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PRIMEIRO DE MAIO/ATRÁS DA CATEDRAL DE RUÃO/O POÇO/PERU DE NATAL/FREDERICO PACIÊNCIA/NÉLSON/TEMPO DE CAMISOLINHA - CONTOS



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PRIMEIRO DE MAIO/ATRÁS DA CATEDRAL DE RUÃO/O POÇO/PERU DE NATAL/FREDERICO PACIÊNCIA/NÉLSON/TEMPO DE CAMISOLINHA - CONTOS
No primeiro, A estória mostra Juca que recorda duas passagens distintas de sua existência, acontecendo a primeira na infância e a segunda na fase adulta. A primeira narra o primeiro beijo do menino, dado em Maria, que faz com que haja uma insanidade em seu interior. Todavia, o beijo sofre a interrupção de sua tia, Tia Velha, que vê no ato o pecado e as duas crianças são expulsas do quarto numa reprodução de Adão e Eva e o Paraíso.

A outra passagem revela o reencontro com Maria, ambos adultos: ela, separada do marido. O calor havido no passado é imediata e grandemente aceso, mas o medo domina a mente de Juca que foge. O segundo mostra um ajuntamento de vizinhos em perseguição a um homem na calada da noite. Como sói acontecer, a solidariedade é trazida à tona devido à proximidade do perigo. Ao final, isto vai se transformar numa festa alegre e de confraternização. Um dos perseguidores com seu violino e apenas uma música em seu repertório granjeia a sua primeira glorificação. Uma mulher bonita, embora mal-amada, vem a sentir-se objeto de atenção dos homens. Depois, apenas um pequeno grupo deixa-se ficar conversando enquanto espera o bonde. O sortilégio se quebra com a dispersão de todos. O terceiro conto refere-se a um carregador de malas da estação da luz, em São Paulo, o 35 (eles são conhecidos pelo número), que fica chocado no Dia do Trabalho, com a proibição governamental de toda e qualquer comemoração alusiva à data (passeatas, comícios e outras em locais fechados). Da manhã para a tarde tudo está mudado. A única coisa que se vê nas ruas são policiais. 35 resolve voltar para casa e resolve visitar seu local de trabalho, onde ajuda o 22 no carregamento de algumas pesadas malas. O outro conto tem uma humilde professora (preceptora), Mademoiselle, de francês sendo tumultuada por suas fantasias sexuais, a única coisa a arrancá-la de sua solidão. A conversação com suas alunas Alda e Lúcia, com suas curiosidades da juventude daquela época, mescladas com malícias escondidas em expressões francesas. Os anseios sexuais da professora levam-na à lembrança do estupro atrás da catedral de Ruão na plenitude de sua adolescência. Para o quinto conto, Joaquim Prestes é um fazendeiro despótico que deixa entrever em seu rosto a avidez da uma “boca traiçoeira” de um poço. José, um peão, tem sua revolta ao ver o irmão, Albino, doente, em perigo de vida. Joaquim Prestes deixa sua caneta cair no poço e a quer de volta, não importando o preço. Ao final, a caneta é devolvida e, no entanto, está rachada e não mais funciona. O patrão joga-a no lixo e pega outra caneta de ouro, retirando-a de um estojo onde se nota a presença de várias delas. Juca é a personagem-narrador do sexto conto que, aproveitando sua fama de louco, que o deixava à margem da vida de uma família de “normais”, procura transformar uma ceia de Natal em um experimento de solidariedade familiar a toda prova. Uma batalha entre a memória do pai falecido e o peru da ceia só vai ter resolução quando Juca passa a louvar o extinto progenitor, em ato de fingimento. A batalha travada entre a mãe, a tia e a irmã entre a tristeza da ausência do falecido e a alegria da presença da ceia, acaba e todos se entregam aos prazeres que a ceia proporciona. No sétimo conto, Frederico Paciência mal chega à escola desperta no narrador uma diversidade de emoções: ódio, raiva, admiração, sinceridade, emulação, inveja, pelo destaque imediatamente granjeado. Com o passar dos dias, uma amizade profunda e sincera nasce entre eles dois, causa de comentários maliciosos dos demais, chegando a levá-los às vias de fato com os