Português: contexto, interlocução e sentido


O enunciado é formado pelas orações “Se você consegue ler esta frase” e “agradeça ao seu oftalmologista”. Professor



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1 O enunciado é formado pelas orações “Se você consegue ler esta frase” e “agradeça ao seu oftalmologista”. Professor: Os alunos não precisam classificar as orações, pois verão esse conteúdo apenas a partir do Capítulo 10.

a) Como o enunciado central foi escrito em letras muito miúdas, o que fica implícito é que pessoas com alguma dificuldade de visão dependem dos médicos oftalmologistas para, com o auxílio de óculos ou lentes por eles prescritos, poderem ler textos independentemente do tamanho da letra com que são escritos.

b) Quando se leva em consideração o implícito sobre a importância da atuação dos médicos oftalmologistas para garantirem a qualidade de visão das pessoas, constata-se que entre as duas orações se estabelece uma relação de condição: a oração “Se você consegue ler esta frase” nos leva a concluir que você consultou um oftalmologista, portanto, “agradeça ao seu oftalmologista”. A condição para que a leitura ocorra é o que fica implícito no enunciado: ter consultado um oftalmologista.

c) Se, que é uma conjunção subordinativa condicional.



2 O objetivo do anúncio, patrocinado por uma ótica, é homenagear os médicos oftalmologistas no dia a eles dedicado.

> O enunciado foi escrito em letras bem pequenas, que ofereceriam dificuldade de leitura, particularmente para as pessoas que têm algum problema de visão. Como se trata de uma homenagem aos médicos oftalmologistas, essa estratégia é bastante adequada, pois leva o leitor que usa óculos ou lentes de contato a constatar que só é capaz de distinguir as letras miúdas graças à qualidade do trabalho realizado por seu oftalmologista.

3 Considerando que Magali está sozinha e tem diante de si uma grande quantidade de comida, pode-se supor que a formiga e o urubu a observavam com a esperança de se alimentar das sobras deixadas pela garota.

> Magali é conhecida por ser uma “comilona”. O pressuposto se baseia exatamente nessa característica da garota. Sabendo o quanto Magali come, a formiga diz ao urubu que devem ir embora, porque não vai sobrar nada para eles.

4 O período é composto por duas orações: a primeira (coordenada assindética) é “S’imbora” (vamos embora); a segunda (coordenada sindética explicativa) é “que não vai sobrar nem migalha”.

a) O termo é a conjunção que (= porque).

b) Trata-se de uma conjunção (coordenativa explicativa) que fornece uma explicação para aquilo que é afirmado na oração anterior.

c) A estrutura sintática escolhida explicita a razão pela qual a formiga e o urubu devem partir: não sobrará nada para eles. Essa explicação sugere que Magali comerá tudo o que há sobre a toalha.



5 “Porque hoje é sábado.”

a) Essa oração desempenha, em relação a cada um dos fatos e comportamentos descritos, uma função explicativa. “Ser sábado” é a justificativa apresentada, no poema, para cada um dos comportamentos e situações apresentados.

b) As afirmações e a oração “porque hoje é sábado” são coordenadas entre si. Cada uma delas é sintaticamente independente da oração identificada e se relaciona com ela por meio da conjunção explicativa porque.

6 “Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.”
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a) O eu lírico, nesse verso, deixa claro que a criação dos seres humanos não deveria ter acontecido.

b) O sábado a que se refere o eu lírico, repetidas vezes, corresponde ao sexto dia da criação (retomado, no verso, por meio de um vocativo: “ó Sexto Dia da Criação”), quando Deus, segundo a narração bíblica, deu forma ao homem e à mulher (“macho e fêmea”, como afirma a epígrafe). Todos os comportamentos e situações descritos nos versos anteriores se referem aos seres humanos e só ocorrem, portanto, porque eles foram criados.

CAPÍTULO 10

Período composto por coordenação

As orações coordenadas (p. 186)

1 Dois homens conversam em um bosque. Diante deles pode-se ver um tronco de árvore criado a partir de centenas de livros empilhados.

