Português 9º ano



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. Acesso em: 29 maio 2015.

Quem é

Gabriel, O Pensador é um dos mais populares e irreverentes rappers brasileiros. De origem inusitada para o gênero – é branco e de classe média alta –, distante da rea lidade do negro de periferia e, por isso, ainda hoje discriminado pelos puristas do rap, Gabriel produz letras que reúnem crítica social e moral, como no sucesso “Tô feliz (Matei o presidente)”, e, muitas vezes, humor, como no hit dos anos 1990 “Lôraburra”. Seu álbum de maior sucesso foi Quebra-cabeça (1997), que vendeu mais de 1 milhão de cópias e foi responsável pela popularização do rap entre as mais diversas classes do país. Os destaques desse álbum foram a engraçada “2345meia78” e a polêmica “Cachimbo da paz”.
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Provocações

1. Qual é o assunto do rap?

2. Na letra, o rapper se dirige ao seu interlocutor usando o pronome você. Quem é esse sujeito? A que classe social ele pertence?

3. Um dos sentidos do termo racismo, segundo o Dicionário Houaiss, pode ser atitude de hostilidade em relação a determinada categoria de pessoas.

• Levando em conta esse sentido, quem são as pessoas vítimas de atitudes hostis, citadas pelo rapper ?



4. Considere este verso da letra: “Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural”.

a) A que o MC está se referindo quando diz esse lixo?

b) Ao usar essa metáfora, qual é o sentido que ele acrescenta ao que ele está se referindo?

c) E o que significa fazer uma lavagem cerebral, no contexto da letra de rap?

5. O assunto deste rap e o modo como foi abordado tem relação com as origens do movimento hip-hop? Comente.

6. Considerando que o rap é um gênero entre a poesia e a música, o que ele tem de poesia e o que tem de música?

7. A linguagem é marcada pela presença de muitas palavras que são consideradas rudes, grosseiras ou palavrões, por muitas pessoas.

a) Quais poderiam ser apontadas desse modo, na letra?

b) Essa linguagem tem alguma relação com a origem do rap? Comente.

c) Essa linguagem torna a letra do rap agressiva? Explique.

Vale a pena ouvir!

Racionais MC’s

Ouça “Beco sem saída”, do álbum Holocausto urbano, de 1990. A letra faz crítica à falta de compromisso do poder público com a parcela da sociedade negra e pobre, à responsabilidade da mídia e, ao mesmo tempo, critica também a inércia de muitos que não reagem à situação e não exercem seu dever de buscar por seus direitos.

Áudio disponível em: . Acesso em: 29 maio 2015.

Vale a pena ver e ouvir!

Thaide e DJ Hum

Ouça e assista ao vídeo “Corpo fechado”, com Thaide e DJ Hum. Nesse rap, que já tem mais de 20 anos, você poderá ver como o fundo de base, feito pelo DJ, é o resultado de uma mixagem bem ao estilo da origem do rap. Sobre essa base o MC “declama” a letra que fala sobre a vida de miséria e violência a que o próprio MC (e tantos outros como ele) foi exposto desde que nasceu.

Letra e vídeo disponíveis em: . Acesso em: 29 maio 2015.
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Capítulo 2 - ... e eu no mundo?

Ver, no Manual do Professor, orientações sobre o trabalho com o capítulo, a abertura e sobre a sugestão de leitura para lição de casa.

Observe esta imagem.

Converse com a turma

1. A pergunta de Eddie a Hagar, no primeiro quadrinho, demonstra a sua preocupação com o quê?

2. Pense sobre isso. Que resposta você teria para a primeira pergunta de Eddie?

3. A resposta de Hagar, no segundo quadrinho, nos dá uma ideia sobre o modo como essa personagem enxerga as diferenças.

a) Qual seria esse modo?

b) Você concorda com ele?

4. Conhecendo a personagem Hagar e sabendo que as tiras têm como objetivo divertir o leitor e, muitas vezes, apresentar uma crítica (de modo bem-humorado), explique: a) Qual seria a graça?

b) Qual seria a crítica?

O que vamos fazer neste capítulo

Faremos a leitura de uma crônica e de outro texto de divulgação científica. Na seção de produção, você e seu grupo vão estudar como preparar um material de apoio para a apresentação oral do resultado da pesquisa.

Na “Roda de leitura”, vamos conhecer a nova fase que o rap está vivendo no Brasil, com rappers inusitados e com letras que agora também falam de amor.
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Leitura

Converse com a turma

Antes da leitura do texto de divulgação científica, você e seus colegas vão ler e discutir a crônica “Programa de índio”, de Antônio Prata.

A propósito, você já ouviu ou usou a expressão “programa de índio”? Sabe em que situações é usada? Qual é seu sentido? Que tipo de situação você espera encontrar em uma crônica com esse título?

Agora, acompanhe a leitura da crônica.

Professor, propomos que inicialmente você promova com os alunos a discussão sobre a expressão, de modo a identificar os sentidos construídos por eles. Após a leitura do texto, eles retomarão essa discussão.

Programa de índio

Depois de uma longa e complexa explicação, meu amigo antropólogo conseguiu fazer com que o taxista finalmente entendesse sua profissão, dizendo: “Trabalho com índios”. O motorista então perguntou, interessado: “E aí, eles estão melhorando?”. Meu amigo não entendeu. “Como assim, melhorando?” “Assim, evoluindo: ou ainda estão naquele atraso da época do descobrimento”?.

Infelizmente, a maioria das pessoas pensa como o taxista. Como se numa suposta corrida, nós, descendentes da cultura europeia e pertencentes a esse negócio chamado “civilização ocidental”, com telescópios que vasculham o espaço, computadores que calculam as equações mais cabeludas e pastas de dente com flúor e partículas maxi-fresh-plus que combatem o tártaro, estivéssemos na frente dos “índios”, com suas crenças, mandiocas e tigelas de barro. Só que não tem corrida nenhuma, e os conceitos de frente e trás desaparecem no ar, como a fumaça que sai dos escapamentos dos carros ou do cachimbo do pajé.

Claro que, se formos comparar o conhecimento técnico ou o domínio sobre a natureza, nossa sociedade é muito mais desenvolvida do que a dos Tupinambá. Nós fazemos foguetes que vão à Lua e hidroelétricas que produzem energia, eles nem sequer fundem metais. Por que então não podemos dizer que somos “mais evoluídos”? Porque não está escrito em lugar nenhum que o objetivo do homem na Terra é desenvolver-se tecnicamente e dominar a natureza. Se pensarmos que “evolução” é chegar o mais perto possível de uma sociedade igualitária, então nós somos um fiasco, com milhões de pessoas vivendo na miséria. Os Yanomami, o auge da evolução.

Não quero, de maneira nenhuma, passar a falsa ideia de que nós somos maus e os índios bonzinhos. Eles também fazem guerras e matam uns aos outros, assim como os povos mais “civilizados”. O que estou dizendo é que, se a vida não tem um sentido (seja obedecer a Deus, construir robôs ou buscar a forma perfeita), viver seminu na selva louvando o grande Deus da jaca é tão evoluído ou idiota quanto correr de Nike Air numa esteira contando as calorias.


