Coleção História em Debate 2 História Ensino Médio


p. 179 – Organizando ideias



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p. 179 – Organizando ideias

Objetivo: perceber as particularidades do escravismo na Mauritânia.

Orientação: para superar a especificidade do caso e atribuir maior relevância ao tema, você pode usar a atividade para discutir a relação entre religião e escravismo, retomando os conteúdos do texto As religiões e a escravidão; lembre aos alunos que os escravos também eram submetidos à religião do colonizador e obrigados a abandonar as próprias crenças.
Página 361

Respostas sugeridas

1. Os fatores citados no texto que justificam a escravização na Mauritânia são o fato de o governo negar a presença de escravos no território, as condições geográficas, a pobreza e a religião.

2. Alguns líderes islâmicos locais, os imãs, pregam que a submissão é um caminho para alcançar o paraíso. Portanto, a religião, nesse caso, tem sido usada como meio de garantir a permanência de práticas de escravização.

p. 181 – Organizando ideias

Objetivos: ampliar a percepção sobre a escravidão e entender diferentes motivos que motivaram a escravidão de pessoas na África antes da chegada dos portugueses.

Orientação: é cabível ressaltar as motivações extraeconômicas (não relacionadas diretamente à economia) da escravidão.

Resposta sugerida

1. Era uma relação à margem da sociedade, secundária, eventual, não institucionalizada, que ocorria por motivos diversos, como dívidas, crimes e prisões por guerra.

p. 182 – Organizando ideias

Objetivo: compreender o escravismo como nova etapa das atividades comerciais na Europa.

Orientação: é interessante utilizar esse texto em conjunto com o texto de Paul Lovejoy, da página 181, que aborda as motivações extraeconômicas da escravização, para reforçar o panorama amplo do tema.

Resposta sugerida

1. Significa que foram os portugueses que iniciaram a comercialização de africanos como mercadoria fora das fronteiras africanas e abasteceram, sobretudo, a América.

p. 184 – Organizando ideias

Objetivo: conhecer aspectos econômicos do óleo de palma.

Orientação: por meio da interpretação do texto e do gráfico apresentados, os alunos devem analisar as particularidades da economia dos países africanos produtores de óleo de palma e também dos produtores asiáticos.

Respostas sugeridas

1. a) O quadro e o texto complementam-se: o texto fornece as explicações históricas para a ampla utilização do óleo de palma observada no quadro.

b) Resposta pessoal. Dependendo dos hábitos diá rios dos alunos, a resposta pode incluir alguns dos produtos citados no quadro.

2. a) O gráfico apresenta informações relativas à produção mundial de óleos vegetais, incluindo o óleo de palma, em milhões de toneladas, de 1910 a 1990.

b) O cruzamento das duas linhas aconteceu aproximadamente em 1980. Esse evento demonstra a utilização cada vez maior do óleo de palma.

c) O gráfico confirma as informações do texto da atividade anterior. Ele começa com uma data próxima à descoberta do processo de hidrogenação citado no texto, responsável pelo início da grande exploração desse produto. No gráfico também se observa a crescente produção do óleo de palma, intensificada por volta de 1960 de forma exorbitante. Isso confirma a informação do texto de que o óleo de palma encontrou um mercado consumidor muito grande.

p. 186 – Organizando ideias

Objetivo: entender os objetivos do imperialismo por meio de análise de charge e texto.

Orientação: Cecil Rhodes se tornou uma das maiores personificações do imperialismo europeu do século XIX, com sua sede por mais e mais conquistas territoriais, intenção que fica clara pela observação da charge. Oriente os alunos a reconhecer os elementos da imagem e de que forma o imperialismo foi representado nela.

Respostas sugeridas

1. Ele pretendia anexar a África inteira, dominando todo o território do continente.

2. Não, pois a África foi quase toda controlada por diferentes potências imperialistas, como Inglaterra, França, Itália, Alemanha, Portugal, Espanha e Bélgica.

3. Espera-se que os alunos percebam que Rhodes e outros europeus achavam que tinham direito a dispor de todo o mundo e até mesmo do que estivesse fora dele, podendo usufruir de todos os territórios. A frase é sintomática dos impulsos imperialistas que moviam a economia capitalista da época.

p. 189 – Organizando ideias

Objetivo: apresentar um dos diferentes elementos de resistência ao imperialismo.

Orientação: muitos povos submetidos ao imperialismo não aceitaram pacificamente essa condição e organizaram reações e ações de resistência, o que está ilustrado no poema. Trabalhe o texto poético em conjunto com a imagem da página 188, que mostra a violência sofrida pelas populações submetidas aos belgas, situação que explica as intenções reveladas no poema.
Página 362

Respostas sugeridas

1. Eles não aceitaram a dominação e demonstraram que estavam insatisfeitos e cansados de ser maltratados. A forma encontrada de reação à dominação estrangeira foi a guerra.

2. Espera-se que os alunos percebam a afirmação dos congoleses no texto de que preferiam morrer a continuar subjugados e maltratados pelos invasores europeus.

p. 190 – Organizando ideias

Objetivos: analisar fatos históricos, refletir sobre eles e reconhecer que podem ter versões diferentes.

Orientação: aproveite a oportunidade e converse com os alunos sobre as maneiras que a história é construída: por meio de diferentes relatos que variam conforme o local, o tempo e o grupo social e, por isso, não há uma verdade absoluta sobre os fatos históricos.

Respostas sugeridas

1. A ideologia da superioridade racial, uma das bases do imperialismo.

2. De acordo com a mentalidade imperialista do século XIX, os europeus se achavam no direito de subjugar os povos que consideravam inferiores.

