Português 8º ano



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(Acesso em: 26 maio 2015.) você encontra um glossário para ampliar o estudo da terminologia.

• Na questão 1a de A linguagem do texto, espera-se que os alunos estabeleçam uma relação entre a caracterização de Zé-do-Burro e a empatia que ele é capaz de despertar no leitor, graças ao modo afetivo como é retratado, em sua ingenuidade e simplicidade.

Na atividade 1c, ajude os alunos a perceber que o dramaturgo não quis, ao escrever o texto dramático, deixar marcada a variação regional na fala das personagens. Ajude-os a perceber que um dos motivos dessa escolha pode ter sido por não querer estereotipar essas personagens.



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• Na questão 2, esclareça que algumas características da linguagem oral — pausas, reformulações, hesitações, frequência dos marcadores conversacionais — não são transcritas para o texto dramático e, nesse caso, cabe ao diretor e aos atores incluí-las durante a representação do texto, conforme a intencionalidade do espetáculo.

• Ao abordar o boxe Anote, auxilie os alunos a perceber que uma variedade regional mais marcada contribuiria para a caricatura das personagens, conferindo à peça uma dimensão cômica contrária à sua dimensão trágica.

Boxe de valores

A religiosidade popular está presente na história de muitas religiões. Muitas vezes, essas práticas desvinculam-se da origem religiosa e passam a integrar a cultura da comunidade. Durante a discussão, enfatize a diversidade da cultura popular e o papel da arte na divulgação das manifestações culturais. Destaque que conhecer diversas manifestações contribui para que as pessoas respeitem as diferenças.



Página 150

Orientações para a produção de texto

• Com base no trecho lido, os alunos deverão escrever o primeiro quadro da peça. É importante que eles procurem criar coerência não apenas em relação ao enredo, mas ainda no que diz respeito à linguagem, às características das personagens, etc. Os alunos devem atentar também para a preocupação, frequente nos textos de Dias Gomes, em mostrar a realidade brasileira e os tipos humanos comuns.



Aquecimento

• O Aquecimento estimula os alunos a refletir sobre o contexto em que se passa a cena a fim de compor o cenário. Essa reflexão ajuda os alunos a compreender a realidade social da história.

• Ao propor a atividade, peça aos alunos que estejam atentos ao horário da chegada de Zé-do-Burro e sua esposa e ao fato de a igreja localizar-se em uma praça da cidade de Salvador. As indicações do cenário devem ser coerentes com o texto dramático.

Proposta

• Leia a proposta com os alunos e retome as principais características do gênero dramático estudadas anteriormente.

• Em seguida, organize a leitura do trecho (Primeiro ato — Primeiro quadro) para que os alunos observem o espaço em que se passa a cena e o comportamento de Rosa em contraste com o de Zé-do-Burro. Alerte-os para o fato de que, pelo menos nos momentos iniciais do próximo diálogo a ser criado, eles devem manter o mesmo clima notado nesse trecho.

• Oriente os alunos a manter a mesma estrutura: os nomes das personagens, a presença de rubricas, as indicações dos quadros.



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Planejamento e elaboração do texto

• Ao trabalhar o item 1, peça aos alunos que releiam o trecho da peça e observem as rubricas e as falas de Rosa, nas quais aparecem pistas linguísticas que revelam o cansaço e a insatisfação da mulher: os adjetivos “cansada” e “enfastiada”; o fragmento “revolta que se avoluma”; as frases interrogativas: “Esperar? Aqui?”.

• O comportamento de Zé é diferente. Auxilie os alunos a observar, na fala de Zé-do-Burro, que as expressões como “É cedo ainda” e “Não tem outro jeito” mostram sua resignação e paciência.

• No item 3, destaque que o conflito e sua resolução devem ser coerentes com a personalidade das personagens, com seus objetivos e com seu estado emocional no momento da cena.

• No item 4, lembre os alunos que a linguagem utilizada nas falas deve ser coerente com o texto original, sem revelar marcas muito fortes de regionalismo a ponto de dar um tom caricato e de comédia à peça.

Avaliação e reescrita do texto

• Se possível, reserve uma aula para a realização da leitura dramática dos textos escritos pelos alunos. Siga as orientações do boxe Dicas de como fazer a leitura dramática.


Página 358

• Esclareça-lhes que a leitura dramática é um dos primeiros passos dos atores durante a preparação para a peça. É realizada em grupo, antes do início dos ensaios.



Página 152

• Na questão 2, mostre que, quando Zé-do-Burro emprega a voz passiva em sua fala, tendo Nicolau como paciente, cria-se um efeito de sentido que confere maior importância ao animal e não exatamente ao fenômeno que o feriu.

• Explique aos alunos que a organização das informações das frases contribui para a intencionalidade do enunciador.

• Esclareça que a voz ativa pode também ter formas verbais compostas com o emprego dos verbos auxiliares ter ou haver, a exemplo de: “Dias Gomes tinha escrito a peça O pagador de promessas” e “Zé-do-Burro havia levado a cruz até a igreja”.



