Conflitos no campo
Nos anos 1950, os trabalhadores rurais reiniciaram a organização de sindicatos, que tiveram sua expressão máxima nas Ligas Camponesas. A mais famosa foi a Sociedade Agrícola de Plantadores e Pecuaristas de Pernambuco, localizada no Engenho Galileia, em Vitória de Santo Antão. Essa associação resgatou o nome liga, termo utilizado na década de 1930 e que havia caído em desuso.
Nos anos 1960, a Liga Camponesa de Galileia foi duramente combatida pelo regime militar, o que levou à extinção dessa e de todas as outras Ligas espalhadas por 13 estados brasileiros.
Mais tarde, na década de 1970, no Rio Grande do Sul, surgiram os primeiros movimentos dos trabalhadores rurais sem terra que acabaram por se espalhar por outros estados e por reunir cada vez mais um número maior de adeptos. Em 1984, foi criado o movimento que tem por objetivo fazer uma reforma agrária rápida e justa: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Como vimos, as últimas leis estabelecidas para implementar a reforma agrária são fundamentadas pelo conceito de "função social da terra". Entretanto, a interpretação do que é "função social" da terra é assimilada de modo diferente pelo governo, pelos movimentos sociais camponeses e pelos proprietários rurais. Os integrantes do MST argumentam que estão tomando posse de terras improdutivas, enquanto os latifundiários consideram essa atitude um ato criminoso que fere o direito de propriedade.
LEGENDA: Vista aérea de acampamento do MST no município de Florestópolis (PR), em 2015.
FONTE: Ernesto Reghran/Pulsar Imagens
Esses diferentes pontos de vista têm causado violentos conflitos com baixas em ambos os lados, embora o número de trabalhadores rurais mortos nesses embates seja bem maior que o de policiais ou pistoleiros contratados por fazendeiros para defender suas terras.
Nesse contexto de disputa pela posse de terras, destacam-se duas figuras frequentemente envolvidas nos conflitos: o posseiro e o grileiro.
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