Fronteiras da Globalização 3



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Mata de Araucária: uma ecorregião do bioma Mata Atlântica

Também chamada de Mata dos Pinhais, a floresta aciculifoliada (com folhas em forma de agulhas) faz parte do bioma Mata Atlântica. Originalmente, ocupava as regiões mais altas da região Sul, principalmente no estado do Paraná.

Compreende uma formação vegetal aberta e espaçada, com poucas espécies e predomínio de pinheiros que aparecem associados à erva-mate, ao cedro e à imbuia. Essa floresta apresenta o clima subtropical, pequena diversidade vegetal e fauna composta de roedores, insetos e aves.

Do ponto de vista geomorfológico, ocupa terrenos dos planaltos e chapadas da bacia do Paraná, por onde correm afluentes desse rio.

LEGENDA: Calcula-se que apenas 2% da Mata dos Pinhais estejam preservados. A retirada da madeira e a agropecuária são os principais fatores de sua devastação acentuada. Na imagem, Mata de Araucária em Curitiba (PR), em 2015.

FONTE: Cadu Rolim/Fotoarena

Caatinga


Típica da região do Polígono das Secas (sertão nordestino e norte de Minas Gerais), a Caatinga é um bioma de clima semiárido, solo pouco profundo e pedregoso, com chuvas escassas e mal distribuídas.

Do tupi "mata branca" (kaa = mata e tinga = branca), esse bioma enquadra-se nas formações arbustivas, com árvores pequenas e arbustos espaçados, onde é comum a presença de cactáceas.

Devido à escassez de água, a Caatinga apresenta espécies xerófitas, isto é, adaptadas à seca: elas perdem as folhas para diminuir a transpiração. Suas raízes são profundas e ramificadas e alcançam o lençol freático, que fica mais profundo na época da seca.

Muitos rios desse bioma são temporários (desaparecem na estação da seca). O relevo é formado por planaltos e depressões. Em sua fauna, destacam-se o calango, a cascavel e o preá. O mandacaru, o juazeiro e o xiquexique são as principais espécies da flora.

Em áreas próximas das serras, onde ocorrem chuvas de relevo (orográficas), existem verdadeiros "oásis de fertilidade", chamados brejos pé-de-serra, onde são produzidos alimentos e frutas. Existem também os chamados brejos de altitude nos topos das serras; e os chamados brejos de exposição nas encostas expostas ao vento.

LEGENDA: A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e ocupava, originalmente, uma área em torno de 845 mil km2 . Estima-se que tenha 932 espécies de plantas, 380 das quais exclusivas desse bioma. Na imagem, vegetação seca de caatinga, em Oeiras (PI), em 2015.

FONTE: Cândido Neto/Opção Brasil Imagens

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Cerrado


O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, menor apenas que o amazônico. Originalmente, ocupava cerca de 25% do Brasil, distribuído entre as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste.

A vegetação desse bioma associa-se ao clima tropical típico, com uma estação chuvosa e outra seca e caracteriza-se pela reunião de espécies vegetais diferentes: pequenas árvores de raízes profundas, galhos retorcidos e de casca grossa (para evitar a perda de água) e arbustos em seu estrato superior (arbóreo); e vegetação gramínea rala e rasteira, em seu estrato inferior (herbáceo).

Glossário:

Estrato: nível de vegetação; camada horizontal de vegetação disposta em alturas próximas.

Fim do glossário.

O Cerrado corresponde à vegetação das savanas. Estende-se por variadas formas de relevo, que vão de depressões e chapadas sedimentares a planaltos. Seu solo ácido necessita de correção para o uso agrícola. É muito aproveitado para o cultivo da soja no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, e para o de café em Minas Gerais. Possui fauna e flora ricas. Ocupa uma área drenada pelas bacias do Paraná, do Paraguai, do São Francisco e do Tocantins.

A chapada dos Veadeiros e o Parque Nacional das Emas, no bioma do Cerrado, foram declarados Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

LEGENDA: Vegetação de cerrado no Parque Nacional da Serra dos Pireneus, em Pirenópolis (GO), em 2015.