Vale a pena destacar

• A identificação das vozes verbais é uma questão sintática, não semântica. Dessa forma, não se pode confundir voz passiva com passividade. Voz é a forma verbal que indica que o sujeito recebeu a ação. Passividade, por sua vez, é o fato de a pessoa receber a ação verbal; ela pode traduzir-se, também, pela voz ativa, se o verbo tiver sentido passivo. Ex.: Os criminosos recebem o castigo (Bechara, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.).



Página 153

Vale a pena destacar

• Nem todas as construções ativas podem ser transformadas em passivas, mas somente aquelas em que o sujeito é o agente da ação verbal. Na frase “Maria tem um carro importado”, o verbo ter, embora esteja em uma forma ativa, não tem sujeito agente. Logo, a forma passiva “Um carro é tido por Maria” seria agramatical.

• Da mesma forma, em “Maria levou um tiro” a forma passiva “Um tiro foi levado por Maria” seria inadequada. No entanto, a frase “Maria levou as malas para o aeroporto” teria sua forma passiva aceita, uma vez que, nesse caso, Maria é agente (ABREU, A. S. Gramática mínima. Cotia: Ateliê Editorial, 2003.).

• Após discutir as questões teóricas sobre os tipos de vozes verbais, amplie os exemplos. Solicite aos alunos que componham outras frases variando a seleção de voz verbal, tendo atenção ao sentido das informações.

• Peça aos alunos que voltem ao texto O pagador de promessas e localizem outras ocorrências dos três tipos de vozes verbais. Questione-os sobre o efeito de sentido que criam no contexto, e qual elemento é destacado na frase por meio do emprego de um ou outro tipo de voz.

• Mostre aos alunos que a identificação da transitividade do verbo da oração pode ser uma pista para identificar a possibilidade ou não da voz passiva. Apenas os objetos diretos podem ser transformados em sujeito paciente. Uma oração com verbo transitivo indireto não pode ser construída na voz passiva, pois a preposição que rege o objeto indireto simplesmente não pode desaparecer. Dessa forma, para a transformação da voz ativa em passiva é necessário que o verbo seja transitivo direto ou bitransitivo.

• Explique a seus alunos que, na transformação de oração na voz ativa com verbo bitransitivo para voz passiva, o objeto direto torna-se sujeito paciente e o objeto indireto mantém sua função sintática. Exemplo: “Os jurados deram [verbo trans. dir. e ind.] o prêmio [obj. dir.] ao cantor [obj. ind.].” — “O prêmio [sujeito] foi dado ao cantor [obj. ind.] pelos jurados [agente da passiva]”.

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• Leia com os alunos o texto “Concerto sinfônico”, proposto na questão 1, e aproveite para rever as características do gênero notícia, retomando sua estrutura composicional, suporte e público a que se destina.

• Ao ler o trecho da questão 2, solicite aos alunos que, além de identificar a voz verbal e o sujeito da oração, expliquem por que o autor preferiu usar a voz passiva analítica, dando destaque a concertos e omitindo o agente. Essa reflexão já encaminha a resposta à questão 3.

• Na questão 4c, peça aos alunos que, ao identificar o verbo laçar, classifiquem também sua transitividade (transitivo direto).

• Na questão 4d, esclareça que o enunciado se refere à transformação da voz passiva sintética do verbo laçar para a voz passiva analítica.

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• Leia com os alunos a notícia da questão 1, orientando-os a observar o título e a linha em destaque sob o título — denominada linha fina, no jargão jornalístico.

• Aponte os elementos da notícia: título, linha fina e corpo do texto, este dividido em colunas. Eles caracterizam a notícia em seu suporte, que é o jornal.

• Na questão 1c, destaque a omissão do agente da passiva. Pergunte como ficaria a frase se ele estivesse explícito. Que sentido seria acrescentado? Comente que a provável razão para o subtítulo ter sido escrito sem o agente da passiva é que, além de ser uma informação facilmente inferida pelo leitor, a frase ficaria muito extensa para um subtítulo.


Página 359

• Solicite aos alunos que identifiquem outra ocorrência da voz passiva no mesmo texto: “Os assaltantes eram monitorados desde setembro [...]”. Pergunte-lhes por que, novamente, o agente da passiva foi omitido.



Página 156

O gênero

O gênero dramático distingue-se da narração pela forma como os fatos são apresentados ao leitor. Uma vez que sua finalidade primeira é ser representado por atores, ele contém diálogos e orientações de cena. O teatro imita as pessoas agindo e realizando algo e essa mimese (imitação) é expressa na primeira pessoa: a personagem é quem apresenta os fatos, geralmente sem interferência do narrador.



O autor

Autor, diretor, cenógrafo, professor de Arte e figurinista, Naum Alves de Souza (Pirajuí, SP, 1942) sempre foi um profissional ligado ao teatro. Na década de 1970, foi cenógrafo e figurinista, tendo sido o responsável pela criação dos bonecos da versão brasileira do programa Vila Sésamo. No final dessa década, passou a escrever textos para teatro, tornando-se autor elogiado pela crítica, principalmente pela trilogia memorialista composta por No Natal a gente vem te buscar (1979); A aurora da minha vida (1981) e Um beijo, um abraço, um aperto de mão (1984).



