Geografia Espaço e identidade Levon Boligian, Andressa Alves 2 Componente curricular Geografia



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Urbanização crescente, mas desigual

Atualmente, cerca de 85% da população brasileira vive em cidades, índice que, de acordo com algumas projeções, pode chegar a 88% na década de 2020. Essa alta taxa de urbanização, semelhante à de muitos países desenvolvidos, distribui-se de maneira diferenciada entre as grandes regiões brasileiras. O mapa da página seguinte mostra como as taxas são, de maneira geral, maiores nos estados do Centro-Sul do país e menores no Nordeste e na Amazônia.

Essa característica demográfica deve-se ao fato de que os maiores fluxos migratórios no sentido campo-cidade ocorreram inicialmente nos estados onde os índices de industrialização e de modernização das atividades agrícolas eram maiores, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Somente nas últimas décadas do século XX o êxodo rural passou a incrementar as taxas de urbanização nos demais estados brasileiros, como veremos mais adiante.
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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fontes: IBGE. Síntese de Indicadores Sociais 2014. Disponível em: ; IBGE. Estimativas de população. Disponível em: . Acessos em: 16 jan. 2016.

Urbanização e mudanças na PEA

O processo de industrialização impulsionado pelo Estado a partir da década de 1950 não criou empregos suficientes para absorver totalmente a população que foi expulsa do campo e passou a viver nas cidades.

Na realidade, observou-se um crescimento da PEA empregada no setor terciário da economia, sobretudo em atividades informais (ambulantes, diaristas etc.). Observe no gráfico abaixo a evolução da distribuição da PEA por setores de atividades econômicas no Brasil nas últimas cinco décadas e leia as legendas, que explicam o comportamento de cada um deles.

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Gráfico: ©DAE

Fontes: IBGE. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1992; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2007 (Pnad). Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.
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Processo de metropolização no Brasil

Observe os mapas abaixo.

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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fontes: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001; IBGE teen. Censo 2010. Disponível em: ; IBGE. Diretoria de Pesquisas (DPE), Coordenação de População e Indicadores Sociais (Copis). Disponível em: . Acessos em: 16 jan. 2016.

Como é possível perceber nos mapas, a urbanização brasileira caracterizou-se pelo crescimento ou “inchaçodos maiores centros urbanos, que correspondiam, em geral, às capitais estaduais e/ou aos centros industriais de maior expressão, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. Essas cidades passaram a receber grandes levas de migrantes provenientes da zona rural não somente de seus respectivos estados, mas também de outras regiões do país. As grandes cidades do Sudeste, por exemplo, atraíram milhões de migrantes nordestinos entre as décadas de 1950 e 1980 (reveja o mapa da página 56, no Capítulo 3).

A partir do forte incremento populacional urbano nasceram as principais metrópoles brasileiras, cidades com mais de um milhão de habitantes caracterizadas pela concentração de capitais e de produção (na indústria ou nas atividades terciárias) e por uma diversificada infraestrutura de serviços (saúde, educação e lazer). Em muitos casos, esses centros urbanos têm se destacado em nível regional e nacional como sedes de grandes empresas estatais e privadas, de centros de pesquisa, ensino e cultura, além de poderes públicos.

Em razão do grande afluxo de migrantes, houve um processo de crescimento exacerbado e desordenado das áreas urbanas das metrópoles brasileiras, que, em muitos casos, se uniram às áreas urbanas de cidades próximas (o chamado processo de conurbação urbana), criando grandes aglomerações.


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A partir da década de 1970, essas aglomerações urbanas formadas em torno das principais metrópoles do país foram denominadas Regiões Metropolitanas (RM). A região metropolitana pode ser denominada RIDE (Região Integrada de Desenvolvimento Econômico) quando aglutina municípios de mais de uma unidade da federação. Existe uma forte interdependência entre os municípios que compõem as RM: atualmente cerca de 7 milhões de trabalhadores deslocam-se todos os dias entre essas cidades, executando o chamado movimento pendular diário. De acordo com o IBGE, as 25 maiores regiões metropolitanas do país reúnem cerca de 90 milhões de habitantes (aproximadamente 44% da população absoluta do Brasil). O mapa e o gráfico seguintes mostram a localização das regiões metropolitanas brasileiras e os dados a respeito daquelas mais populosas.



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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2012. p. 147.

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Gráfico: ©DAE

Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas (DPE), Coordenação de População e Indicadores Sociais (Copis). Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016. São Paulo
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Competência de área 2: Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.