2 Como o tronco da árvore diante da qual estão os dois homens foi criado por centenas de livros empilhados, e como o texto faz alusão a “exemplares encalhados do seu livro”, podemos inferir que o livro desse autor vendeu muito pouco, ou seja, foi um fracasso de vendas. O fato de os dois homens estarem em um bosque e de um tronco de árvore ter sido recriado a partir de livros empilhados nos leva a inferir que o cartum tematiza a relação entre o corte de árvores para produzir papel e a publicação de inúmeros livros que não vendem o suficiente para justificar o desperdício dos recursos naturais utilizados em sua fabricação.

a) A fala do homem de óculos sugere que, uma vez constatado que aquele livro específico ficaria encalhado, alguém tomou a decisão de tentar “devolver” à natureza o papel que foi dela extraído. Isso evidentemente não funcionou.

b) Qualquer pessoa sabe que não se vai conseguir uma nova árvore a partir de livros empilhados. O autor do cartum também sabe disso. Sua intenção, ao apresentar a cena com essa árvore de livros foi, provavelmente, levar os leitores a refletirem sobre os custos, para a natureza, do desperdício de recursos que parecem inesgotáveis.

3 a) Trata-se de um período composto por coordenação. Ele deve ser assim classificado porque é constituídos por duas orações sintaticamente independentes (ou seja, nenhuma delas funciona como um termo da outra).

b) Observa-se que há uma relação de oposição entre o que é afirmado nas orações.

c) A conjunção coordenativa adversativa mas.

Atividades (p. 191)

1 Nos três casos, Guilber utilizou um período composto por orações coordenadas. A segunda oração de cada período é sempre introduzida pela conjunção ou.

a) Cada enunciado dos quadrinhos é formado por uma oração coordenada assindética (“Ver o filme”, “Estudar português” e “Jogar Tíbia”) seguida de uma oração coordenada sindética alternativa (“ou ler o livro?”, “ou exercitar matemática?” e “ou jogar Tíbia?”).

b) Como se tratava de mostrar situações em que a personagem teria de fazer escolhas entre duas opções excludentes, a tira trabalha com enunciados cuja estrutura sintática é apropriada para esse fim: orações coordenadas alternativas, que deixam claro que fazer uma escolha significa abrir mão da outra possibilidade.

2 Nos dois primeiros quadrinhos, Guilber expõe alternativas excludentes: ver o filme implicaria não ler o livro (e vice-versa), assim como estudar português implicaria não exercitar matemática (e vice-versa). No entanto, no terceiro quadrinho, ele expõe alternativas idênticas: “Jogar Tíbia ou jogar Tíbia”. O humor da tira é construído justamente pela “falsa” alternativa apresentada: como as duas orações indicam a mesma situação, qualquer escolha que ele fizer resultará em uma única escolha: jogar Tíbia. Daí a graça da tira: quando se trata de jogar Tíbia, a decisão de Guilber já está tomada.

3 O período seria formado por duas orações: “De 1950 pra cá, o mundo mudou totalmente” e “mas nem tanto”. No caso, a segunda oração tem um verbo implícito (“mudou”), ou seja, equivale a “mas nem mudou tanto”.

> A oração “De 1950 pra cá, o mundo mudou totalmente” é coordenada assindética e a oração “Mas nem tanto” (“mas nem mudou tanto”), coordenada sindética adversativa.

4 O anúncio tem por finalidade homenagear os 60 anos de lançamento da Kombi, veículo bastante popular no Brasil.

a) A oração “De 1950 pra cá, o mundo mudou totalmente” sugere que, nas últimas décadas, o mundo se alterou completamente. Nesse caso, estaríamos vivendo, hoje, uma realidade inteiramente diferente daquela dos anos 1950. No entanto, ao acrescentar o enunciado “Mas nem tanto”, o anúncio cria um paradoxo, alterando a expectativa do leitor: se “o mundo mudou totalmente”, como é possível não ter mudado tanto? Essas duas ideias seriam, a princípio, excludentes: se o mundo mudou totalmente, nada continua igual; se o mundo não mudou tanto, ele não pode ter mudado totalmente.

b) Ao criar esse paradoxo, o anúncio trabalha com a ideia de que apenas uma coisa no mundo permanece igual: a Kombi. Apesar de terem ocorrido muitas mudanças nos últimos 60 anos, não houve alteração na credibilidade desse veículo junto à população brasileira. Consequentemente, o leitor é levado a concluir que, não importa qual seja a situação ou a época, a Kombi é sempre um carro confiável.

5 Os provérbios utilizados para a elaboração dos enunciados foram: toda regra tem exceção; os últimos serão os primeiros; quem ri por último, ri melhor; em casa de ferreiro, o espeto é de pau; quem com ferro fere, com ferro será ferido.

> Os provérbios são combinados em cada um dos enunciados com o objetivo de produzir uma conclusão que, em geral, leva ao riso, dada a sua incoe rência, falta de lógica ou o inusitado daquilo que se conclui.