3. Como sinônimo de exploração, perseguição, violência e desrespeito.

4. Sim, o personagem francês do texto 1 justificou suas atitudes como humanitárias e necessárias para o bem dos povos, que eram considerados inferiores. No texto 2, é descrita a situação de exploração vivida pelos povos africanos.

p. 192 – Organizando ideias

Objetivos: perceber que houve muitos movimentos de resistência de diferentes origens e responder às questões propostas de acordo com as informações do texto.

Orientação: estimule os alunos a perceber a abordagem dos movimentos de resistência como forma de conferir aos indivíduos o papel de protagonistas da história, na busca pela liberdade.

Respostas sugeridas

1. Sim, pois sempre houve resistência em todos os lugares, de forma mais ou menos ininterrupta.

2. Não, uma vez que os africanos utilizaram diferentes estratégias, desde a recusa individual até motins e outras formas. Houve resistência tanto no meio rural como no urbano, e em todas as camadas sociais da população.

p. 193 – Resgate cultural

Objetivo: refletir na construção da identidade africana.

Orientação: resistências não ocorrem apenas no campo da luta armada ou política. Elas também acontecem na cultura, por meio da mobilização de costumes e crenças que conferem a identidade coletiva de cada povo. Após pesquisarem o tema “afrobeat” e responderem à pergunta, convide os alunos para uma conversa sobre os elementos que os unem às pessoas que são próximas deles (família, amigos, colegas) e a outros brasileiros. Ajude-os a identificar esses laços, mas também aquilo que os diferencia, refletindo nos elementos necessários à elaboração da identidade nacional.

Resposta sugerida

1. Os alunos devem refletir no sentido da afirmação africana na obra de Fela Kuti, que atribuiu novos significados a ritmos negros de difusão mundial, e na visão das culturas tribais como empecilho para o reconhecimento dos Estados nacionais, em grande parte multiculturais.

p. 194-195 – Debate interdisciplinar

Objetivo: apresentar o processo de extração de diamantes na África.

Orientação: adotando métodos e preceitos sociológicos, informe aos alunos que a proposta visa levar à identificação de semelhanças entre o processo de extração de diamantes na África e no Brasil, observando os problemas sociais e políticos que envolvem o tema. Essa atividade pode ser realizada em conjunto com as disciplinas de Sociologia, Geografia e Matemática.

Resposta sugerida

1. Resposta de acordo com a pesquisa. Espera-se que os alunos citem regiões brasileiras de extração de diamantes – como o garimpo de Lajes, no Mato Grosso do Sul – e apontem questões relacionadas à devastação de terras indígenas e à exploração dos trabalhadores, decorrentes desse processo.

Sugestão de atividade complementar

Peça aos alunos que comparem os dois textos e identifiquem as diferentes abordagens sobre a Conferência de Berlim.



Texto I

Ao examinar os pontos discutidos na conferência, percebe-se que o principal objetivo dela é impossibilitar futuros desentendimentos através da regulamentação das disputas e regrar seus interesses, que nesse momento é o livre-comércio. A maioria das potências via a conferência como


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alternativa para preservar o livre intercâmbio que estava sendo ameaçado, gerando diversos conflitos entre as potências envolvidas.

[...]

Na conferência acorda-se que as potências devem assegurar que nos territórios ocupados por elas deva existir uma autoridade capaz de fazer respeitar os direitos, como a liberdade de comércio e de trânsito.



“As Potências [...] obrigação de assegurar, nos territórios ocupados por elas [...] de fazer respeitar os direitos adquiridos, a liberdade do comércio e do trânsito nas condições em que for estipulada” (artigo 35).

GUEDES, Caroline dos Santos; MELLO, Julia Passos de; RODRIGUES, Luaia. O imperialismo e a Conferência de Berlim. UFF História. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.



Texto II

Representantes de 13 países da Europa, dos Estados Unidos da América e do Império Otomano deslocaram-se a Berlim a convite do chanceler alemão Otto von Bismarck para dividirem a África entre si, “em conformidade com o direito internacional”. Os africanos não foram convidados para a reunião.

À excepção da Etiópia e da Libéria, todos os Estados que hoje compõem África foram divididos entre as potências coloniais poucos anos após o encontro. Muitos historiadores, como Olyaemi Akinwumi, da Universidade Estatal de Nasarawa, na Nigéria, consideram que a Conferência de Berlim foi o fundamento de futuros conflitos internos em África.

FISHER, Hilker; SAMPAIO, Madalena. Conferência de Berlim: partilha da África decidiu-se há 130 anos. DW África, 26 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.



Resposta sugerida

Cada texto tem um tipo de opinião sobre a Conferência de Berlim e destaca aspectos distintos. O primeiro afirma que o encontro entre as potências europeias não causou a partilha da África, mas foi responsável pelos acertos relativos ao livre-comércio. Já o segundo texto defende a hipótese da partilha e ainda afirma que a conferência foi a responsável pelos conflitos do continente.



6.7 As emancipações nacionais na Ásia e na África

Esse capítulo aborda o processo de emancipação nacional dos países da Ásia e da África. Durante a Segunda Guerra Mundial, o sistema colonial se enfraqueceu. O conflito exigiu que as potências colonialistas europeias concentrassem atenção e forças nas frentes de combate, possibilitando que as colônias experienciassem certa autonomia. Com o fim dos combates, houve retrocesso na relação metrópole/colônia, o que gerou insatisfação às elites nacionalistas coloniais, já habituadas com o poder local decorrente da situação. Percebendo a debilidade militar, política e financeira das metrópoles, essas elites organizaram rebeliões com o apoio popular. Os países asiáticos e africanos empreenderam muitas lutas e movimentos em prol da saída dos imperialistas e do retorno a sua condição de independência.