camaradas. Com a morte do pai de Frederico, este sente pela primeira vez a presença da morte e uma sombra vem turvar-lhe a mente. Juca procura-o para confortá-lo e, talvez, iniciar a ligação homossexual. Ao aproximar-se, sente uma barreira interposta pelo morto. Frederico muda-se para o Rio. Os dois trocam cartas afetuosas e cheias de carinhos. Com a morte da mãe de Frederico, novamente surge a oportunidade de um reencontro, mas Juca prefere um telegrama e mais uma afetuosa carta, findando a possibilidade de um possível caso de homossexualidade. No penúltimo conto, o relato é a respeito de um homem sem nome, dono de uma face pálida ao extremo, chegando a parecer a cara maquiada dos palhaços, e também dono de trejeitos “mecanizados”. Tem ainda a mão deformada e uma garçonete-prostituta se sente solidária a ele, tentando ocultar seu aleijão, protegendo-o de agressões doa rapaziada freqüentadora do bar. Ele tem ainda a paixão por uma paraguaia que o deixa movida pelo ódio a todos os brasileiros por terem vencido a Guerra do Paraguai. O último conto mostra um Juca desafeto com o mundo traumatizado pelo corte de seus longos cachos infantis. Ele vem a possuir três estrelas-do-mar e isto restabelece sua alegria na vida dando-lhe uma existência plena de paixão. A alegria, no entanto, é logo interrompida quando ele vem a conhecer a dor de um homem, refletida num operário. Juca oferece a este operário as suas estrelas-do-mar.
MENOTTI DEL PICCHIA: Poemas do vício e da virtude; Juca Mulato; Moisés; Máscaras; Flama e argila; O pão de Moloch; O homem e a morte; A mulher que pecou; Angústia de D. João; O crime daquela noite; Chuva de pedra; O amor de Dulcinéia; República dos Estados Unidos do Brasil; O curupira e o carão (em colaboração com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado); A república 3000; A Revolução Paulista; O despertar de São Paulo; Jesus; Kalum, o sangrento; No país das formigas; Salomé; O nariz de Cleópatra; A outra perna do saci; Poemas de amor; Toda nua; Tragédia de Zilda; A filha do inca; Poesias (poesia). Dente de ouro (novela). A tormenta (romance). Um dos líderes da Semana. Precursor do verso livre modernista. Ritmos variados, riqueza de vocabulário, de metáforas. Imagens e comparações pitorescas e ousadas. Juca Mulato deu-lhe prestígio e popularidade (sentido nacionalista, antecipação das linhas da nova poesia).
MANUEL BANDEIRA: Cinza das horas; Carnaval; Ritmo dissoluto; Libertinagem; Estrela da manhã; Mafuá do Malungo; Opus 10; Lira dos cinqüent'anos; Belo, belo; Estrela da tarde (poesia). Crônicas da província do Brasil; Guia de Ouro Preto; Noções de História das literaturas; Literatura Hispano-Americana; Gonçalves Dias; Itinerário de Pasárgada; De poeta e poesia; Flauta de papel (prosa). Iniciador do movimento e uma das figuras mais importantes da poesia brasileira. Tido como "gosto humilde da tristeza". Capacidade de resumo, humor, simplicidade de linguagem, de temática, superando as limitações impostas pelos movimentos (parnasianismo, simbolismo), na busca de expressão mais livre e pessoal. Inspiração no desabafo dos sentimentos físicos (desencantos) ao amadurecimento da sensibilidade lírica (beleza das coisas corriqueiras, luta diária dos heróis anônimos: lavadeiras, meninas, bêbedos), ao atingir a maturidade (instauração do diálogo na poesia).
CASSIANO RICARDO: Dentro da noite; A frauta de Pã; Borrões de verde e amarelo; Vamos caçar papagaios; Martim Cererê ou O Brasil dos meninos, dos poetas e dos heróis; O curupira e o carão (em colaboração com Menotti del Picchia e Plínio Salgado); Deixa estar, jacaré; O sangue das horas; Um dia depois do outro; A face perdida; Poemas murais; A difícil manhã; Jeremias Sem-chorar (poesia). Lírico, sentimental e neoparnasiano. Depois, um dos mais combativos do modernismo. Motivação nacional (folclore, primitivismos, história). Versos caracterizados por experiências inéditas de ritmo e rima, inovações gráficas e de vocabulário.
