemas de reforma que acompanham o florescimento da sociedade industrial levou a fazer da idade da reforma um dos limiares significativos da entrada na velhice. Nestas sociedades, a velhice ganhou os contornos da reforma. Mas, progressivamente, novos recortes interiores à última etapa da vida emergiram, tais como a terceira e a quarta idades, que traduzem tanto o prolongamento deste período da vida (na França, a esperança de vida aos 60 anos é da ordem dos 20 anos, INSEE, 1985) como a tomada em consideração da velhice como problema social e não já como questão meramente privada e familiar. Nestas condições, a multiplicação das intervenções em favor da velhice levou a distinguir uma velhice dependente que tem a ver com as instituições médico-sociais, de uma velhice autónoma, que tem mais a ver com políticas de animação e de integração social (Guillemard 1980).
A.-M. G.
- Communication (1983).
Violência colectiva: Utilização, por um conjunto de indivíduos, da força física em ordem a atingir a integridade das pessoas ou dos bens. Este comportamento pode ser politicamente orientado. À excepção da visão apologética que dela dão F. Nietzsche ou G. Sorel (onde ela aparece como a parteira da História), a violência colectiva é geralmente marcada com o sinete da ilegitimidade. É, entendido que os opositores podem recorrer a outros meios de acção para se fazerem ouvir. Se a violência é efectivamente susceptível de cessar a partir do momento em que se instaura o diálogo, será ainda necessário que as condições estruturais de um tal diálogo estejam reunidas: a violência colectiva, que pode ser trazida pelos excluídos do sistema, não tem como único suporte os "falhados" da socialização. Ao apoiarem-se na hipótese frustração = agressão, certos autores (Gurr 1970) contribuíram para reforçar a impressão de irracionalidade contida no fenómeno: este é-nos apresentado sob os traços de uma súbita explosão de cólera. Outros autores contestaram a hipótese segundo a qual os indivíduos mais frustrados seriam os mais inclinados a participar em tais manifestações de violência. Nesta perspectiva, a irracionalidade já não pode ser o agente da violência colectiva: analisando o movimento
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luddita (destruição das máquinas no início da era industrial), alguns historiadores mostram que a violência contra os bens pode, na realidade, disfarçar uma estratégia relativamente racional ("arrematação colectiva pela via do tumulto"). Desligada do puro juízo moral, a violência não se apresenta portanto necessariamente ao sociólogo sob o prisma de um fenómeno disfuncional.
P. M.
- Aron (1973), Coser (1956), Tilly (1978).
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W
WEBER (Max), economista e sociólogo alemão (Erfurt 1864 - Munique 1920): Após uma tese de doutoramento sobre a história agrária romana, Weber consagra ao ensino universitário apenas alguns anos. Primeiramente, é a sua saúde que dele o afasta; seguidamente, uma herança permite-lhe voltar-se em definitivo para a investigação. Não apenas Weber domina a sociologia alemã na viragem do século, mas a sua influência é, ainda hoje, considerável, em todas as especialidades da sociologia.
As análises do poder e dos seus tipos de legitimidade, da burocracia e das suas estruturas e funções forneceram o enquadramento conceptual e o conteúdo de numerosos capítulos da ciência política e da teoria das organizações. A sua reflexão sobre a epistemologia das ciências sociais, as soluções que ele propõe mantêm-se actuais: quer se trate da especificidade das ciências sociais relativamente às ciências da natureza, da elaboração dos conceitos ideais-típicos, do papel da compreensão das acções humanas no trabalho do sociólogo, da selecção de objectos científicos na infinidade do real graças às relações, aos valores da diferença entre essas relações aos valores e os juízos de valor, ou finalmente do pôr em evidência a causalidade nomeadamente através da comparação.
Mas o seu estudo mais célebre é L'Éthique protestante et l'esprit du capitalisme (1920), onde Weber demonstra que os comportamentos dos indivíduos só são inteligíveis se se tomar em consideração as suas concepções do mundo, uma parte das quais é constituída pelas crenças religiosas. É pois bem sem razão que se reduz por vezes a tese weberiana a uma crítica de Marx segundo a qual a religião explicaria a economia. É verdade que há homologia estrutural entre o capitalismo e a ética protestante; e é de facto esse ethos, que caracteriza o puritano e que está ausente de todas as civilizações não ocidentais, que os seus Aufsätze zur Religions soziologie (1920) puseram em evidência. Para falar verdade, todos os trabalhos de história social e económica de Weber são uma procura da solução para a obsidiante questão da especificidade histórica do capitalismo. Será no seu magnum opus inacabado, Economie et société (1922a), que ele sistematizará a sua sociologia religiosa integrando-a numa sociologia geral. Embora esta obra não esteja escrita more geometrico, o projecto weberiano é de facto o de construir todo o edifício social a partir de elementos irredutíveis, de formas complexas a partir de tipos puros. Ora, para Weber, o átomo sociológico é o indivíduo e não as estruturas que se tem tendência a coisificar. A partir das acções dos indivíduos que classifica em quatro tipos (racional em finalidade, racional em relação a um valor, afectiva, tradicional), Weber deduz os conceitos de relações sociais de comunidade, de agrupamento, etc., explica as regularidades e as legitimidades. Assim, por síntese abstractiva, progressiva, constrói os "tipos-ideais" das sociologias económica, política, religiosa, jurídica.
M. C.
- Besnard (1970), Freund (1966), Weber (1921a, 1921b, 1922b, 1923).
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