Cabem debates para desmistificar algumas visões estereotipadas que os alunos possam ter de certos lugares, como China e outros países asiáticos, bem como de países africanos. Pesquisas na internet, inclusive sobre eventos esportivos ocorridos na primeira década do século XXI, como a Olimpíada de Pequim, na China (2008), ou a Copa do Mundo de futebol na África do Sul (2010), contribuem para mudar essa visão.

Os temas abordados no capítulo podem ser complementados com a busca, em periódicos e endereços eletrônicos, de mais informações sobre as regiões citadas.



Competências e habilidades

As competências trabalhadas nesse capítulo são: C2, C3, C5 e C6.

As habilidades desenvolvidas nesse capítulo são: H6, H7, H9, H10, H11, H12, H13, H15, H22, H23, H24, H25, H26 e H27.

Objetivos

• Relacionar o enfraquecimento das potências imperialistas com o surgimento dos movimentos de emancipação na Ásia e na África.

• Associar a Guerra Fria ao processo de emancipação na África e na Ásia.
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• Compreender o processo de luta dos asiáticos e africanos contra os imperialistas.

• Reconhecer a existência de diversos movimentos de luta para libertação dos colonizados.

• Verificar as principais características do movimento de independência da Índia.

• Conhecer o papel de Gandhi como líder indiano na luta pela independência.

• Identificar as principais características do processo emancipatório nos países do Sudeste Asiático.

• Identificar as principais características do processo emancipatório nos países africanos.

• Considerar o regime de segregação racial na África do Sul, suas características e consequências.

• Conhecer produções culturais relacionadas à África.

• Relacionar características econômicas da África ao Índice de Desenvolvimento Humano.



Conteúdo

• Guerra Fria.

• A decadência dos impérios.

• Emancipações nacionais na Ásia e na África.

• Mahatma Gandhi.

• O cinema e a África.

• Reservas naturais e economia africanas.

Textos complementares

Texto 1: Cinquenta anos depois, Vietnã e EUA iniciam limpeza conjunta do “agente laranja”

Cinquenta anos depois de seus aviões militares jogarem 80 milhões de litros do agente laranja nas áreas rurais do Vietnã, os Estados Unidos iniciaram um projeto de limpeza [...] em conjunto com o governo do país.

O herbicida tóxico será removido de uma antiga base militar norte-americana na cidade de Danang. Pelo menos 73 mil metros cúbicos de solo serão escavados e colocados em tanques de alta temperatura para remover a dioxina, substância tóxica insolúvel em água e de longa decomposição. Por isso, autoridades norte-americanas e vietnamitas estimam que o projeto levará quatro anos para remover o agente laranja da área.

O esforço é visto como um passo para remover tensões diplomáticas entre os países num momento em que o governo norte-americano disputa o poder de influência com a China no Sudeste Asiático. “Nós estamos movendo a terra para enterrar nossos legados do passado”, disse David Shear, embaixador dos EUA em uma cerimônia perto da antiga base militar, citado pelo jornal Th e Guardian.

Apesar do investimento de 49 milhões de dólares, muito mais será necessário para acabar com as marcas que o agente laranja deixou na sociedade vietnamita. Por conta da alta concentração de dioxina, este herbicida pode causar doenças como câncer, deficiências genéticas e outros problemas. Segundo estimativas da Cruz Vermelha, a saúde de pelo menos três milhões de vietnamitas já foi afetada em decorrência da exposição à substância, que continua a prejudicar a sociedade local.

O composto entrou na cadeia alimentar humana do país por ter infectado plantações e animais e ainda continua presente em diversas áreas rurais do país. [...].

O arame farpado e o grande muro de concreto que cercam a antiga base em Danang não impedem que o cheiro da substância química se espalhe pelos arredores e, ao que tudo indica, também não foram suficientes para impedir a contaminação de outras plantações, animais e pessoas. [...].

A operação, conhecida como Ranch Hand, tinha como objetivo matar as plantas nas florestas, de modo que os vietcongues não pudessem mais se esconder nas áreas rurais e encontrassem dificuldade para se alimentar.

MATTAR, Marina. Cinquenta anos depois, Vietnã e EUA iniciam limpeza conjunta do “agente laranja”. Operamundi, 9 out. 2012. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

Texto 2: Os preconceitos hoje: um legado tenaz

Não temos espaço aqui para lembrar o que desenvolvemos alhures, a saber, até que ponto o “afro-pessimismo” de grande curso nos meios de comunicação é creditável a essa herança racista: quase animais no tempo da escravidão, crianças


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grandes, na melhor das hipóteses, à época colonial, homens incapazes hoje, os africanos jamais pararam de sofrer preconceito desfavorável, mais em relação ao seu intelecto do que à sua natureza, considerada menos “matreira” que a dos árabes, ou menos “tortuosa” que a dos asiáticos.

Tais preconceitos eurocentrados, que apresentam dos negros ou dos amarelos uma imagem depreciativa, permanecem implícitos por toda parte [...].

