. Acesso em: 1° abr. 2015.
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Lua: o satélite natural da Terra
Alguns planetas têm corpos celestes que orbitam ao seu redor, os quais são chamados de satélites naturais. A Lua é o satélite natural da Terra. A forma como vemos a Lua muda de acordo com a sua posição em relação ao Sol, já que ela é um corpo celeste não luminoso. A Lua é iluminada pela luz solar, o que gera suas diferentes fases.
Fig. 1 (p. 163)
Diagrama das fases da Lua, 2012. Cada fase da Lua dura cerca de sete dias e, além disso, esse corpo celeste é o principal responsável pela mudança das marés – o avanço e o recuo das águas do mar – por causa da atração gravitacional existente entre a Lua e a Terra.
SPL/LATINSTOCK
Os movimentos do planeta
A Terra realiza dois movimentos principais, que são conhecidos como translação e rotação. O movimento de rotação é aquele que a Terra realiza em torno de seu próprio eixo. Esse movimento é realizado em sentido anti-horário, tem a duração aproximada de 24 horas e marca a passagem dos horários dos dias. Como a Terra possui forma arredondada, o Sol não é capaz de iluminar toda a sua superfície ao mesmo tempo. Assim, à medida que o planeta realiza o movimento de rotação, uma parte dele recebe os raios solares (dia), enquanto a outra, não (noite). Observe as imagens a seguir.
Fig. 2 (p. 163)
Movimento de rotação da Terra: a passagem do dia para a noite, séc. XXI.
FOTO: NASA ILUSTRAÇÃO: HUMBERTO PIMENTEL
Fig. 3 (p. 163)
SPL/LATINSTOCK
Imagem de satélite da Terra entre o final da tarde e início da noite na Europa e na África. Mostra parte dos continentes ainda iluminados pela luz do dia e outra, já à noite, com áreas escuras e luzes artificiais acesas nas regiões povoadas, séc. XXI.
Translação é o movimento que a Terra realiza ao redor do Sol, ou seja, a sua órbita. O nosso planeta demora aproximadamente 365 dias e 6 horas para completar essa volta elíptica em torno do Sol.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
É importante destacar a diferença entre satélites naturais e artificiais. Por isso, destaque o significado de satélite, que pode ser entendido como um corpo celeste que orbita em torno de outro corpo principal. A Lua é um satélite natural da Terra. Há vários satélites artificiais, produtos tecnológicos desenvolvidos em laboratório por cientistas e lançados ao espaço para captar informações sobre a Terra e os corpos celestes.
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Assim, a translação é usada para registrar o passar dos anos: 365 dias equivalem a um ano. Como a cada 365 dias restam 6 horas, a cada quatro anos somam-se 24 horas, o que equivale a um dia. Então, a cada quatro anos temos um ano com um dia a mais (29 de fevereiro) para contabilizar as seis horas que foram excluídas da contagem dos outros anos. Os anos que possuem um dia a mais em fevereiro são chamados de anos bissextos.
O movimento de translação também influencia a mudança nas estações do ano por causa do eixo de inclinação terrestre e do movimento da Terra ao redor do Sol, uma vez que regiões distintas do planeta recebem diferentes quantidades de luz e calor. Observe a imagem a seguir.
Fig. 1 (p. 164)
DESENHO DE DE AGOSTINI PICTURE LIBRARY/COLABORADOR/GETTY IMAGES
Movimento de translação da Terra em torno do Sol, séc. XXI.
Como você pode observar, os hemisférios apresentam estações do ano opostas. Por exemplo, quando é verão no Hemisfério Sul, é inverno no Hemisfério Norte e vice-versa. Isso acontece porque, dependendo da posição da Terra em relação ao Sol, a iluminação solar irradia luz mais em um hemisfério do que em outro. A Linha do Equador e os Trópicos de Capricórnio (Hemisfério Sul) e de Câncer (Hemisfério Norte) são os marcos dessa trajetória da luz solar que define as estações do ano. Quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre a Linha do Equador, a irradiação ocorre de forma equilibrada nos dois hemisférios.
