Fronteiras da Globalização 3



Yüklə 2,36 Mb.
səhifə18/45
tarix26.07.2018
ölçüsü2,36 Mb.
#59188
1   ...   14   15   16   17   18   19   20   21   ...   45

10. (Unisc-RS) A população do Brasil é

a) regularmente distribuída, predominando os brancos e, etariamente, o jovem.

b) irregularmente distribuída, predominando, etnicamente, o branco e, etariamente, o adulto.

c) de elevado crescimento vegetativo, elevado nível cultural e com predominância étnica do negro.

d) de grande crescimento vegetativo, etariamente jovem e com a predominância do branco.

e) de alto crescimento vegetativo, com predominância dos mestiços e elevado consumo de energia.



11. (UFG-GO) Observe o gráfico a seguir.

FONTE: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anuário Estatístico do Brasil, 1982. Censo demográfico 2000. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora



144

A diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade indica aumento, redução ou estabilização na taxa de crescimento vegetativo. A leitura e interpretação do gráfico demonstra que o crescimento vegetativo

a) aumenta quando as taxas de natalidade e mortalidade são elevadas.

b) estabiliza-se quando a taxa de natalidade é maior que a de mortalidade.

c) é maior quando a diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade é elevada.

d) é baixo quando a taxa de mortalidade é menor que a de natalidade.

e) aumenta quando as taxas de natalidade e mortalidade são baixas.

12. (PUC-RJ)

FONTE: Censo demográfico 2000. IBGE. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Assinale a alternativa correta, tendo como referência o gráfico acima.

a) A maior concentração demográfica da população brasileira em áreas rurais, no período de 1940 a 1980, foi resultado da predominância das atividades agroexportadoras na geração da riqueza nacional.

b) O expressivo crescimento populacional entre 1970 e 2000 foi consequência direta dos programas de incentivo à natalidade, promovidos pelos governos militares e direcionados, especialmente, para as populações urbanas de baixa renda.

c) Entre 1940 e 2000, a inexistência de variação da população rural decorreu das migrações internas e, principalmente, da decadência e estagnação das lavouras de cana-de-açúcar, café e soja.

d) A crescente concentração da população brasileira em áreas urbanas, a partir de 1970, esteve associada, entre outros aspectos, à ampliação dos setores industriais e de serviços e à atração exercida pelas cidades.

e) O decréscimo da população rural brasileira, entre 1970 e 2000, a níveis muito inferiores aos observados para 1940, relacionou-se à ampliação da atividade industrial e à extinção de direitos trabalhistas para o homem do campo.

Questões de vestibular

Ícone: Não escreva no livro.



1. (Fuvest-SP) Segundo o IBGE, aglomerado subnormal "é um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais (barracos, casas, etc.) carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais. O conceito de aglomerado subnormal foi utilizado pela primeira vez no Censo Demográfico 1991. Possui certo grau de generalização, de forma a abarcar a diversidade de assentamentos existentes no País, conhecidos como: favela, invasão, grota, baixada, comunidade, vila, ressaca, mocambo, palafita, entre outros".

Aglomerados subnormais. IBGE, 2011. Adaptado.

FONTE: Censo Demográfico 2010. Aglomerados subnormais. IBGE, 2011. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Com base no texto e no mapa,

a) identifique duas características dos aglomerados subnormais, sendo uma relativa à questão fundiária e outra ao padrão de urbanização;

b) explique a concentração espacial dos aglomerados subnormais na região Sudeste e o processo que levou a essa concentração.



145

2. (Uerj) Observe, nas pirâmides etárias abaixo, a distribuição da população por sexo e por faixas de idades, apontando transformações na estrutura populacional do Brasil.

FONTE: Adaptado de: BOLIGIAN, L.; BOLIGIAN, A. T. A. Geografia, espaço e vivência. São Paulo: Atual, 2011. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora

- Considerando o período de 1980 a 2020, explique a mudança principal em relação à proporção de jovens e a mudança principal em relação à proporção de idosos na população brasileira.