GUILHERME DE ALMEIDA: Nós; A dança das horas; O livro de horas de sóror Dolorosa; A frauta que eu perdi; Meu; A flor que foi um homem; Raça; Pequeno romanceiro. Poemas caracterizados pelo domínio técnico e artesanal da rima, do ritmo, das palavras. Popularidade com versos de inspiração romântica.
RAUL BOPP: Cobra Norato; Urucungo (poesia). Verdamarelista; depois, antropófago. Influência de Mário e Oswald de Andrade. Manifestação de uma visão nacionalista da literatura, com audaciosas construções extragramaticais e material extraído da mais pura linguagem popular, baseado no mundo primitivo amazônico e poesia negra, no segundo livro.
OSWALD DE ANDRADE: Os condenados; Memórias sentimentais de João Miramar; Estrela de absinto; A escada vermelha; Serafim Ponte Grande; A revolução melancólica; Chão (romances). Pau-brasil; Primeiro caderno do aluno de poesias Oswald de Andrade (poesia). O homem e o cavalo; A morta; O rei da vela; O rei Floquinhos (teatro). Figura de destaque do modernismo. Obra irreverente, revolucionária e nacionalista. Uma das mais originais da literatura brasileira: crítica penetrante, cheia de humor contra a hipocrisia e o falso moralismo. É também contra a estética tradicionalista e a simples cópia de modelos estrangeiros. Lançador da corrente antropofágica: Toda a cultura estrangeira devia ser mastigada e deglutida. Proposição do retorno ao primitivismo e à valorização dos elementos selvagens, naturais do Brasil. Prosa telegráfica, técnica de colagens e imagens em planos descontínuos de tempo e de espaço, mescla de óticas de ingenuidade, ironia, sentimentalismo e intelectualismo: o Brasil através do olho de um índio. Pequenos poemas de temática variada.

MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE JOÃO MIRAMAR
Em 163 episódios numerados, considerados “capítulos-relâmpagos”, numa técnica de composição revolucionária, a estória fala da infância de João Miramar, sua adolescência e a viagem à Europa no navio Marta, o regresso ao Brasil devido ao falecimento da mãe, o casamento com Célia e caso paralelo com uma atriz, Rocambola, o nascimento da filha, o divórcio, o falecimento de Célia e a falência de João Miramar.
SERAFIM PONTE GRANDE
Serafim é funcionário numa repartição pública federal. Na infância, fragmentos misturados com vivências pessoais, contato com o sexo e aprendizado escolar. Na adolescência, persiste a obsessão sexual. Na maturidade, a estória tem início com seu casamento, na "marra", com Lal , na polícia. Aparecem os lances de sua vida de casado e a amizade com Pinto Calçudo. Lal  foge com Celestino Manso. Serafim participa de uma revolução contra o moral e a ordem, avançando com um canhão contra a mulher, os filhos, o chefe da repartição, a cidade. Rouba os revolucionários, bota o dinheiro a juros e fica rico. Parte para conhecer a Europa e o Oriente, levando Pinto Calçudo. Este ameaça a popularidade de Serafim que o expulsa do romance. Na viagem, envolve-se em casos amorosos, faz múltiplas peripécias e retorna ao Brasil. Instala seu canhão em cima de um arranha-céu e ameaça a polícia, a imprensa e o serviço sanitário. Entretanto, morre fulminado por um raio. Após sua morte, numa "errata", a família constrói um hospício de luxo com o nome de Asilo Serafim. Depois, Pinto Calçudo retorna, na posição de protagonista. Ele é comandante de um navio que empreende uma viagem permanente e de liberação total dos instintos.