Habilidade 06: Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

De olho no Enem – 2014



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Mapa: ©DAE/Allmaps

O fluxo migratório representado está associado ao processo de:

a. fuga de áreas degradadas.

b. inversão da hierarquia urbana.

c. busca por amenidades ambientais.

d. conurbação entre municípios contíguos.

e. desconcentração dos investimentos produtivos.



Gabarito: D

Justificativa: O mapa apresentado como suporte à questão destaca os movimentos de migrações pendulares que ocorrem dentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A análise do mapa revela movimentos mais expressivos em municípios vizinhos ao da capital mineira, evidenciando que a proximidade e a possível conurbação das malhas urbanas entre esses municípios, como ocorre em outras Regiões Metropolitanas, é um fator central que influencia tais deslocamentos populacionais. Está correta, portanto, a alternativa d. A alternativa a está incorreta, pois não há nenhum indício no mapa apresentado de que os espaços de repulsão dos movimentos migratórios destacados representem áreas degradadas. Seria mais lógico, aliás, pressupor que o município de Belo Horizonte possui maior quantidade de áreas degradadas ou que apresentem saturação na malha urbana, do que os municípios vizinhos. A alternativa b está incorreta, pois não há inversão na hierarquia urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte, visto que a capital continua exercendo a hierarquia espacial sobre as demais cidades em seu entorno. A alternativa c está incorreta, pois se os movimentos se justificassem pela razão apresentada nessa alternativa, possivelmente os fluxos seriam inversos, já que a cidade de Belo Horizonte encontra-se ambientalmente mais degradada do que as cidades menores de seu entorno. A alternativa e está incorreta, pois os fluxos apontados no mapa demonstram que a maior parte dos deslocamentos ocorre em direção à capital, o que não indica a alegada descentralização de investimentos produtivos.

Megalópole brasileira

Nas últimas décadas, o crescimento das Regiões Metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, assim como de cidades de porte médio localizadas na região do Vale do Rio Paraíba do Sul, entre a metrópole paulista e a carioca, vem dando origem, segundo alguns especialistas, à megalópole brasileira.

Já o IBGE denomina essa grande aglomeração de municípios de complexo metropolitano do Sudeste. Também fazem parte dessa área densamente povoada as Regiões Metropolitanas da Baixada Santista e de Campinas, ambas no estado de São Paulo. Ao todo, vivem nessa área cerca de 44 milhões de pessoas (aproximadamente 23% da população brasileira).

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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2009. p. 154.
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Culturas em foco

Indígenas da metrópole

Atualmente há no Brasil mais de 800.000 indígenas, segundo o mais recente recenseamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. Vivem nas grandes cidades 38,5% deles, principalmente em São Paulo, mas também em Manaus, Boa Vista e no Rio de Janeiro. Isso representa o último desafio para o indígena: adaptar-se e sobreviver entre toneladas de asfalto. [...]

As migrações indígenas da aldeia para a grande cidade não são algo recente. Acontecem desde meados do século XX, quando, entre as décadas de cinquenta e setenta, uma primeira onda de mão de obra chega à metrópole para trabalhar na construção civil. Posteriormente, nos anos noventa, após a Constituição de 1988 e a ampliação da rede de ensino, essa migração se torna principalmente universitária, com a presença de coletivos que ganham a vida com apresentações artísticas e rituais.

Nas últimas duas décadas, a diferença entre zona rural e urbana se tornou mínima tanto no sentido migratório quanto de interação entre ambas. Com algumas grandes exceções no Norte do Brasil, a maioria das comunidades indígenas está bastante urbanizada, fazendo fronteira com ou sendo parte de cidades médias [...].

Mesmo assim, apesar de o convívio do índio na cidade ser um fato histórico, o receio contra sua pessoa não diminui com o passar do tempo. “Existe uma imagem dupla de preconceito: nos anos cinquenta era a invisibilidade de não poder dizer que era índio para não sofrer discriminação, razão pela qual muitos se faziam passar por nordestinos, caboclos… e já nos anos noventa, trata-se da negação de sua identidade indígena pelo fato de não viver mais na aldeia nem ter fenótipo de índio”, diz o antropólogo social Marcos Albuquerque.

SASTRE, Patrícia Martínez. Índios urbanos: buscando as raízes longe da natureza. El País – Brasil, 25 out. 2015. Disponível em:


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