Ícone: Não escreva no livro.

Outras fontes de reflexão e pesquisa

Filmes


Sempre que você for assistir a um filme na sala de aula ou em casa, por recomendação do professor, lembre-se de alguns passos importantes:

- Leia o texto do capítulo ou suas anotações sobre o assunto antes de assistir ao filme.

- Concentre-se e preste muita atenção. Se possível, anote os principais acontecimentos.

- Caso o professor tenha sugerido um roteiro para você acompanhar a projeção do filme, procure segui-lo e identificar os pontos principais.

- Anote os trechos que você não entendeu para esclarecer com o professor.

- Tire suas próprias conclusões e forme sua opinião sobre o que assistiu.

Apresentamos a seguir algumas sugestões de filmes que abordam o conteúdo tratado nesta Unidade.

- Central do Brasil

Direção: Walter Salles. Brasil, 1998, 115 minutos.

Dora escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Lá conhece o menino Josué, que fica sozinho após sua mãe ser atropelada. Dora acaba se envolvendo com o garoto e o ajuda a tentar encontrar o pai que nunca conheceu, no interior do Nordeste.

- Cidade de Deus

Direção: Fernando Meirelles. Brasil, 2002, 135 minutos.

O filme retrata a trajetória de Buscapé, jovem negro que vive na Cidade de Deus, favela que surgiu nos anos 1960, e se tornou um dos lugares mais violentos do Rio de Janeiro no começo dos anos 1980.

- Cultura negra: resistência e identidade

Direção: Ricardo Malta. Brasil, 2009, 25 minutos.

Documentário produzido pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), organizações sociais que combatem a intolerância religiosa e buscam maior visibilidade da cultura negra. Aqui é discutido o feriado dedicado à Consciência Negra.

- O caminho das nuvens

Direção: Vicente Amorim. Brasil, 2003, 86 minutos.

Narra a história de um casal e seus cinco filhos, com idades entre 6 meses e 14 anos, que percorrem mais de 3 mil quilômetros de bicicleta em busca de uma vida melhor.

- Vista a minha pele

Direção: Joel Zito Araújo e Dandara. Brasil, 2004, 30 minutos.

Esse documentário sob a forma de paródia aborda o racismo e o preconceito que ainda são encontrados nas salas de aula do Brasil.



146

Livros


Estes livros poderão elucidar e ampliar o assunto estudado.

- A urbanização brasileira

Mílton Santos. São Paulo: Edusp, 2005.

Neste livro, Mílton Santos analisa o processo de urbanização no Brasil a partir de seus aspectos sociais, econômicos e territoriais. O livro aborda, com a ajuda de dados e tabelas comparativas entre as épocas, os mais diversos tipos de urbanização e metropolização; a população rural; a divisão social e territorial do trabalho; a concentração econômica; o êxodo rural; os problemas de estrutura nas cidades, entre outros assuntos pertinentes a uma análise completa - e aponta tendências para o futuro.

- Casa-grande & senzala em quadrinhos

Gilberto Freyre. São Paulo: Global, 2005.

Orientado pelo próprio Gilberto Freyre, o historiador Estêvão Pinto resumiu Casa-Grande & Senzala, e Ivan Wasth Rodrigues pesquisou as imagens que integram a obra. Esta edição traz um apanhado de fatos e costumes dos povos que formaram a nação brasileira, desde os primórdios da colonização pelos portugueses, em 1532, até a época da escravidão dos negros, passando pela formação da sociedade.

- Cineastas Indígenas: um outro olhar. Guia para professores e alunos

Programa Petrobras Cultural. Brasil, 2010.

Acompanhado de DVDs, oferece uma visão particular da realidade indígena brasileira porque a aborda a partir da visão dos próprios indígenas. Vem também suprir uma crescente demanda por materiais didáticos específicos desde a obrigatoriedade do estudo da história e da cultura indígenas.

