Fronteiras da Globalização 3



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É o complexo regional mais importante econômica e politicamente da nação, abrigando mais de 60% da população brasileira.

É uma área de economia diversificada, com altas taxas de industrialização e urbanização. Ao mesmo tempo, tem o maior índice de aproveitamento de terras para a agricultura e a pecuária. Nesse complexo regional estão localizadas jazidas de ferro e petróleo, além de extensas áreas de produtos agrícolas de exportação, como soja, cana-de-açúcar e laranja.

No Centro-Sul estão localizadas as duas maiores cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo, além do Distrito Federal, que abriga Brasília, a capital do país.

Os "quatro Brasis"

No século XXI, o desenvolvimento das telecomunicações (internet, telefones celulares, comunicação por satélite) aprofundou ainda mais as relações entre as várias regiões do país. Apesar disso, grande parte do nosso território, principalmente a região Norte, permanece à margem dessas mudanças. Em razão disso, o geógrafo Mílton Santos e a professora María Laura Silveira propuseram uma nova regionalização do Brasil, baseada em quatro regiões ou em "quatro Brasis".

O principal critério definidor dessa nova regionalização foi o do "meio técnico-científico-informacional", isto é, a "informação" e as "finanças" estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território brasileiro, determinando "quatro Brasis".

Levando em consideração que essa regionalização considera a robotização industrial, a tecnologia aplicada ao setor agropecuário, a localização geográfica dos polos de decisões políticas e financeiras e o volume de instituições ligados à pesquisa aplicada aos setores produtivos, veja a seguir como é constituída cada região nesse novo modelo.

- Região Amazônica: inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Apresenta baixa densidade técnica e demográfica.

- Região Nordeste: inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Foi a primeira região a ser povoada e, atualmente, apresenta uma agricultura pouco mecanizada.

- Região Centro-Oeste: inclui os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, além do Distrito Federal. De ocupação recente, apresenta uma "agricultura globalizada", isto é, moderna, mecanizada e produtiva.

- Região Concentrada: inclui os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; ou seja, os estados das regiões Sudeste e Sul, da classificação oficial, do IBGE. É a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos, aeroportos, shopping centers, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universidades. Portanto, é a região que reúne a maior quantidade dos principais meios técnico-científicos e as finanças do país.

FONTE: Adaptado de: SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil - território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2010. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Como podemos perceber, as mudanças não param de acontecer na configuração interna do território brasileiro. Isso acontece porque a organização do nosso território é um processo contínuo, sempre sujeito a mudanças, conforme as ações da sociedade que o transformam em cada momento histórico.



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Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. Atividade interdisciplinar: Geografia e História. Acompanhe as palavras de um importante economista ao escrever sobre a formação econômica brasileira:

O que mais singulariza a economia escravista é, seguramente, a forma como nela opera o processo de formação do capital. O empresário açucareiro teve, no Brasil, desde o começo, que operar em escala relativamente grande. As condições do meio não permitiam pensar em pequenos engenhos [...]

FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 47.

a) Indique três elementos, a partir da leitura do texto, relativos à economia colonial do Brasil.

b) Quem desempenhou, entre os séculos XVI e XVII, a mão de obra escrava?

c) Explique uma característica atual de nossa economia que foi herança do período colonial (1500-1815).

2. Analise a tabela a seguir e depois faça o que se pede.

Tabela: equivalente textual a seguir.



