Fronteiras da Globalização 3



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Projeto Carajás: projeto da Vale de exploração mineral.

Fim do glossário.

Região hidrográfica do Parnaíba

A bacia que compõe essa região drena quase todo o estado do Piauí e parte dos estados do Maranhão e do Ceará.

O rio Parnaíba nasce na chapada das Mangabeiras e serve de divisa entre Maranhão e Piauí, até atingir o oceano Atlântico em uma foz em forma de delta.

Em grande parte de seu curso, da nascente até Teresina, apresenta vários afluentes temporários em função do clima semiárido da região. Desse ponto até a foz, seus afluentes são perenes, alimentados por águas subterrâneas e das chuvas.



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Região hidrográfica do São Francisco

É a quarta maior bacia hidrográfica brasileira. O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa áreas de clima semiárido (o Polígono das Secas) e desemboca no oceano Atlântico, na divisa de Alagoas e Sergipe. Às suas margens, nos estados do Nordeste, projetos agropecuários vêm produzindo frutas por meio da prática da agricultura irrigada.

LEGENDA: Agricultura irrigada nas margens do rio São Francisco, em Petrolina (PE). Foto de 2014.

FONTE: Zig Koch/Pulsar Imagens

Embora seja navegável no trecho entre os estados de Minas Gerais e Bahia, o rio São Francisco é tipicamente de planalto e tem alto potencial hidrelétrico, com usinas que abastecem cidades tanto da região Sudeste como da região Nordeste. As principais são Três Marias, Sobradinho, Xingó, Luiz Gonzaga (antiga Itaparica) e Paulo Afonso.

O rio São Francisco está no centro de uma polêmica provocada por um projeto que se constitui, basicamente, no uso das águas desse rio para a perenização de outros rios e açudes da região Nordeste, de forma que estes tenham água durante a seca. A discussão existe porque há controvérsias sobre os impactos ambientais que o projeto pode provocar e, acima de tudo, há divergências entre os estados que seriam beneficiados pelo projeto (Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco) e os que o consideram uma ameaça para a própria existência do rio (Bahia, Alagoas e Sergipe). Veja no mapa a seguir.

FONTE: Adaptado de: MENEZES, Edith de Oliveira de; MORAIS, José Micaelson Lacerda. Seca no Nordeste. Desafios e soluções. São Paulo: Atual, 2002. p. 42-43. (Espaço e debate); BRASIL. Ministério da Integração Nacional. São Francisco. Disponível em: http://www.mi.gov.br/saofrancisco/integracao/info_ampliado.asp. Acesso em: 4 jan. 2013. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora



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Geografia Regional

Atividade interdisciplinar: Geografia, História e Literatura.

O rio São Francisco e Jorge Amado

O rio São Francisco é um dos mais importantes rios brasileiros e teve papel fundamental na ocupação do nosso território, sobretudo na expansão da criação do gado - fato que o fez ser chamado de "rio dos currais". O Velho Chico, um dos mais famosos apelidos do São Francisco, é também considerado o rio da unidade nacional, por integrar o Sertão ao litoral e pessoas de diferentes lugares e culturas ao longo do seu curso.

Economicamente, um dos principais pontos do São Francisco abriga uma importante região agrícola, com produção irrigada pelas suas águas, na região das cidades de Petrolina, no estado de Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia.

Além da função econômica, o rio São Francisco também inspirou inúmeras produções artísticas e culturais, como as obras do escritor Jorge Amado.

Nascido na Bahia, Jorge Amado é reconhecido internacionalmente (com obras traduzidas para mais de cinquenta idiomas) e já vendeu mais de 20 milhões de livros. Seu tema preferido é a zona cacaueira baiana, na região dos municípios de Ilhéus e de Itabuna. Entretanto, como grande autor regionalista, não poderia deixar de contemplar, na sua vasta obra, o rio mais importante da região Nordeste.

FONTE: Banco de imagens/Arquivo da editora

O trecho a seguir foi retirado do livro Seara vermelha, lançado em 1946 e que descreve a luta dos sertanejos nordestinos contra a fome.