6 Sim. Os três enunciados são construídos a partir da combinação de dois provérbios que são relacionados de modo a produzir uma determinada conclusão. Professor: ressalte aos alunos que a conjunção logo está implícita no terceiro enunciado: “Se em casa de ferreiro, o espeto é de pau, e se quem com ferro fere, com ferro será ferido, (logo) você pode ferir um ferreiro com ferro, porque ele não terá como revidar”.

> A conjunção e tem valor aditivo, pois indica, em cada enunciado, a “soma” de duas condições necessárias para que uma dada conclusão seja apresentada. A conjunção logo tem valor conclusivo, pois revela o resultado (a inferência) a que se chega a partir das duas primeiras afirmações. A conjunção porque, que aparece no último enunciado, estabelece uma relação de explicação entre a primeira oração (“você pode ferir um ferreiro com ferro”) e a segunda (“porque ele não terá como revidar”). O fato de o ferreiro não poder revidar (ele teria somente espetos de pau em sua casa) é a razão apresentada para alguém poder feri-lo com um espeto de ferro.
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7 Na cena, observam-se três senhores (supostamente médicos) conversando a respeito do estado de saúde do paciente, que se encontra deitado na cama.

> Os senhores formulam hipóteses sobre o que pode ter causado o problema do paciente.

8 É estranho o fato de todas as hipóteses levantadas para explicar a condição do paciente relacionarem-se a superstições. Espera-se que médicos elaborem hipóteses de natureza científica para explicar uma doença. O fato de um deles recorrer a superstições (quebrar um espelho, passar debaixo de uma escada, derramar sal) é algo totalmente inesperado e fora de contexto.

a) Repetem-se as orações coordenadas sindéticas alternativas: ou passou debaixo de uma escada, ou derramou um pouco de sal.

b) As orações coordenadas sindéticas alternativas têm como função enumerar diferentes opções ou possibilidades associadas a um determinado fato. Nesse caso específico, elas participam da construção de um sentido inesperado, porque são utilizadas para introduzir diferentes tipos de superstição como possíveis causas para a doença do paciente.

CAPÍTULO 11

Período composto por subordinação I

As orações que equivalem a substantivos (p. 193)

1 Jon faz uma série de observações que revelam sua preocupação com o fato de seu gato não querer sair da cama. Primeiro ele observa que parece que o gato não quer se mexer; depois que não quer fazer qualquer exercício e por fim, já dando mostras de irritação, que não quer ir para fora de casa.

2 A oração que se repete no texto de todos os balões é “Não me parece”.

> A repetição da oração “Não me parece” sugere que a paciência de Jon vai diminuindo à medida que ele percebe que suas sugestões indiretas dirigidas ao Garfield (mexer-se, fazer algum exercício, ir lá fora) estão sendo ignoradas por seu gato. Isso é reforçado pela expressão facial da personagem, que revela uma irritação crescente.

3 As orações que completam as falas de Jon e o pensamento de Garfield são: “que você vá se mexer hoje.”; “que você queira fazer algum exercício.”; “que você queira ir lá pra fora!”; “que esta cama tenha rodas.”.

> Todas essas orações desempenham a função de sujeito da oração principal (“Não me parece”).

4 A resposta que Garfield pensa em dar a Jon pode ser considerada irônica porque ele faz uso da mesma estrutura que se repetiu nas observações feitas por Jon (“Não me parece que”), mas seu objetivo é indicar que não tem nenhuma intenção de se mover por conta própria (“Não me parece que esta cama tenha rodas.”).

Atividades (p. 201)

1 Um paciente aguarda um diagnóstico do seu médico. A cena deixa evidente que é a segunda vez que esse paciente procura o médico para cuidar de um mesmo problema. O inusitado da situação é o fato de o médico continuar sem ter ideia de qual pode ser o problema de saúde do paciente, o que deixa claro ao afirmar que a hipótese que faz nessa segunda visita constitui “uma segunda opinião”, pois se sabe que, quando um paciente procura uma segunda opinião, faz isso consultando outro médico.

2 a) A fala é constituída por um período composto por duas orações: a primeira, “Na primeira vez, pensei”, é a oração principal; a segunda, “que você tivesse outra coisa”, classifica-se como oração subordinada substantiva objetiva direta.

b) A fala permite concluir que o primeiro diagnóstico feito pelo médico estava errado.

c) A oração subordinada substantiva objetiva direta “que você tivesse outra coisa”, por introduzir o complemento do verbo da oração principal (pensei), permite que o leitor conclua que o primeiro diagnóstico do médico estava errado.

3 Na tira, causa estranhamento o fato de um casal estar comendo em tigelas colocadas no chão, como se fossem animais de estimação, enquanto outras pessoas estão sentadas à mesa, participando do almoço ou do jantar para o qual foram convidadas.

