Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 1º mar. 2016.

Politikós: palavra grega que significa “política”. Diz respeito à ação política dos cidadãos, em nível global, cívico ou individual.

Pólis: palavra grega que significa “cidade-Estado”. O conceito refere-se não só à cidade propriamente dita, mas também a uma organização que previa a participação política ativa dos cidadãos.

Informar aos alunos que não foram feitas alterações ou correções no texto original das dissertações apresentadas neste capítulo.

Análise

1. Qual é o tema abordado no texto?

2. O 1º parágrafo se inicia com uma afirmação atribuída a Aristóteles. Que função essa citação desempenha no texto?

3. Entretanto é uma conjunção que, quando utilizada, indica uma mudança de rumo no encaminhamento do texto. Releia o 1º parágrafo e explique de que modo essa conjunção é essencial para a definição do caminho analítico que será trilhado no texto.

4. O 2º parágrafo apresenta uma metáfora ao leitor. Qual é ela?

> Qual é a importância dessa metáfora para a análise que está sendo desenvolvida pelo autor?

5. Qual foi, segundo o texto, a condição para que ocorresse a consolidação da lógica neoliberal?

> Por que a consolidação da lógica neoliberal deve ser entendida como um entrave para a ação política dos indivíduos?

6. O autor do texto faz uma retomada histórica no 3º parágrafo. Em termos argumentativos, que finalidade essa retomada desempenha no texto?

Se julgar necessário, explique aos alunos que o autor do texto usou equivocadamente o termo primícia. Sua intenção era fazer referência a uma premissa.
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Sugerimos que o tema e os textos da coletânea, reproduzidos no Guia de recursos, sejam lidos e analisados com os alunos. Isso facilitará a compreensão do caminho analítico percorrido pelo autor do texto para defender seu ponto de vista e cumprir a tarefa proposta pela Fuvest.

7. Essa dissertação foi escrita em resposta a uma proposta do vestibular da Fuvest, que determinava que os candidatos, após a leitura e análise de cinco textos, escrevessem uma dissertação em prosa na qual apresentassem argumentos de modo a deixar claro seu ponto de vista sobre o tema “Participação política: indispensável ou superada?”. O autor do texto aqui transcrito desenvolveu a proposta apresentada? Justifique.

8. Podemos identificar, na conclusão do texto (4º parágrafo), uma retomada, agora mais generalizante, da perspectiva analítica anunciada no 1º parágrafo. Explique como isso ocorre.

Dissertação: definição e usos

O contexto escolar cria condições muito particulares de produção de texto. Nesse contexto, é comum que os alunos sejam solicitados a escrever textos que possibilitem o exercício de três tipos de composição: a narração, a exposição e a argumentação.

As atividades que focalizam a produção de textos com características marcadamente expositivas e/ou argumentativas referem-se a tais textos como dissertações ou textos dissertativo-argumentativos.

Tome nota

A dissertação é um texto que se caracteriza por analisar, explicar, interpretar e avaliar os vários aspectos associados a uma determinada questão. A finalidade da dissertação, portanto, é explicitar um ponto de vista claro e articulado sobre um tema específico. Em alguns casos, além da análise cuidadosa e detalhada de um tema, espera-se que o texto também apresente os argumentos para a defesa de um ponto de vista. Quando isso ocorre, tem-se a dissertação argumentativa.

A depender da finalidade da tarefa a que está associada, a dissertação terá um caráter mais expositivo ou mais argumentativo. Se o objetivo for a apresentação de um determinado tema, informando ao leitor quais os principais aspectos a ele associados, a dissertação será predominantemente expositiva.

Se, por outro lado, a dissertação se dedicar à apresentação de um tema para analisá-lo sob diferentes perspectivas, de modo a defender explicitamente uma tese, será predominantemente argumentativa.



Contexto de circulação

A dissertação é considerada um gênero escolar porque é nesse contexto que aparece referida dessa forma, principalmente nas aulas de Produção de texto do Ensino Médio.

Exames vestibulares pedem que os candidatos produzam textos dissertativos; alunos de pós-graduação em fase de conclusão de mestrado escrevem dissertações a serem defendidas diante de uma banca examinadora.

Embora tenha grande semelhança estrutural com outros textos argumentativos, como o editorial e o artigo de opinião, a dissertação não costuma circular em jornais e revistas.

Seu contexto de produção faz com que fique restrita aos espaços escolares e universitários, onde é prioritariamente utilizada para avaliar a capacidade de exposição e argumentação dos alunos.

Os leitores das dissertações

Um contexto de circulação tão específico faz com que os leitores reais das dissertações tenham características bem particulares. No caso do Ensino Médio, pode-se supor que os textos dissertativos sejam lidos por seu autor e pelo professor que irá avaliar tal produção. Em alguns casos, os textos podem circular entre colegas de turma.