Havia qualquer coisa de inexplicável que os atraía à noite para a beira do rio. Viam as luzes de Petrolina defronte, a sombra da catedral majestosa, único prédio grande e rico da cidade pernambucana. Ali havia um bispo, alguém explicara, e por isso a catedral era tão bonita, vitrais vindos da França, fazendo inveja a Juazeiro, maior, mais progressista e movimentada, mas sem uma catedral sequer parecida. [...]

Mais que a igreja, porém, o rio os atraía. Era o São Francisco, ouviam falar dele em suas terras de sol e seca. Nunca tinham visto tanta água e associavam a visão da água à ideia de fartura, imaginavam que aquelas terras próximas seriam de uma fertilidade assombrosa. E se admiravam que os camponeses chegados da beira do rio fossem andrajosos e fracos, os rostos amarelos de sezão, piolhentos e sujos. Com aquele farturão de água era de esperar que toda gente por ali estivesse nadando em dinheiro. Não tardaram, no entanto, em descobrir que todas aquelas terras ubérrimas pertenciam a uns poucos donos e que aqueles homens magros e paludados trabalhavam em terras dos outros, na enxada de sol a sol, nos campos de Ouricuri, nos carnaubais e nas plantações de arroz e algodão, ganhando salários ainda inferiores àqueles que pagavam pelo sertão.

AMADO, Jorge. Seara vermelha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 115.

Glossário:

Seara: área de campo; terra cultivada.

Andrajoso: que está coberto de trapos.

Sezão: febre acentuada e cíclica; febre de malária.

Ubérrimo: extremamente fértil, fecundo.

Paludado: indivíduo infectado pela malária.

Fim do glossário.

LEGENDA: Foto da ponte Presidente Dutra, que faz a ligação entre Juazeiro, Bahia (primeiro plano), e Petrolina, Pernambuco (ao fundo). Foto de 2015.

FONTE: Ricardo Azoury/Pulsar Imagens

LEGENDA: Jorge Amado (1912-2001) em sua casa na cidade de Salvador (BA), em 1996.

FONTE: Luiz Prado/Estadão Conteúdo/AE



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Regiões hidrográficas atlânticas

Compostas de cinco bacias hidrográficas, as chamadas bacias secundárias, agrupam rios do Nordeste Ocidental, do Nordeste Oriental, do Leste, do Sudeste e do Sul.

Bacia do Nordeste Ocidental: compreende grande parte do estado do Maranhão e uma pequena parte do estado do Pará. Entre as principais bacias hidrográficas estão as dos rios Gurupi, Turiaçu, Pericumã, Mearim e Itapecuru.

Bacia do Nordeste Oriental: abrange os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. Entre suas principais bacias hidrográficas estão as dos rios Jaguaribe (CE), Capibaribe (PE), Piranhas-Açu (RN) e Paraíba (PB).

Bacia do Leste: engloba rios dos estados de Sergipe, da Bahia, do nordeste de Minas Gerais e do norte do Espírito Santo. Entre eles destacam-se Vaza-Barris e rio das Contas (BA), rio Jequitinhonha (MG e BA) e rio Itaúnas (ES).

Bacia do Sudeste: localiza-se nessa região o rio Paraíba do Sul (SP e RJ). Em seu vale está se formando a primeira megalópole brasileira. Encontra-se também o rio Doce (MG e ES). Em seu vale desenvolve-se expressiva atividade mineradora e industrial. Trata-se, portanto, de área densamente povoada e industrializada, que demanda muitos recursos hídricos para seu abastecimento. Em seu litoral estão alguns dos principais portos do país, como Santos, Rio de Janeiro, Vitória e Tubarão (ES).

Bacia do Sul: fazem parte dessa bacia o rio Itajaí (SC) e os rios Taquari, Jacuí e Camaquã (RS).



Águas subterrâneas

As águas subterrâneas, armazenadas em formações de no minadas aquíferos, têm gran de importância porque representam a maior parte da água doce utilizada, tanto para a agricultura como para o consumo urbano.