4 A fala da mulher é surpreendente porque sugere que ela não se incomoda com a situação humilhante a que ela e o marido foram submetidos: o importante para ela é o status social associado a eventos dessa natureza.

a) O período é composto pela oração “O importante é”, que se classifica como principal, e pela oração “que fomos convidados”, que se classifica como subordinada substantiva predicativa.

b) Em termos sintáticos, a fala da mulher é constituída por uma oração principal que traz, como núcleo do sujeito, o adjetivo importante. A explicitação do que é importante será feita pelo predicativo do sujeito, função desempenhada, nesse caso, por uma oração subordinada substantiva predicativa (“que fomos convidados”). Portanto, por meio dessa estrutura, o autor da tira chama a atenção do leitor para o valor que algumas pessoas dão para a possibilidade de participarem de eventos da alta sociedade: terem sido convidados, independentemente das circunstâncias, é o mais importante.

5 As “verdades” a que Martha Medeiros se refere são as respostas para as dúvidas e sensações que as pessoas vão colecionando ao longo da sua existência: os questionamentos sobre o amor que sentem, os rumos que tomaram na vida. Segundo a autora, todos sabemos o que sentimos, pois a verdade sobre nossos questionamentos grita dentro nós.

a) “Não sei se gosto mesmo da minha namorada”; “Não sei se quero continuar com a vida que tenho”; “Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto”.

b) Todos os períodos são compostos por subordinação e sempre são iniciados com a oração principal “[Eu] Não sei”. A essa oração principal se subordina, nos três casos, uma oração subordinada substantiva objetiva direta, introduzida pela conjunção integrante se (“se gosto mesmo da minha namorada”; “se quero continuar com a vida (que tenho)”; “se teria coragem de jogar tudo para o alto”). Professor: seria importante mostrar aos alunos que, no segundo período destacado, há duas orações subordinadas: a primeira (“se quero continuar com a vida”), uma oração subordinada substantiva objetiva direta, subordina-se à principal (“não sei”); a segunda (“que tenho”) é uma oração subordinada adjetiva restritiva que se subordina à subordinada substantiva.

c) A autora faz uso dessa estrutura sintática para mostrar os questionamentos feitos pelas pessoas ao longo da vida. A essas “perguntas” está sempre associada uma resposta: “sabe/ sabemos”. Assim, ela constrói o sentido do texto demonstrando que as pessoas sempre sabem o que sentem quando fazem esse tipo de questionamento, apenas não estão dispostas a encarar todas essas verdades.


Página 424

6 “Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo.”

> O período é composto por duas orações. A primeira é classificada como oração principal: “Mas a verdade é só uma”; a segunda, que se subordina à primeira, é uma oração subordinada substantiva apositiva. Ainda que não apresente uma conjunção que a introduza, essa segunda oração, semanticamente, funciona como aposto da primeira.

CAPÍTULO 12

Período composto por subordinação II

As orações que equivalem a adjetivos (p. 203)

1 A leitura atenta dos quadrinhos permite identificar uma relação de encadeamento entre os vários acontecimentos.

> A relação de encadeamento de ações fica evidente quando se constata que cada novo acontecimento é desencadeado pelo anterior.

2 a) Os termos destacados (que) são pronomes relativos. Isso fica evidente quando observamos que ele substitui seu antecedente, introduzindo uma nova oração.

b) Em todas as ocorrências do trecho transcrito, o pronome relativo exerce a função sintática de sujeito.



3 Por se tratarem de pronomes relativos que recuperam um antecedente anteriormente expresso, esses termos permitem construir uma série de orações encadeadas. É dessa forma que participam do estabelecimento da relação entre os acontecimentos apresentados na tira.

> É o fato de ter uma série de orações encadeadas pelo uso de pronomes relativos que faz com que a relação expressa no início da tira entre o garoto e o piolho seja retomada nos últimos quadrinhos: a picada do piolho na cabeça do garoto desencadeia as várias ações que culminam com a queda da lâmpada na cabeça desse mesmo garoto, provocando a morte do piolho. Estabelece-se, assim, o efeito de circularidade entre os acontecimentos apresentados na tira.