O texto

A aurora da minha vida tem como tema um homem que, ao visitar sua antiga escola, recorda fatos e personagens de sua vida escolar. O título da obra faz referência aos conhecidos versos de Casimiro de Abreu, do poema “Meus oito anos”: “Oh! que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!”. Baseada na vivência escolar do autor, a peça aborda, com um tom leve, repleto de humor e ironia, aspectos atemporais da convivência humana, como a relação de competição ou companheirismo entre colegas, o conflito entre aluno e professor, entre outros.

Antes de ler

• Chame a atenção dos alunos para o título, ainda sem mencionar que se trata de um verso de Casimiro de Abreu. Apenas pergunte-lhes: qual o sentido da expressão? Que intenção teria o autor ao metaforizar a palavra aurora? A que corresponderia a metáfora completa “aurora da minha vida”? Oriente-os a fazer predições sobre o enredo que vão encontrar.

• Solicite aos alunos que leiam a contextualização dada pelo autor no início do texto (personagens e local) e leve-os a perceber a ausência de nomes próprios.

• Comente que o uso de tipos em comédias é bastante frequente. Muitos autores preferem omitir nomes para enfatizar as relações sociais entre diferentes tipos de pessoas que, de fato, existem na sociedade.

• Lembre os alunos que no texto anterior algumas personagens também representavam grupos sociais e não recebiam nomes: o Padre e a Beata.

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Durante a leitura

• Sugira a leitura dramática do texto, com entoação adequada para cada tipo de personagem. Para isso, distribua as falas das personagens entre os alunos. Para auxiliá-los, alguém pode ler as rubricas.

• Nesse caso, esclareça, novamente, que as rubricas não são lidas em cena, elas servem apenas como recurso de orientação em uma representação teatral. Peça aos alunos que observem que é possível notar a personalidade das personagens somente pelo que elas enunciam. Alerte-os quanto a esse recurso típico do texto dramático, que justifica a ausência da narração e da descrição, limitadas discretamente às rubricas.

Vale a pena destacar

• Sobre as funções e características das personagens, Greimas define o papel temático, isto é, a categoria sociopsicocultural em que podemos classificar a personagem: jovem, velho, padre, operário, rei, entre outros. Esses tipos de personagem apresentam características bem marcadas e suas ações são previsíveis.

• Já E. M. Forster classifica as personagens em planas — que se comportam sempre da mesma maneira e são, portanto, previsíveis — e redondas — que podem ter seu retrato e sua atuação complementados e modificados no decorrer da narrativa.

Sugestão para o professor

Para ler

• CANDIDO, Antonio (Org.). A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1995.
Nesse livro há dois capítulos que podem ampliar o estudo da personagem em textos narrativos e em textos dramáticos: “A personagem do romance” e “A personagem no teatro”.

Página 158

Depois de ler

• Retome o título da peça e os questionamentos feitos antes da leitura, e solicite aos alunos uma nova interpretação sobre o porquê do título.

• Proponha uma comparação entre este texto e o trecho de O pagador de promessas, da Leitura 1 deste capítulo. Questione os alunos sobre as semelhanças estruturais, temáticas e contextuais, a fim de consolidar as características do gênero. Peça-lhes que apontem e organizem, por escrito, os elementos que caracterizam o gênero.
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• É importante que os alunos identifiquem a intencionalidade e a crítica do texto. As personagens são tipos característicos e representam determinados grupos que pertencem ao universo escolar e dos jovens. Eles são representados de modo estereotipado e suas ações e falas são exageradas, com a função de criticar alguma atitude ou comportamento.



Vale a pena destacar

• Para Molière, um dos maiores autores cômicos franceses, a comédia deve, entre outras características, escolher suas personagens na vida cotidiana e denunciar os vícios da sociedade. A peça A aurora da minha vida atende a tais requisitos, na medida em que retrata um local muito familiar: a escola. Além disso, suas personagens são apresentadas de modo exagerado com o objetivo de criticar determinados comportamentos comuns na sociedade.



Sugestões para o professor

Para ler

• SOARES, A. Gêneros literários. São Paulo: Ática, 2007.

• STALLONI, Y. Os gêneros literários. Lisboa: Europa-América, 2010.
Esses dois livros tratam das características dos gêneros literários, abordando o texto dramático, os gêneros prioritariamente narrativos (romance e conto) e seus elementos.

Página 159

• Para responder à questão 1, peça aos alunos que observem a ilustração do texto principal (página 156): o tipo de carteiras e sua disposição em fileiras; os uniformes, os laços de fita. Espera-se que os alunos, que nunca viveram essa realidade, identifiquem-na como algo acontecido no passado.

• O tempo no texto dramático pode ser observado a partir de dois modos: o tempo da representação (duração do conflito em palco) e o tempo da ação ou da história (época em que se desenrola o conflito dramático).

• Na atividade 5, convide um aluno a ler em voz alta o poema de Casimiro de Abreu. Resgate o título da peça e solicite aos alunos que comparem os elementos citados no poema com os citados no texto teatral. Ajude-os a estabelecer uma relação entre o que é diferente (espaço aberto versus espaço fechado, inocência versus crítica, por exemplo) e o que é semelhante (recordações da infância).



