Fronteiras da Globalização 3


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1. Indique um aspecto importante para conhecer os dados demográficos de um país.

2. O que significa afirmar que o Brasil apresenta crescimento vegetativo positivo, enquanto algumas nações europeias têm crescimento vegetativo negativo?

3. Observe o esquema a seguir.

Ícone: Não escreva no livro.

FONTE: Adaptado de: COHEN, David. Revista Época, 25 maio 2009. Disponível em: www.enemvirtual.com.br/exercicios-sobre-populacao/. Acesso em: 23 mar. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

a) Identifique o fenômeno descrito no esquema.

b) Releia o capítulo e explique duas causas para a situação descrita no esquema anterior.

4. Analise os gráficos a seguir.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Projeção da população por sexo e idade para o Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, 2013. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

a) Que nomes esses gráficos recebem?

b) Elabore duas conclusões com base na análise dos gráficos apresentados.



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capítulo 10. Brasil: movimentos migratórios

LEGENDA: A grande mobilidade espacial é um dos traços marcantes da população brasileira. Até o fim da década de 1970, os movimentos populacionais no Brasil caracterizaram-se pela grande mobilidade de pessoas dentro do próprio país e pela vinda de imigrantes europeus e asiáticos nos séculos XIX e XX. Na imagem, migrantes nordestinos indo para São Paulo, década de 1940.

FONTE: Henri Ballot/Instituto Moreira Salles



Migrações internas: tradição histórica

A mobilidade interna do povo brasileiro sempre esteve ligada ao processo de povoamento de um enorme território. A sucessão dos ciclos ou períodos da economia brasileira, sempre ligados a um determinado produto ou atividade, favoreceu essa mobilidade, pois as pessoas são sempre atraídas por fatores como emprego, facilidade de obter terras ou de enriquecer rapidamente.

Veja na tabela a seguir as características das migrações no território brasileiro.

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Tabela: equivalente textual a seguir.



Histórico das migrações internas no Brasil

Ciclo

Características

XVI e XVII

Saída de nordestinos da Zona da Mata rumo ao Sertão, atraídos pela expansão da pecuária.

XVIII

Saída de nordestinos e paulistas rumo à região mineradora (Minas Gerais).

XIX

Saída de mineiros rumo ao interior paulista, atraídos pela expansão do café.

XIX

Saída de nordestinos rumo à Amazônia para trabalhar na extração da borracha.

XX - Década de 1950

Saída de nordestinos rumo ao Centro-Oeste (Goiás) para trabalhar na construção de Brasília. Esse período ficou conhecido como a Marcha para o Oeste, e os migrantes, como candangos.

Décadas de 1950 e 1960

Saída de nordestinos (principalmente) rumo ao Sudeste, motivada pela industrialização. As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro receberam o maior fluxo de migrantes.

Décadas de 1960 e 1970

Saída de nordestinos que continuaram migrando para o Sudeste, o Centro-Oeste (Mato Grosso) e o Sul (Paraná). A partir de 1967, com a criação da Zona Franca de Manaus, ocorreu intensa migração de nordestinos rumo à Amazônia (principalmente Manaus). Em grande parte foi uma migração orientada pelo governo federal.

Décadas de 1970 a 1990

Migrações de sulistas rumo ao Centro-Oeste (agropecuária) e de nordestinos rumo à Amazônia (agropecuária e garimpos). Em consequência, o Norte e o Centro-Oeste foram, respectivamente, as regiões que apresentaram o maior crescimento populacional do Brasil, nas últimas décadas.

FONTE: Tabela elaborada pelos autores.

Principais tipos de migração interna

As migrações internas no Brasil caracterizam-se por dois tipos principais: a intrarregional e a inter-regional.

Migração intrarregional é entendida como a movimentação de pessoas dentro de uma mesma região. Desde a década de 1990, essa dinâmica tem sido caracterizada pela saída de pessoas das pequenas cidades, principalmente na região Nordeste, rumo às capitais de seus respectivos estados, onde a possibilidade de novas oportunidades é maior. E também pela saída de pessoas das metrópoles nacionais localizadas no Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, rumo às cidades médias do próprio Sudeste, em busca de melhor qualidade de vida.

Neste tipo de migração, é comum trabalhadores de áreas agrícolas partirem para outras regiões, onde há necessidade de mão de obra para o cultivo de algum produto (períodos de safra). São os movimentos sazonais, assim chamados por se realizarem conforme as estações de plantio e colheita. Em geral, nos movimentos sazonais, as pessoas retornam ao local de origem quando as condições que motivaram a saída temporária são resolvidas. Um exemplo desse tipo de migração ocorre entre os trabalhadores sem qualificação profissional que residem entre o Agreste e o Sertão nordestinos (os corumbás) e se deslocam até a Zona da Mata (faixa litorânea) para realizar o corte da cana. Após a safra, geralmente depois de alguns meses, retornam aos seus locais de origem.