Se pensamos nas dissertações produzidas no contexto dos exames de seleção, sabemos que serão lidas pelos corretores encarregados de avaliá-las. As dissertações de mestrado são lidas pelos professores que compõem a banca examinadora de um candidato ao grau de mestre. Posteriormente, são lidas por pessoas interessadas no tema analisado.

É preciso lembrar, porém, que o perfil de leitor com o qual se deve trabalhar, no momento de produção de uma dissertação, não é o do professor ou o do corretor de uma prova de vestibular. Pela natureza expositiva associada a esse gênero, espera-se que a dissertação tenha como interlocutor um leitor de perfil universal.

Ao escrever seu texto para um interlocutor universal, o autor busca garantir que o texto não seja caracterizado por uma perspectiva muito subjetiva, para não comprometer seu objetivo de fazer com que os leitores encarem a análise exposta como uma reflexão marcada pelo bom senso e pela razão.



Tome nota

A dissertação deve apresentar um discurso generalizante dirigido a um interlocutor de perfil genérico.



Estrutura

Assim como nos editoriais, espera-se que a estrutura dos textos dissertativos apresente três momentos claros: uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Mas essa é uma informação muito geral, que ajuda pouco no momento de produção de textos dessa natureza.

Com o auxílio de uma dissertação, também escrita em resposta ao tema do vestibular da Fuvest (“Participação política: indispensável ou superada?”), vamos compreender
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melhor o que significa afirmar que esses textos se estruturam em torno de uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Observe.



O poder de poder

Título: apresentação concisa da tese que será defendida no texto. O jogo de palavras chama atenção para o fato de a ação política dar aos indivíduos o poder de fazer valer a vontade do cidadão.

“O homem é um ser racional, social e político”. Esta frase foi dita pelo filósofo grego Aristóteles que, por ter nascido na cidade de Estagira, era um meteco (estrangeiro) em Atenas e não possuía direitos políticos. Ainda assim, ressaltava o quão importante era a participação do cidadão na tomada de decisões para o bom funcionamento da pólis e também para a felicidade dos indivíduos, vista como causa final do homem. Mais de dois mil anos após o fim da civilização grega clássica, vê-se o desinteresse da sociedade por assuntos relacionados à Política (sobretudo no Brasil): ela é vista como algo desinteressante ou relacionado à corrupção. No entanto, a participação política é indispensável para o coletivo e individual, por fazer valer o direito do cidadão e mudar os rumos da história da civilização.



1º parágrafo: introdução da questão que será analisada: a importância da participação política. A citação de Aristóteles, que, mesmo sendo estrangeiro em Atenas (e, portanto, sem direitos políticos), defendia a necessidade da participação do cidadão para o bem comum, cria o contexto ideal para introduzir a questão tematizada no texto. O autor informa, ainda, que dois mil anos mais tarde o desinteresse em relação a questões de natureza política toma conta da sociedade. A conclusão do parágrafo se dá pela explicitação da tese que será defendida no texto.

Inúmeros são os exemplos históricos que evidenciam como o engajamento da sociedade no processo político transformou a realidade, por vezes opressiva ou autoritária, em outra mais adequada às necessidades e vontades de segmentos populares. É o caso do “impeachment” do presidente Fernando Collor de Melo [sic] em 1992, da marcha pelos direitos civis nos Estados Unidos na década de 1960 e, mais remotamente, da Revolução Francesa de 1789. Assim sendo, torna-se evidente o fato de que a participação popular na política modifica o cenário social para que a nova situação atenda (ou procure atender) à demanda do coletivo, num contexto mais democrático.



2º parágrafo: início da análise (etapa de desenvolvimento). O autor resgata diferentes acontecimentos históricos mundiais que revelam a importância da participação da sociedade na transformação da realidade. São argumentos para defender a tese que será retomada no final do parágrafo.

Na atualidade, o debate político se faz necessário com a finalidade de garantir que a vontade popular seja soberana. Questões como a construção da Usina de Belo Monte no rio Xingu e a divisão do estado do Pará em outros três suscitam opiniões diversas e quando efetivadas podem não ser benéficas a todos. Daí a urgência da participação popular para a tomada de decisões que lhe sejam mais pertinentes. Afinal, numa democracia representativa o coletivo e individual devem fazer com que seus pontos de vista sejam levados em conta para seu próprio bem-estar.



3º parágrafo: continuação da análise (etapa de desenvolvimento). A afirmação inicial sobre a necessidade do debate político abre caminho para que o autor apresente novos argumentos, agora relacionados a duas questões de impacto para a sociedade brasileira.

Embora a sociedade se desinteresse quando o assunto é Política, a participação no seu processo é indispensável, pois promove mudanças e faz valer a vontade do cidadão. Afinal, “o castigo dos que odeiam política é de serem governados por aqueles que a amam”. E sem discussão!



4º parágrafo: conclusão do texto. A retomada da tese precede o argumento final apresentado pelo autor: a não participação política condena as pessoas a aceitarem, sem questionamento, a decisão tomada por aqueles que não abrem mão de atuar politicamente.

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