Atividades (p. 207)

1 O objetivo da campanha é promover a preservação da natureza.

2 Os outdoors apresentam fotografias de troncos de árvores em que os nós da madeira assumem uma formação semelhante à de um olho. Essas imagens, associadas aos textos maiores que aparecem no canto superior esquerdo (“Eu vi as árvores que você cortou” e “Eu vi a floresta que você queimou”) permitem apresentar a natureza como uma testemunha dos gestos destrutivos provocados pela inconsequên cia humana. No canto inferior direito, outro texto reforça essa ideia: “A natureza vê o homem destruir mas não pode fazer nada”. Em termos persuasivos, o efeito da combinação imagem/texto é forte, porque provoca uma sensação de mal-estar nas pessoas ao se darem conta de que seus gestos estão sendo “vistos” por alguém. A intenção do autor do texto é exatamente essa: causar incômodo e, a partir desse desconforto, levar as pessoas a terem maior cuidado com a natureza.

3 Esse termo retoma seu antecedente (“as árvores” e “a floresta”), para evitar que ocorra uma repetição na segunda oração. Nos dois casos, observamos que a função desempenhada é a de pronome relativo, porque, como sabemos, esse tipo de pronome atua substituindo o termo que o antecede e introduzindo uma nova oração.

4 A primeira oração (“que você cortou”) pode ser substituída pela palavra cortadas. A segunda oração (“que você queimou”) pode ser substituída pela palavra queimadas.

a) As duas palavras são adjetivos, porque atuam de modo a caracterizar o substantivo a que se referem.

b) Sintaticamente, as palavras cortadas e queimadas atuam como adjuntos adnominais do núcleo do objeto direto ao qual se vinculam (“árvores” e “floresta”).

5 A oração é que faz a barba, classificada como oração subordinada adjetiva restritiva.

6 Calvin destaca uma característica de Moe (ter a barba aos 6 anos de idade) por meio de uma oração adjetiva que explica o motivo de ter dado a sua bola ao valentão quando este ordenou. Como Moe é um menino forte e briguento, Calvin procura explicar o seu comportamento, aparentemente motivado pela covardia, afirmando que o garoto é fisicamente mais amadurecido do que outras crianças da mesma idade. O humor da tira decorre da justificativa inesperada de Calvin: pelo fato de Moe ser um garoto de 6 anos que já faz a barba, é melhor não discutir com ele.

7 Toda a fala do arcanjo Gabriel, no terceiro quadrinho, é constituída por orações adjetivas restritivas reduzidas. A primeira delas (“gente pendurada pelo dedão”) é reduzida de Particípio; as outras são reduzidas de Gerúndio (“gente sendo assada numa churrasqueira gigante”, “gente sendo serrada em dois”).

> No primeiro quadrinho, o anjinho anuncia que gostaria de ver o inferno e o Arcanjo Gabriel, para demovê-lo dessa ideia, começa a enumerar uma série de coisas terríveis que teria visto por lá. Essa enumeração (no terceiro quadrinho), feita com as orações adjetivas reduzidas, surte efeito contrário, como se pode observar pela expressão facial dos anjinhos mostrando bastante interesse (no último quadrinho). Eles aguardam ansiosamente a continuação das enumerações dos horrores do inferno quando Gabriel a interrompe (“... gente sendo...”), ao perceber o que está acontecendo a seu redor.

8 Para Dulce Critelli, o uso de um forno de micro-ondas não caracteriza o ato de cozinhar; pois esse aparelho eletrodoméstico cria uma relação impessoal com o alimento, muito diferente daquela estabelecida quando se cozinha utilizando o fogão. Nesse caso, além de acompanhar a transformação dos alimentos, a imaginação e a curiosidade do cozinheiro são “ingredientes” importantes do preparo dos pratos já que os “sentidos são todos instigados”. O tempo também não é controlado por timers ou relógios, é “um tempo de espera, em que nos empenhamos ativamente na preparação de um acontecimento.”

a) A passagem é: “Cozinhamos com os olhos — que comparam e procuram cores, movimentos, texturas —, com os ouvidos — que acompanham os sons da fervura, da cebola fritando —, com as mãos — que descobrem as consistências e as temperaturas —, com a boca e o nariz — que orientam na dosagem dos temperos e no ponto do aprontamento.”

b) Sintaticamente, são orações subordinadas adjetivas explicativas.

9 Como a intenção de Dulce Critelli é demonstrar a diferença entre o grau de envolvimento que tem alguém com o preparo dos alimentos quando usa um forno de micro-ondas (algo distante, impessoal) ou quando cozinha no fogão (algo envolvente, que instiga os sentidos), as orações subordinadas adjetivas explicativas desempenham uma importante função argumentativa: são elas que informam ao leitor do texto de que modo os olhos, os ouvidos, as mãos, a boca e o nariz do cozinheiro participam necessariamente do preparo dos alimentos em um fogão.
Página 425

As orações que equivalem a advérbios (p. 209)


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