Migração inter-regional é o deslocamento de pessoas entre as regiões brasileiras.

LEGENDA: Um tipo de movimento populacional muito comum é o deslocamento dos boias-frias, trabalhadores que vivem em cidades, mas se deslocam para trabalhar no campo. Na imagem cortador de cana-de-açúcar em Campos dos Goytacazes (RJ). Foto de 2014.

FONTE: Luciana Whitaker/Pulsar Imagens



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Esse tipo de migração continua sendo o mais típico e, quantitativamente, o mais expressivo dentre as transferências populacionais no interior do Brasil.

Durante meio século de história, a região Nordeste, que não voltou a ter a mesma importância econômica após o declínio da economia açucareira (nos séculos XVI e XVII), caracterizou-se como região de expulsão populacional. Pri mei ro, para a região Sudeste; depois, para as novas fronteiras agrícolas das regiões Norte e Centro-Oeste.

Glossário:



Fronteira agrícola: faixa que determina o avanço da agropecuária em terras ainda não ocupadas.

Fim do glossário.

A região Sudeste, ao contrário, viveu dois momentos fundamentais para a economia brasileira - a economia cafeeira e a industrialização -, além da descoberta do ouro no período colonial. Por esses fatores e por ter abrigado a capital federal (a cidade do Rio de Janeiro) até o início da década de 1960, o Sudeste tornou-se o centro econômico do país e, em consequência, a região de maior atração populacional do Brasil, principalmente até a década de 1980.

De maneira geral, nos dois casos de migração, a população se movimenta de áreas rurais para áreas urbanas, de áreas rurais para áreas rurais e de áreas urbanas para áreas urbanas.

A saída da população das zonas rurais para as zonas urbanas, chamada êxodo rural, é o principal movimento populacional interno brasileiro, tanto em nível inter-regional como intrarregional.

As difíceis condições dos moradores das áreas rurais, como a concentração de terras, superexploração da mão de obra, poucas oportunidades de trabalho para os jovens, secas prolongadas, baixos salários, mecanização de algumas lavouras e, principalmente, a industrialização que se acentuou após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), constituem as principais causas do intenso êxodo rural brasileiro. A ilusão de melhores condições de vida na cidade, como bons empregos nas indústrias e nos serviços, salários mais altos, maior acesso à assistência médica e educação, também foi um atrativo que provocou a mudança de populações do campo para a cidade.

O êxodo rural, a partir das décadas de 1950 e 1960, deu início ao intenso processo de urbanização, que se caracterizou pelo grande crescimento da população urbana e a diminuição proporcional da população rural. Outra consequência desse movimento migratório foi o surgimento, nos grandes centros urbanos, de uma vasta massa de excluídos que passou a habitar as periferias das grandes cidades, em bairros desprovidos de infraestrutura, de transportes e de saneamento básico, muitas vezes formando as chamadas favelas. Houve também os casos dos migrantes que ficaram em pior situação e, sem alternativa, tiveram de viver nas ruas.

Veja na tabela a seguir como variou a taxa de imigração líquida entre 1950 e 1980.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Taxa de imigração líquida (%)

Região

1950

1960

1970

1980

Norte

12,12

9,72

9,9

18,16

Nordeste

5,47

6,31

5,93

6,49

Sudeste

11,9

13,71

16,57

18,45

Sul

10,94

16,83

17,5

14,06

Centro-Oeste

20,69

29,38

32,84

35,14

FONTE: IBGE. Séries Estatísticas e históricas. Migrações internas. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/lista_tema. aspx?op=0&no=10. Acesso em: 23 mar. 2016.

Glossário:



Taxa de migração líquida: relação entre o número de pessoas não naturais de uma região e o total da população residente nessa região.

Fim do glossário.

Com o aumento do número de habitantes vivendo nas periferias das grandes cidades, passaram a ser comuns movimentos diários de pessoas que saem de bairros periféricos para trabalhar em áreas centrais. Esses movimentos são chamados pendulares, por lembrar o mecanismo do pêndulo de um relógio (que vai e vem).

LEGENDA: Passageiros embarcando em transporte coletivo no município de Juazeiro (BA). Foto de 2016.