É que a hidra do racismo continua presente. Alguém poderia pensar que os excessos estão reservados unicamente a alguns reacionários, ou até negacionistas, alguns dos quais, é vergonhoso constatar, continuam trabalhando em universidades francesas – pois nestas, felizmente, hoje é impossível negar a Shoah (holocausto dos judeus). Mas desprezar africanos continua sendo visto como tolerável. Bernard Lugan, por exemplo, conclui uma obra recente com algumas frases de temível perversidade, porque escondida sob o aspecto de luta contra os excessos do “terceiro-mundismo” e pela defesa das “etnias”; “Não nos aproximaríamos afinal do momento em que poderíamos colocar a questão das insuficiências, das lacunas, não tanto da África, mas dos africanos? [...] Eles nada podem fazer, pois sempre procederam assim e os pais de seus pais antes deles [...] tanto que a colonização foi provavelmente uma oportunidade histórica para a África negra, que não a soube aproveitar.”

Estamos mesmo tão longe da “maldição de Cam”?

Ai de nós! Estas ideias não são professadas somente por alguns isolados, tanto quanto Gobineau não era o único teórico racista de seu tempo. [...].

O saber recentíssimo de alguns africanistas de boa vontade ainda é impotente para contrariar essa enorme herança que hoje podemos classificar de abominável, pois, para justificá-la, ou pelo menos explicá-la e compreendê-la, já não existe o ultrapassado contexto econômico e científico do século colonial. Ela resulta de preconceitos banais, em última análise, da ignorância.

COQUERY-VIDROVITCH, Catherine. O postulado da superioridade branca e da inferioridade negra apud FERRO, Marc (Org.). O livro negro do colonialismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. p. 786-787.



Sugestões de aprofundamento

• HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 2001. Estudo amplo e global do período compreendido entre o começo da Primeira Guerra Mundial e a queda da União Soviética.

• LIMA, Maria Regina Soares de; HIRST, Mônica; VIEIRA, Marco Antonio (Org.). Vozes do Sul e agenda global: África do Sul, Brasil e Índia. São Paulo: Hucitec, 2012. Coletânea de textos sobre o papel desempenhado por esses países no mundo globalizado atual.

• MAGNOLI, Demétrio. Relações internacionais. São Paulo: Saraiva, 2004. O livro apresenta as principais teorias e correntes de análise que compõem esse campo do conhecimento.

• VISENTINI, Paulo Fagundes. A Revolução Vietnamita. São Paulo: Unesp, 2008. (Coleção Revoluções do Século 20). O Vietnã se mobilizou na luta contra o imperialismo e, na visão do autor, tornou-se o cenário simultâneo das lutas de independência, de uma revolução de caráter socialista e dos conflitos típicos da Guerra Fria.

Orientações e gabaritos de atividades

p. 204 – Pausa para investigação

Objetivo: pesquisar a situação atual da Caxemira.

Orientação: a Caxemira é uma região sobre a qual as atenções do mundo se voltam de tempos em tempos, em função das disputas por seus territórios entre Índia e Paquistão. Como esses dois paí ses são detentores de tecnologia nuclear, a tensão aumenta. Entre as informações pesquisadas pelos alunos, é preciso constar que a origem dos conflitos foi o processo de independência da Índia do imperialismo britânico, no período pós-Segunda Guerra Mundial.

Resposta sugerida

Resposta de acordo com a pesquisa. Vivem na Caxemira, atualmente, aproximadamente 17 milhões de pessoas (4,5 milhões na parte paquistanesa e 12,5 na indiana). Ataques terroristas de militantes muçulmanos, alto contingente de soldados indianos (600 mil), repressão por parte do governo indiano, desemprego em massa, instabilidade econômica e acusações dos paquistaneses de violações aos direitos humanos realizadas pelas tropas indianas. Por sua vez, o governo indiano acusa os paquistaneses da Caxemira de


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contrabandear e manter campos de treinamento terrorista. O Paquistão se apoia no fato de a população da Caxemira ser majoritariamente muçulmana para seguir exigindo a anexação do território. Apesar das promessas, nenhum plebiscito foi realizado até o momento. Por serem potências nucleares, o mundo teme uma exacerbação dos conflitos até uma eventual guerra nuclear entre os dois países.



p. 209 – Organizando ideias

Objetivo: apresentar o conceito de pan-africanismo. Orientação: o texto e as questões remetem à negritude e ao pan-africanismo como expressões de lutas identitárias diante do imperialismo. É importante informar aos alunos que as propostas contidas nessas ideias complementavam as lutas armadas contra os colonizadores, ao mesmo tempo que buscavam superar as dificuldades impostas naquele período. Isso era feito por meio de movimentos dedicados a elaborar alternativas políticas e culturais de valorização dos povos negros.

Respostas sugeridas

1. Os movimentos Pan-africanismo e Negritude buscam a unidade africana e a afirmação de características culturais próprias das sociedades africanas; portanto, procuram a reabilitação da ideia de identidade africana.

2. Espera-se que os alunos percebam que a autora refere-se ao fato de que só aqueles que passaram pelo processo de imposição da cultura ocidental buscam criar uma unidade africana como meio de resgatar suas raízes. Essa ideia nasceu em contraposição à cultura ocidental, visto que a realidade africana é de multiculturalismo; portanto, sem a possibilidade de uma identidade única, continental.

p. 211 – Organizando ideias

Objetivo: identificar as consequências do domínio francês na Argélia.

Orientação: o texto ajuda os alunos a entender o modo que os imigrantes argelinos foram recebidos e tratados na França, sua antiga metrópole imperialista, possibilitando compreender as reações e as consequências do domínio francês na Argélia.

Respostas sugeridas

1. Os argelinos e os outros norte-africanos que chegaram a Paris na virada da década de 1940 até a de 1950 foram tratados pelos parisienses com preconceitos e restrições.