Página 160

• Na questão 1a, os alunos provavelmente identificarão a peça como uma comédia. Confirme essa avaliação, destacando que ela critica as relações sociais, principalmente do universo escolar, por meio de situações cômicas, estereótipos e ironia.

• Na questão 1c, é possível que os alunos indiquem sentimentos como pena, indignação ou revolta, aprovando ou desaprovando comportamentos.

• É provável que, ao resolver a questão 1d, os alunos se identifiquem com alguma personagem ou notem a semelhança com alguma situação vivida por eles.

• Na questão 2c, uma alteração possível para tornar o texto mais atual seria o acréscimo de algumas personagens como o nerd, por exemplo, que é uma figura que surgiu a partir do advento dos jogos eletrônicos, revistas em quadrinhos, da informática, etc.

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• Nas questões 3 e 4, enfatize que a linguagem das personagens é um fator que ajuda a conferir maior verossimilhança ao texto. Destaque como a presença de linguagem informal na fala dos alunos e formal na fala do professor ajuda a marcar a distância hierárquica entre essas personagens.

• Na questão 1 de Sua opinião, incentive os alunos a se aproximar dos textos lidos no capítulo com outro olhar: buscando o que diz respeito a eles e sua forma individual de se relacionar com os assuntos tratados.

Boxe de valores

Comente com os alunos o conceito de catarse definido por Aristóteles. Segundo ele, a representação teria um efeito de purgação dos sentimentos dos espectadores. Ao se sensibilizar com as provações da personagem, o público expeliria seus sofrimentos e essa descarga emocional possibilitaria a purificação das emoções. Enfatize o potencial do teatro de problematizar práticas sociais, bem como de abordar criticamente as instituições.



Atividades de ampliação

• Apresente aos alunos o filme Shakespeare apaixonado, de 1998. Trata-se de uma ficção sobre o escritor e dramaturgo Shakespeare. Em Londres, no ano de 1593, ele está passando por uma fase de falta de inspiração para criar suas histórias. Pressionado por seus agentes e patrocinadores, só supera o bloqueio criativo ao se apaixonar por uma dama da sociedade. Ao desenvolver o enredo, o filme mostra os bastidores do teatro e o papel da mulher no século XVI, que é impedida de representar nos palcos.

• É interessante que os alunos observem as personagens que representam profissionais envolvidos com o teatro: o autor, os atores, o diretor, os patrocinadores. Eles poderão também conhecer um pouco da rotina e dos procedimentos para a concepção e montagem de um espetáculo na Inglaterra do século XVI, muitos deles ainda adotados nos dias de hoje.

Página 162

Aquecimento

• A atividade tem por finalidade levar os alunos a criar personagens pautando-se em elementos da realidade.


Página 361

Destaque a importância de observarmos o espaço em que estamos inseridos e as pessoas com quem convivemos. Essa atitude pode ajudar o aluno a ter repertório para criar as personagens de ficção.

• É possível que alguns alunos criem personagens com base em colegas de sala. Promova uma atitude de respeito aos colegas (a caracterização deve ser feita sem ofensas). Ao mesmo tempo, mostre aos alunos que nossas características — ainda que risíveis — definem nossa identidade.

Proposta

• Leia com os alunos a proposta e retome os elementos estruturais básicos que caracterizam o gênero: diálogos, rubricas, ausência de narrador e personagens.

• Aproveite para discutir com os alunos suas preferências em termos de cenas trágicas ou cenas cômicas. Chame a atenção para o fato de alguns autores enveredarem mais por uma modalidade ou por outra.

Página 163

Planejamento e elaboração do texto

• No item 2, lembre os alunos de que os atributos das personagens criadas serão evidenciados por suas falas, já que no texto dramático não há narração.

• Alerte-os para o fato de que a personagem precisa ser caracterizada também por meio dos gestos e das ações, e isso deve ser indicado nas rubricas.

• No item 3a, lembre os alunos que a definição do espaço e do tempo em que as ações acontecerão deve possibilitar sua montagem em apenas um quadro.



Avaliação e reescrita do texto

• Sugira a troca de texto entre os grupos e a leitura dramática de alguns trechos. Ela poderá contribuir para que os alunos compreendam o dinamismo da dramatização e a viabilidade da montagem da peça no palco (o texto dramático é escrito para ser encenado). Peça-lhes que anotem, a lápis, as sugestões de alteração.

• Solicite aos alunos que avaliem as sugestões do outro grupo e que alterem o que for considerado necessário.

• Para a encenação, defina com os alunos em que local da escola ela se realizará. Para essa escolha, leve em conta a quantidade de pessoas que serão convidadas, a existência de tomadas para efeitos de som e iluminação; uma estrutura que possibilite a montagem de cenários, entre outros aspectos.



Atividades de ampliação

• Peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre as peças e os espetáculos em cartaz em sua cidade. Eles devem apresentar uma pequena sinopse do enredo, informações sobre autoria, direção, produção e atores, bem como indicações de local, datas, horários e preços das sessões. Escolha, com os alunos, a peça que lhes parecer mais interessante e, se possível, estimule-os a combinar uma ida ao teatro.