Exportações brasileiras de 1821 a 1890 (%)

Produto

1821-1830

1831-1840

1841-1850

1851-1860

1861-1870

1871-1880

1881-1890

1891-1900

Café

18,4

43,8

41,4

48,8

45,5

56,6

61,5

64,5

Açúcar

30,1

24,0

26,7

21,2

12,3

11,8

9,9

6,6

Algodão

20,6

10,8

7,5

6,2

18,3

9,5

4,2

2,7

Cacau

0,5

0,6

1,0

1,0

0,9

1,2

1,6

1,5

Borracha

0,1

0,3

0,4

2,3

3,1

5,5

8,0

15,0

Fumo

2,5

1,9

1,8

2,6

3,0

3,4

2,7

2,2

Erva-mate

-

0,5

0,9

1,6

1,2

1,5

1,2

1,3

Couros e peles

13,6

7,9

8,5

7,2

6,0

5,6

3,2

2,4

Total

85,8

89,8

88,2

90,9

90,3

95,1

92,3

96,2

FONTE: SODRÉ, Nelson Werneck. História da burguesia brasileira, p. 62-104. In: MARTINS, Ana Luiza. Império do café: a grande lavoura no Brasil 1850 a 1890. São Paulo: Atual, 1990.

a) Elabore duas conclusões utilizando a tabela acima.

b) Compare a tabela anterior com o mapa da página 151 e apresente uma possível relação entre ambos.

3. Veja novamente o mapa "Complexos regionais brasileiros", na página 153, e compare-o com o mapa da página anterior; depois, faça o que se pede.

a) Defina o critério adotado pelos autores nos dois mapas.

b) Explique duas diferenças entre as duas regionalizações propostas.

Ícone: Não escreva no livro.



4. Sob orientação do professor, discuta com os colegas a regionalização proposta pelos geógrafos Mílton Santos e María Laura Silveira (os "quatro Brasis"). Aponte os pontos favoráveis e desfavoráveis dessa regionalização.

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capítulo 13. Industrialização e desenvolvimento econômico

LEGENDA: Panorama do bairro do Brás repleto de galpões e chaminés das fábricas que marcaram o desenvolvimento das primeiras atividades industriais em São Paulo, por volta de 1925.

FONTE: Reprodução/Coleção João Emilio Gerodetti e Carlos Cornejo



Antes da Revolução Industrial tardia

O que denominamos hoje indústria teve origem na Inglaterra com a chamada Revolução Industrial, no século XVIII. Antes disso, as atividades de transformação recebiam o nome de artesanato ou manufatura. No Brasil, essas atividades sofriam restrições de funcionamento impostas por Portugal durante a maior parte de nosso período colonial (1500-1822). Com a chegada da família real, em 1808, houve a permissão para a instalação de algumas indústrias no Brasil. Após a independência política, ocorrida em 1822, algumas atividades foram desenvolvidas, mas o país só realizou sua "Revolução Industrial" quase um século depois, após a década de 1930. Esse longo período pode ser dividido em duas fases: o período colonial e o da independência até 1930.

Artesanato e indústria doméstica no período colonial

Durante o período colonial (1500-1822), era praticamente proibida na colônia a instalação de estabelecimentos comerciais e industriais que concorressem com a metrópole portuguesa, pois reduziria seus lucros.



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Poucas atividades eram permitidas. Entre elas estavam a produção de açúcar, de tecidos grosseiros e outras, como olarias, forjas, curtume, manufatura de tabaco e de algodão e ourivesaria.

Glossário:

Ourivesaria: arte de fabricar joias e outros objetos de ouro.

Fim do glossário.

O desenvolvimento dessas atividades causou a apreensão da metrópole, que tomou as seguintes providências:

- proibiu o ofício de ourives em 1766;

- extinguiu todas as formas de manufaturas têxteis, menos a de panos grosseiros usados pelos escravos.

Mais tarde, com a abertura dos portos em 1808, foram fixadas tarifas muito baixas para produtos estrangeiros, mas, apesar disso, a manufatura da colônia se desenvolveu muito pouco.

Como Portugal era muito dependente da Inglaterra, em 1810 foi assinado um contrato comercial que assegurava uma taxa de apenas 15% sobre os produtos ingleses por quinze anos.

Por isso, enquanto alguns países da Europa ocidental conviviam com a industrialização (séculos XVIII e XIX), o Brasil permanecia como exportador de gêneros agrícolas - papel que continuou a representar mesmo após obter sua independência política.