ALCÂNTARA MACHADO: Brás, Bexiga e Barra Funda; Laranja da China (contos). Mana Maria (romance inacabado). Cavaquinho e saxofone (crônicas, ensaios, crítica literária). Modernista típico. Retratos do imigrante italiano de São Paulo, os bairros operários. Autenticidade e calor vital a figuras e costumes. Personagens como sínteses psicológicas. Espírito de observação e realismo flagrante, agudo senso caricatural. Presença da poesia, do patético e do trágico. Profundo sentimento humano. Vivificação pela transposição artística do léxico e da sintaxe popular brasileira. Resultado: prosa leve, flexível, expressiva. Estilo inimitável pela graça e pelo humor absolutamente pessoais.
BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA
Contos que retratam, de maneira crítica, anedótica, apaixonada e, todavia, humana, o modo de vida dos imigrantes italianos, os ítalo-paulistanos, tanto nos bairros proletários, como nos bairros daqueles que se vão aburguesando, do pequeno comércio, com uma linguagem típica, resultante da mistura de línguas daqueles imigrantes, o convencionado "português macarrônico". São narrados fatos diversos de alguns aspectos dos novos habitantes do Brasil, sua vida de trabalhadores dentro de uma intimidade e do cotidiano, os tipos humanos, seus afazeres, seus usos e costumes, os entraves para a integração social. Aparecem também literatos, jornalistas, artistas, políticos, cientistas e industriais, oriundos do meio.
RONALD DE CARVALHO: Luz gloriosa; Poemas e sonetos; Epigramas irônicos e sentimentais; Toda a América; Jogos pueris (poesia). Pequena História da Literatura Brasileira; O espelho de Ariel; Estudos brasileiros (prosa). Poesia caracterizada pelo verso livre e riqueza de metáforas; prosa com requinte intelectual e artístico. Toda a América, sua melhor obra, com ritmos caudalosos. Uma tentativa de definição da terra americana, seu sentido, seu destino.
RIBEIRO COUTO: Jardim das confidências; Poemetos de ternura e melancolia; Um homem na multidão; Província; Cancioneiro do ausente; Mar e rio (poesia). A casa do gato cinzento; O crime do estudante Batista; O largo da Matriz (contos). Prima Belinha (romance). A primeira é obra simbolista. Depois, modernista. Busca de assuntos do cotidiano, através de uma poesia simples, procurando a "experiência vivida". Valorização do lirismo popular das modinhas e temas como a infância, o amor, a vida cotidiana.
ASCENSO FERREIRA: Catimbó; Cana-caiana (poesia). A princípio parnasiano e, em seguida, modernista. Aproveitamento de elementos pitorescos e exóticos do cotidiano regional pernambucano, com valorização de seu vocabulário típico.
TASSO DA SILVEIRA: Fio d'água; A alma heróica dos homens; Alegorias do homem novo; As imagens acesas; Canto do Cristo do Corcovado; Discurso ao povo infiel; Cantos do campo de batalha; Contemplação do eterno; Canções a Curitiba; Puro canto; Regresso à origem; Poemas de antes (poesia). Integrante do grupo espiritualista. Lirismo transcendente, com nostalgia do "paraíso perdido", de contemplação filosófica, meditações sobre a transitoriedade das coisas. Poesia de salmos e preces. Metro livre, ritmo largo, espraiado. Presença de exageros de racionalismo e lógica, com prejuízo da inspiração e do imprevisto poético.

MURILO ARAÚJO: A galera; Carrilhões; Árias de muito longe; A cidade do ouro; Estancia à quimera; A iluminação da vida; A primeira missa no Brasil; As sete coroas do céu; A estrela azul; A escadaria acesa; O palhacinho quebrado; A luz perdida; O candelabro eterno; Poemas completos (poesia). Pré-modernista, remanescente do simbolismo. Depois, modernista, com afinidade ao verde-amarelismo paulista. Metáforas brilhantes, ritmos bem marcados, descritivo colorido. Poeta de imagens vivas, luzes e cores. Temas de tendência espiritualista.