2. Para se protegerem, os imigrantes argelinos e norte-africanos procuraram viver próximos uns dos outros, nas periferias da capital francesa. Mas isso não foi uma inovação, os judeus já tinham praticado esse tipo de tática em outros tempos.

3. Esse texto mostra o que passou a acontecer com as populações antes submetidas ao domínio imperialista francês. Elas iniciaram movimentos migratórios rumo à antiga metrópole por causa dos conflitos no continente africano, principalmente na Argélia, que teve uma das lutas de independência mais sangrentas do século XX. É por isso que as estimativas oficiais registram que quase 1 milhão de argelinos rumaram só para Paris. Esse movimento provocou atitudes hostis na população parisiense, como preconceito e intolerância.

p. 213 – Organizando ideias

Objetivo: fixar os conteúdos relativos à ditadura de Salazar em Portugal no âmbito da crise das emancipações nacionais.

Orientação: para melhor aproveitar a proposta, retome com os alunos os outros movimentos de emancipação, apontando diferenças e semelhanças entre eles.

Resposta sugerida

1. Essa frase, escrita por Salazar, indica que o ditador português não estava disposto a abrir mão das colônias, mesmo que isso significasse a perda de vidas portuguesas. À luz do que acontecia com Portugal e com as outras potências imperialistas europeias em meados do século XX, essa frase pode ser tomada como representativa da importância das colônias para as metrópoles e da ameaça dos levantes coloniais para as economias europeias. Salazar, ciente dessa situação, não admitia perder suas possessões, como já vinha se delineando com os movimentos emancipacionistas de Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. A mesma situação ocorria com a França, que perdia a Indochina, a Argélia e o Djibuti; com a Grã-Bretanha, que via Índia, Nigéria e África do Sul também iniciarem suas revoltas; e com outras metrópoles imperialistas, como Alemanha, Bélgica, Portugal, Itália, Holanda, Espanha e Japão, que perdiam, sucessivamente, o domínio imposto a suas colônias.

p. 214-215 – Resgate cultural

Objetivo: refletir sobre a produção cinematográfica na África.

Orientação: a seção traz a oportunidade de analisar as produções filmográficas buscando identificar de que modo elas e a mídia em geral criam imagens e identidades sobre povos, lugares ou pessoas que nem sempre correspondem à realidade. É importante debater com os alunos como essa imagem criada é disseminada e entendida como real e quais são as formas de modificar esse pensamento. É possível também
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analisar o contexto da atual produção filmográfica africana, buscando identificar a eficácia na criação de uma nova identidade para o continente.



Resposta sugerida

1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que a produção de filmes e a mídia muitas vezes criam imagens que são reproduzidas e disseminadas como reais. Por isso, cabe sempre ficar atento e compreender a produção filmográfica como produto comercial, inserido em um sistema de produção e que não corresponde, necessariamente, à realidade.

p. 216-217 – Debate interdisciplinar

Objetivos: conhecer o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e alguns aspectos econômicos e naturais do continente africano. Essa atividade pode ser realizada em conjunto com as disciplinas de Sociologia, Geografia, Química e Biologia.

Orientação: o conjunto formado pelos mapas e pelo texto mostra a distribuição de matérias-primas no território da África. Você pode trabalhar essas fontes de forma crítica com os alunos, uma vez que, mesmo tendo vários recursos naturais, entre os quais petróleo, não há produção de riqueza nos países africanos, fato representado pelo mapa que mostra o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do continente. Se houver disponibilidade, trabalhe com os dados do IDH de outros países produtores de petróleo do mundo, para refletir na distribuição da riqueza nesses países. Faça o seguinte questionamento aos alunos: A descoberta de reservas de petróleo leva, necessariamente, à geração e distribuição de riquezas? O próprio Brasil pode servir de base para essa reflexão. Os alunos podem usar informações veiculadas pela mídia (impressa e eletrônica) e em fontes governamentais e supragovernamentais (ONU, OCDE, Banco Mundial etc.)

Respostas sugeridas

1. Manganês, cobalto, cromo, ouro, flúor, diamantes, platina e petróleo.

2. O mapa ajuda a visualizar a distribuição de matérias-primas pelo continente africano. Com base nele, vemos que as reservas de petróleo estão distribuídas por várias regiões da África, em especial na faixa subsaariana e na costa atlântica, da Mauritânia até Angola. Por ser um produto consumido em todo o mundo, sua extração é importante para a economia de muitos países do continente, mesmo nos períodos em que a cotação do barril está em baixa.

p. 218 – Testando seus conhecimentos

Respostas sugeridas

3. a) Os negros precisavam reescrever a história da colonização sul-africana para contar sua versão dos acontecimentos, pontuando a resistência da população oprimida pelo processo, a fim de desconstruir a ideia ocidental de que não houve resistência à colonização europeia na África.

b) Foi o regime de segregação racial adotado na África do Sul durante o domínio britânico ao país. O apartheid prezava a afirmação da superioridade das pessoas brancas, discriminando e desprivilegiando a população negra.

Sugestão de atividade complementar

Peça aos alunos que analisem o texto em relação às explicações dadas sobre o processo de emancipação da África e escrevam o que entenderam.