Glossário:

Aquífero: formação geológica capaz de armazenar água em seus espaços vazios.

Fim do glossário.

No Brasil, dois aquíferos, Guarani e Alter do Chão, armazenam mais de 120 mil km3 de água.

O aquífero Guarani estende-se por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, e abrange uma área de 1,2 milhão de km2, em uma profundidade média de 250 metros, armazenando em torno de 45 mil km3 de água. Sua maior extensão encontra-se em território brasileiro, nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

O aquífero contém cerca de 80% da água acumulada na bacia sedimentar do Paraná. Seus terrenos sedimentares, principalmente o arenito Botucatu, têm alta porosidade e alta permeabilidade e fazem dele um excelente reservatório de água.

O aquífero Alter do Chão ocupa o subsolo dos estados do Pará, Amazonas e Amapá, armazenando cerca de 86 mil km3 de água.

Esse aquífero, localizado sob a Floresta Amazônica, encontra-se em terreno arenoso, o que facilita a penetração das águas das chuvas no solo, fator importante para seu abastecimento.

Os dois aquíferos já apresentam sinais de poluição, embora o Guarani esteja mais atingido, pois atravessa a área mais habitada, urbanizada e industrializada do país. É afetado principalmente por metais pesados da indústria, pesticidas da agricultura e lixo urbano. Em Manaus, o Alter do Chão, que abastece a cidade, sofre com a poluição provocada pela construção de fossas inadequadas próximas a poços artesianos.

FONTE: Adaptado de: CALDINI, V.; ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. 4ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 37. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

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Lagos

Lagos não são comuns no Brasil. Nossos lagos são, em sua maioria, de barragem, lagoas costeiras e lagos amazônicos.

Os lagos de barragem são formados quando um obstáculo natural represa águas dos rios ou do mar. No litoral, restingas podem fechar antigas baías e enseadas, formando lagoas costeiras, como as do estado de Alagoas, que resultam de antigos estuários invadidos pelas águas do mar e fechados por restingas. Quando as lagoas costeiras têm comunicação direta com o mar, são denominadas lagunas (lagoas de água salobra ou salgada), como a laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul.

No Brasil, também há lagos artificiais. O mais conhecido deles é o de Paranoá, no Distrito Federal, construído para melhorar a umidade do ar em Brasília.



Gestão dos recursos hídricos no Brasil

Em 1997, o Governo Federal instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Mais tarde, em 2000, foi criada a Agência Nacional de Águas (ANA) para implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso à água.

Essa política considera que "a água é um bem de domínio público e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico".

O objetivo das autoridades ao regulamentar o uso da água é garantir que esse uso seja sustentável, isto é, "assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade da água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos".



Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. Atividade interdisciplinar: Geografia e História. Leia o texto e responda às questões a seguir.

Mato Grosso do Sul é o único dos estados do Brasil a se inserir entre dois dos três formadores da Bacia do Rio da Prata-Rio Paraguai, a Oeste, e Rio Paraná, a Leste - e, nesse sentido, considerado um território genuinamente platino. Metade de suas terras é banhada pelos afluentes da margem esquerda que compõem a sub-bacia do Alto Paraguai e a outra metade pelos afluentes da direita, que compõem a sub-bacia do Alto-Paraná.

Essa característica contribui para explicar a facilidade de contatos fluviais que esse território tem não só com outros estados brasileiros (Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) como com os países que participam da Bacia Platina (Bolívia, Argentina e Uruguai).

LE BOURLEGAT, Cleonice Alexandre. Mato Grosso do Sul: um território platino de convergências e diversidade. In: Território e territorialidades em Mato Grosso do Sul. SILVA, Edima Aranha; ALMEIDA, Rosemeire Aparecida de. São Paulo: Outras Expressões, 2011. p. 20.

a) O que significa afirmar que Mato Grosso do Sul é um território genuinamente platino?

b) Quais massas de ar predominam em Mato Grosso do Sul?

c) Por que os aspectos físicos de Mato Grosso do Sul, como relevo e hidrografia, podem facilitar suas relações econômicas com outras regiões brasileiras?