PLÍNIO SALGADO: Tabor; A anta e o curupira (poesia). O estrangeiro; O esperado; O cavaleiro de Itararé (romances). O curupira e o carão (em colaboração com Menotti del Pichia e Cassiano Ricardo); Literatura e política; Literatura gaúcha; O que é Integralismo; Psicologia da revolução; A quarta humanidade; Despertemos a Nação!; Cartas aos camisas-verdes; A doutrina do Sigma; Carta a Getúlio Vargas; Vida de Jesus; A aliança do sim e do não; A mulher no século XX; O integralismo brasileiro perante a nação; Como nasceram as cidades do Brasil; A imagem daquela noite; Direitos e deveres do homem; Espírito da burguesia; Críticas e prefácios; Imitação de Cristo (ensaios). Oriente (viagem). Nosso Brasil; Roteiro e crônica de mil viagens; Contos e fantasias; Sete noites de Joãozinho (literatura infantil). Verde-amarelista. Predominância das obras de caráter doutrinário sobre o Integralismo. Interesse literário para suas poesias, romances e alguns ensaios e críticas e história literária, feitas com lavor artístico e meditação sobre o sofrimento humano. Prosa de um talentoso orador, bom domínio do fraseado, senso de ritmo e oralidade, ênfase declamatória, imagens vigorosas.

SEGUNDA FASE POESIA
AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT: Canto do brasileiro Augusto Frederico Schmidt; Canto do liberto Augusto Frederico Schmidt; Navio Perdido; Pássaro cego; Canto da noite; Estrela solitária; Mar desconhecido; Aurora lívida; Babilônia. Poesia caracterizada por lirismo de fundo romântico, em que dominam temas de meditação religiosa e filosófica, emprego do verso bíblico e formas grandiloqüentes e discursivas.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE: Alguma poesia; Brejo das almas; Sentimento do mundo; José; Rosa do povo; Poesia até agora; Claro enigma; Fazendeiro do ar; A mesa; Viola de bolso; Viola de bolso novamente encordoada; Soneto de buquinagem; O ciclo; 50 poemas escolhidos pelo autor; A vida passada a limpo; Antologia poética; Obra completa; Versiprosa; José e outros; Boitempo; Reunião; As impurezas do branco; Menino antigo; Amor, amores; O marginal Clorindo Gato; Paixão medida (poesia). Confissões de Minas; O gerente; Contos de aprendiz; Passeios na ilha; Fala, amendoeira; A bolsa & a vida; Cadeira de balanço; Caminhos de João Brandão; O poder ultrajovem; De notícia & não notícia faz-se a crônica (contos e crônicas). Poesia que acompanha a evolução dos acontecimentos, registrando aquilo que o rodeia e que existe na realidade do dia a dia (desde o poema-piada e da descontração da primeira fase às composições mais individualistas). Numa primeira fase, inconformismo, rebeldia indignada contra um estado de coisas, aceitação de modernismos - entre eles, a sátira, o humor, o poema-piada, visão de um mundo heróico, sensibilidade aguda, investigação de coisas contrárias (parte e todo, simples e complexo etc., prosa em verso, sentimento humanitário, melancolia e auto-ironia e pessimismo. Numa segunda fase, universalidade, solidariedade, lirismo, política, socialismo, panfletarismo e inspiração revolucionária. Pela terceira fase, poesia ainda revolucionária, densidade, o dia a dia, a natureza, o amor, o tempo, o mistério da vida, o homem em face do mistério, reflexões filosóficas, proximidade a Camões e a Fernando Pessoa, classicismo. Finalmente, na quarta fase, lembranças, fase rememorativa, revolta, a recuperação do tempo perdido, o balanço e a revisão, ainda o humor, erotismo, o corpo. Junto, sempre, a impossibilidade do homem sozinho realizar alguma coisa. Multiplicidade de temas, tratados por estilo inconfundível. Preocupação pela perfeita harmonia entre o fundo e a forma. Incansável pelo labor poético, artista atento às conquistas do seu gênero. Aproveitamento de inovações válidas (desintegração sintética e vocabular).
CECÍLIA MEIRELES: Espectros; Nunca mais e Poema dos poemas; Balada para El-Rei; Viagem; Vaga música; Mar absoluto; Retrato natural; Romanceiro da Inconfidência; O pequeno oratório de Santa Clara; Metal rosicler; Solombra. Livre de qualquer escola literária. Poesia intimista e pessoal, com características universais e intemporais. Parnasiana, simbolista, modernista. Reponte de elementos da experiência dos muitos países que visitou ao longo de suas viagens. Romanceiro toma emprestados os heróis e os motivos da rebelião mineira.