FONTE: Cesar Diniz/Pulsar Imagens

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A partir dos anos 1960 ocorreram grandes fluxos migratórios rumo ao Norte e ao Centro-Oeste, provocando um expressivo crescimento populacional nessas regiões. As migrações internas para o Norte e o Centro-Oeste foram influenciadas pelo governo federal, sob o comando dos militares, durante a ditadura militar (1964-1985). Nesse período, os projetos de migração estavam baseados no desenvolvimento de grandes obras, como as rodovias Transamazônica (região Norte) e Cuiabá-Santarém (regiões Centro-Oeste e Norte, respectivamente), e um projeto de colonização que fixaria os novos migrantes em uma faixa de 10 km ao longo dessas rodovias.

LEGENDA: Caminhão de carga trafegando na rodovia Transamazônica, trecho de São Raimundo das Mangabeiras (MA), em 2014. A migração para as regiões Norte e Centro-Oeste era também uma maneira de desviar o fluxo migratório do Sudeste, que já apresentava sinais de saturação.

FONTE: Cesar Diniz/Pulsar Imagens

Posteriormente, da década de 1980 em diante, projetos agropecuários, de mineração, tanto do governo brasileiro quanto de empresas estrangeiras, e a possibilidade de enriquecimento por meio de garimpos, atraíram milhares de nordestinos e sulistas para as regiões Norte e Centro-Oeste. Os intensos fluxos migratórios para essas áreas, que ficaram conhecidas como novas fronteiras agrícolas, foram os responsáveis por torná-las de maior crescimento populacional no Brasil, conforme os últimos censos demográficos.

As migrações internas no século XXI

Mais recentemente, a partir da década de 1990 e da primeira década do século XXI, algumas tendências passaram a caracterizar os movimentos migratórios internos no Brasil.

Veja nos mapas abaixo para onde se dirigiam as migrações internas nas décadas de 1990 e 2000.

FONTE: Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34ª ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 135. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

FONTE: Adaptado de: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34ª ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 135. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora



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Nessas décadas, observam-se mudanças significativas na dinâmica espacial da população brasileira:

- a diminuição da migração interna rumo ao Sudeste, como reflexo do aumento das migrações intrarregionais;

- grande aumento da procura pelas regiões Centro-Oeste e Norte;

- a diminuição da migração interna rumo às duas metrópoles nacionais: São Paulo e Rio de Janeiro. Verifica-se essa tendência comparando com outras capitais e cidades de médio porte;

- a volta de nordestinos aos seus estados de origem também foi significativa e, principalmente a busca pelas capitais da região, como Fortaleza, Salvador e Recife, começam a mudar o perfil de área de expulsão populacional.

De acordo com o Censo de 2010, a situação da mobilidade populacional interna no Brasil era:

- do total da população, 78,2 milhões de pessoas (40,1%) não moravam na cidade onde nasceram, contra 117 milhões (59,9%) naturais do município. O maior ponto de atração estava nas cidades médias, que ofereciam bons serviços e melhor qualidade de vida;

- os brasileiros, em sua maioria (84,5%), viviam no estado onde nasceram;

- a região Centro-Oeste e alguns estados da região Norte apresentavam os maiores percentuais de migrantes, o que é explicado como consequência da expansão das fronteiras agrícolas;

- a região Nordeste, devido aos problemas socioeconômicos, foi a que apresentou o menor número de migrantes.

LEGENDA: Vista da cidade de Anápolis (GO), em 2015.

FONTE: João Prudente/Pulsar Imagens

Migrações estrangeiras do século XIX ao XXI

Entre os países americanos, o Brasil foi o quarto que mais recebeu imigrantes, ficando atrás dos Estados Unidos, da Argentina e do Canadá. O marco do início da imigração no Brasil foi o decreto assinado em 1808 por dom João VI, que permitia a posse de terras por estrangeiros. A partir daí, grandes contingentes de portugueses, italianos, alemães, espanhóis, eslavos e japoneses, entre outros, elegeram o Brasil como nova pátria.

Foi a partir da segunda metade do século XIX (1850) e o início do século XX (1930) que o Brasil recebeu o maior número de imigrantes. Em 1850, nosso país era essencialmente agrário e dependente da mão de obra escrava, cuja entrada no país estava proibida pela Inglaterra a partir desta data. Após a Abolição da Escravatura, decretada em 13 de maio de 1888, a cultura cafeeira já tinha feito a riqueza do Vale do Paraíba (Rio de Janeiro e São Paulo), e fazendeiros que iniciavam a expansão dessa cultura em outras regiões no estado de São Paulo estimularam a vinda de imigrantes, principalmente colonos italianos, para substituir a mão de obra escrava.