- Meio Ambiente e saúde: o desafio das metrópoles

Paulo Saldiva. São Paulo: Ex-Libris, 2010.

O autor, médico especialista em poluição atmosférica, discute a degradação ambiental das cidades e o impacto que ela causa sobre a saúde mental e física dessa população. A região metropolitana de São Paulo, uma das mais populosas do mundo, é aqui analisada.

- Nordeste do Brasil: terra, mar e gente

Melquíades Pinto Paiva. São Paulo: Bei, 2011.

O autor, engenheiro agrônomo de formação, explora aspectos da região Nordeste e destaca a sua população, fauna, flora e recursos hídricos.

- O povo brasileiro

Darcy Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. (Companhia de Bolso).

Por que o Brasil ainda não deu certo? Quando chegou ao exílio no Uruguai, em abril de 1964, Darcy Ribeiro queria responder a essa pergunta na forma de um livro-painel sobre a formação do povo brasileiro e sobre as configurações que ele foi tomando ao longo dos séculos. A resposta veio com este que é o seu livro mais ambicioso, fruto de trinta anos de estudo.

- O sortilégio da cor: identidade, raça e gênero do Brasil

Elisa L. Nascimento. São Paulo: Selo Negro, 2003.

Obra que se insere na nova corrente de reflexões sobre o negro brasileiro e coloca o problema da identidade no centro de sua profunda análise.

- Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil

Sueli Carneiro. São Paulo: Selo Negro Edições, 2011. (Consciência em debate.)

A autora preocupou-se em escrever uma obra em que demonstra como o racismo e o sexismo se estruturaram na sociedade brasileira.

Sites


Os sites indicados a seguir constituem uma boa fonte de pesquisa.

- www.memorialdoimigrante.sp.gov.br

O Memorial do Imigrante concentra grande quantidade de registros históricos sobre a imigração para o Brasil na passagem do século XIX para o XX. Abriga também o Museu do Imigrante, e se localiza na sede da antiga Hospedaria dos Imigrantes, no bairro da Mooca, na cidade de São Paulo.

- www.ibge.gov.br



Site do IBGE, em que é possível encontrar vários tipos de estatísticas: censos demográficos, contagem da população, pesquisas por amostra de domicílios e outras.

- www.ibge.gov.br/ibgeteen



Site do IBGE para estudantes em geral, com mapas, gráficos e estatísticas sobre a população brasileira.

- www.ipea.gov.br/portal



Site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com informações e estatísticas sobre economia e população brasileira.

147

unidade 4. Organização do espaço econômico e industrialização

LEGENDA: Construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro, em 1941, considerada um marco no processo de industrialização do Brasil.

FONTE: Acervo Iconographia/Reminiscências

O processo de industrialização, muito importante na organização econômica do espaço brasileiro a partir da segunda metade do século XX, foi diferente do processo ocorrido nos países desenvolvidos. Como a industrialização brasileira aconteceu quase um século depois da Primeira Revolução Industrial, é chamada de industrialização recente ou tardia. Nesta Unidade, estudaremos como se organiza e como se distribui espacialmente a indústria brasileira.

148

capítulo 12. A organização do espaço econômico brasileiro

LEGENDA: A ocupação do território brasileiro sempre esteve ligada às atividades econômicas desenvolvidas desde o período colonial e resultou no aspecto e na organização econômica que o Brasil apresenta atualmente. A atividade cafeeira criou as principais condições para a industrialização, que deu início à integração do território nacional, ligando pela primeira vez as diversas áreas de produção do país. Na imagem, mulheres em plantação de café na virada do século XX, Fazenda Araraquara, São Paulo.