FONTE: Rogério Reis/Pulsar Imagens

LEGENDA: Devido à extensão de sua área de ocorrência, existe uma grande variedade de cerrados, como os que aparecem em zonas de transição para o bioma amazônico e em zonas de transição para a Caatinga. Em regiões mais úmidas, o cerrado torna-se mais denso e apresenta árvores maiores, recebendo o nome de cerradão.

FONTE: Adaptado de: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2011. p. 180.

Pantanal

O bioma do Pantanal apresenta espécies de outros biomas: Caatinga, Campos sulinos, Mata Atlântica e Cerrado. Ocupa terras do Paraguai, da Bolívia e do Brasil (150 mil km2, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul), constituindo a maior área úmida continental do mundo, com altitudes entre 100 e 200 metros, banhada pelo rio Paraguai e seus afluentes.

A alternância das estações chuvosa e seca determina o ritmo da vida no Pantanal: durante a época das chuvas, de novembro a abril, as águas cobrem cerca de dois terços da região, pois o fato de esta ser cercada por montanhas, aliado às baixas altitudes, dificulta o escoamento das chuvas, formando uma enorme área alagada. A época da vazante começa em maio e, ao escoar a água, deixa uma camada de húmus no solo, que em geral é pobre e tem excesso de sal.

Na vegetação podem ser reconhecidos três níveis: as regiões mais baixas, predominantemente alagadas, recobertas com gramíneas; as áreas alagadas nas cheias, com árvores (como angico e ipê), arbustos e plantas rasteiras; e as áreas mais altas, que apresentam uma flora variada, com plantas aquáticas, palmeiras, mandacarus e outras espécies.



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Geografia Regional

Geografia do Pantanal

Como vimos anteriormente, o Pantanal é a maior planície inundável do mundo e abrange terras do Paraguai, da Bolívia e do Brasil; sendo que aproximadamente 70% se encontram em território brasileiro.

Apesar de ser o menor bioma brasileiro, ocupando cerca de 1,6% do território nacional, o Pantanal abriga uma das maiores biodiversidades da fauna e da flora do planeta. Por isso, foi declarado Reserva Mundial da Biosfera e Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, já foram catalogadas no Pantanal 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos; além de aproximadamente 2 mil espécies vegetais, muitas delas com propriedades medicinais.

A grande diversidade de animais e vegetais ocorre, principalmente, pela influência que o Pantanal recebe de outros três importantes biomas: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. O Pantanal é considerado uma região de transição entre esses biomas, misturando características de todos eles.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Pantanal: geografia e clima

Área total no Brasil

150.355 km2

Unidades da federação

MS, MT

Clima predominante

Tropical

Temperatura média

21 °C a 27 °C

Precipitação média

1.200 mm a 1.400 mm anuais

Precipitação máxima

2.000 mm anuais

FONTE: MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Disponível em: www.mma.gov.br/biomas/pantanal; IBGE. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/21052004biomashtml.shtm. Acesso em: 28 mar. 2016.

LEGENDA: Área alagada no Pantanal, no município de Corumbá (MS), em 2014.

FONTE: Mario Friedlander/Pulsar Imagens

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A manutenção dessa rica biodiversidade depende muito do regime de suas águas: todo ano, o ciclo de inundações se repete, renovando a fauna e a flora do Pantanal. O nível das águas sobe a partir de novembro, quando aumentam as chuvas nas cabeceiras dos rios que cortam o Pantanal. Após esse período, as águas baixam lentamente, formando diversos corixos que retêm grandes quantidades de peixes em lagoas e baías. Essa abundância permite que diversas aves e outros animais se alimentem, mantendo a cadeia alimentar em harmonia.

A região pantaneira é uma imensa planície, o que faz esse terreno apresentar declividades suaves e as águas dos rios escoa rem lentamente sobre o terreno. Como resultado dessa baixa velocidade dos rios, as águas se acumulam em muitas localidades, encharcando lentamente as camadas do solo e formando imensas áreas alagadas.

O mosaico paisagístico apresentado no Pantanal também desperta variadas formas de relação do ser humano com a natureza. A economia desenvolvida no Pantanal, por exemplo, conta com atividades pecuária, pesqueira, turística e de extração (o garimpo). Todas elas representam ameaças ao equilíbrio ambiental do bioma, sobretudo quando as atividades humanas se sobrepõem aos limites da natureza.