Página 164

Vale a pena destacar

• A seleção da voz verbal em um enunciado possibilita mudanças de sentido. Na voz ativa, há destaque para o agente e o autor da ação; na voz passiva, o sujeito é o paciente do processo, sofrendo os efeitos da ação. O uso intencional de uma voz verbal pode colocar o sujeito como o foco da informação ou desviar a atenção do sujeito e centrá-la no resultado da ação. Da mesma forma, a escolha por apresentar ou omitir o agente da passiva também destaca ou atenua determinado aspecto da informação.

• Na atividade 1, peça aos alunos que reflitam sobre o recurso empregado para conferir humor à tira. Chame a atenção para a relação entre linguagem verbal e linguagem não verbal: o desenho de Helga é praticamente o mesmo nos dois quadrinhos; já o de Hagar reflete sua mudança de opinião e comportamento: no primeiro quadrinho, ele está bravo, agitando o pulso; no segundo, ele se acalma — sua expressão indica uma postura pensativa.

• Solicite aos alunos que passem as falas de Helga e de Hagar, no segundo quadrinho, para a voz passiva (respectivamente: “Bifes e lagostas serão servidos por eles” e “Eu não precisaria ouvir o que é dito por eles”). Nesse exercício, oriente-os para que fiquem atentos aos tempos verbais.



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• Na questão 2, peça aos alunos que observem que a compreensão da história depende das informações não verbais do primeiro quadrinho: a bola que atinge Linus e os alimentos que voam com o impacto, fato que justifica a afirmação do menino no último quadrinho.

• Chame a atenção para as informações verbais e não verbais que evidenciam a preocupação excessiva de Sally: o emprego da voz reflexiva, a repetição da pergunta, a expressão facial e o beijo.

• É possível traçar um paralelo entre o texto dramático e as histórias em quadrinhos: em ambos, as falas, a caracterização, os gestos e ações da personagem são elementos importantes. No texto dramático, boa parte do que é expresso pelos elementos não verbais na história em quadrinhos é indicado pelas rubricas.

• Na questão 3, destaque que voz reflexiva não representa ação intencional por parte do sujeito, como poderia ser percebido numa frase do tipo: “Linus machucou a si mesmo”.

• Sugira aos alunos que escrevam outras frases, empregando a voz passiva, para sintetizar a história, por exemplo: Linus foi machucado pela bola, Linus foi beijado por Sally, etc.


Página 362

• Espera-se que os alunos percebam que a opção por um tipo de voz verbal depende da intencionalidade do enunciador, conforme o que se quer destacar ou omitir.



Página 166

• Na questão 1, solicite aos alunos a leitura cuidadosa do título (manchete) e do subtítulo (linha fina) da notícia. Pergunte-lhes sobre as intencionalidades do autor com as construções sintáticas, ora na voz ativa, ora na voz passiva.

• Durante a leitura do texto, retome os elementos do gênero notícia (com diagramação em colunas, presença de ilustração e de legenda), título e subtítulo e lide.

• Na questão 1c, incentive os alunos a imaginar os futuros moradores e peça-lhes que apontem outras características além das que aparecem na notícia. Nas questões 1d e 1e, auxilie os alunos a usar adequadamente os conteúdos aprendidos na seção Reflexão linguística ao elaborar e reelaborar os dizeres do cartaz proposto.

• Observe que, dado o referente da notícia — a casa com formato de disco voador —, o autor selecionou vocábulos e expressões relativos a naves espaciais: “pousou”, em vez de foi construída; “trens de pouso”, e não pilotis ou colunas; e “disco voador” em lugar de casa. Essas escolhas dão sentido de humor ao texto, diante do fato incomum.

• Na questão 2, após a transformação das vozes das frases, peça aos alunos que identifiquem o elemento destacado em cada um dos casos e que suponham em quais contextos e com que intenção o enunciador optaria por uma forma ou por outra.



Página 167

• Na questão 1, destaque que o terceiro título é uma frase nominal e que, se não há verbo, não é possível haver voz verbal.

• Chame a atenção dos alunos para o tempo verbal utilizado nos dois primeiros títulos: ambos trazem o verbo no presente do indicativo. Auxilie-os a perceber que esse tempo verbal confere atualidade ao fato, aspecto muito importante em textos jornalísticos.

• Observe também que as duas ocorrências da palavra descoberta são de diferentes classes gramaticais: particípio do verbo descobrir, no primeiro título; e, no segundo, a forma substantivada do verbo descobrir. Na primeira frase, na voz passiva analítica, temos uma locução verbal (é descoberta); na segunda, temos um verbo transitivo direto (confirma), complementado por descoberta de petróleo.

• Ao propor a questão 4, explique aos alunos que eles precisarão transformar o título em uma frase verbal. Esclareça também que, para atender ao que é solicitado, eles precisarão de informações fornecidas nos outros títulos da notícia.

• Sugestão de resposta para a questão 5d: Trabalho escravo ainda é combatido no Brasil pelos órgãos competentes.

• Além das questões gramaticais abordadas nesse tópico, convém destacar as possibilidades de se enunciar informações similares por meio de estruturas frasais diferentes, durante o processamento do discurso.