[...] a própria colonização, por uma espécie de dinâmica dialética, engendrava o seu próprio desaparecimento. Na verdade, foi pedido aos povos africanos um esforço de guerra excepcional para fornecerem as matérias-primas estratégicas de que o Ocidente tinha necessidade (minérios, borracha, madeira, gêneros alimentares). Sabe-se que a primeira bomba americana que destruiu Hiroshima foi fabricada a partir de urânio do Congo. Sucedem-se recrutamentos, requisições, trabalhos forçados de toda a espécie, trazendo consigo por vezes explosões sangrentas. Nas grandes cidades do litoral reinava a fome e os mais pobres cobriam-se com sacos que haviam servido para cereais. Em geral, no entanto, o esforço de guerra foi aceito sem grande resistência e com resignação. Sem dúvida com uma surda impressão de se participar num grande drama planetário. No entanto, o peso do esforço de guerra era, sob certos aspectos, mais fácil de suportar pelos soldados que se encontravam perante as tropas nazis do que pelas massas anônimas de africanos que eram obrigadas a trabalhar e a penar a milhares de quilômetros do teatro das operações. O fim da guerra vai trazer o legítimo desejo de se reencontrar um ritmo de vida normal, menos desumano.

Mas não seria verdade que os próprios princípios coloniais, inculcados pela educação e pela prática administrativa, iriam conduzir à reivindicação anticolonialista quando levados até ao fim da sua lógica? Os franceses diziam, em suma, aos africanos: “Somos todos iguais”. Os nacionalistas negros, ao exigirem essa igualdade até ao fim, revelavam o


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absurdo desta posição. Também os negros anglófonos pegaram, por assim dizer, nas próprias palavras dos ingleses, propondo-lhes: “Pois que vós quereis que sejamos diferentes, vamos até ao fim. Queremos ser diferentes mesmo politicamente”. As duas atitudes conduziam à secessão. Portanto, direta ou indiretamente, por meio tanto da prática como da teoria colonial, a colonização ia conduzir ao anticolonialismo e negava-se nele.

O despertar da África Negra ou a história recomeça. In: KI-ZERBO, Joseph. História da África negra, v. II. Mira; Sintra: Publicações Europa-América, 1999. p. 164-165.

Resposta sugerida

Para o autor do texto, o processo de emancipação da África foi fomentado pelos esforços de guerra que impuseram duras condições aos povos africanos, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, causando desgaste às populações civis, que não estavam diretamente envolvidas nas batalhas. Com o final dos conflitos, essas populações procuraram retomar um estilo de vida menos desumano. Outro fator que contribuiu para as lutas de independência foram os próprios discursos das potências imperialistas, tanto os que afirmavam serem os povos semelhantes entre si quanto os que reafirmavam as diferenças. Ambos alimentaram os desejos internos de ruptura da exploração imperialista. No conjunto, portanto, nota-se que teorias e práticas do próprio sistema de dominação imperialista levaram ao fim do neocolonialismo.



6.8 A era da globalização

Para entender a organização mundial atual, é preciso analisar o processo de globalização. Esse termo é diariamente propalado pela mídia, porém, poucos sabem o que realmente significa e como afeta cada Estado ou pessoa. Por isso, explique aos alunos o que significa viver em um mundo globalizado e também como ocorreu o processo histórico que globalizou as sociedades mundiais.

O capítulo apenas introduz esse amplo assunto, podendo ser complementado com mais pesquisas e análise da situação mundial. Uma sugestão é pesquisar a crise econômica desencadeada em 2008 pela quebra de instituições financeiras estadunidenses e a repercussão desse episódio na economia mundial. Esse trabalho, que pode ser realizado com consulta a periódicos, auxiliará sobremaneira os alunos a entender como a globalização ocorre na prática e afeta os países em escala mundial.

Os aspectos positivos e negativos da mundialização podem ser facilmente exemplificados na comunidade em que a escola está inserida.



Competências e habilidades

As competências trabalhadas nesse capítulo são: C1, C2, C3, C4, C5 e C6.

As habilidades desenvolvidas nesse capítulo são: H1, H3, H5, H6, H8, H9, H10, H11, H12, H15, H16, H17, H18, H23, H24, H25, H26, H27, H28 e H30.

Objetivos

• Conceituar globalização.

• Analisar o processo histórico da globalização.

• Compreender os diferentes aspectos da globalização na atualidade.

• Identificar os aspectos positivos e negativos da globalização.

• Entender o processo de globalização no Brasil.

• Examinar a relação entre globalização e direitos humanos.

Conteúdo

• Conceito de globalização.

• Construção histórica da globalização.

• A globalização neoliberal.

• Globalização e localismos.

• A globalização no Brasil.

• Aspectos positivos e negativos da globalização.

• Globalização e direitos humanos.



Textos complementares

Texto 1: A globalização e os direitos humanos

No contexto da globalização hegemonizada pelo modelo neoliberal, sociedades semiperiféricas, como a brasileira, com uma herança histórica de violações de direitos, arbitrariedades e injustiça social, aprofundam o contexto de desigualdade e da cidadania diferenciada. Os processos de democratização formal destas sociedades não são suficientes para mudar o quadro de violência que historicamente faz parte do cenário sociocultural, e que atinge


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principalmente os segmentos subalternizados, vulneráveis, propensos a serem considerados redundantes em uma sociedade cada vez mais individualista, desigual e excludente. […] A democracia, em sociedades como a brasileira, apoia-se em um Estado de Direito formal que pune preferencialmente os mais pobres e marginalizados, não lhes garantindo a segurança e o acesso à justiça. São os segmentos que Paulo Sérgio Pinheiro chamou de “não-elites”, aqueles a quem se dirige o fenômeno da “violência sem lei”. São os pobres e vulneráveis, os redundantes da era neoliberal, o refugo humano, a que Bauman se referiu, as vítimas preferenciais de um poder arbitrário, compondo um segmento de difícil identificação pela sua falta de homogeneidade. A estes segmentos está destinado o arbítrio, como também a “violência sem lei”, o extermínio, os processos ampliados de criminalização do modelo neoliberal.