Atualmente, o bioma do Pantanal conserva 83% da sua cobertura vegetal original e convive com ameaças à sua estabilidade ecológica e conservação, como o desmatamento ilegal para a prática da carvoaria, a criação extensiva de gado, o plantio de soja, a abertura de rodovias, além da polêmica obra da hidrovia Paraguai-Paraná.

Glossário:



Corixo: pequeno canal intermitente que se forma interligando as águas de baías, lagoas, alagados, etc. com rios perenes.

Fim do glossário.

FONTE: Adaptado de: SIMIELLI, M. E. R. Geoatlas. 34ª ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 156. CRÉDITOS: Banco de Imagens/Arquivo da editora

LEGENDA: O turismo sustentável é um grande desafio para a manutenção do bioma pantaneiro. Na imagem, turistas em barcos no rio Piquiri, em Poconé (MT), em 2015.

FONTE: Marcos Amend/Pulsar Imagens

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Campos sulinos

São formações vegetais nas quais predomina a vegetação herbácea, comum em áreas planas de clima subtropical. No sul do país, a vegetação é constituída por campos limpos ou estepes úmidas. De modo geral, esse tipo de campo não apresenta árvores, apenas arbustos espalhados e dispersos. Porém, nas regiões de encostas, o aumento das chuvas, bem distribuídas o ano todo, favorece o aparecimento de árvores. A área de ocorrência por excelência desses campos é chamada de pampa e estende-se do Rio Grande do Sul até a Argentina e o Uruguai. Os Campos sulinos estão diretamente ligados à agropecuária (cultivo de cereais e criação de gado).

LEGENDA: Rebanho bovino pastando em planície do pampa gaúcho, no município de Santa Maria (RS), em 2015.

FONTE: Gerson Gerloff/Pulsar Imagens

No estado do Rio Grande do Sul, aparecem também os banhados, ecossistemas alagados, com uma vegetação que favorece a existência de muitas espécies animais, como capivaras, marrecos, garças, veados, lontras, etc.

Os banhados são o ecossistema mais frágil desse estado e têm sido progressivamente destruídos por atividades agrícolas, principalmente pela expansão do cultivo de arroz nas regiões de várzea. Destacam-se o banhado do Taim e o banhado Gran de de Gravataí.

LEGENDA: Capivaras na Estação Ecológica do Taim, no sul do estado do Rio Grande do Sul, em 2015.

FONTE: Lauro Alves/Agência RBS

Biomas da zona costeira

Os principais biomas do litoral estão ligados à existência de solos arenosos e salinos, apresentando-se bastante danificados pela ação humana. São eles: a vegetação de mangue e a vegetação de praias, restingas e dunas.

Glossário:



Restinga: cordão arenoso, formado pelo acúmulo de areia de origem marinha e que se desenvolve paralelamente à linha da costa.

Fim do glossário.

Em virtude da grande extensão de nosso litoral, os ecossistemas que se repetem ao longo da costa apresentam espécies diferentes por causa da diversidade de características climáticas e geológicas existentes.

Podemos dividir esquematicamente o litoral e seus principais tipos de vegetação em:

- Litoral amazônico: estende-se da foz do rio Oiapoque ao rio Parnaíba e caracteriza-se por manguezais e matas de várzeas de maré.

- Litoral nordestino: começa no delta do Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. Nesse trecho, encontram-se mangues, recifes, dunas, restingas e matas.

- Litoral do Sudeste: vai do Recôncavo Baiano até São Paulo. Área muito povoada, onde a serra do Mar chega bem perto do oceano. O ecossistema mais importante é o das matas de restinga, além de mangues.

- Litoral Sul: estende-se do Paraná até o arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Esse trecho é marcado pela presença de banhados no litoral gaúcho. No Paraná e em Santa Catarina, ainda são encontrados mangues.

A vegetação de mangue, ou manguezais

Os manguezais são típicos de regiões tropicais. No Brasil, abrangem trechos que se estendem desde Santa Catarina até o Amapá.

Esse tipo de formação apresenta características peculiares: se, por um lado, não possuem grande variedade de vegetais, por outro são considerados viveiros de animais, graças à grande quantidade de matéria orgânica neles existente. Aí vivem peixes, crustáceos, aves e invertebrados.