Página 168

• Antes de propor a questão 1, leia os dois títulos com os alunos e chame a atenção para as formas verbais empregadas. Pergunte se eles notam alguma diferença entre essas formas e se acham que as duas são adequadas, segundo a norma-padrão.

• Retome o conceito de formas nominais dos verbos, esclarecendo-os sobre a possibilidade de existir mais de um particípio. Leve os alunos a refletir sobre os motivos desses usos nessas orações.

• Ao trabalhar o conteúdo do boxe Anote, esclareça que ambas as formas são adequadas e que verbos como esses — que apresentam mais de uma forma de particípio — são chamados verbos abundantes.

• Solicite aos alunos que escrevam títulos de notícias com os verbos apresentados no quadro ao final da página.

• Sugira-lhes que ampliem os exemplos do quadro, consultando uma gramática e procurando organizar os verbos de acordo com a conjugação (1ª, 2ª e 3ª). Essa lista pode ser colada no caderno para futuras consultas.

• Explique que algumas formas participiais são usadas como substantivos ou como adjetivos, tendo-se distanciado da forma verbal original. Exemplos: libertar, libertado/liberto; interditar, interditado/interdito. Nesses casos, os particípios irregulares por vezes assumem função de substantivo ou de adjetivo.

Página 169

• Na questão 2, oriente os alunos a observar se a frase proposta está na voz passiva ou na voz ativa. Em seguida, eles devem completar as frases com a forma verbal que lhes pareça mais adequada. Após a resolução, apresente o conteúdo do boxe Anote. No caso das orações em voz passiva, solicite que eles observem se há a presença do agente da passiva ou não. Em caso negativo, questione-os sobre a provável intencionalidade do enunciador ao omiti-lo.

• Após a seção Entreletras, sugira aos alunos que desenhem, em uma folha avulsa, máscaras representando diversos sentimentos humanos. Eles devem desenhar as máscaras e numerá-las. No caderno, deverão escrever a legenda do sentimento correspondente ao número da máscara.

• Oriente os alunos a trocar as folhas com os colegas. Eles devem escrever do lado da máscara do outro aluno o sentimento que imaginam que ela representa. Em seguida, devolverão as folhas e apresentarão, uns aos outros, a legenda das máscaras.


Página 363

Sugestões para os alunos

Para ler

• SHAKESPEARE, William. A megera domada. Tradução de Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1998.
O humor, a poesia, o sarcasmo e o drama do amor de Catarina e Petrúquio não estão apenas intactos e fiéis ao texto original. Estão vivos, porque escritos com a língua viva que é empregada por Millôr Fernandes.

• PENA, Martins. O noviço. São Paulo: Paulus, 2005.
Nessa conhecida peça teatral de Martins Pena, o professor José de Paula Ramos Jr. apresenta um estudo sobre a formação da literatura dramática nacional, além de notas de rodapé bastante elucidativas. ’’O Noviço’’, representada pela primeira vez em 1845, é a obra-prima do teatro de Martins Pena.

• SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.
Esta comédia em três atos, escrita em 1957, traz todas as características do Movimento Armorial, criado por Suassuna. Aproximando-se da literatura de cordel e dos folguedos populares do nordeste, narra a história de Euricão Árabe, um velho avarento devoto de Santo Antônio que esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro.

• LORCA, Federico García. Os títeres de porrete e outras peças. São Paulo: SM, 2007.
O Porco e a Pomba vão juntos a uma assembléia de bichos para julgar o homem por suas crueldades. Entre lama e luz, qual o veredicto? Uma pobre carvoeira quer namorar, mas só lhe ensinam matemática. Entre sonho e realidade, onde fica o coração? Sinhá Rosinha pensa em se casar por amor, mas seu pai lhe arranja um marido rico e violento. Entre a paixão e o interesse, quem leva a melhor?

Página 170

• Na questão 1, leia com os alunos o título “Astronomia Mirim/Júpiter” e peça-lhes que façam antecipações sobre o texto: tema abordado, público-alvo, suporte e tipo de linguagem.

• Ao identificar a voz passiva no primeiro parágrafo, peça aos alunos que reflitam sobre a omissão do agente da passiva, diante do conteúdo mencionado.

• Já na questão 2, pergunte-lhes por que o agente da passiva não foi omitido. Espera-se que eles percebam que ele apresenta uma informação nova e importante para o leitor entender o assunto principal do texto.

• O mesmo ocorre na questão 5. O agente da passiva acrescenta significados à frase e apresenta informações novas para o leitor.

Página 171

• Para rever as características do texto dramático, apresente aos alunos algumas expressões-chave (ausência de narrador, pontuação, encenação, adaptação, estrutura) e peça-lhes que as expliquem oralmente e de forma espontânea, sem consultar o livro.

• Anote no quadro de giz os principais aspectos apontados, construindo com a sala um quadro síntese sobre o gênero. Essa atividade contribuirá também para a autoavaliação do professor, pois por meio dela será possível identificar as dúvidas dos alunos.

• Selecione trechos de O pagador de promessas, A aurora da minha vida, dos textos sugeridos no boxe Para saber mais (página 169) e dos textos produzidos pelos alunos neste capítulo que apresentem exemplos das vozes verbais trabalhadas.