DORNELLES, João Ricardo W. O desafio da violência, a questão democrática e os direitos humanos no Brasil. Direito, Estado e Sociedade, Rio de Janeiro: PUC-Rio, v. 9, n. 29, p. 214-215, jul./dez. 2006.

Texto 2: Arte e globalização

A globalização econômica e a era digital oferecem as novas condições para a maior parte da produção e distribuição artística no mundo. Isso ocorre especialmente nos campos da música, do cinema, da literatura, da fotografia e do design; mas, cada vez mais, também no campo das artes visuais. Grandes mudanças têm ocorrido, como veremos nos exemplos a seguir.

Os números podem diferir um pouco, mas não há dúvida de que 80% a 90% das músicas gravadas no mundo – um mercado no valor de USS 40 bilhões – têm sido distribuídas a um punhado de conglomerados culturais transnacionais, ou a suas subsidiárias. Não na Índia, nem ainda na China, mas em quase todos os outros países, a maior parte dos filmes mostrados são de Hollywood. É bastante provável que qualquer livro, jornal ou revista comprado em qualquer lugar do mundo tenha sido colocado no mercado por uma editora de algum dos grandes conglomerados editoriais. Entre essas empresas transnacionais, ativas em quase todos os campos artísticos, encontramos os nomes da AOL/Time Warner, Vivendi-Universal, Sony, BMG, EMI, Disney, News Corporation e Viacom. Essas empresas possuem pontos de distribuição próprios ou estão ligadas a eles por meio de joint ventures, propriedades cruzadas, ou contratos de pré-venda. Isso significa que, numa escala substancial, a produção e a distribuição cultural estão verticalmente integradas. […] O que vemos é a confluência de entretenimento, informação e propaganda. O que também está acontecendo é que, ao vender tempo comercial para vender produtos, as emissoras também estão vendendo um outro produto, suas audiências. Na realidade, o produto das emissoras, a audiência, é transformado num segmento de mercado. As várias divisões do mercado da audiência “podem ser vendidas aos publicitários, separadamente ou em conjunto, como mercado-alvo”.

SMIERS, Joost. Artes sob pressão: promovendo a diversidade cultural na era da globalização. São Paulo: Escrituras; Instituto Pensarte, 2006. p. 43 e 45.



Sugestões de aprofundamento

• BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar, 2013. O autor traça uma análise histórica da cultura para, em seguida, refletir sobre a inserção dela no mundo moderno, no qual a cultura é produzida coletivamente, em razão de demandas como direitos humanos e cidadania.

• GRUZINSKI, Serge. A passagem do século: 1480-1520 – as origens da globalização. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. (Coleção Virando Séculos). Segundo o autor, o período mencionado seria a origem da globalização, motivada pela economia, pelo senso de aventura e pela religião.

• HOBSBAWM, Eric. Globalização, democracia e terrorismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Exame do mundo contemporâneo, tendo em vista a atuação das grandes potências e os principais problemas que afligem a humanidade, com base na coletânea de dez conferências e palestras proferidas pelo autor.


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• SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2011. Obra que defende a necessidade de lançar olhares interdisciplinares para a globalização, de modo a enxergar o mundo atual de novas maneiras.



Orientações e gabaritos de atividades

p. 222 – Organizando ideias

Objetivos: expressar conhecimentos prévios e relacionar as imagens ao processo de globalização.

Orientação: é importante enfatizar que as imagens não estão associadas apenas aos aspectos econômicos da globalização, mas à cultura, uma vez que muitos produtos demandam novos padrões de hábitos e costumes. Assim, um telefone celular do tipo smartphone pressupõe a compra do produto ( aspecto econômico) e também novos hábitos cotidianos (cultura) ligados à forma como os membros de determinada sociedade se conectam e interagem por meio desse tipo de aparelho.

Respostas sugeridas

1. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem questões comuns relacionadas à globalização, como a rede mundial de computadores (internet), ligações econômicas entre países etc. Nesse momento, como a pergunta é apenas introdutória ao assunto, os alunos podem responder livremente.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos façam referência à integração das sociedades mundiais quanto à economia, informação e cultura.

3. Espera-se que os alunos percebam que a globalização econômica e cultural espalha valores e produtos por várias partes do mundo, e faz com que acontecimentos de um local afetem lugares bem distantes. Nas imagens, há um supermercado de uma rede francesa em Dubai (Emirados Árabes Unidos) e uma loja de uma marca estadunidense de produtos eletrônicos em São Paulo.

p. 224 – Organizando ideias

Objetivo: apresentar a globalização como um processo heterogêneo.

Orientação: com base no texto citado, estimule os alunos a responder às questões propostas, a fim de compreenderem que a globalização não tem um único viés.

Respostas sugeridas

1. A autora quis dizer que ao longo do processo histórico houve diversos tipos de aproximação entre os povos, cada um deles com particularidades específicas.

2. Significa dizer que as diversas aproximações e globalizações ocorridas anteriormente levaram o mundo a romper a “compartimentação das civilizações”, nos dizeres do texto. Apesar da multiplicidade de objetivos das globalizações antigas, elas transformaram o mundo em um lugar unificado.

3. Os grandes descobrimentos, a formação dos impérios coloniais europeus e a exploração da África e das ilhas do Pacífico.

p. 226 – Organizando ideias

Objetivos: aprimorar a capacidade de analisar mapas e infográficos e compreender os padrões de distribuição de empregos em países estrangeiros.