LEGENDA: Detalhe de Sapataria (1834-1839), litografia colorida à mão de Jean-Baptiste Debret. A incipiente indústria brasileira, no início do século XIX, atendia apenas às necessidades básicas da população.

FONTE: Jean-Baptiste Debret/Coleção particular

Da independência política até 1930

Em 1828, já como nação politicamente independente, o Brasil adotou uma taxa de importação de 16% sobre produtos vindos de todos os países. Foi o início de uma política protecionista para a indústria, que não funcionou porque as tarifas eram muito baixas.

Apenas em 1844, a Lei Alves Branco taxou os produtos importados sem similar no mercado nacional em 20% e os produtos com similar na indústria nacional em 60%. Além disso, o câmbio desfavorável e a balança comercial deficitária dificultavam as importações. A produção interna de matérias-primas, como o algodão, a vinda de imigrantes, fornecendo mão de obra, e a expansão do mercado consumidor completaram o quadro favorável, provocando então um primeiro surto industrial.

Em 1850, a Lei Eusébio de Queiroz, que extinguiu o tráfico de escravos, favoreceu o desenvolvimento da atividade industrial, pois o capital que era empregado para esse comércio foi canalizado para a indústria.

Em 1880, ocorreu o primeiro grande surto industrial brasileiro. O número de estabelecimentos passou de 200, em 1881, para 600, em 1889. Com o fim da escravidão, em 1888, e a vinda de imigrantes da Europa para o Brasil, foi necessário produzir mercadorias para suprir as necessidades desses novos trabalhadores.

As principais indústrias eram as têxteis, alimentícias, químicas, madeireiras e de confecções.

Em 1907, foi realizado o primeiro Censo Industrial. Os estabelecimentos industriais se concentravam no Rio de Janeiro, o então Distrito Federal (1763-1960), e em São Paulo.

Tabela: equivalente textual a seguir.



Brasil: estabelecimentos industriais e operários em 1907

Operários

151.841

Número de empresas

3.258

Produção

731.292 contos

Capital

653.555 contos

FONTE: IBGE. Censo de 1907 - Séries históricas. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=IND03800&t=pessoal-empregado-industria-datas-inqueritos-industriais. Acesso em: 7 abr. 2016.

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Mais tarde, outro período de desenvolvimento industrial ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), principalmente porque os países fornecedores de produtos industrializados para o Brasil estavam envolvidos no conflito e diminuíram suas exportações. Alguns estabelecimentos, como frigoríficos e metalúrgicas, foram criados para suprir essa lacuna e, com isso, o número de indústrias cresceu bastante. Veja o gráfico abaixo.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Séries históricas. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=IND03101&t=estabelecimentos-industriais-datas-inqueritos-industriais-censo. Acesso em: 7 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagnes/Arquivo da editora

Com o aumento do número de estabelecimentos, a produção industrial ficou mais diversificada, abrangendo os seguintes ramos: alimentos, têxtil, roupas e calçados, fumo, móveis, metalurgia e mecânica, entre os principais. Nessa ocasião, surgiram várias associações ou sindicatos ligados tanto aos operários quanto ao patronato.

Boxe complementar:

Leitura e reflexão

Atividade interdisciplinar: Geografia e História.

Ícone: Não escreva no livro.

A vila Maria Zélia, localizada no bairro do Belenzinho (SP), foi construída em 1917 pelo empresário Jorge Street, que a batizou com o nome de sua filha. A construção da vila operária está inserida nas transformações econômicas, sociais e políticas pelas quais o Brasil passou a partir da segunda metade do século XIX, época da inserção do país nos quadros do capitalismo internacional. Nesse momento, a cidade de São Paulo era palco da chamada modernização dos setores urbanos da sociedade. A lavoura cafeeira, que entrou no estado de São Paulo pelo vale do Paraíba, fez do café o nosso maior produto de exportação e trouxe transformações profundas para a cidade.