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Meu amigo, no entanto, ficou com preguiça e simplesmente respondeu ao taxista: “Não melhoraram nada, estão iguaizinhos”. O taxista moveu a cabeça de um lado para o outro, triste, e, parado num trânsito de 137 quilômetros, 30 quilos acima do peso, fumando excessivamente e casado com uma mulher que não ama, falou: “Coitados”.

PRATA, Antônio. Adulterado: crônicas. São Paulo: Moderna, 2009. p. 123-4.

1. Explique o fato que motivou Antônio Prata a escrever essa crônica.

2. Nessa crônica há o predomínio de:

• ações das personagens e suas reflexões, contadas pelo narrador.

• ações das personagens que, por meio do diálogo, contam a história.

• reflexões que o narrador apresenta a partir de um fato que aconteceu.

Explique a escolha da alternativa.

3. Quais os sentidos da palavra evolução que se pode perceber na crônica?

4. Releia o último período da crônica e comente com os colegas como você entendeu esse trecho final.

5. Você acha que é possível comparar alguma personagem da crônica com Hagar, a personagem da tirinha de abertura?

6. Por que você acha que o autor deu à crônica o título “Programa de índio”?

7. Após a discussão dessa crônica você vai ler um trecho do livro O que é etnocentrismo.

a) Destaque os trechos que considerar importantes para entender o que é etnocentrismo.

b) Sintetize, em seu caderno, as ideias que considerar mais importantes sobre o assunto tratado.

Lembre-se de que nossa sugestão é que os alunos façam a leitura do texto como lição de casa.



O que é etnocentrismo?

Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc.

[...]

Como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a experiência de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente.


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Aí, então, de repente, nos deparamos com um “outro”, o grupo do “diferente” que, às vezes, nem sequer faz coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este “outro” também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.

Este choque gerador do etnocentrismo nasce, talvez, na constatação das diferenças. [...] A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural. O monólogo etnocêntrico pode, pois, seguir um caminho lógico mais ou menos assim: Como aquele mundo de doidos pode funcionar? Espanto! Como é que eles fazem? Curiosidade perplexa! Eles só podem estar errados ou tudo o que eu sei está errado! Dúvida ameaçadora! Não, a vida deles não presta, é selvagem, bárbara, primitiva! Decisão hostil!

O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. Este processo resulta num considerável reforço da identidade do “nosso” grupo. [...] a sociedade do “eu” é a melhor, a superior, representada como o espaço da cultura e da civilização por excelência. É onde existe o saber, o trabalho, o progresso. A sociedade do “outro” é atrasada. E o espaço da natureza. São os selvagens, os bárbaros.

[...]

A atitude etnocêntrica tem, por outro lado, um correlato bastante importante e que talvez seja elucidativo para a compreensão destas maneiras exacerbadas e até cruéis de encarar o “outro”. Existe realmente, paralelo à violência que a atitude etnocêntrica encerra, o pressuposto de que o “outro” deva ser alguma coisa que não desfrute da palavra para dizer algo de si mesmo.



Creio que é necessário examinar isto melhor e vou fazê-lo através de uma pequena estória que me parece exemplar.

Ao receber a missão de ir pregar junto aos selvagens um pastor se preparou durante dias para vir ao Brasil e iniciar no Xingu seu trabalho de evangelização e catequese. Muito generoso, comprou para os selvagens contas, espelhos, pentes, etc.; modesto, comprou para si próprio apenas um moderníssimo relógio digital capaz de acender luzes, alarmes, fazer contas, marcar segundos, cronometrar e até dizer a hora sempre absolutamente certa, infalível. Ao chegar, venceu as burocracias inevitáveis e, após alguns meses, encontrava-se em meio às sociedades tribais do Xingu distribuindo seus presentes e sua doutrinação. Tempos depois, fez-se amigo de um índio muito jovem que o acompanhava a todos os lugares de sua pregação e mostrava-se admirado de muitas coisas, especialmente, do barulhento, colorido e estranho objeto que o pastor trazia no pulso e consultava frequentemente.



Glossário
Hostilidade: agressividade.
Monólogo: ato de falar consigo próprio; discurso de pessoa que não deixa outros falarem.
Ininteligível: que não se pode entender.
Por excelência: no mais alto grau; acima de qualquer outra coisa.
Correlato: algo que tem relação, que guarda alguma semelhança com um outro.
Elucidativo: explicativo.
Exacerbadas: de maior intensidade, exageradas.
Encerra: inclui, compreende.
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Um dia, por fim, vencido por insistentes pedidos, o pastor perdeu seu relógio dando-o, meio sem jeito e a contragosto, ao jovem índio.

A surpresa maior estava, porém, por vir. Dias depois, o índio chamou-o apressadamente para mostrar-lhe, muito feliz, seu trabalho. Apontando seguidamente o galho superior de uma árvore altíssima nas cercanias da aldeia, o índio fez o pastor divisar, não sem dificuldade, um belo ornamento de penas e contas multicolores tendo no centro o relógio. O índio queria que o pastor compartilhasse a alegria da beleza transmitida por aquele novo e interessante objeto. Quase indistinguível em meio às penas e contas e, ainda por cima, pendurado a vários metros de altura, o relógio, agora mínimo e sem nenhuma função, contemplava o sorriso inevitavelmente amarelo no rosto do pastor. Fora-se o relógio.

Passados mais alguns meses o pastor também se foi de volta para casa. Sua tarefa seguinte era entregar aos superiores seus relatórios e, naquela manhã, dar uma última revisada na comunicação que iria fazer em seguida aos seus colegas em congresso sobre evangelização. Seu tema: “A catequese e os selvagens”. Levantou-se, deu uma olhada no relógio novo, quinze para as dez. Era hora de ir. Como que buscando uma inspiração de última hora examinou detalhadamente as paredes do seu escritório. Nelas, arcos, flechas, tacapes, bordunas, cocares, e até uma flauta formavam uma bela decoração. Rústica e sóbria ao mesmo tempo, trazia-lhe estranhas lembranças. Com o pé na porta ainda pensou e sorriu para si mesmo. Engraçado o que aquele índio foi fazer com o meu relógio.

Esta estória, não necessariamente verdadeira, porém, de toda evidência, bastante plausível, demonstra alguns dos importantes sentidos da questão do etnocentrismo.

Em primeiro lugar, não é necessário ser nenhum detetive ou especialista em Antropologia Social (ou ainda pastor) para perceber que, neste choque de culturas, os personagens de cada uma delas fizeram, obviamente, a mesma coisa. Privilegiaram ambos as funções estéticas, ornamentais, decorativas de objetos que, na cultura do “outro”, desempenhavam funções que seriam principalmente técnicas. Para o pastor, o uso inusitado do seu relógio causou tanto espanto quanto o que causaria ao jovem índio conhecer o uso que o pastor deu a seu arco e flecha. Cada um “traduziu” nos termos de sua própria cultura o significado dos objetos cujo sentido original foi forjado na cultura do “outro”. O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro” nos termos da cultura do grupo do “eu”.