Orientação: o mapa traz informações fundamentais para compreender a origem da globalização de raiz neoliberal. Caso considere necessário, você pode retomar os textos da página 225 para aprofundamento ou esclarecimento de eventuais dúvidas da turma.

Respostas sugeridas

1. a) Os dois países nos quais as multinacionais estadunidenses mais criaram empregos foram Reino Unido e Canadá, e os dois países que tiveram o maior crescimento percentual foram Índia e China.

b) É importante lembrar que a globalização do século XXI aproxima os mercados mundiais de maneira muito intensa, de forma que se pode deslocar as etapas de produção e gerenciamento facilmente de um país para outro. O desenvolvimento de tecnologias de comunicação, o aprimoramento dos sistemas de transferência de recursos financeiros entre filiais e matrizes e a rapidez dos deslocamentos geográficos possibilitam, em conjunto, descentralizar a produção e reduzir custos. Decorre desse conjunto de fatores o fluxo de criação de empregos em países tão distantes e diferentes entre si, como Canadá e Índia, mostrado no infográfico. Esse movimento de expansão, levado a cabo pelas multinacionais, busca encontrar as melhores oportunidades de investimentos, seja associadas ao mercado consumidor, seja voltadas ao fluxo de produção (mão de obra mais barata – no caso, China e Índia; ou mais qualificada – Canadá e Grã-Bretanha, dependendo do nicho de atuação da multinacional), facilidade na obtenção de matérias-primas etc.

p. 227 – Pausa para investigação

Objetivo: pesquisar a organização e o funcionamento de comunidades tradicionais.
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Orientação: enfatize para os alunos que a atividade propõe um conhecimento mais aprofundado das comunidades tradicionais localizadas próximo a eles, de maneira que passem a valorizar a cultura nativa e comecem a compreender os mecanismos de sobrevivência econômica e cultural adotados por esses povos. Resposta sugerida Resposta de acordo com a região em que vive o aluno e a pesquisa realizada.

p. 229 – Resgate cultural

Objetivo: refletir sobre o uso das redes sociais e, consequentemente, da internet.

Orientação: a pergunta aborda um assunto que vem sendo discutido entre especialistas da internet – a crescente limitação, em vez da diversificação das opiniões e dos resultados de buscas ao longo do tempo. Desse modo, contrariando as expectativas iniciais, a internet vem se transformando em uma ferramenta para a reiteração de opiniões e discursos, acirrando ainda mais os debates on-line, em particular os políticos e culturais.

Resposta sugerida

A tendência é de homogeneidade, pois as interações mais frequentes são utilizadas na seleção do que iremos ver na rede. Assuntos com poucos cliques e discussões dissonantes tendem a ficar de fora.



p. 230 – Pausa para investigação

Objetivo: conhecer aspectos das empresas multinacionais brasileiras.

Orientação: informe aos alunos que a pesquisa visa buscar e analisar dados sobre a presença e ação das maiores multinacionais brasileiras. Explique-lhes que a pesquisa pode ser realizada em sites.

Resposta sugerida De acordo com o ranking da Fundação Dom Cabral em 2015 (disponível em: . Acesso em: mar. 2016), as dez maiores multinacionais brasileiras são, de acordo com o índice de internacionalização: Fitesa (produtos de higiene para hospitais e indústrias), Odebrecht (empreiteira), Intercement (cimento), Gerdau (siderurgia), Stefanini Solutions (tecnologia da informação), Marfrig (alimentos), Artecola (insumos químicos), Metalfrio (refrigeradores), CZM (equipamentos para fundação) e JBS (processamento de carnes). Embora atuem em segmentos diferentes, essas empresas se assemelham no uso e no desenvolvimento de tecnologias, o que lhes garante competitividade no mercado externo globalizado.

p. 232 – Organizando ideias

Objetivo: identificar aspectos negativos do processo de globalização.

Orientação: estimule os alunos a observar a charge que satiriza o processo de globalização e a ressaltar os elementos negativos que a imagem retrata. Com base nas respostas, eles devem perceber que a globalização afeta a todos, de maneiras distintas.

Respostas sugeridas

1. Pessoas tentando participar do processo de globalização.

2. Resposta pessoal. Os alunos podem escolher questões como o aumento da desigualdade social, índices de miséria, desemprego e outros.

3. a) Resposta pessoal. Espera-se que os alunos concluam que a globalização não afeta todas as pessoas da mesma maneira, conforme a charge mostra.

b) Quem tem acesso aos benefícios da globalização são os grandes exportadores, por exemplo, e outras camadas sociais têm acesso aos bens de consumo. Ficam de fora os atingidos por mazelas: desempregados, pobres, miseráveis.

c) Não, pois a distribuição global das etapas produtivas das multi e transnacionais gera padrões de desenvolvimento distintos. Nos países que concentram as atividades mais elaboradas (inovação tecnológica, criações artísticas, campanhas de marketing etc.), a tendência é de aumento dos lucros, salários mais elevados e, portanto, maior desenvolvimento socioeconômico. Por sua vez, nos países em que foram concentradas as etapas de produção e montagem, os benefícios são mais limitados, porque essas etapas geram lucros menores e contribuem menos para o desenvolvimento dos respectivos países.

p. 233 – Organizando ideias

Objetivo: resolver as questões propostas com base na análise do gráfico apresentado para compreender a relação entre os produtos mais exportados pelo Brasil e o papel do país na economia mundial.

Orientação: após séculos produzindo matérias-primas, o Brasil continua dependendo desse tipo de produto. Há muitos dados na internet relacionados à redução da capacidade produtiva da indústria nacional, como os disponíveis nos endereços:
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