FONTE: Museu Paulista da Universidade de São Paulo - SP



Herança colonial: arquipélago econômico

O Brasil começou a ser explorado no século XVI, em um período no qual países europeus buscavam especiarias (cravo-da-índia, noz-moscada, pimenta-do-reino, canela, gengibre, açafrão, entre outras) e metais preciosos , como ouro e prata. Esse período ficou conhecido como Expansão Marítimo-Comercial (séculos XV e XVI), ou Grandes Navegações. Uma das consequências de se buscar riquezas fora do espaço europeu foi a exploração e a colonização de territórios até então desconhecidos, como o continente americano, onde se localiza o Brasil.

Como a maior parte das riquezas obtidas em terras brasileiras tinha como destino a metrópole e o mercado externo, nosso primeiro modelo de organização econômica foi formado por "ilhas" desconexas entre si e voltadas para o exterior, compondo o que chamamos de "arquipélago econômico".

149

Reorganização do espaço: séculos XVII e XVIII

As mais importantes atividades econômicas da colônia foram o cultivo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII) e a mineração (séculos XVII e XVIII). Mas a economia colonial envolvia também a exploração de outros gêneros, denominados produtos acessórios ou secundários. A pecuária no Sertão nordestino e no Sul do país; as drogas do sertão, na Amazônia; o tabaco, no Recôncavo Baiano; e o algodão, no Sertão e no Maranhão, foram produtos acessórios, ou secundários, que tiveram papel fundamental no povoamento e na organização econômica do espaço brasileiro.

Sempre que produtos principais e acessórios se desenvolviam em determinada área, esta atraía população e formava uma "ilha" de prosperidade que, muitas vezes, entrava em decadência se o produto perdia sua importância no mercado internacional. Desse modo, começaram os primeiros movimentos populacionais em nosso território, dando origem a áreas de atração e de repulsão populacional.

No século XVII, o centro econômico da colônia se localizava na Zona da Mata, litoral nordestino, principalmente em Pernambuco e na Bahia, onde havia o maior número de engenhos instalados no Brasil. Veja novamente no mapa da página 22 como se organizava o espaço econômico brasileiro no século XVII.

Após a decadência da cana-de-açúcar no Nordeste e a descoberta de ouro e pedras preciosas em Minas Gerais (século XVII), o Sudeste assume a condição de região econômica mais importante da colônia. Com isso, em 1783, a capital é transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.

No século XVIII, a organização econômica do território brasileiro já era um pouco mais complexa, mas continuava caracterizada por "ilhas" de produção voltadas para o mercado externo.

Para uma organização eficiente do espaço econômico era essencial o escoamento da produção. Por isso, foram abertas as primeiras estradas para a região das Minas e os "caminhos" do gado, dando origem a arraiais e vilas que, com o tempo, se transformaram em cidades. Os portos, como o de Paraty e o do Rio de Janeiro, também tiveram papel fundamental para o escoamento dessas riquezas.

LEGENDA: Engenho de açúcar, cromolitografia de Henry Koster, publicada em 1816.

FONTE: Henry Koster/Acervo Iconographia/Reminiscências

FONTE: Adaptado de: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1979. p. 28. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

150

FONTE: Adaptado de: ATLAS histórico escolar. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1977; ARRUDA, J. J. de A. Atlas histórico básico. 17ª ed. São Paulo: Ática, 2001. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Atividades econômicas do século XIX

Na segunda metade do século XIX, uma nova riqueza passou a comandar a economia brasileira: o café.

O café começou a ser cultivado no Vale do Paraíba fluminense, onde atingiu o auge por volta de 1850. Daí se espalhou por grandes áreas do estado de São Paulo, cujos solos de terra roxa eram favoráveis ao seu cultivo. Entre essas áreas destacam-se as regiões de Campinas, Rio Claro, São Carlos, Araraquara, Catanduva, Casa Branca e Ribeirão Preto. Já no século XX, avançou para outros locais, como o norte do Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Veja algumas dessas regiões no mapa abaixo.

FONTE: Adaptado de: RODRIGUES, João Antônio. Atlas para estudos sociais. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1977. p. 26. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

A atividade cafeeira alterou profundamente a economia e a sociedade brasileira, confirmando a região Sudeste como centro econômico do país, sem, entretanto, realizar a integração econômica do território nacional.