2. Atividade interdisciplinar: Geografia e História. Leia o texto a seguir e responda às questões.

Até meados do século XVII, os bandeirantes paulistas empreenderam muitos ataques aos aldeamentos fundados pelos jesuítas espanhóis, espalhados ao longo dos rios Paraguai e Paraná, nos atuais estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Destacaram-se nessas expedições os chefes bandeirantes Raposo Tavares e Manoel Preto, responsáveis pelo apresamento e massacre de milhares de indígenas.

COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 237.

a) O que buscavam os bandeirantes paulistas?

b) Como os chefes bandeirantes são descritos?



3. Leia o texto a seguir.

É na bacia hidrográfica que, desde o início das sociedades, se desenvolve toda a atividade humana: a agricultura, a indústria, a dinâmica das cidades - tudo em torno da água. Água, gente e ambiente formam uma unidade ecológica. É por isso que no planejamento e administração das águas a referência é a bacia hidrográfica, independente dos limites políticos dos municípios, estados ou países.

ROCHA, Gerôncio A. Um copo d'água. São Leopoldo: Unisinos, 2003. p. 21-22. (Coleção Aldus, v. 6).

a) Identifique três elementos naturais que formam uma bacia hidrográfica.

b) Quais são as três maiores regiões hidrográficas brasileiras? Em quais regiões estão situadas?



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capítulo 7. Formações vegetais, domínios morfoclimáticos e biomas brasileiros

LEGENDA: A cobertura vegetal de uma localidade, decorrente da combinação entre clima, relevo e altitude, é o principal elemento na determinação de biomas e ecossistemas encontrados no planeta. Na imagem, palmeiras babaçu na Mata dos Cocais, em Nazária (PI), em 2015. A Mata dos Cocais é uma das muitas formações vegetais que encontramos no Brasil. Localiza-se entre o bioma, ou domínio morfoclimático, da Amazônia e o bioma, ou domínio morfoclimático, da Caatinga, sendo, por isso, denominada vegetação de transição.

FONTE: Delfim Martins/Pulsar Imagens



Formações vegetais

Como estudamos nos capítulos anteriores, o Brasil é um país extenso com grande diversidade de tipos climáticos, que variam desde o equatorial até o subtropical. Essa diversificação favorece a formação de diferentes tipos de cobertura vegetal.

No Brasil, a vegetação nativa abrange formações florestais, formações arbustivas e herbáceas e formações complexas e litorâneas. Veja o primeiro mapa na página a seguir e entenda como se distribuía a vegetação original brasileira antes da ocupação do seu território.

Atualmente, essa cobertura vegetal encontra-se bastante devastada, pois a ocupação do território e o desenvolvimento das atividades econômicas contribuem para sua degradação.

As paisagens vegetais encontradas no Brasil podem ser classificadas segundo dois critérios diferentes: dividindo-as em domínios morfoclimáticos ou em biomas.

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Domínios morfoclimáticos

Na década de 1960, o geógrafo Aziz Nacib Ab'Saber reuniu as principais características do relevo e do clima das regiões brasileiras para formar, com os demais elementos naturais da paisagem, o que chamou de domínios morfoclimáticos, que podemos ver no mapa abaixo.



Domínio Amazônico: caracterizado por relevo de terras baixas, clima equatorial (quente e úmido durante todo o ano), pela bacia Amazônica e Floresta Amazônica. É típico da região Norte.

Domínio do Cerrado: caracterizado por planaltos sedimentares com chapadões, pela vegetação de Cerrado e matas galerias, pelo clima tropical continental (com duas estações bem marcadas: uma chuvosa, no verão, e outra seca, no inverno). É característico da região Centro-Oeste.

Glossário:



Mata galeria: formação vegetal que acompanha as margens de rios e córregos e cujas copas se encontram, formando galerias ou túneis sobre as águas.