A autoavaliação

• Promova uma discussão sobre os tópicos da proposta de Autoavaliação. Sistematize no quadro de giz os principais aspectos apontados pelos alunos e as dúvidas que eles ainda apresentam.

• Peça a participação de todos para solucionar as dúvidas apontadas.

Atividades de ampliação

• Cada aluno deve selecionar um exemplo de sujeito da oração: expresso ou desinencial; determinado ou indeterminado; ativo ou passivo. Transcreva no quadro de giz alguns dos exemplos fornecidos por eles e construa outras versões com a opinião de todos, modificando a forma de expressar o sujeito.

• Promova uma discussão sobre a relação entre a forma de sujeito utilizada nas orações e as intenções para o discurso.

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• Comente com os alunos que França Júnior nasceu no Rio de Janeiro em 1838 e morreu em 1890. Estudou na Academia de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. Tornou-se famoso por suas inúmeras comédias retratando políticos e personagens da sociedade em tom irônico, com enredos divertidos e comentários debochados, como Amor com amor se paga e Caiu o ministério. Também foi jornalista e pintor de paisagens.

• Chame a atenção para a atividade que será desenvolvida nessa seção. Não se trata de uma dramatização, com encenação dos trechos da peça, mas de uma leitura dramatizada, que pode ser realizada com os alunos sentados, lendo expressivamente as falas previamente determinadas a cada aluno.

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• Resposta da questão 1a: Ele se mostra alegre, orgulhoso, envaidecido pela presença de convidados importantes e pelo sucesso da festa.

• Resposta da questão 1b: Pode-se inferir que Damião tem vergonha dos parentes, não se importa com eles e preferiria que eles não fossem à festa. Raimunda importa-se com a dificuldade que eles terão para chegar à festa, usando transporte público e debaixo de uma tempestade.
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• Resposta da questão 1c: Ostentar títulos que indicam prestígio social; exibir sinais de riqueza como carro particular ou trajes refinados; saber se portar, ser elegante, amável, sorrir. Em suma, saber se comportar socialmente, ter domínio da etiqueta e elegância na fala, nos trajes e nos modos.

• Resposta da questão 1d: Resposta pessoal. Pode-se pensar que Raimunda está se referindo ao passado de Damião, que talvez não tenha sido exatamente um exemplo de distinção social.

• Resposta da questão 2a: Os comentários a respeito das convidadas da festa.

• Resposta da questão 2b: Refere-se às outras convidadas da festa. Ambos parecem compartilhar o mesmo ponto de vista em relação às moças. Ele faz o comentário “E que linguinhas!”, referindo-se à maledicência das moças.

• Resposta da questão 2c: Resposta pessoal. Pode-se notar o senso de humor e a presença de espírito de Laurindinha, ao rebater o comentário maldoso com uma imagem contrária (estufada/escorrida) e igualmente engraçada.



Capítulo 6 Poema

Objetivos

• Conhecer as características do gênero poema.

• Reconhecer os sentidos das imagens poéticas criadas pela comparação, pela metáfora, pela metonímia e pela personificação.

Produzir poemas, empregando os recursos linguísticos aprendidos.

• Identificar e classificar o vocativo e o aposto.

• Empregar adequadamente a pontuação nos casos de vocativo e aposto.

• Participar de uma apresentação de teatro de sombras.

Prepare-se e planeje

Este capítulo enfoca o estudo do poema. Além de conhecer as principais características desse gênero, os alunos terão a oportunidade de praticar a escrita de poemas, retomando conceitos relacionados à estrutura e aos recursos poéticos (repetição, rima e comparação). Também terão contato com o poema visual. Eles estudarão, ainda, novas figuras de linguagem: metáfora, metonímia e personificação. Na reflexão linguística, são apresentados dois termos da oração: o vocativo e o aposto.

Conteúdos

Atitudinais

• Discussão e aprofundamento de valores referentes:

• às transformações no nosso cotidiano por meio de um olhar sensível aos problemas e às situações que vivemos.

• ao olhar poético sobre a realidade.



Procedimentais

• Leitura e produção de poemas.

• Painel de poemas e jornal de poesia.

Conceituais

• Características do gênero poema: as imagens no poema.

• Figuras de linguagem (comparação, metáfora, metonímia e personificação).

• Aposto.

• Vocativo.

• Vírgula entre os termos da oração.

Orientações didáticas

Páginas 174 e 175

A imagem de abertura

• A pintura No azul, de Wassily Kandinsky (1866-1944), mostra o segundo momento do artista, que passa a inserir formas geométricas ao seu estilo abstrato. Kandinsky possui extrema importância para as artes plásticas, pois é considerado o primeiro a introduzir a abstração nas artes. Ele considerava desnecessário reproduzir paisagens naturais ou figuras humanas de maneira realista.

• Na atividade 2b, verifique a pertinência das respostas dos alunos. Comente que os títulos de obras abstratas são sugestivos a fim de instigar o olhar e dar significados àquilo que se vê. Normalmente, o título complementa o significado da obra.