Questionando
Responda no caderno:
1 Como são classificados os planetas? Defina cada uma das classificações.
2 Como os movimentos de rotação e translação da Terra influenciam a contagem do tempo? E os movimentos da Lua?
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
Professor(a), explore as duas imagens e, junto aos alunos, estabeleça relações entre a figura que representa a iluminação solar na Terra e a imagem de satélite que exibe esse fenômeno real. Isso ajudará os alunos no entendimento sobre os movimentos da Terra.
Sugestões de respostas da atividade
1. Os planetas são classificados em rochosos ou gasosos. Os rochosos estão mais próximos do Sol e são sólidos. Os planetas gasosos são assim chamados porque são constituídos por grandes volumes de materiais gasosos, o que explica porque eles são tão grandes.
2. O movimento de rotação da Terra demora cerca de 24 horas, marcando a passagem do dia para a noite. O movimento de translação, por sua vez, demora cerca de 365 dias, o que simboliza a passagem dos anos. Por último, as fases da Lua correspondem a aproximadamente sete dias, representando as semanas.
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O surgimento da Terra e suas transformações
Atualmente a teoria mais aceita sobre o surgimento do universo é o do Big Bang, que considera que o universo começou a se formar entre 13 e 14 bilhões de anos atrás a partir de uma grande explosão cósmica. Desde então, o universo se expandiu e se resfriou, diluindo-se e formando galáxias, como a Via Láctea, que deu origem ao Sistema Solar.
Acredita-se que o nosso planeta tenha cerca de 4,5 bilhões de anos. Ele foi formado a partir da concentração de gás e poeira cósmica que estavam em uma espécie de nuvem, chamada nebulosa. Da nebulosa originaram-se o Sol e todos os planetas. Desde então, a Terra passou por longas transformações, processos que podem levar milhões de anos. Na maioria das vezes, as mudanças ocorrem de forma tão lenta que é impossível no tempo de vida do ser humano percebê-las.
Passados bilhões de anos da formação do planeta, a Terra lentamente entrou em um processo de resfriamento. Assim, começou a se formar uma fina camada de rochas que daria origem à crosta terrestre, há aproximadamente 4 bilhões de anos.
À medida que o planeta ia se resfriando, a crosta terrestre tornava-se mais espessa. Uma imensa quantidade de gases, entre eles o vapor d’água, começou a ser expelida do interior da Terra, graças à atividade de vulcões. Com isso, iniciou-se a formação da atmosfera terrestre que, no entanto, era diferente da que temos hoje.
O vapor d’água favoreceu o surgimento das primeiras precipitações, que deram origem aos oceanos primitivos. A formação dos oceanos foi fundamental para o surgimento da vida no planeta, já que os primeiros microrganismos eram seres aquáticos e surgiram entre 3 bilhões e 500 milhões de anos atrás.
Glossário
Atmosfera: camada de gases que envolvem o planeta.
Comentário
Para entender os processos de transformação do planeta Terra, conhecer a escala de tempo é fundamental. Durante a vida de uma pessoa, ela não será capaz de observar o afastamento dos continentes ou a formação de grandes cadeias de montanhas, por exemplo. Essas modificações ocorrem devido a processos que duram muito mais tempo do que a escala de vida humana. Na verdade, muito mais tempo do que a duração da própria humanidade.
A escala de tempo que explica as transformações da Terra é chamada de tempo geológico. Esse tempo envolve períodos bem longos, capazes de explicar as mudanças que ocorrem de forma lenta no nosso planeta.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
Professor(a), a imensa gama de transformações ocorridas no planeta, segundo a escala de tempo geológico, requer um trabalho de comparação com o tempo humano para que os alunos tenham parâmetro das dimensões dessas transformações. Também é importante estabelecer relações com fenômenos geologicamente presentes. O processo de formação da atmosfera, dos mares e das águas doces, por exemplo, pode ser trabalhado ao estudar seus momentos de formação e, também, ao estabelecer relações com suas situações atuais. Podem ser destacados seus volumes, composições, importância, usos e nível de poluição.
Referência complementar para o(a) professor(a)
• TEIXEIRA, Wilson (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
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A estrutura interna da Terra
O processo de transformação da Terra também resultou na formação de sua estrutura interna. O planeta é formado por três camadas com diferentes composições e propriedades: a crosta, o manto e o núcleo.