Outros fatores, como as crises econômicas na Europa nessa mesma época e a possibilidade de ascensão social na América, também motivaram as grandes correntes migratórias para o Brasil.

Esses imigrantes eram, em sua maioria, jovens, pobres, do sexo masculino, em idade produtiva e com habilidades técnicas e manuais que desenvolveram ao trabalhar nas lavouras de seus respectivos países. Alguns traziam também a mentalidade empresarial, uma vez que vinham de potências industrializadas, o que foi fundamental, alguns anos depois, para as primeiras experiências realizadas nesse setor no Brasil.

O gráfico da página 118 permite visualizar os períodos de maior imigração para o país. Relacioná-los com importantes acontecimentos históricos do Brasil e do mundo pode explicar o maior ou o menor número de imigrantes, em determinadas épocas.



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FONTE: Adaptado de: IBGE. Séries estatísticas e históricas. Migrações externas. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=POP2&sv=36&t=migracoes-externas-total-imigrantes-brasil. Acesso em: 23 mar. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Como você pode observar no gráfico, a partir da década de 1930, a vinda de imigrantes para o Brasil começou a diminuir consideravelmente, em razão de um conjunto de fatores.

- O não cumprimento das promessas feitas pelos agenciadores desses imigrantes, que não encontravam aqui o que lhes era prometido, como terra própria para cultivar.

- A queda da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, que causou instabilidade econômica mundial e a queda do preço do café, principal fonte de divisas para o Brasil.

- A instabilidade política motivada pela Revolução de 1930, quando o presidente Getúlio Vargas tomou o poder.

- A Lei de Cotas da Imigração, instituída em 1934 no governo Vargas. Ficou estabelecido pela Constituição de 1934 e reiterado na Constituição de 1937 um limite de 2% do total de novos imigrantes que poderiam vir para o Brasil a cada ano, segundo a nacionalidade. Esses 2% eram calculados sobre o total de imigrantes que haviam entrado nos últimos cinquenta anos. Os portugueses eram a única exceção a essa lei.

- Outras restrições juntaram-se à Lei de Cotas, como obrigar que 80% dos novos imigrantes fossem agricultores.

Depois desse período, apenas houve um aumento de entrada de imigrantes nas décadas de 1950 e 1970, em razão do processo de industrialização e do crescimento econômico dessas décadas.

A partir da última década do século XX e, notada mente, na primeira década do século XXI, o Brasil passou a receber novamente imigrantes e, agora, também refugiados, como veremos mais adiante.

A imigração estrangeira no Sul e no Sudeste

As regiões Sul e Sudeste foram as que mais receberam imigrantes estrangeiros. Veja no gráfico a seguir os principais grupos de imigrantes que vieram para o Brasil.

FONTE: Adaptado de: RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 242. (Edição de bolso.) CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Enquanto a colonização estrangeira no Sul fundamentou-se na pequena e média propriedade, na policultura e na agricultura familiar, na região Sudeste ela foi impulsionada pelo desenvolvimento das grandes lavouras cafeeiras.

A região Sul recebeu italianos, alemães e eslavos. Os italianos se estabeleceram nas regiões de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde se dedicaram ao cultivo da uva e à fabricação do vinho.

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Também se estabeleceram em Santa Catarina, nas cidades de Orleans, Nova Veneza, Urussanga e Criciúma.

O Paraná recebeu, principalmente, povos eslavos (russos, ucranianos e poloneses), que se fixaram em Rio Negro, Ivaí e nos arredores de Curitiba.

Entre 1850 e 1851, os alemães fundaram importantes colônias no estado de Santa Catarina, como a que deu origem a Blumenau, hoje importante centro industrial e comercial catarinense.

A região Sudeste recebeu principalmente italianos e japoneses, que se dirigiram para os cafezais.

Os italianos, nos primeiros anos, dedicaram-se às lavouras cafeeiras do estado de São Paulo, que recebeu o maior número deles. Cidades como Tietê, Orlândia, Ribeirão Preto e Araraquara têm ainda descendentes de imigrantes italianos. No Espírito Santo, fixaram-se na região da cidade de Colatina.

Os japoneses vieram para o Brasil a partir de 1908. Quase todos se dirigiam para as lavouras de café do interior paulista e do norte do Paraná. Outros se fixaram nos estados do Mato Grosso e Pará.