Fim do glossário.

FONTE: Adaptado de: AB'SABER, Aziz Nacib. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

FONTE: Adaptado de: GIRARD, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2011. p. 26. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora



Domínio dos Mares de morros: embora se estenda do sul até o nordeste do país, sua área principal corresponde à região dos planaltos e serras do Sudeste, onde o clima tropical favoreceu a criação de áreas mamelonares, que são formas de relevo com elevações arredondadas. A Mata Atlântica que o recobria encontra-se quase totalmente devastada.

Domínio da Caatinga: definido pelas depressões delimitadas por planaltos ou chapadas, pelo clima semiárido e pela vegetação da Caatinga. É típico do Sertão nordestino.

Domínio da Araucária: caracterizado pela Floresta de Araucária e pelos planaltos do sul do país, de clima subtropical.

Domínio das Pradarias: típico do estado do Rio Grande do Sul, caracterizado por vegetação rasteira, coxilhas e vegetação herbácea. É também chamado pampa ou campanha gaúcha.

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Como são formados por fatores naturais e, portanto, não possuem fronteiras exatas, os domínios morfoclimáticos são separados por áreas de transição, com características comuns a dois ou mais domínios.

Em um domínio, podemos reconhecer vários ecossistemas e um bioma predominante. Por exemplo, no domínio do Cerrado, há o predomínio do bioma terrestre savânico (cerrado), mas aparecem formações vegetais características de outros domínios, como da Caatinga e da Mata Atlântica.

Os biomas brasileiros

Estudos detalhados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) e do IBGE mapearam os principais biomas brasileiros, divididos em ecorregiões por causa da dimensão continental e da grande variação geomorfológica e climática do país.

Segundo definição do IBGE, bioma é um conjunto de vida constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contínua e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada; o que resulta em uma diversidade biológica própria.

O conceito de bioma, portanto, relaciona-se a uma paisagem maior, na qual estão presentes incontáveis ecossistemas, que na definição do IBGE são sistemas integrados e autofuncionantes que consistem em interações dos elementos bióticos (todos os organismos vivos que fazem parte de um ecossistema e suas relações) e abióticos (componentes não vivos que influenciam os organismos vivos encontrados no ecossistema), e cujas dimensões podem variar consideravelmente.

Ao contrário dos biomas, os ecossistemas não apresentam uma definição espacial bem delimitada. No Brasil, são identificados sete biomas: seis terrestres e um envolvendo a região marítima (Zona Costeira ou Litorânea).

Glossário:



Ecorregião: conjunto "de comunidades naturais, geograficamente distintas, que compartilham a maioria das suas espécies, dinâmicas e processos ecológicos, e condições ambientais similares, que são fatores críticos para a manutenção de sua viabilidade a longo prazo" (Ibama).

Fim do glossário.

Entre os biomas há áreas de transição que separam um tipo de vegetação de outro. Nesses locais, os elementos naturais de um bioma vão mudando gradativamente até apresentarem características de outro bioma. A mais marcante dessas áreas é a Mata dos Cocais, que ocorre, principalmente, no Maranhão e no Piauí e espalha-se por partes dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins, e constitui uma vegetação secundária. Na Mata dos Cocais destacam-se duas palmeiras muito importantes para a economia da região: o babaçu e a carnaúba.

As outras áreas de transição são: a floresta seca de Mato Grosso (entre a Amazônia e o Cerrado) e a floresta de folhas secas do Nordeste (entre o Cerrado e a Caatinga). Veja o mapa a seguir:

FONTE: Adaptado de: WWF Biomas Brasileiros. Disponível em: www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/biomas/. Acesso em: 4 abr. 2016. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Bioma Amazônia

A Amazônia equivale a cerca de 35% das áreas florestais do planeta. Além do Brasil, abrange terras da Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e do território da Guiana Francesa.

Esse bioma abrange a Amazônia Legal (criada em 1966), que corresponde ao trecho brasileiro da Amazônia, compreendendo terras dos estados do Maranhão, Pará, Tocantins, Amapá, Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia e Mato Grosso.