O núcleo é a mais profunda e menos conhecida camada do globo terrestre. Apresenta diâmetro aproximado entre 2.900 e 3.100 quilômetros e sua temperatura chega a 5.000 °C. Composto principalmente de ferro e níquel, possui uma parte externa líquida, com espessura de 1.600 quilômetros, porém seu interior é sólido, com 1.300 quilômetros de espessura.
O manto localiza-se entre o núcleo e a crosta. É a camada mais espessa da Terra, uma vez que apresenta uma espessura entre 100 e 290 quilômetros. O manto compõe-se principalmente por magma, uma substância pastosa formada por material derretido devido às altas temperaturas dessa camada. Divide-se em manto superior e manto inferior. O superior está localizado abaixo da crosta e possui temperatura relativamente baixa (100 °C). Já o manto inferior está mais próximo do núcleo e sua temperatura é bem mais alta, chegando a 2 200 °C.
Glossário
Espessa: que se refere à espessura, largura ou grossura de um objeto ou superfície.
A crosta é a porção externa e menos espessa da Terra. Sua espessura varia entre 5 e 70 quilômetros, sendo maior onde há grandes montanhas e menor nas fossas oceânicas. É composta por material rochoso e se subdivide entre crosta continental – com espessura média de 40 quilômetros – e crosta oceânica – com espessura média de 7 quilômetros.
A crosta, juntamente à porção rígida do manto, é chamada de litosfera, esfera rochosa. Já a parte do manto de baixa velocidade e bem mais quente (870 °C) é chamada de astenosfera, esfera sem força. Observe a figura a seguir:
Fig. 1 (p. 166)
As camadas da Terra, séc. XXI.
ANDRZEJ WOJCICKI/SCIENCE PHOTO LIBRARY GETTY IMAGES
Crosta terrestre
Manto superior
Manto inferior
Núcleo externo
Núcleo interno
Leia
Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne. ([S.l.]: L&PM Editores, 2002. 264 páginas).
Este livro narra a história da viagem de um menino, Axel, com o seu tio, o professor Lidenbrock, em busca do centro da Terra.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
Em sala de aula
Professor(a), explore a imagem que mostra a composição das camadas da Terra. Diferencie cada uma delas e destaque suas características. É importante ressaltar que a espessura da crosta, camada em que vivemos, é muito menor do que as demais; que as camadas mantêm uma relação direta; e que acontecimentos geológicos no interior do planeta refletem-se na superfície terrestre.
Referência complementar para o(a) professor(a)
• WICANDER, Reed; MOORE, James S. Fundamentos de geologia. São Paulo: Cengage, 2009.
Em sala de aula
Professor(a), se possível desenvolva atividades de leitura compartilhada do livro Viagem ao centro da Terra, de Júlio Verne. Indique as páginas que os alunos devem ler em casa como tarefa e retome em sala de aula as principais passagens que remetem ao tema.
OED
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As placas tectônicas e a Deriva Continental
No início do século XX, o alemão Alfred Wegener desenvolveu uma teoria que ficou conhecida como Teoria da Deriva Continental. Segundo Wegener, os continentes nem sempre tiveram a configuração atual. Entre 400 e 200 milhões de anos atrás, eles formavam um só bloco, denominado Pangeia, o qual era cercado por um só oceano, chamado de Pantalassa.
Ao longo do tempo geológico, esse bloco foi se fragmentando. Primeiro dividiu-se em dois continentes: Laurásia (formado pelas atuais América do Norte, Europa e Ásia) e Gondwana (composto pelas atuais América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida). Posteriormente, esses dois continentes também sofreram alterações até atingirem a configuração de hoje. Observe a imagem a seguir.
Fig. 1 (p. 167)
MARIO YOSHIDA
As imagens mostram a evolução dos continentes ao longo de milhões de anos até a formação dos continentes.
A evolução da Deriva Continental Terrestre
PANGEIA
GONDWANA
LAURÁSIA
PANTALASSA
PANTALASSA
ÁFRICA
ANTÁRTIDA
EUROPA ÁSIA
OCEANIA
AMÉRICAS
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