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
Longo poema em que há uma mescla de elementos líricos, épicos e dramáticos, referentes à saga dos inconfidentes mineiros e à vida setecentista de Minas Gerais. Ao forte sentimento de nacionalidade associam-se profundas reflexões sobre a liberdade, o poder, a justiça, o amor, a amizade, a vida e a morte.
VINÍCIUS DE MORAIS: O caminho para a distância; Novos poemas; Forma e exegese; Ariana, a mulher; Cinco elegias; Poemas, sonetos e baladas; Antologia poética; Livro dos sonetos; Novos poemas II; Procura-se uma rosa; Para uma menina com uma flor (poesia). Orfeu da Conceição (teatro). Para viver um grande amor (crônicas). Numa primeira fase, tendência para o transcendental (duelo entre a carne e o espírito, sexo e religião); a segunda fase é a da evolução (aproximação do mundo material, da realidade circunstante, do local e transitório). Aceitação da vida e da realidade, integração no tempo e no espaço; Daí, uma poesia de ritmo mais tranqüilo, expressão mais colorida. Donde, uma poesia caracterizada pela tempestuosidade, pelo patético, pela grande alegria de viver e penetrante força lírica.
JORGE DE LIMA: XIV alexandrinos; O mundo do menino impossível; Poemas; Novos poemas; Poemas escolhidos; A túnica inconsútil; Quatro poemas negros; Livro dos sonetos; Tempo e eternidade (com Murilo Mendes); A invenção de Orfeu (poesia). Salomão e as mulheres; Calunga; Guerra dentro do beco (prosa). Poesia multiforme, partindo da metrificação e da rima, passando ao modernismo folclórico, religiosidade (poesia bíblica e mística), chegando a um neo-simbolismo e surrealismo muito pessoal, através de um processo de crescente interiorização e libertação formal.

MURILO MENDES: Poemas; Bumba-meu-poeta; Tempo e eternidade (com Jorge de Lima); Os quatro elementos; Poesia em pânico; O visionário; As metamorfoses; Mundo enigma; Poesia liberdade; Sonetos brancos; Contemplação de Ouro Preto; Parábola; Siciliana; Tempo espanhol; Convergência (poesia). O discípulos de Emaús; A idade do serrote; Poliedro (prosa). Mesmo em suas primeiras obras, tendências claramente modernistas (visão humorística da realidade brasileira). Convertido ao catolicismo, elementos humorísticos diminuem; valores visuais são acentuados. Ampliação e diversificação dos horizontes da poesia. Na temática, um dissídio entre angelismo e demonismo, bem e mal, espírito e carne, Deus e Diabo. Na expressão, visão suprarrealista, alucinação, desvairamento dos símbolos, abstração do tempo e do espaço, deformação dos seres e objetos, apelo ao alegórico. No idioma poético, mistura do concreto e do abstrato, poético e prosaico, linguagem elevada e gíria, criação vocabular, adjetivação do substantivo, superposição de imagens.

SEGUNDA FASE
GRACILIANO RAMOS: Caetés; São Bernardo; Angústia; Vidas secas (romances). Histórias de Alexandre; Insônia; Histórias incompletas; (coe-tos). Infância; Memórias do cárcere (memórias). Viagem (viagens). Linhas tortas; Viventes das Alagoas; Alexandre e outros heróis (póstumos). Das mais expressivas figuras do grupo de escritores nordestinos. Literatura insuflada de vida, forte densidade humana, fruto da experiência pessoal. Considerado por grande parte da crítica melhor romancista moderno, pelo limite elevado do clima de tensão nas relações homem, meio natural, meio social, onde a morte é uma constante. Três categorias: pesquisa progressiva da alma humana, retrato e análise social; modos de ser e condições da existência; irresistível necessidade de depor. Temas: seca, latifúndio, drama dos retirantes, caatinga. Personagens: seres oprimidos, moldados pelo meio.
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