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A maior parte da Amazônia é composta de formação florestal latifoliada, com as seguintes características: perene, heterogênea, densa e higrófila.

Em relação ao relevo e às margens dos rios, a Floresta Amazônica apresenta três níveis de matas:

- Mata de igapó - permanentemente alagada, junto aos rios, com árvores que chegam a atingir 20 metros de altura.

- Mata de várzea - alagada durante as cheias, cujas árvores características são a seringueira, a imbaúba e o cacaueiro.

- Mata de terra firme - constitui a maior parte da floresta (75%) e não é alagada pelas águas. Suas árvores atingem entre 30 e 50 metros de altura, com destaque para a seringueira e a castanheira.

O clima predominante desse bioma é equatorial úmido, fazendo dos ecossistemas amazônicos um dos locais mais chuvosos do planeta. Com o ambiente quente e úmido, a floresta e o grande número de rios são responsáveis pela formação da massa de ar Equatorial continental (mEc), que atua sobre o clima de quase todo o país durante o verão.

O bioma amazônico apresenta uma enorme biodiversidade e sustenta-se do próprio material, isto é, os solos recebem grande quantidade de matéria orgânica originária da floresta e, graças a fatores físicos (climáticos) e químicos, forma-se aí um ciclo de nutrientes responsável pela sua exuberância.

Glossário:

Latifoliada: um tipo de vegetação de folhas largas e grandes, típica de regiões úmidas.

Higrófilo: vegetal que se ambienta bem em locais úmidos.

Fim do glossário.

FONTE DA ILUSTRAÇÃO: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 101. CRÉDITOS: Alex Argozino/Arquivo da editora

LEGENDA DA FOTOGRAFIA: Mata de igapó no Parque Ecológico do Janauary, no município de Manaus (AM), em 2014.

FONTE DA FOTOGRAFIA: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

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Embora a composição da Floresta Amazônica seja predominantemente de vegetação latifoliada, encontram-se também clareiras, locais com vegetação rasteira, como os campos, em Roraima, no Amapá e no Pará, na ilha de Marajó.

LEGENDA: Área de campo no município de Pacaraima (RR), em 2014. Ao fundo, serra Pacaraima.

FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

Mata Atlântica

Apresenta-se como formação vegetal latifoliada, perene, heterogênea, densa e higrófila. A Mata Atlântica não é uma floresta uniforme; nela, podemos distinguir as florestas pluviais montanas ou úmidas de encosta (800 metros a 1.700 metros) e a floresta pluvial baixo-montana (do nível do mar até 800 metros).

Diferencia-se da Floresta Amazônica por localizar-se em regiões de maiores altitudes. Corresponde aos climas tropical úmido, tropical de altitude e subtropical úmido. A maior amplitude térmica desses climas favorece a presença de uma biodiversidade maior do que a da Floresta Amazônica. Na realidade, a Mata Atlântica é o bioma com a maior biodiversidade do país. Abrange terras das bacias dos rios Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco.

Em sua flora, destacam-se o jequitibá-rosa, o cedro, os ipês, o pau-brasil, os angicos, entre muitas outras espécies.

Em sua área de ocorrência, encontram-se cerca de 70% da população brasileira e, consequentemente, os maiores polos industriais do Brasil, construídos à custa da derrubada da floresta.

Na fauna da Mata Atlântica destacam-se gambás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis, entre outros. Algumas dessas espécies estão ameaçadas de extinção, como o mico-leão-dourado, a onça-pintada, a lontra, a arara-azul-pequena e o tatu-canastra. A biodiversidade ameaçada requer uma conscientização cada vez maior para a conservação do que ainda resta da Mata Atlântica.

LEGENDA: Mico-leão-dourado na porção fluminense da Mata Atlântica. Foto de 2014.

FONTE: Jami Tarris/Corbis/Fotoarena

LEGENDA: Mata Atlântica em Tapiraí (SP), em 2015.

FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo



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