• Sugestão de resposta para a atividade 4a: A cor azul é associada à tranquilidade, dessa forma, os alunos poderão fazer associações com instrumentos que podem emitir sons calmos, como piano, harpa, violino.

• Para a atividade 4b, dê alguns exemplos para aguçar a percepção dos alunos e para eles poderem fazer diferentes associações. Comente que os tons alaranjados podem remeter a sabores cítricos e sons vibrantes, vivos; já os tons rosados podem remeter a sabores doces e sons leves.

• Na atividade 4c, comente com os alunos que sinestesia é a mistura entre sentidos, por exemplo: uma cor que passa a ideia de um som, um sabor que passa a ideia de uma cor, um som que passa a ideia de um sabor, etc. Esse recurso é muito utilizado em poemas para criar imagens, sensações e/ou estranhamento no leitor.



Atividades de ampliação

• Solicite aos alunos uma pesquisa sobre as principais obras de Wassily Kandinsky. Converse com o professor de Arte e verifique a possibilidade de realizar um trabalho interdisciplinar sobre o tema.

• É possível fazer uma divisão em grupos da classe e sortear as obras que deverão ser apresentadas.
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Pode-se, por exemplo, escolher a ordem de apresentação de acordo com a cronologia das obras.

• Peça aos alunos que apresentem o momento de vida em que o artista produziu determinada obra, indicando suas principais características.

• Ao final, os alunos podem preparar uma homenagem ao pintor, fazendo uma linha do tempo dos principais momentos da vida e da obra de Kandinsky.



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O gênero

Duas características essenciais definem o gênero poema: composição em versos cuja sonoridade reitera os sentidos do texto, ou seja, em que ritmo e sons estão a serviço da expressividade; e emprego de linguagem poética, isto é, aquela que por meio da criação de imagens e de associações inusitadas possibilita mais de uma leitura. Estabelece-se, assim, um diálogo entre o universo íntimo do leitor e os diversos sentidos expressos pela palavra, no contexto.



O autor

Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes (1913-1980) foi poeta, compositor, advogado, diplomata e jornalista. Sua poesia tem como temas principais a paixão, o mistério, o amor e a morte. Grande representante do lirismo amoroso da segunda metade do século XX, abordou também temáticas sociais e políticas, como no poema “Operário em construção”. Entre seus sonetos, que ficaram registrados na literatura brasileira, destaca-se o “Soneto da fidelidade”. Na década de 1940, escreveu a peça Orfeu da Conceição, uma inovação para a época por colocar atores negros no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Na década de 1960 compôs, com Tom Jobim, o clássico da Bossa Nova “Garota de Ipanema”. Escreveu também poemas infantis, posteriormente musicados.



O texto

“Rosa de Hiroshima” é um poema de cunho social de Vinicius de Moraes. Nesse texto, ele aborda, com requintada linguagem, os dramas e horrores causados pela explosão da bomba atômica lançada pelos Estados Unidos sobre a cidade japonesa de Hiroshima, em 1945.



Antes de ler

• Retome as características do gênero poema, já estudadas no 6º ano (sonoridade, rima, repetições, onomatopeias) e no 7º ano (o verso).

• Proponha antecipações de leitura a partir do título. Qual o sentido da palavra rosa? Que outro sentido essa palavra poderia ter nesse poema? O que os alunos sabem sobre Hiroshima?

Depois de ler

• Pergunte aos alunos se as expectativas de leitura se confirmaram. Que sentido a palavra rosa efetivamente assume neste texto?

• Contextualize o poema, com dados sobre a cidade de Hiroshima. Em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram uma bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshima, causando a morte de mais de 250 mil pessoas e deixando sequelas irreversíveis naqueles que tiveram contato com a radiação.

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• Na questão 3b, acrescente que a repetição de “Pensem [...]” configura exemplo de anáfora, figura de sintaxe que consiste na repetição de palavras no início de versos ou orações. Somado à expressão “oh não se esqueçam”, o verbo pensar, usado no modo imperativo, constitui também exemplo de apóstrofe, figura de pensamento que consiste na interpelação, na invocação de uma pessoa, de um grupo ou de uma entidade como forma de enfatizar uma ideia.

• Neste capítulo, imagem “pode assumir a forma de uma metáfora ou de um símile e, mesmo, de outros tropos (metonímia, alegoria, símbolo). Assim, com maior ou menor rigor, é perfeitamente cabível empregar — e geralmente empregamos — a palavra imagem para designar qualquer recurso de expressão de contextura metafórica, comparativa, associativa, analógica, através do qual se representa a realidade de maneira transfigurada” (Garcia, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 2006. p. 89).

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• Ao apresentar o segundo boxe Anote, enfatize a diferença entre a comparação e a metáfora. Explique aos alunos que a primeira apenas aproxima os elementos comparados em razão de sua similaridade que é destacada ou sugerida no texto, no entanto mantém na mente do leitor a singularidade de cada um. A metáfora, por sua vez, estabelece uma igualdade com omissão de uma partícula comparativa. No caso da expressão “rosa de Hiroshima”, por exemplo, a palavra bomba não aparece no texto e sua ideia é inteiramente transportada para o substantivo rosa.



Sugestões para o professor

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