Em segundo lugar, esta estória representa o que se poderia chamar, se isso fosse possível, de um etnocentrismo “cordial”, já que ambos — o índio e o pastor — tiveram atitudes concretas sem maiores consequências. No mais das vezes, o etnocentrismo implica uma apreensão do “outro” que se reveste de uma forma bastante violenta. Como já vimos, pode colocá-lo como “primitivo”, como “algo a ser destruído”, como “atraso ao desenvolvimento” (fórmula, aliás, muito comum e de uso geral no etnocídio, na matança dos índios).

Glossário
Tacapes: armas indígenas de ataque semelhantes a uma espada pequena.
Bordunas: armas indígenas de ataque, defesa ou caça, geralmente cilíndricas e alongadas, feitas de madeira dura.
Plausível: que se pode admitir, aceitar; razoável.
Antropologia Social: estudo sobre como se dão as relações entre as pessoas de diferentes grupos sociais, das diversas sociedades humanas.
Implica: acarreta, origina.
Apreensão: percepção.
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Assim, por exemplo, um famoso cientista do início do século, Hermann von Ihering, diretor do Museu Paulista, justificava o extermínio dos índios Caingangue por serem um empecilho ao desenvolvimento e à colonização das regiões do sertão que eles habitavam. Tanto no presente como no passado, tanto aqui como em vários outros lugares, a lógica do extermínio regulou, infinitas vezes, as relações entre a chamada “civilização ocidental” e as sociedades tribais. Isso lembra o comentário, tristemente exemplar, de uma criança, de um grande centro urbano, que, de tanto ouvir absurdos sobre o índio, seja em casa, seja nos livros didáticos, seja na indústria cultural, acabou por defini-los dizendo: “o índio é o maior amigo do homem”.

Em terceiro lugar, a estória ainda ensina que o “outro” e sua cultura, da qual falamos na nossa sociedade, são apenas uma representação, uma imagem distorcida que é manipulada como bem entendemos. Ao “outro” negamos aquele mínimo de autonomia necessária para falar de si mesmo. Tudo se passa como se fôssemos autores de filmes e livros de ficção científica onde podemos falar e pensar o quanto é cruel, grotesca e monstruosa uma civilização de marcianos que capturou nosso foguete. Também porque somos os autores destes filmes e livros, nada nos impede de criarmos um marciano simpático, inteligente e superpoderoso que com incrível perícia salva a Terra de uma colisão fatal com um meteoro gigante. Claro, como o marciano não diz nada, posso pensar dele o que quiser.

Assim, de um ponto de vista do grupo do “eu”, os que estão de fora podem ser brabos e traiçoeiros bem como mansos e bondosos. Aliás, “brabos” e “mansos” são dois termos que muitas vezes foram empregados no Brasil para designar o “humor” de determinados animais e o “estado” de várias tribos de índios ou de escravos negros.

A figura do louco, por exemplo, na nossa sociedade, é manipulada por uma série de representações que oscilam entre estes dois polos, sendo denegrida ou exaltada — como o marciano — ao sabor das intenções que se tenha. Isto não só ao longo da história, mas também em diferentes contextos no presente. A expressão “fulano é muito louco” pode ser elogiosa em certos casos e pejorativa em outros. Em alguns momentos da história o louco foi acorrentado e torturado, em outros, foi feito portador de uma palavra sagrada e respeitada.

Aqueles que são diferentes do grupo do eu — os diversos “outros” deste mundo —, por não poderem dizer algo de si mesmos, acabam representados pela ótica etnocêntrica e segundo as dinâmicas ideológicas de determinados momentos.

Na nossa chamada “civilização ocidental”, nas sociedades complexas e industriais contemporâneas, existem diversos mecanismos de reforço para o seu estilo de vida através de representações negativas do “outro”.

Glossário
Distorcida: deformada, desvirtuada.
Manipulada: influenciada.
Autonomia: direito de um indivíduo tomar decisões livremente; independência.
Grotesca: bizarra, desprezível, ridícula.
Pejorativa: desfavorável, depreciativa, desagradável.
Dinâmicas ideológicas: referem-se aos diferentes modos de ver, sentir e viver as coisas na sociedade (as convicções filosóficas, sociais, políticas, etc. de um indivíduo ou grupo de indivíduos) que vão mudando, dependendo do momento em que se vive.
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O caso dos índios brasileiros é bastante ilustrativo, pois alguns antropólogos estudiosos do assunto já identificaram determinadas visões básicas, determinados estereótipos, que são permanentemente aplicados a estes índios.

Eu mesmo realizei, há alguns anos, um estudo sobre as imagens do índio nos livros didáticos de História do Brasil. Estes livros têm importância fundamental na formação de uma imagem do índio, pois são lidos e, mais ainda, estudados por milhões de alunos pré-universitários nos mais diversos recantos do país. Alguns destes livros alcançam tiragens altíssimas e já tiveram mais de duzentas edições. Através deles circula um “saber” altamente etnocêntrico — honrosas exceções — sobre os índios.

Os livros didáticos, em função mesmo do seu destino e de sua natureza, carregam um valor de autoridade, ocupam um lugar de supostos donos da verdade. Sua informação obtém este valor de verdade pelo simples fato de que quem sabe seu conteúdo passa nas provas. Nesse sentido, seu saber tende a ser visto como algo “rigoroso”, “sério” e “científico”. Os estudantes são testados, via de regra, em face do seu conteúdo, o que faz com que as informações neles contidas acabem se fixando no fundo da memória de todos nós. Com elas se fixam também imagens extremamente etnocêntricas.

Alguns livros colocavam que os índios eram incapazes de trabalhar nos engenhos de açúcar por serem indolentes e preguiçosos. Ora, como aplicar adjetivos tais como “indolente” e “preguiçoso” a alguém, um povo ou uma pessoa, que se recuse a trabalhar como escravo, numa lavoura que não é a sua, para a riqueza de um colonizador que nem sequer é seu amigo: antes, muito pelo contrário, esta recusa é, no mínimo, sinal de saúde mental.

Outro fato também interessante é que um número significativo de livros didáticos começa com a seguinte informação: os índios andavam nus. Este “escândalo” esconde, na verdade, a nossa noção absolutizada do que deva ser uma roupa e o que, num corpo, ela deve mostrar e esconder. A estória do nosso amigo missionário serviu para a constatação das dificuldades de definir o sentido de um objeto — o relógio ou o arco — fora dos seus contextos culturais. Da mesma maneira, nada garante que os índios andem nus a não ser a concepção que eles mesmos teriam de nudez e vestimenta.

[...] o índio é “alugado” na História do Brasil para aparecer por três vezes em três papéis diferentes.

O primeiro papel que o índio representa é no capítulo do descobrimento. Ali, ele aparece como “selvagem”, “primitivo”, “pré-histórico”, “antropófago”, etc. Isto era para mostrar o quanto os portugueses colonizadores eram “superiores” e “civilizados”.

O segundo papel do índio é no capítulo da catequese. Nele o papel do índio é o de “criança”, “inocente”, “infantil”, “almas-virgens”, etc., para fazer parecer que os índios é que precisavam da “proteção” que a religião lhes queria impingir.

O terceiro papel é muito engraçado. É no capítulo “Etnia brasileira”. Se o índio já havia aparecido como “selvagem” ou “criança”, como iriam falar de um povo — o nosso — formado por portugueses, negros e “crianças” ou um povo formado por portugueses, negros e “selvagens”?


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Então aparece um novo papel e o índio, num passe da mágica etnocêntrica, vira “corajoso”, “altivo”, cheio de “amor à liberdade”.

Assim são as sutilezas, violências, persistências do que chamamos etnocentrismo. Os exemplos se multiplicam nos nossos cotidianos. A “indústria cultural” — TV, jornais, revistas, publicidade, certo tipo de cinema, rádio — está frequentemente fornecendo exemplos de etnocentrismo. No universo da indústria cultural é criado sistematicamente um enorme conjunto de “outros” que servem para reafirmar, por oposição, uma série de valores de um grupo dominante que se autopromove a modelo de humanidade.

Nossas próprias atitudes frente a outros grupos sociais com os quais convivemos nas grandes cidades são, muitas vezes, repletas de resquícios de atitudes etnocêntricas. Rotulamos e aplicamos estereótipos através dos quais nos guiamos para o confronto cotidiano com a diferença. As ideias etnocêntricas que temos sobre as “mulheres”, os “negros”, os “empregados”, os “paraíbas de obra”, os “colunáveis”, os “doidões”, os “surfistas”, as “dondocas”, os “velhos”, os “caretas”, os “vagabundos”, os gays e todos os demais “outros” com os quais temos familiaridade, são uma espécie de “conhecimento” um “saber”, baseado em formulações ideológicas, que no fundo transforma a diferença pura e simples num juízo de valor perigosamente etnocêntrico.

Mas existem ideias que se contrapõem ao etnocentrismo. Uma das mais importantes é a de relativização. Quando vemos que as verdades da vida são menos uma questão de essência das coisas e mais uma questão de posição: estamos relativizando. Quando o significado de um ato é visto não na sua dimensão absoluta, mas no contexto em que acontece: estamos relativizando. Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter tido um nascimento, capaz de ter um fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem e mal, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença.

[...]


Relativizar é sempre mais complicado, pois nos leva a abrir mão das “certezas” etnocêntricas em nome de dúvidas e questões que obrigam a pensar novos sentidos para a compreensão da sociedade do “eu” e da sociedade do “outro”.

[...]


ROCHA, Everardo P. Guimarães. Pensando em partir e O passaporte. O que é etnocentrismo? São Paulo: Ática, 1988. p. 5-8 e 22. (Coleção Primeiros Passos).

Glossário
Indolentes: preguiçosos, desleixados.
Antropófago: que ou aquele que se alimenta de carne humana.
Impingir: forçar, empurrar.
Resquícios: vestígios, sinais, restos.
Estereótipos: ideias ou convicções que nos levam a classificar alguém ou algo baseado em suposições sem fundamento.
Página 90

Primeiras impressões

Ver, no Manual do Professor, orientações a respeito desta seção.



1. Dessa vez, nesta seção, você e seus colegas farão um exercício diferente: em vez de discutirem o texto que leram a partir de várias perguntas, vocês o farão a partir dos esquemas apresentados a seguir.

Esquema 1

Esquema 2

Agora, você vai produzir o Esquema 3. Junte-se com seu colega e façam esse esquema sintetizando o trecho final do texto em que o autor fala sobre as diferentes imagens do índio na história do Brasil. Vocês poderão optar por um dos dois modelos de esquemas ou por outro da preferência da dupla. Finalizado o trabalho, compartilhem o resultado com outras duplas e troquem suas impressões sobre o resultado final de cada um.



2. A situação da crônica “Programa de índio” poderia ser usada como um exemplo nesse texto de divulgação? Explique.

Excepcionalmente, apresentamos nesta seção (dedicada à conversa sobre o texto) a proposição de um exercício escrito.


Página 91

3. Relembrando o texto que você leu no capítulo anterior, comente com os colegas que relação pode ser estabelecida entre o texto que fala sobre pluralidade cultural e este que trata de etnocentrismo.

4. De que modo a ideia de relativizar pode contribuir para a garantia da pluralidade cultural? Essa ideia tem alguma relação com a de tolerância? Explique.

5. Nelson Mandella, ex-presidente da África do Sul, que lutou contra o regime de apartheid (que separava a sociedade dos brancos e dos negros, sendo esses últimos dominados e discriminados pelos brancos), em um de seus tantos discursos políticos disse:

Ninguém nasce odiando uma pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou, ainda, por sua religião.

Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.

• Essa citação faz referência a dois princípios básicos a serem considerados no estudo sobre as culturas, discutidos nos dois textos de divulgação apresentados nesta unidade: a cultura como algo construído socialmente e a sua característica plural. Explique essa afirmação.



O texto em construção

1. O trecho do texto que você leu, como já informado, faz parte de um livro de divulgação ligado às áreas da Sociologia e Antropologia. Leia, a seguir, a definição dessas duas áreas de conhecimento:

SOCIOLOGIA

DATAÇÃO: 1881

• substantivo feminino

Rubrica: sociologia.

1 estudo científico da organização e do funcionamento das sociedades humanas e das leis fundamentais que regem as relações sociais, as instituições, etc.

1.1 descrição sistemática e análise de determinados comportamentos sociais

Exs.: s. da nova geração s. do lazer



ANTROPOLOGIA

DATAÇÃO: 1712

• substantivo feminino

Rubrica: antropologia.

ciência do homem no sentido mais lato, que engloba origens, evolução, desenvolvimentos físico, material e cultural, fisiologia, psicologia, características raciais, costumes sociais, crenças, etc.

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.

• Comente por que se pode afirmar que o texto está relacionado a estas áreas.



2. Que elementos do texto são indicativos de que o autor é especialista no assunto abordado?
Página 92

3. Ao abordar o assunto o autor faz uso de exemplos e cita pesquisas.

a) Quais?

b) Com que finalidade?

c) A certa altura da apresentação da pesquisa, o autor fala sobre como uma criança de cidade grande definiu o índio, influenciada pelas imagens que o livro didático trazia.

I. Por que o autor considera a definição “absurda”?

II. Como você o definiria?

d) Tente imaginar este texto sem os exemplos e citação de pesquisa. Qual seria a diferença?

4. Como você já viu na leitura de outros textos de divulgação, o uso de aspas ou itálico tem funções importantes. Releia, a seguir, o trecho do texto e explique com que objetivo esses dois recursos gráficos foram usados.

[...] A diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade cultural. O monólogo etnocêntrico pode, pois, seguir um caminho lógico mais ou menos assim: Como aquele mundo de doidos pode funcionar? Espanto! Como é que eles fazem? Curiosidade perplexa! Eles só podem estar errados ou tudo o que eu sei está errado! Dúvida ameaçadora! Não, a vida deles não presta, é selvagem, bárbara, primitiva! Decisão hostil!

O grupo do “eu” faz, então, da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica, nessa lógica, como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. [...]

5. A seguir, observe o modo como o autor organizou a apresentação das suas ideias e usou certos recursos da língua, tendo em vista os sentidos que quis construir: a) Pensando nas partes básicas que todo texto deve ter (introdução, desenvolvimento e finalização):

I. Como ele começa o texto e o que aparece no desenvolvimento?

II. O trecho apresentado tem algum tipo de finalização sobre o assunto explorado ou acaba de modo repentino, sem sentido?

b) Observe esse outro parágrafo retirado do texto:

“A atitude etnocêntrica tem, por outro lado, um correlato bastante importante e que talvez seja elucidativo para a compreensão destas maneiras exacerbadas e até cruéis de encarar o ‘outro’. Existe realmente, paralelo à violência que a atitude etnocêntrica encerra, o pressuposto de que o ‘outro’ deva ser alguma coisa que não desfrute da palavra para dizer algo de si mesmo.”

I. Considere a ideia que foi apresentada, no texto, antes deste trecho e responda: qual é a função desse período para continuar o desenvolvimento do texto?
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II. Por que a locução conjuntiva por outro lado tem um papel importante na função que esse período exerce para o desenvolvimento do texto?



c) Observe o parágrafo seguinte ao que você analisou no item anterior:

“Creio que é necessário examinar isto melhor e vou fazê-lo através de uma pequena estória que me parece exemplar.”

I. A que se refere o pronome isto, nesse trecho? Que ideia ele está retomando?

II. Ao longo do texto, há outros usos desse mesmo pronome com a mesma função de “retomar ideias”. Transcreva, em seu caderno, outros dois trechos que exemplificam esse uso e explique a ideia que retomam.

III. Nesta parte do texto o autor se coloca como 1ª pessoa. Indique palavras que confirmem isso e explique por que você acha que ele se colocou desse modo.

IV. Qual é a função dessa frase para a continuação do desenvolvimento do texto?

d) Observe o próximo trecho:

“Esta estória, não necessariamente verdadeira, porém, de toda evidência, bastante plausível, demonstra alguns dos importantes sentidos da questão do etnocentrismo.”

• Que tipo de relação a conjunção destacada estabelece entre as ideias da oração?

e) Para introduzir os parágrafos que vão explicar “alguns dos importantes sentidos da questão do etnocentrismo”, o autor faz uso de palavras ou expressões que ajudam a ordenar as ideias (organizadores textuais).

I. Identifique e escreva em seu caderno o trecho em que aparecem e destaque esses organizadores.

II. Apresente outras palavras ou expressões que poderiam substituir as que você identificou na questão anterior.

f) Observe o uso que o autor faz da palavra assim nos dois trechos a seguir. Não se esqueça de considerar a relação desses parágrafos com seus anteriores.

Assim, por exemplo, um famoso cientista do início do século, Hermann von Ihering, diretor do Museu Paulista, justificava o extermínio dos índios Caingangue por serem um empecilho ao desenvolvimento e à colonização das regiões do sertão que eles habitavam. [...]



Assim, de um ponto de vista do grupo do “eu”, os que estão de fora podem ser brabos e traiçoeiros bem como mansos e bondosos. [...]”

Vamos lembrar

Os conectivos e suas funções no texto

Os conectivos são palavras que nos ajudam a apresentar nossas ideias ligando-as umas às outras, como se as estivéssemos “costurando” para construir um texto bem ajustado, coeso.

Quando esses conectivos ajudam a estabelecer algum tipo de relação entre as ideias (de oposição, comparação, condição, causa etc.) para construir e expor o que pensamos sobre determinado assunto, nós os chamamos de operadores argumentativos.

Quando eles ajudam a apresentar as ideias em determinada sequência, possibilitando que novas informações sejam inseridas, nós os chamamos de organizadores textuais.


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Copie no caderno a alternativa que explica o uso desse termo:

I. No primeiro trecho, assim é uma conjunção usada para introduzir uma conclusão parcial do autor em relação ao que disse antes e, no segundo trecho, é um advérbio que indica o modo como algum fato se deu.

II. Nos dois trechos, assim é uma conjunção usada para introduzir uma conclusão do autor em relação ao que disse anteriormente.

III. No primeiro trecho, assim é um advérbio que indica o modo como algum fato se deu e no segundo caso é uma conjunção que indica uma conclusão — parcial ou não — do autor sobre o que disse anteriormente.

IV. Nos dois trechos, assim é um advérbio que indica o modo como algum fato se deu.



Se liga nessa!

Os organizadores textuais, incluindo aqui os operadores argumentativos que você viu no estudo da Unidade 1, também são usados na construção do discurso oral.

Então, fique atento aos que poderão ajudá-lo a organizar a sua apresentação que é proposta na seção de produção.

Produção: apresentação oral

Neste capítulo você vai realizar a apresentação oral do seu grupo.

Chegou o momento de pensar na preparação do seu material de apoio e no trabalho com os elementos específicos da apresentação oral, discutindo o que é importante garantir para realizarmos uma boa fala diante do público.

Conhecendo mais o gênero: apresentação oral

Atividade 1: analisando esquemas como material de apoio para a apresentação oral

Você se lembra dos esquemas do Caderno de Estudos de língua e linguagem? Nesta atividade o nosso exercício será preparar alguns esquemas semelhantes a eles.

A tarefa será concentrar ainda mais as informações que você sintetizou enquanto resumia, transformando o que lemos em esquemas de fácil leitura que podem servir de apoio tanto para o grupo que irá apresentar, quanto para o público que estará acompanhando a apresentação.
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1. Observe o esquema do texto “A religião, identidade cultural dos povos”, já trabalhado nas atividades de resumo.

a) Com seu colega, use o esquema para resgatar o conteúdo do texto. Observem as setas e a direção que elas apontam; isso poderá ajudá-los.

• Na opinião da dupla, faltou no esquema alguma informação importante? O conteúdo do esquema foi suficiente para resgatar o conteúdo do texto? Vocês teriam feito diferente? Para pensarem a respeito, retomem o texto integral ou o resumo que vocês fizeram.



b) Compartilhem com a classe a leitura que vocês fizeram do esquema.

2. Agora, com a classe, observe este outro esquema, com o mesmo conteúdo.

a) O que vocês percebem de diferente?

b) Vocês acham que a apresentação das setas influencia de algum modo na organização das falas para resgatar o conteúdo do texto? Comentem.

c) E para o público que está visualizando o esquema, vocês acham que faz diferença? Comentem.
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Praticando

Chegou a hora de você realizar sozinho esse exercício de esquematização. Volte ao texto “A religião, instrumento de governantes”, que você resumiu no capítulo 1 desta unidade, e faça um esquema que poderia ser usado como apoio para uma apresentação oral. Lembre-se de que o resumo pode ajudá-lo a sintetizar ainda mais as ideias do texto.

Um bom modo de avaliar a eficácia do seu esquema é você experimentar usá-lo para resgatar o conteúdo do texto original.

Atividade 2: analisando duas apresentações orais

As apresentações orais podem acontecer em diversos contextos, com diferentes objetivos, como apresentar para os pares o resultado de um estudo feito (na escola e no meio acadêmico), ou apresentar um projeto aos superiores em uma empresa.

A seguir, você vai analisar alguns aspectos próprios da situação de uso da língua oral a partir da transcrição de trechos de duas apresentações orais preparadas para a conferência conhecida como “TEDx Sudeste”, destinada a divulgar as melhores ideias de pensadores de diferentes áreas do conhecimento.

a) Compare os trechos iniciais das duas apresentações.

I. As pausas, hesitações e repetições podem ser percebidas nas duas transcrições feitas. A sua tarefa será analisar com que frequência isso acontece nas comunicações e justificar sua análise.

II. Agora, reflita se a presença de pausas, hesitações e repetições é um problema em apresentações orais como essas.

III. A linguagem usada pelos dois apresentadores é mais ou menos formal? Explique recorrendo ao texto.

IV. Repare nas informações entre colchetes, em verde, e analise em qual delas o uso do material de apoio para o público foi mais constante. Reflita, também, sobre a importância desse material para a apresentação.

Clipe

TED – Tecnologia, Entretenimento, Design é um evento que reúne pensadores do mundo para falar sobre suas experiências e espalhar novas ideias. Com esse mesmo espírito, o TED criou o programa TEDx, que organiza eventos locais, de forma independente. O TEDx Sudeste foi um desses eventos locais: uma conferência sem fins lucrativos que reuniu, no Rio de Janeiro, em 2010, mais de 30 pensadores de diferentes áreas de conhecimento, como arte e tecnologia, ciência e negócios. Os convidados apresentaram palestras, com duração de 5 ou 15 minutos, explorando o tema “Colaborando para transformar”.
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Comunicação 1

[00’09] Oi, gente... boa tarde... Primeiro eu queria dizer que é uma... é uma honra pra mim tá aqui do lado dessa marca... [aponta para a logomarca do evento – TEDx Sudeste] porque eu acho que ela... de uma certa forma, ela representa hoje... a mistura, a possibilidade da mistura de conhecimento... e experiências e... e eu acho que daqui pra frente a gente só vai encontrar soluções pras coisas se a gente tiver realmente com disposição... e com a energia concentrada nessa direção: de misturar, de somar, de trocar... E eu acho que essa marca representa isso hoje no mundo de uma maneira muito especial.

Eu vou contar um pouquinho aqui da... da minha história... É... eu, na verdade comecei fazendo Engenharia, na PUC, aqui do lado... Fiz três semanas de Engenharia. Percebi, por sorte, rapidinho, que não era muito por ali. E aí tinha alguns amigos que tavam fazendo design na mesma PUC... e aí fui pra... achei que fazia sentido porque misturava um pouco de... de um lado técnico que eu gostava, da Matemática, da Física e tinha... Arte envolvida, que também sempre me interessou. E... e fui pro Design... ainda com um pouco do... do estereótipo e do... do clichê que existia na cabeça, acho que de todo, na década de 80, do que era o design. Então era um... pra mim, eu imaginei que eu fosse, né... entrar num curso onde eu ia aprender a desenhar Ferraris, luminárias, cadeiras incríveis... E... e aí no meu primeiro dia de aula eu cheguei nessa... sala de aula aqui, ó [mostra imagem da sala, no estilo de um quiosque e fala com meio riso]... e eu comecei não entendendo, porque eu tava esperando um laboratório onde eu pudesse aprender a desenhar Ferraris. E... e no meio da sala de aula tinha uma fogueira... entendi menos ainda... E... o meu interesse na época, no primeiro projeto, já era... por embalagens... E eu tinha levado como referência, assim meio como... como inspiração pro... pra um primeiro dia de aula pra minha professora, que era a Ana Branco, que continua lá dando aula nessa mesma barraca aqui na PUC – hoje tá um pouquinho diferente, mas continua lá e continua sendo a minha... guru, de uma certa forma –, e... eu mostrei aquelas embalagens pra Ana e ela... a Ana virou pra mim e falou assim: “Olha, você acha que essas embalagens são boas referências pra... pra você começar um projeto de... de embalagens aqui na... no seu primeiro dia de Design? você já pensou na... na embalagem que te trouxe ao mundo?” [mostra imagem de mulher grávida]. Aí eu falei: “Hã?”.

Na hora eu não entendi muito bem o que ela tava querendo dizer, mas depois eu percebi que essa era uma oportunidade muito especial e muito interessante de... é... olhar pro Design de uma outra maneira, esquecer as Ferraris, de uma certa forma, as luminárias e as cadeiras...

E eu fui muito fundo nessa... nessa... direção, nessa perspectiva, e... [mostra imagem do globo terrestre] comecei a tentar entender como é que a natureza embalava as coisas, né? Olhar pra... pra natureza como uma... uma... designer, por que não, né? Então a atmosfera do planeta é como uma superembalagem, sofisticadíssima... né... as cascas dos frutos... [mostra imagens de frutas: banana, tangerina] referências perfeitas! A tangerina, por exemplo, com essa coisa das doses, meio que o primeiro Clube Social, né... Essa coisa do... da dose individual. [3’01]

[...]
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Comunicação 2

[00’09] Então, é... Quando o pessoal do TED me procurou, a primeira coisa que eles me perguntaram foi de onde veio meu interesse por tecno logia. Eu fiquei na hora meio... num sabia como responder isso pra eles. Mas aí... pensando depois, eu... eu... pensei: “Isso... isso é uma coisa que veio comigo, num... num sei de onde veio, de onde surgiu”. É... Com... com 6, 7 anos, eu lembro que eu mexia nos computadores de trabalho do meu pai e as frases que eu mais ouvia eram: “Ah, dá um... dá um joguinho pra ele brincar no computador”. É... “Tira a mão disso daí, Pedro!”, “Isso é sério, isso não é brincadeira”. É... e um ponto importante é que os computadores que eles usavam eram Mac’s, porque ele trabalhava com fotografia. É... e... Mas eu não desisti e o tempo passou, e com uns 8, 9 anos eu comecei a ter interesse por programação, que eu também não sei de onde veio [risos da plateia e do apresentador]. Nessa época, eu tinha uns 8, 9 anos, e o pessoal que tinha a minha idade se interessava por assuntos que não eram os... os mesmos que eu me interessava: é... futebol, figurinha, videogame... é... e o que eu gostava era de computador, de... de programação, de fazer meus... meus programas, de... de pesquisar sobre... sobre os assuntos que eu gostava relacionados à... à... à... computação. E por isso eu não me relacionava muito com... com... o pessoal da minha idade.

É... eu gos... ... é... eu conversava muito com os adultos. Você pode i... imaginar a preocupação da minha família com isso, né? [risos do apresentador] É... além disso, o assunto do momento era o tempo que as crianças passavam na frente do computador. É... eu lembro que a minha mãe leu uma matéria falando que a filha do Bill Gates só podia ficar 45 minutos por dia no computador. [risos da plateia e do apresentador] Aí eu pensei: “Pô, se a filha do Bill Gates só fica 45 minutos por dia no computador, quanto tempo eu ia ficar?”. Minha vida i... ia virar um inferno, né? É... a sorte, a sorte foi que o Steve Jobs não fez nenhuma declaração assim. É por isso que eu sou fã dele. [risos (e aplausos) da plateia e do apresentador] É... E como... e como toda família, a gente tinha um computador compartilhado, que todo mundo usava, então... eles não me deixavam instalar as milhares de coisas que eu precisava pra programar ele. É... Mas mesmo assim eu forçava uma barra e instalava [risos do apresentador]. É... Eu tinha que dividir o computador com todo mundo, né? É... e um dia, pra minha surpresa, em 2006, a minha mãe me deu meu primeiro aparelho da Apple, que foi um iPod Nano de 1ª geração [mostra o primeiro slide com imagem do aparelho]. É... no início eu achei ele... ele muito legal, como qualquer aparelho da Apple, né... [2’24] É... mas com o tempo eu comecei a ficar um pouco entediado, porque eu via que o aparelho... assim, de hardware ele podia me oferecer muito mais do que o software mostrava... assim... pe... visivelmente no aparelho. É... E então eu comecei a pesquisar sobre como rodar vídeo nele, que era uma função que eu já tinha vido... é... visto no iPod no YouTube rodando vídeo, e aí eu comecei a pesquisar e... e... comecei a hackear o aparelho. É... [risos da plateia e do apresentador] E eu continuo fazendo isso até hoje nos iPhone’s e... e... iPod Touch.

[2’51]


[...]
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b) Agora, observe o trecho final de cada uma das apresentações e responda:

Trecho final da Comunicação 1

[...]


[19’11] Mas o fato é que... [mostra o slide com o nó celta e uma explicação da metáfora] o mais legal dessa história toda é que... os ecossistemas, e... e... o banco de coral é um exemplo, mas qualquer outros... você tem... a gente estudou um pouco dos manguezais, as florestas de sequoia... são é... organismos, são sistemas que não têm pontas soltas. E a gente faz uma metáfora com... com o nó celta, que é esse nó fechado. Você não tem nada entrando que não seja renovável e nada saindo [entra nova imagem do interior do nó celta]. E isso daria um diagrama... [entra imagem do diagrama a partir do qual ele explica] é... se a gente fosse entender todo... toda a sequência de fluxos que acontece num... num ecossistema como os bancos de corais, os fluxos genéricos de... de energia entrando e os resíduos sendo gerados, e esses resíduos sendo usados por outros organismos, outras espécies, que é um... tem um diagrama como esse, né, um ciclo fechado, sem pontas soltas. E quando a gente pensa nas metrópoles, a gente tem... uma situação como essa: as pontas todas abertas, soltas. Então, de alguma maneira a gente vai ter que mirar... nessas referências naturais e vamo ter que repensar a maneira como a gente faz negócios... Vamo ter que repensar a maneira como a gente vive nas cidades... E eu acredito profundamente que a natureza é uma fonte de inspiração... é... da... da... do maior... do... do mais alto nível. E a ideia é espalhar um pouco isso... Eu dou uma aula aqui na PUC, de Biônica, que fala desse assunto, e tenho tentado botar essa pulga atrás da orelha dos meus alunos, e... eu espero que vocês fiquem curiosos pra... estudar um pouquinho mais desse assunto. É isso aí. Obrigado, gente. Valeu. [20’48]

Trecho final da Comunicação 2

[...]


[06’19] É... Então, qual o resumo dessa história? É... me entregavam uma coisa, que é prum determinado uso, aí eu olhava e pensava: “Por que que eu também não posso fazer tal coisa com isso?”. É... é... Quando a gente tem 13 anos e olha pro mundo dessa forma, a gente encontra um monte de barreiras. Então quando é que será que a gente vai poder começar a pensar dessa forma? Quando fizer 18, 30, 50 anos? É... [lendo] quando eu tinha 11 anos, foi difícil convencer as pessoas que eu precisava gastar meu dinheiro num iPod Touch, quando pra eles eu já tinha um ótimo iPod... o iPod Nano. [mostra imagem dos aparelhos citados] Com 12 anos, foi difícil convencer que eu precisava gastar meu dinheiro num iPhone 3GS [mostra imagem dos aparelhos citados], quando já tinha um iPhone 3G [mostra slide completo em 6’52]. Com 13, não está sendo muito simples convencer as pessoas que eu quero usar o dinheiro que eu tenho e que me deem uma ajudinha pra comprar um iPad, mesmo já tendo um iPhone e um Mac. Imagina o que eles pensam: [mostra imagem do aparelho] “Um brinquedinho de 600 dólares na mão de um garoto de 13 anos?”. É... pelo visto, essa vai ser difícil!

Obrigado. [07’05]

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I. Quais são as funções das frases (ou trechos) em destaque em cada um dos trechos?

II. Essas partes em destaque poderiam ser substituídas por outras frase ou expressões, de modo a manter a mesma função?

III. Em qual das comunicações o apresentador finaliza interagindo mais explicitamente com o ouvinte, de modo mais caloroso? Explique.

IV. Qual é o objetivo dele ao fazer isso?

V. Como o outro apresentador poderia ter feito algo semelhante?



c) Leia a transcrição deste trecho da apresentação e aponte que palavras ou expressões o apresentador usou para organizar a ordem de apresentação das informações que tinha a dizer, semelhante ao que você viu acontecer no texto escrito (de divulgação) que foi lido neste capítulo.

[03’31] E... e nesse primeiro projeto eu aprendi... é... que a natureza considera sempre três princípios — se a gente pode chamar assim — quando ela tá projetando, criando qualquer coisa. O primeiro princípio é o princípio do... da otimização, né, do ponto ótimo. A natureza detesta desperdício.

[...]

[04’02] O segundo princípio é o princípio do ciclo. Na natureza tudo é regido por ciclos, então você tem os ciclos das marés... né... o ciclo... o ciclo solar, o ciclo da Lua... né... um pouco do Lavoisier “nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”, que a gente aprende na 4ª série primária e esquece na 5ª.



É... e um terceiro princípio que é um princípio que também acho muito intuitivo... que é o princípio da interdependência, que é a ideia de que tá tudo ligado a tudo, né... que tudo que a gente faz... gera consequências que geram... que são causa pra novas consequências e você tem um encadeamento enorme de ação e reação. Isso também eu acho que a gente aprende na 5ª série, na aula de Física, e a gente esquece em seguida. [04’42]

[...]