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Como estão localizados no ponto de encontro das águas dos rios com o mar, possuem solos salinos e vegetais halófilos e higrófilos. Na maioria dos mangues, as raízes dos vegetais ficam descobertas, retirando o oxigênio do ar atmosférico. Essas raízes aéreas são denominadas pneumatóforos.

Glossário:

Halófilo: vegetal que vive em ambientes onde existem grandes concentrações de sais.

Fim do glossário.

LEGENDA: O manguezal é uma das vegetações litorâneas mais devastadas e ameaçadas pela intensa urbanização e industrialização. Manguezal em Porto Seguro (BA), em 2014.

FONTE: G. Evangelista/Opção Brasil Imagens

Boxe complementar:

Ampliando o conhecimento

A tropicalidade da costa brasileira



A faixa costeira do Brasil atlântico exibe um vasto painel de tropicalidade marcada pela ocorrência exclusiva de praias arenosas, com cerca de 6.000 quilômetros, sendo a maior parte integrada aos ambientes quentes e úmidos que dominam o território.

Fogem apenas dessa regra a semiaridez que chega ao mar no Rio Grande do Norte e Ceará e, ao sul o litoral gaúcho e parte do catarinense, onde a média das temperaturas anuais determina climas subtropicais de transição para ambientes temperados, açoitados no inverno pela incursão da massa Polar atlântica, por meio do tradicional vento minuano.

No vasto cinturão intertropical do planeta, o Brasil é, portanto, o país que possui a mais longa e típica faixa tropicalizada do mundo.

[...]


Tratam-se de estreitas e delicadas faixas de contato entre o mar e a terra, expostas à movimentação quase permanente dos ares costeiros, amenizadores do calor tropical. A tudo isso se acrescenta uma ecodinâmica particularmente rica, que desdobra o número de ecossistemas presentes na costa. Matinhas que construíram o próprio suporte ecológico sobre as areias brancas de restingas e dunas, jundus, palmares, eventuais caatingas e diferentes tipos de coberturas de dunas e restingas. Rasas planícies de lodo que marginam setores internos de estuários ou bordas sincopadas de lagunas, onde a invasão diária da maré projeta a salinidade mínima para o suporte hidroecológico dos manguezais.

AB'SABER, Aziz Nacib. Litoral do Brasil. São Paulo: Metalivros, 2008. p. 1; 21; 24. (Adaptado.)

Glossário:

Jundu: vegetação rasteira e de arbustos de pequeno porte que compõe a restinga; alcança até dois metros.

Fim do glossário.

Fim do complemento.

Vegetação de praias, restingas e dunas

Nas dunas, praias e restingas desenvolve-se uma vegetação herbácea e arbustiva em solo salgado e arenoso. As restingas são cordões arenosos originados por correntes do mar paralelas à costa e de formação recente. Podem ter formas variadas, como barras e planícies. As dunas são montes de areia formados nas praias pelo vento. Nesses ambientes, a escassez de água e de nutrientes torna difícil a adaptação de plantas e animais. Por isso, são habitantes comuns desses locais aranhas, lagartos e rãs. Na flora destacam-se o capim-da-praia, o capim-da-areia e a salsa-da-praia.

LEGENDA: Esses ecossistemas têm sido alvo de destruição, principalmente devido à expansão urbana e ao turismo desordenado. A lagoa do Abaeté, em Salvador (BA), é um exemplo de degradação do meio ambiente pelas construções. Foto de 2014.

FONTE: Mauro Akin Nassor/Fotoarena

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Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. Atividade interdisciplinar: Geografia e Biologia. Com suas palavras, explique a diferença entre biomas e ecossistemas.

2. Caracterize os manguezais e justifique sua importância.

3. Analise as fotografias abaixo e responda às questões.

FONTE: Rogério Reis/Pulsar Imagens

FONTE: Rubens Chaves/Pulsar Imagens

a) Identifique os biomas representados acima.

b) Eles estão em quais regiões geográficas brasileiras?

c) Apresente duas características distintas entre esses biomas.



4. Leia o texto a seguir. Depois, faça o que se pede:

O arranjo espacial das áreas nucleares dos domínios de natureza inter e subtropical brasileiros tem uma relevância especial para o reconhecimento da continuidade ou uniformidade relativa dos ecossistemas regionais. Os dois imensos domínios florestais do país (macrobiomas continentais) apresentam fisionomicamente aparente homogeneidade biótica, que exige tratamento ecológico mais atento [...]