Em São Paulo, dedicaram-se a variadas atividades agrícolas e em diferentes regiões: cultivo de arroz, no Vale do Paraíba; cultivo de chá e banana, no Vale do Rio Ribeira do Iguape; criação do bicho-da-seda e avicultura, em Alta Paulista e Alta Soro cabana, e atividades hortifrutigranjeiras, em Cinturões verdes na Grande São Paulo e arredores. No Paraná, os japoneses dedicaram-se à agricultura (café, soja) e à criação do bicho-da-seda. Em Mato Grosso, também exerceram atividades agrícolas. No Pará, introduziram o cultivo de pimenta-do-reino e da juta.

Outras correntes migratórias, como de espanhóis e sírio-libaneses, espalharam-se pelo território brasileiro e se instalaram nos estados do Amazonas, do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Das correntes migratórias que se dirigiram para o Brasil, a mais significativa foi a de portugueses. Entre 1890 e 1930, eles formaram o grupo mais numeroso de imigrantes que chegaram ao Brasil, pois não sofriam as restrições impostas aos demais grupos. Os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro receberam o maior número deles, que também se encontram espalhados por todo o Brasil. As cidades de Salvador (BA), Recife (PE), Belém (PA), Florianópolis (SC), entre outras, têm importantes comunidades portuguesas.

LEGENDA: Os alemães estabeleceram-se nos estados do Sul. Na imagem construção em Blumenau (SC) em estilo enxaimel, típico da arquitetura alemã. Foto de 2014.

FONTE: Zig Koch/Pulsar Imagens

LEGENDA: O bairro da Liberdade, na cidade de São Paulo (SP), concentra uma grande colônia japonesa. Nos últimos anos, esse bairro também tem recebido grande número de imigrantes chineses. Na foto, comemoração do Ano-Novo chinês, em 2016.

FONTE: Cris Faga/Fox Press Photo/Folhapress



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Geografia Regional

Atividade interdisciplinar: Geografia e História.

Influência alemã e italiana na paisagem da região Sul

A ocupação e a transformação das paisagens brasileiras, desde a chegada dos primeiros colonizadores, ocorreram de maneiras diferentes para cada região. No território que atualmente corresponde à região Sul, esses movimentos apresentam particularidades em relação às demais regiões do país.

Inicialmente, o território brasileiro foi ocupado na faixa litorânea e tropical, com a exploração do pau-brasil e, posteriormente, com o cultivo da cana-de-açúcar, durante o período colonial.

A primeira metade do século XIX ficou marcada pela chegada de imigrantes de diversas nacionalidades ao Brasil. Após a Independência, o governo passou a incentivar a ocupação do sul do país por meio da criação de "colônias" nos atuais estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A possibilidade de ter as próprias terras e desenvolver as próprias atividades econômicas atraiu muitos imigrantes.

A região Sul apresenta grande diversidade cultural e rica arquitetura herdada dos primeiros imigrantes. Nos municípios onde esses aspectos estão mais preservados, o turismo tornou-se essencial para a economia local.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 176-177. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Alemães

Os primeiros imigrantes do sul do Brasil foram os alemães. Estima-se que um grupo de 39 indivíduos foi assentado, no ano de 1824, nas proximidades do rio dos Sinos, no atual município de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Outros grupos se estabeleceram em diversas localidades da região. Por muito tempo, esses imigrantes foram a população majoritária nas terras do Sul e mantiveram suas raízes culturais.



Muitas colônias fundadas por esses imigrantes evoluíram, constituindo alguns dos atuais municípios, conservando traços arquitetônicos, festas populares e até mesmo sua língua de origem. Entre os municípios com herança colonial alemã, destacamos: São Leopoldo e Novo Hamburgo (RS); Pomerode e Blumenau (SC); Londrina e Rio Negro (PR).

LEGENDA: Colonos alemães em Blumenau (SC), na segunda metade do século XIX.

FONTE: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva/Fundação Blumenau, SC.

Italianos

Os italianos também têm destaque na formação cultural e arquitetônica da região Sul. O estado do Rio Grande do Sul recebeu o maior contingente desses imigrantes, que inicialmente ocupou terras agrícolas, dedicou-se ao cultivo da uva e à industrialização do vinho. Muitos núcleos de ocupação italiana tornaram-se municípios, como Bento Gonçalves e Garibaldi (RS) e Nova Veneza e Nova Trento (SC).

Um município que simboliza essa imigração é Antônio Prado, no Rio Grande do Sul, conhecido por constituir o maior acervo arquitetônico em área urbana referente à imigração italiana no Brasil, com um conjunto de 48 edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

LEGENDA: Casas com arquitetura típica das colônias italianas no município de Antônio Prado (RS), em 2015.

FONTE: Gerson Gerloff/Pulsar Imagens



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