Produtos secundários, como a pecuária, o algodão, a borracha e o cacau conviviam com a cafeicultura, mas as regiões produtoras continuaram isoladas umas das outras, e as relações econômicas e demográficas entre essas "ilhas" permaneciam quase inexistentes. Em resumo, a riqueza do café não alterou a organização econômica: o modelo "arquipélago" de organização do território continuou existindo.

Esse modelo levou ao crescimento de cidades portuárias que escoavam a produção. Entre essas cidades, destacavam-se: Belém, Recife, Salvador, São Luís e a então capital, a cidade do Rio de Janeiro. O porto de Santos, grande escoador da produção cafeeira, passou a ser o mais importante do país.

A instalação de ferrovias, no século XIX, foi realizada em grande parte por empresas que tinham como principal objetivo atender às áreas de produtos exportáveis, como açúcar, algodão, cacau e café, embora algumas delas, principalmente no Nordeste, atendessem também ao mercado local.



151

No estado de São Paulo, o espaço de circulação foi ampliado com a implantação das ferrovias que ligavam as áreas de produção de café ao porto de Santos. Entre elas destacaram-se a São Paulo Railway , depois a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro e a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

LEGENDA: Vista parcial da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em 1887, na altura do viaduto da Grota Funda na serra do Mar.

FONTE: Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima/RFFSA

FONTE: Adaptado de: ATLAS histórico escolar. 7ª ed. Rio de Janeiro: MEC/Fename, 1979. p. 32. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Boxe complementar:



Ampliando o conhecimento

O caráter burguês dos cafeicultores



A característica burguesa dos cafeicultores se dava pelo fato de que pela primeira vez na História do Brasil encontrávamos um setor produtivo que se utilizava de relações de produção não escravistas sem, contudo, abrir mão do trabalho escravo. Esses barões do café, como eram chamados, ligavam-se à comercialização, proporcionando, com isso, uma maior circulação interna de capital.

As atividades produtoras dessa burguesia contavam com algumas inovações importantes, como: introdução do trabalho assalariado, mecanização da lavoura e alteração de caráter da propriedade da terra.

Por outro lado, o caráter mercantil dos cafeicultores, que se preocupavam com a comercialização do produto, permitia que a mais-valia obtida com essa transação ficasse nas mãos da classe produtora e não de intermediários.

AQUINO, Rubim S. L.; VIEIRA, Fernando A. C.; AGOSTINHO, Carlos Gilberto W.; ROEDEL, Hiran. Sociedade brasileira: uma história através dos movimentos sociais. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 556-557. (Adaptado.)

Fim do complemento.

152

A industrialização e a integração nacional

A organização interna do Brasil passou por mudanças significativas no século XX, graças ao processo econômico e social ocorrido no país, principalmente após 1930, quando a indústria assumiu o papel de setor mais importante da economia brasileira. O Brasil deixou de ser um país essencialmente agrário para assumir características de uma economia urbano-industrial.

O modelo "arquipélago" vigente desde os tempos coloniais não funcionava mais nessa nova economia. Como o processo de industrialização brasileira foi baseado no mercado interno, era preciso uma maior integração entre as diversas regiões do país, para que produtos industrializados e pessoas em busca de emprego nas indústrias pudessem circular pelo território nacional.

Portanto, em virtude da industrialização, formou-se um novo modelo de organização espacial, em que o território foi cada vez mais integrado e aprofundou-se a interdependência entre as regiões do país, rompendo o isolamento dos mercados regionais e constituindo um mercado nacional.

Assim, a indústria foi a grande responsável pela integração da economia brasileira em torno de um único centro polarizador, no caso a região Sudeste. Nesse contexto foram construídas rodovias que ligavam as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte ao Sul e ao Sudeste.