Produzindo o texto: a apresentação oral

Condições de produção

O quê?

Vocês vão fazer a apresentação oral dos resultados da pesquisa que realizaram sobre as diferentes culturas e os conflitos gerados pela intolerância a essa diversidade.



Para quem?

A apresentação será destinada aos seus colegas de classe.



Como fazer?

1. Preparar o material de apoio

Agora que vocês já viram alguns exemplos de esquemas de apoio que podem ser usados em apresentações, chegou o momento de prepararem o material de apoio que irão usar.


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Para isso, você e seu grupo deverão usar o resumo da pesquisa que realizaram durante o estudo desta unidade e que encaminharam ao professor. Não se esqueça de incluir neste material as considerações do grupo sobre o que pesquisaram — que são os itens finais propostos para o resumo que você apresentou ao professor e que deverão fazer parte do encerramento final da apresentação.

Lembrem-se de garantir que os esquemas organizados nos slides, nas lâminas ou em cartolinas:

a) acompanhem a fala de cada um dos colegas do grupo e que sejam em número adequado, considerando o tempo que cada um tem para a apresentação: não façam nem muitos nem poucos;

b) estejam claros pra você e que poderão ser usados como apoio também para o seu público;

c) tenham boa apresentação, ficando atento:

• ao tipo e tamanho da letra (se escrito manualmente, em cartazes) ou da fonte (se digitado para apresentar em datashow ou em retroprojetor);

• à apresentação de imagens ilustrativas sobre o assunto.

Para a produção de slides, lâminas para retroprojetor ou cartolinas

1) Use uma mesma formatação em todos os slides ou lâminas. A formatação inclui a cor de fundo, o estilo e tamanho das letras, a escolha de cores, o uso de títulos e subtítulos, etc. Tudo isso também vale para as cartolinas: procure manter o mesmo padrão de cores (inclusive da própria cartolina – branco é sempre uma opção mais didática), estilo de letra, etc.

2) Calcule um tempo de aproximadamente dois minutos de fala para cada lâmina, slide ou cartolina.

3) Não exagere na quantidade de texto porque, além de se tornar cansativo para o público, poderá desviar a atenção que ele deveria dedicar a ouvir o que você tem a dizer.

2. Ensaiar a apresentação

De posse do material, e tendo em mente os critérios que aprenderam nos dois capítulos, o grupo deverá:



a) dividir as falas entre os participantes;

b) preparar a voz e o corpo. Como você observou, quando falamos em público é muito importante prestar atenção em como nos movimentamos e usamos a nossa voz.

c) definir o tempo que cada um terá para a apresentação;

d) ensaiar, primeiro individualmente e depois com o grupo. Veja se é possível gravar as apresentações de cada um. Assim, vocês poderão analisar suas falas, tendo em vista os critérios da Ficha de avaliação que aparece a seguir. Se não for possível gravar, ensaie com os colegas e fique atento à avaliação que eles farão da sua apresentação. Pode ser muito útil, nesse caso, o ensaio individual diante de um espelho — isso poderá ajudá-lo a monitorar o seu desempenho. Lembre-se de usar, se necessário, aquelas palavras ou expressões que ajudam a organizar:

• a ordem de apresentação das informações, tais como os organizadores: Primeiro eu vou falar... Em seguida... Depois...

• ou a marcar a relação entre as suas ideias, tais como: mas, por um lado... por outro lado... Assim... Portanto...

Vocês deverão ficar atentos ao combinado feito sobre o tempo que cada grupo terá para a apresentação. Esse tempo deverá ser dividido entre os participantes do grupo, con-


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forme o que cada um for apresentar. Lembre-se de que cada um de vocês deverá abrir a apresentação anunciando o que irá falar e encerrar parcialmente, anunciando que finalizou sua parte e passando a palavra para o próximo colega.

O nervosismo que muitas vezes toma conta de nós é muito natural e pode nos levar a engasgar, “falar para dentro”, tremer... Por isso, propomos que você, juntamente com o seu grupo, durante o treino para preparação, experimente realizar alguns destes exercícios:

Exercícios de relaxamento corporal

A. Dos ombros

1. Sentado ou de pé, inspirar levantando os ombros para cima o máximo que puder. Soltar o ar deixando os ombros caírem. Acompanhar com um suspiro de alívio, deixando toda a tensão sair quando soltar o ar. Você pode soltar o ar com um AAAHHH!!! bem sonoro. Repetir algumas vezes.

2. Girar os ombros lentamente para a frente numa rotação completa, como se estivesse desenhando um círculo. Fazer o mesmo para trás. Não esquecer de manter a respiração. Fazer o movimento contrário, respirando regularmente para ajudar a sair a tensão.

B. Do pescoço

Movimentar a cabeça em todas as direções. Primeiro, repetidamente, para a frente, depois para trás. Em seguida, movimentar a cabeça para um lado e depois para o outro várias vezes. Por fim fazer rotação completa com a cabeça, deixando-a bem relaxada como se fosse uma “bola solta”, girando-a para um lado e para o outro, algumas vezes.



Exercícios para preparação da voz

A. Exercícios de aquecimento da voz

1. Encha as bochechas de ar e massageie o queixo com o polegar em círculos pequenos.

2. Encha uma bochecha de ar e empurre-o dentro da boca, de bochecha em bochecha, cerca de dez vezes em cada uma delas, sem mexer o maxilar. Pode ajudar com a mão, segurando as bochechas, para evitar mexer o maxilar.

3. Faça estalidos com a língua, colocando-a entre o palato duro e a base da língua.

4. Mantendo o maxilar solto, estique a língua horizontalmente para fora e recolha-a rapidamente. Repita dez vezes.

5. Com o maxilar solto e a boca ligeiramente aberta, empurre sua vemente o cano da laringe, com os dedos, de um lado para o outro. Importante: não emita nenhum som enquanto efetua esse exercício.
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B. Exercícios de colocação de voz

Sentado ou de pé com as costas eretas e as pernas abertas:

1º Inspirar pelo nariz lenta e prolongadamente. PAUSA. Expirar pela boca emitindo o som eemmm.

2º Inspirar pelo nariz lenta e prolongadamente. PAUSA. Expirar pela boca emitindo o som uuuuuuu.

3º Fazer as mesmas ações do exercício anterior, apenas alterando o som a ser emitido, quando expirar pela boca: o som iiiiiiiiiii; o som oooooo; o som eeeeee; o som aaaaaa; o som ôôôôôôôô; o som êêêêêêêêê; e, por último, os sons uueeooiiaa. Repetir este último três vezes.

ROCHA, Filomena C.; MESTRE, Liliete Maria S.; REBELO, Maria Adelaide A.; MIGUEL, Maria Júlia J. Técnica vocal: guia básico para professores (Fragmento adaptado). Disponível em:


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