AB'SABER, Aziz Nacib. Escritos ecológicos. São Paulo: Lazuli, 2006. p. 73. (Coleção Ideias).

a) Identifique os "dois imensos domínios florestais brasileiros" e dê duas características de cada um.

b) Relacione os climas predominantes de cada um desses domínios.

c) Esses domínios abrangem áreas de que regiões geográficas brasileiras?

d) Você vive em algum desses domínios? Aponte os elementos utilizados para a resposta.



5. Observe o mapa abaixo, elaborado com dados extraídos de relatório do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), que diz que a mudança do clima pode afetar alimento e energia no país. Depois, responda.

FONTE: Adaptado de: WWF. Biomas brasileiros. Disponível em: www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biomas; G7. Natureza. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/09/relatorio-diz-que-mudanca-do-clima-pode-afetar-alimento-e-energia-no-pais.html. Acesso em: 4 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de Imagens/Arquivo da editora

a) Qual bioma apresentará maior elevação de temperaturas caso se confirme as previsões do relatório mencionado?

b) Qual bioma apresentará maior diminuição de chuvas?

c) Elabore uma conclusão sobre o mapa anterior.

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capítulo 8. Política ambiental no Brasil e degradação dos biomas

LEGENDA: Os danos ao meio ambiente no território brasileiro estão cada vez mais preocupantes, sobretudo se considerarmos que o Brasil abriga ecossistemas de clima tropical, dotados da maior biodiversidade do mundo. Na imagem, árvores cortadas na Floresta Amazônica em Manaus (AM), em 2014.

FONTE: Ricardo Oliveira/Tyba



Histórico da política ambiental no Brasil

Podemos considerar que, apesar de ainda não se falar em desenvolvimento sustentável em 1930, já havia no Brasil uma incipiente preocupação com o meio ambiente. Nessa década, iniciou-se o processo de industrialização e de construção de uma infraestrutura para sustentar o desenvolvimento dessas novas atividades. Com isso, cientistas e outros intelectuais passaram a se preocupar com os danos que pudessem causar ao meio ambiente.

Assim, em 1934, foi instituído o "Código das Águas", instrumento pioneiro e inovador para a gestão das águas no território brasileiro. Nesse mesmo ano, também foi redigido o primeiro Código Florestal, que procurou definir as diretrizes para a proteção dos ecossistemas florestais e para a regulação da exploração dos recursos madeireiros. Em consequência, foram criados os primeiros parques nacionais no país: o Parque Nacional de Itatiaia, em 1937 (RJ), e os Parques Nacionais de Iguaçu (PR) e da Serra dos Órgãos (RJ), em 1939.

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Na década de 1960, um novo Código Florestal foi redigido e também foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), que tinha como missão formular a política florestal no país e adotar as medidas necessárias à utilização racional, à proteção e à conservação dos recursos naturais renováveis.

Em 1972, foi realizada a Conferência de Esto colmo, Suécia, buscando criar uma política de proteção ao meio ambiente, tão afetado pelo desenvolvimento econômico. Ainda na década de 1970, foi inaugurada a Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema).

Na década de 1980, foi estabelecida a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que, por meio do Zoneamento Ecológico Ambiental (ZEA), realiza diagnósticos de usos do território, visando garantir o desenvolvimento sustentável no local. São avaliadas as potencialidades econômicas, o nível de vida da população e as fragilidades do meio ambiente.

Ainda nos anos 1980, o conceito de desenvolvimento sustentável, definido pelo Relatório Brundtland, escrito pela ONU em 1983, passou a fazer parte da preocupação de governantes e da sociedade civil. O desenvolvimento sustentável, portanto, foi conceituado como sendo "o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender às próprias necessidades". A preservação e a conservação do meio ambiente passa a ser um dever do poder público e um direito da sociedade, que tem a obrigação de protegê-lo.

Com a Constituição de 1988, estados e municípios passam a ter competência para formularem as próprias políticas ambientais. Em 1989, com a fusão de diversos institutos e secretarias, dentre eles o IBDF e a Sema, é criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), uma autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente, responsável por formular, coordenar e executar a Política Nacional de Meio Ambiente e conceder licenças ambientais para obras de grande impacto.

O Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio), outra autarquia ligada ao Ministério do Meio Ambiente, foi criado em 2007 e teve sua estrutura regulamentada em 2011. A sua criação está ligada a uma reestruturação do Ibama, pois o novo instituto assumiu a gestão das Unidades de Conservação, através da execução do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

LEGENDA: Mata Atlântica preservada no Parque Nacional de Itatiaia, no estado do Rio de Janeiro, em 2015.

FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

Eco-92


A discussão sobre um desenvolvimento social e economicamente sustentável ganhou força em nível mundial na década de 1990. No Brasil, em 1992, foi criado o Ministério do Meio Ambiente e foi realizada a II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento: a Eco-92, ou Rio-92, no Rio de Janeiro.

Essa Conferência reuniu 179 chefes de Estado e de governo, além de milhares de membros de diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) numa conferência paralela.



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O principal documento da Eco-92 foi a Carta da Terra ou Declaração do Rio (Agenda 21 Global), que previu um desenvolvimento sustentável para o século XXI. Aos países ricos foi atribuída maior responsabilidade pela conservação do meio ambiente e foram estabelecidas metas para a preservação da biodiversidade e para a diminuição da emissão de gases poluentes na atmosfera.

A Conferência também divulgou as convenções para tratar de problemas que devem receber a atenção de toda a comunidade internacional: Convenção da Biodiversidade, Convenção da Desertificação e Convenção das Mudanças Climáticas.

Com o objetivo de cumprir as obrigações assumidas na Conferência, o governo brasileiro criou, em 1994, o Programa Nacional da Diversidade Biológica (Pronabio), que é administrado por uma comissão coordenadora (Conabio), para tratar da Convenção da Biodiversidade.

Quanto à Convenção das Mudanças Climáticas, no ano de 2009 foi instituída a Política Nacional sobre a Mudança do Clima (PNMC), que oficializa o compromisso voluntário do Brasil junto à Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima de redução de emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% das emissões projetadas até 2020.

O Brasil e mais 192 países são signatários da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas - UNCCD (sigla em inglês). No Brasil, o processo de desertificação acontece principalmente na Caatinga e no Cerrado, em consequência da prática inadequada da pecuária, da agricultura e do desmatamento, provocando processos erosivos e esgotando os solos.

A Rio-92 foi muito importante para a política ambiental, pois chamou a atenção das empresas para a necessidade de investimentos em tecnologia para a preservação do meio ambiente. Criou também novas políticas sustentadas por doações internacionais, como o Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG-7). No entanto, não conseguiu estabelecer mecanismos para aplicar suas resoluções em nível global, encontrando resistência de países que dão preferência aos interesses nacionais, como foi o caso do Protocolo de Kyoto, não ratificado por alguns países, como os Estados Unidos.

Ainda na década de 1990, foi aprovada no Brasil a Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza (1998), que criou um instrumento de punição aos agressores do meio ambiente.

No início dos anos 2000, foi lançada a versão brasileira da Agenda 21, que traz os resultados das primeiras discussões realizadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável sobre a aplicação do conceito de sustentabilidade ao desenvolvimento econômico e social no Brasil.

A Agenda 21 brasileira segue a Agenda 21 Global e tem seis eixos temáticos principais: Gestão dos Recursos Naturais, Agricultura Sustentável e Cidades Sustentáveis, Infraestrutura e Integração Regional, Redução das Desigualdades Sociais, Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.

Rio+20

Vinte anos após a realização da Rio-92, em junho de 2012, foi realizada no Rio de Janeiro, com a participação de chefes de Estado e de governo, bem como de vários setores da sociedade civil. A Rio+20 deveria avaliar o que foi conseguido em termos de política ambiental desde a Rio-92 e propor novas medidas para seguir buscando o desenvolvimento sustentável. Porém, o documento final da reunião foi bastante criticado por cientistas e representantes de Organizações Não Governamentais, pelo fato de não propor medidas concretas nem o compromisso de governantes com a sustentabilidade. Leia o texto do boxe na página a seguir.



LEGENDA: Plenário da II Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, Eco-92, Rio de Janeiro, 1992.

FONTE: Luciana Whitaker/Folhapress



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