A maioria das rodovias construídas fez parte do Plano de Integração Nacional (PIN), criado em 1970 pelo governo militar, que se preocupava com os vazios demográficos existentes na Amazônia e no Centro-Oeste.

Nessa nova organização espacial em função da industrialização, nosso país pôde ser dividido em grandes complexos regionais.

Os complexos regionais brasileiros

Na nova organização espacial em função da industrialização, ficaram mais evidentes as desigualdades socioeconômicas entre as regiões. Com isso, surgiu outra proposta de divisão regional do Brasil, que considera os espaços segundo a organização da sua economia, seguindo o modelo centro-periferia, caracterizando, respectivamente, mais desenvolvido e menos desenvolvido.

Essa divisão foi elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, que dividiu o Brasil em três grandes complexos regionais - Amazônia, Nordeste e Centro-Sul -, segundo suas características geoeconômicas.

LEGENDA: A BR-116 é uma das rodovias mais extensas e movimentadas do Brasil. Ela atravessa o país de Fortaleza (CE) até Jaguarão (RS). No trecho que liga as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, ela é chamada rodovia Presidente Dutra. Na foto, trecho da BR-116 no município de São José dos Campos (SP), em 2016.

FONTE: Lucas Lacaz Ruiz/Pulsar Imagens



153

A divisão do território brasileiro em complexos regionais não se baseia nos limites dos estados, como as divisões do IBGE, que você estudou no Capítulo 3. Veja no mapa a seguir quais são suas principais características.

LEGENDA: Essa divisão considera três grandes complexos regionais: um centro (Centro-Sul) e duas periferias (Amazônia e Nordeste).

FONTE: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2012. p. 152. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Como você pode perceber, nessa divisão regional, o norte de Minas Gerais passa a compor o complexo do Nordeste por ser uma área de clima semiárido, e a porção ocidental do Maranhão passa a integrar o complexo regional da Amazônia em razão de sua afinidade econômica extrativista.

Amazônia


Com uma área de 5 milhões de km2, a Amazônia compreende 58% do território brasileiro. Além da região Norte, estabelecida pelo IBGE, que tem aproximadamente 3,9 milhões de km2, abrange ainda grande parte dos estados de Mato Grosso e do Maranhão.

Principais características:



Quadro natural: clima equatorial, domínios das terras baixas amazônicas, floresta equatorial e bacia amazônica.

Quadro humano e econômico: pequena população absoluta, baixa densidade demográfica e economia baseada no extrativismo mineral e vegetal. Apresenta crescimento industrial na Zona Franca de Manaus. É o principal reduto de povos indígenas, de problemas de posse de terra e desmatamentos (queimadas). Atualmente, a Amazônia é fronteira de expansão agropecuária e de povoamento.

Nordeste


Com 1,5 milhão de km2, a região geoeconômica do Nordeste ocupa 18% do território brasileiro, área quase equivalente ao Nordeste delimitado pelo IBGE. Compreende o norte de Minas Gerais, mas não inclui o oeste do Maranhão.

Esse complexo tem características bem diferentes dos demais, com paisagens naturais diversificadas. Nele, encontramos clima equatorial (Maranhão), tropical úmido (litoral oriental) e semiárido (Sertão). Nas áreas onde ocorre o clima semiárido, encontra-se um tipo de vegetação único e genuinamente brasileiro: a caatinga. Essas diferenças climáticas propiciaram uma desigual distribuição populacional, com uma concentração maior nas áreas mais úmidas próximas ao litoral.

LEGENDA: A seca ainda é um dos maiores problemas que afetam grande parte do Nordeste. Na imagem, moradia com cisterna para acumular água em Gameleiras (MG), semiárido mineiro. Foto de 2015.

FONTE: Andre Dib/Pulsar Imagens

Centro-Sul

Com cerca de 2 milhões de km2, o complexo regional do Centro-Sul abrange a maior parte de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Corresponde às terras das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.



Yüklə 2,36 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   14   15   16   17   18   19   20   21   ...   45




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin