Encontrou-o em pé no escritório do pai, uma sala cheia de livros do piso ao teto. Uma fileira atrás da outra de livros jurídicos encadernados em couro, relatórios de casos reunidos, volumes de julgamentos da Suprema Corte que remontavam ao século XPX. Em outra parede, viam-se obras mais contemporâneas, fileiras de títulos de capa dura sobre política, a constituição e, claro, a legislação. Pareciam arrumados com a mestria de um bibliotecário: agrupados por tema, e depois, dentro de cada categoria, postos rigorosamente em ordem alfabética. TC concentrou-se na seção do cristianismo: Documentos da Igreja cristã, de Henry Bettenson,The Early Church, de Henry Chadwick, De Cristo a Constantino, de Eusébio, Doutrinas centrais da fé cristã, de JND Kelly, todos enfileirados em perfeita ordem.
Mas Will ignorou os livros e ligou o computador na mesa do pai. Passou os olhos por uma matéria da Associated Press, mal lendo as palavras, à procura de algo específico.
Selecionou duas palavras com o cursor sobre o texto: o nome da vítima de seqüestro pelos hassídicos em Bancoc: Samak Sangsuk. Abriu uma janela do Google no alto à direita, colou o nome e teclou entrar. Sua pesquisa — Samak Sangsuk — não encontrou nenhum documento correspondente. Will ia xingar um palavrão, mas ficou quieto. Não por causa de TC, e sim pelo estranho barulho que vinha do corredor. Não apenas um, mas vários em rápida sucessão. Não havia dúvida. Tinha mais alguém na casa.