LEGENDA: Vila Maria Zélia, em São Paulo (SP), em 1918.

FONTE: Ayrton Vignola/Folhapress

São Paulo deixou de ser o "burgo dos estudantes" para se tornar o centro dinâmico das atividades do complexo cafeeiro [...]. Era o início de seu crescimento vertiginoso, que culminaria na grande metrópole [...]. O estado de São Paulo também passou por mudanças: recebeu farta mão de obra estrangeira e a construção das ferrovias povoou grandes áreas do Planalto Ocidental Paulista. O estado paulista prosperou. A mobilização de capitais e terras, o crédito, a mão de obra estrangeira, o transporte ferroviário e o comércio do café foram requisitos para o nascimento de uma nova atividade econômica: a indústria basicamente manufatureira. E a indústria gerou o trabalhador urbano, o operário [...].

TEIXEIRA, Palmira Petratti. São Paulo: Carta na escola, 29ª ed., set. 2008. p. 38-41. (Adaptado.)

LEGENDA: Ruínas de antiga escola na Vila Maria Zélia, em São Paulo (SP), em 2016.

FONTE: Daniel Cymbalista/Pulsar Imagens



- Que condições transformaram a cidade de São Paulo em um centro industrial?

Fim do complemento.



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A Revolução Industrial tardia

O verdadeiro início do processo de industrialização brasileira, também denominado substituição de importações, está ligado a dois acontecimentos históricos importantes:

- a Revolução de 1930, que tirou do poder a oligarquia agrária, representada pelo domínio político e econômico de São Paulo e Minas Gerais, e iniciou a Era Vargas;

- a crise econômica mundial, causada pela quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Essa crise afetou a economia brasileira, uma vez que ela era sustentada pelas exportações de café, que tiveram significativa redução neste período.

Com essa crise, uma parcela razoável do capital cafeeiro foi reinvestida em atividades urbanas fabris, como a produção de alimentos e tecidos, modificando e dinamizando nossa economia com a lenta transição do predomínio do capital agrícola para o capital industrial.

Outros fatores também contribuíram para a industrialização brasileira:

- o intenso êxodo rural, que resultou no crescimento da população urbana, oferecendo mão de obra para a nascente atividade industrial e mercado de consumo para seus produtos;

- as ferrovias construídas para transportar a produção cafeeira até o porto de Santos cruzavam-se na cidade de São Paulo e formavam uma boa malha de transportes;

- os imigrantes contribuíram não só como mão de obra: muitos deles, que já tinham certa experiência empresarial, enriqueceram, contribuindo também para o crescimento do parque industrial, que se concentrou na cidade de São Paulo;

- o capital disponível para a indústria era oriundo de várias fontes: da cafeicultura, do capital privado internacional (ingleses e estadunidenses, principalmente), do capital privado nacional e do capital estatal, que expandiu e diversificou a economia brasileira;

- a Segunda Guerra (1939-1945) beneficiou a produção interna no Brasil, que, além de ter dificuldade em comercializar com a Europa, precisava substituir os produtos industrializados, antes importados, para atender ao mercado interno.

O governo de Getúlio Vargas (1930-1945) foi o responsável pela infraestrutura necessária para a instalação de indústrias no país. Entre suas realizações estão a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), organizada em 1941 e colocada em funcionamento em 1946, em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, e a mineradora Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale, privatizada em 1997), instalada em 1942, em Minas Gerais.

LEGENDA: Linha de produção de bobinas de aço galvanizado na CSN-Paraná, em Araucária (PR). Foto de 2015.

FONTE: Daniel Derevecki/La Imagem/Fotoarena

Vargas também criou organismos estatais para regular as atividades econômicas, como o Conselho Nacional de Economia (CNE), e investiu em outros setores estratégicos: fundou, em 1945, a Fábrica Nacional de Motores (FNM), no Rio de Janeiro, e a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, com a sede atual em Recife (PE).

