Apesar das medidas adotadas, o ritmo de desflorestamento ainda é intenso: anualmente são desmatados cerca de 5 mil quilômetros quadrados de floresta, algo como três vezes e meia a área do município de São Paulo. Acompanhe no mapa ao lado a extensão do arco de desflorestamento e, na tabela, os dados sobre o ritmo de desmatamento da Floresta Amazônica nos últimos anos.
. Acesso em: 8 fev. 2016.
Resolva os exercícios no caderno.
Ainda que nos últimos anos haja uma tendência de queda na taxa de desmatamento anual para a totalidade da Amazônia Legal, a tabela mostra uma variação no ritmo de derrubada da floresta entre os estados da região. Quais estados apresentaram queda mais significativa? Quais não apresentaram grandes mudanças? Houve estados onde a taxa de desmatamento cresceu? Se sim, quais são eles? Com base no que foi estudado no capítulo, você saberia explicar essa diferença de desmatamento entre os estados? Converse com os colegas sobre isso.
Competência de área 6: Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
Habilidade 30: Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta, nas diferentes escalas.
De olho no Enem – 2011
A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.
AB’SÁBER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: Edusp, 1996.
Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:
a. expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.
b. difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.
c. construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país.
d. criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.
e. ampliação do polo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras.
Gabarito: B
Justificativa: Questão que avalia a compreensão, pelo aluno, do contexto em que ocorre o desmatamento amazônico. A alternativa a está incorreta, pois o Projeto Grande Carajás não pode ser apontado como uma transformação atual, já que foi implementado na década de 1980, e também, por ser gerenciado pela Vale, não atraiu outras mineradoras para a região. A alternativa c está incorreta, pois a rodovia Transamazônica também não representa uma novidade na região, visto que foi um projeto levado à cabo durante a ditadura militar no Brasil. Além disso, o traçado da rodovia não interliga a Amazônia a outras regiões brasileiras, uma vez que rasga a floresta. A alternativa d está incorreta, pois a atividade de extração do látex não provoca o desmatamento. A alternativa e está incorreta, pois o polo industrial da Zona Franca de Manaus não pode ser apontado como um fator que acelere o desmatamento amazônico, visto que as indústrias envolvidas instalam-se em um território restrito. A resposta correta está na alternativa b, já que o avanço do agronegócio na região pode ser apontado, na atualidade, como o principal fator responsável pelo desmatamento amazônico.
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Os sistemas agroflorestais na Amazônia
Atualmente são realizados muitos estudos voltados a desenvolver técnicas que amenizem o processo de desflorestamento na região amazônica, criando alternativas de uso da terra que sejam sustentáveis e economicamente viáveis a médio e longo prazo, sobretudo para os pequenos e médios produtores rurais. Entre essas alternativas estão os chamados Sistemas Agroflorestais (SAFs). Conheça melhor essa técnica no texto a seguir.
Os SAFs são formas de uso e manejo da terra, nos quais árvores ou arbustos são utilizados em associação com cultivos agrícolas e/ou com animais, em uma mesma área, de maneira simultânea ou em uma sequência temporal.
Possuem uma grande semelhança com os ecossistemas naturais, apresentando uma elevada biodiversidade, complexa estrutura e grande acúmulo de biomassa gerada. Exploram a relação ecológica entre plantas e animais, preservam o solo através da ciclagem de nutrientes e combatem a erosão, aproveitam melhor a radiação solar e não necessitam de adubos químicos.
Acredita-se que a forma de degradação mais significativa na Amazônia seja “a perda da renda em potencial dos serviços ambientais, tais como a manutenção da biodiversidade, a ciclagem de água e o armazenamento de carbono”, e os SAFs podem atuar diretamente na recuperação destes ambientes. Pesquisas recentes no noroeste do Mato Grosso revelam que os SAFs possuem papel de extrema importância na manutenção da fertilidade, cobertura e capacidade de retenção de água no solo, pois nesta região há um desgaste considerável neste compartimento devido às características ambientais locais. Além disso, estes sistemas podem funcionar como corredores ecológicos, pela sua estrutura e composição, provendo conectividade entre as áreas naturais e suporte para as atividades de alimentação e reprodução de espécies da região.
Estes sistemas de produção permitem o uso prolongado da terra, mantendo sua capacidade produtiva, e contribuem para a segurança alimentar de agricultores familiares. Contudo, sua implantação e manejo nos primeiros anos demandam acentuada força de trabalho, e, apenas a partir do quinto ano, contribuem de forma significativa com a estabilidade e diversificação de fonte de renda. Contudo, sua utilização possibilita uma estabilidade econômica a médio/longo prazo, pois oferece diversos produtos ao longo do ano, capaz de colocar no mercado produtos de acordo com a demanda. Dispensam investimentos elevados, já que não necessitam de fertilizantes e de defensivos, e sua manutenção é manual, necessitando de um pouco mais de tempo, porém dispensando o uso de máquinas, diminuindo os custos.[...]
Dawidson França
Dawidson França
OLIVEIRA, Nara Lina et al. Desenvolvimento sustentável e sistemas agroflorestais na Amazônia matogrossense. In: Confins: Revista franco-brasileira de Geografia, vol. 10, n. 10, 2010. Disponível em:
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