Esse governo procurou também proteger a indústria nacional restringindo a importação de produtos estrangeiros.

Em 1943, Getúlio Vargas promulgou a Consolidação das Leis do Trabalho, que unificou as leis trabalhistas nacionais e deu aos trabalhadores direitos como férias, descanso semanal remunerado e um salário mínimo.

Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial e da ditadura de Getúlio Vargas, a indústria brasileira conheceu, com o governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1950), um período que favoreceu o reequipamento dos estabelecimentos com importações de tornos, motores elétricos e a diesel, matérias-primas minerais e máquinas para várias indústrias. Com o plano Salte (saúde, alimentação, transportes e energia), o presidente Dutra concluiu a rodovia Rio-Bahia e deu início à construção da nova rodovia RJ-SP (a rodovia Presidente Dutra).



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Em seu segundo período de governo (1951-1954), Getúlio Vargas retomou a política nacionalista, criou a Petrobras, buscando solucionar o problema da produção de petróleo, e voltou a restringir a importação de bens de consumo. Em 1952, fundou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para estimular as atividades privadas.

A internacionalização da indústria

O governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), com seu Plano de Metas, privilegiou as obras para a geração de energia, as telecomunicações, a alimentação, as indústrias de base e os transportes, principalmente a construção de rodovias, que facilitou a instalação de montadoras de veículos estrangeiras em nosso país. Seu governo, ao contrário do de Getúlio Vargas, que se preocupou em proteger a produção nacional, marcou o início da internacionalização do parque industrial brasileiro.

Nessa época, além das montadoras, vieram para o Brasil indústrias de aparelhos eletroeletrônicos e de alimentos, que mais tarde passariam a controlar o mercado interno, após a compra de empresas nacionais incapazes de competir com a tecnologia empregada por essas transnacionais. Dessa forma, com uma grande produção de bens de consumo duráveis, foi possível dar continuidade à política de substituição de importações.

LEGENDA: O presidente Juscelino Kubitschek na inauguração de uma montadora transnacional de veículos, em São Bernardo do Campo (SP), 1956.

FONTE: Acervo Iconographia/Reminiscências

Ao longo do governo JK, a expressiva entrada de capital estrangeiro no Brasil fortaleceu um modelo de financiamento do parque industrial, formado por capitais privados estrangeiros (bens de consumo duráveis), capitais privados nacionais (bens de consumo não duráveis) e capitais estatais (bens de produção e bens de capital). O sucesso do Plano de Metas resultou em efeitos colaterais desastrosos, como o aumento da inflação e da dívida externa.

Ainda nesse período, apesar da construção e mudança da capital do país para Brasília (1960), localizada na região Centro-Oeste, a política do Plano de Metas acentuou a concentração industrial na região Sudeste, contribuindo para o aumento das desigualdades regionais e intensificando as migrações internas. Esses migrantes dirigiram-se principalmente para São Paulo e Rio de Janeiro, contribuindo para o crescimento desordenado dos dois maiores centros urbanos brasileiros.

Na tentativa de equilibrar as desigualdades regionais, uma vez que as indústrias se concentravam no Sudeste, em 1959 foi criada a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Mais tarde, durante o governo militar, outros órgãos do gênero foram criados, como a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco); a Superintendência do Desenvolvimento do Sul (Sudesul), entre outras.

A Sudam e a Sudene foram extintas em 2001 e recriadas mais tarde, em 2003 e 2007, respectivamente. A Sudeco e a Sudesul foram extintas em 1990. A Sudeco foi recriada em 2011 e a Sudesul não foi reativada.

Portanto, entre 1930 e 1960, completou-se a etapa da industrialização brasileira caracterizada pelo modelo de substituição de importações voltado para o abastecimento interno e baseado na união de capitais estatais e nacionais e estrangeiros privados.


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