Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Pesquisa

Se achar mais produtivo, procure dividir, entre a turma, o que cada um deve pesquisar. Assim, no momento de compartilhar os resultados das pesquisas, será possível compor um painel mais diversificado. É importante que os estudantes pesquisem não só ritos de passagem tradicionais, mas também aqueles que se desenvolveram na sociedade moderna.



Pausa para refletir (Laerte - charge)

Resposta pessoal. A tirinha trata, de forma bem-humorada, de um tema sociológico da atualidade: a emancipação do jovem em relação à família, com suas indefinições e inseguranças.



Encontro com os cientistas sociais (Mannheim)

A resposta é pessoal, mas podem ser apresentadas aos estudantes algumas características da sociedade no momento presente, como estudado em todos os capítulos. Elas ajudarão na compreensão desse confronto que a juventude tem com as normas e práticas instituídas no mundo adulto.



Pausa para refletir (Herschmann)

1. Para o autor, há um lado positivo nas representações que os meios de comunicação fazem do funk carioca: o desvelamento da divisão e da opressão social, da repressão policial, das dificuldades cotidianas da vida nas favelas e nos subúrbios, da precariedade e da ineficiência dos serviços públicos, etc. Assim, a antiga imagem que o imaginário tem do Brasil se desfaz, abrindo espaço a um novo retrato mais plural.

2. Como visto no Capítulo 10, a violência simbólica consiste na imposição, pelas classes dominantes, de suas formas de pensar e de agir, de seus costumes e gostos, como os mais corretos. Assim, como suas falas e atitudes se diferenciam daquelas produzidas por jovens das classes dominantes, funkeiros, rappers e membros de outros movimentos culturais das periferias urbanas acabam sendo discriminados e sofrem as consequências sociais dessa diferenciação.

Intelectuais leem o mundo social (Giddens)

Dada a realidade vivida pelo segmento social de jovens na sociedade ocidental atual, há uma multiplicidade de exemplos que podem ilustrar a identidade pessoal e a identidade social por meio da aparência (adornos, acessórios, vestimenta, etc.) e da postura corporal, das atitudes e dos hábitos culturais (meios de transporte, equipamentos que os jovens utilizam, lugares que frequentam, estilo de vida, preferências artísticas, etc.). O professor poderá traçar características sociológicas da questão da identidade (a marca expressiva do pertencimento a um grupo ou a aderência a uma instituição social, em termos de valores e conduta sociais).



Pausa para refletir (Peres, Waiselfisz, Anistia Internacional)

Esta reflexão toma por objeto a violência contra os jovens em termos de homicídios de que certos



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grupos sociais têm sido vítimas. Você deve debater com os estudantes as causas desse grave e extensivo fenômeno social, sobretudo contra os jovens negros, em nossa sociedade hoje.

Como subsídio para a condução da atividade, sugerimos a reportagem a seguir:

No Nordeste, jovens negros têm 5 vezes mais chances de morrer

Uma pesquisa realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a pedido da Unesco e da Secretaria-Geral da Presidência da República, revelou que um jovem negro possui risco de morte 2,5 vezes maior do que um jovem branco no Brasil. O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade (IVJ 2074) mostrou também que, no Nordeste, esse número pode ser ainda mais alarmante. Lá, o jovem negro tem 5 vezes mais chances de morrer.

Os piores índices do país foram registrados na Paraíba (com risco de morte 73,4 vezes maior para negros), Pernambuco (77,5), Alagoas (8,7), Distrito Federal (6,5) e Espírito Santo (5,9). Os menores números foram encontrados em Tocantins (7,8), Rio Grande do Sul (7,7), São Paulo (7,5), Santa Catarina (7,4) e Paraná (0,7). Este último é o único estado em que o jovem branco tem proporcionalmente mais chance de ser alvo de homicídio do que um negro.

O levantamento foi baseado no banco de dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de 2072 e teve como referência as taxas de homicídios de pessoas de 72 a 29 anos, confirmando a influência da desigualdade racial no resultado da violência. A pesquisa aponta que, de quase 30 mil jovens assassinados em 2072, 76,5% eram negros. De 2007 a 2072, o total de homicídios de jovens brancos caiu 5,5%, enquanto o de negros subiu 27,3%.

Para Tâmara Terso, do Movimento Negro Unificado da Bahia (MNU-BA), o estudo constatou uma realidade bastante presente nas cidades brasileiras, principalmente em locais de maior vulnerabilidade social. "O discurso contra a violência é focado na "guerra às drogas", que na verdade é uma guerra contra as pessoas da periferia. É fundamental mudar as políticas de segurança pública. Como jovem negra, se eu saio na rua, não sei se volto para casa", ressalta.

STREIT, Maíra. No Nordeste, jovens negros têm 5 vezes mais chances de morrer. Portal Forum, 5 jan. 2015. Disponível em: www.revistaforum.com.br/2015/01/05/nordeste-jovens-negros-tem-5-vezes-mais-chances-de-morrer-2/. Acesso em: 2 fev. 2016.



Pausa para refletir (Abad)

1. O autor usa o termo moratória juvenil para se referir ao período em que os jovens não assumem responsabilidades consideradas adultas a fim de se preparar para a autonomia em relação à família e à escola. É a própria sociedade que considera esse tempo - de formação e qualificação ou mesmo de amadurecimento - como necessário.

2. Essa moratória não é igual para os jovens de diferentes classes sociais: os de baixa renda muitas vezes se veem obrigados a trabalhar (o que leva alguns a desistir da escola) para ajudar no sustento familiar, mas não podem concorrer em boas condições no mercado de trabalho, ficando sujeitos ao subemprego e à desocupação. Já os jovens mais abastados, por poderem se dedicar exclusivamente à escola e adiar a entrada no mercado de trabalho, sofrem o efeito colateral de não possuírem uma garantia futura de ocupação, ou seja, têm mais dificuldade em identificar como vão se inserir na sociedade e no mercado de trabalho após essa moratória. Nesse sentido, a moratória social configuraria um "presente de grego", pois alimenta frustrações e não ajuda o jovem a desenvolver suas oportunidades de participação.

3. Resposta pessoal. Um exemplo que pode ser levantado é o fato de que se promove o jovem a eleitor, o que é de extrema responsabilidade, mas não se autoriza o jovem a trabalhar efetivamente com plenos direitos e reais oportunidades.

Pesquisa (Sposito & Carrano)

1. a) Resposta pessoal (de acordo com a pesquisa no ECA).

b) O ECA apresenta diversos artigos e itens que versam sobre o cuidado das famílias e a regulamentação e assistência do Estado aos jovens, incluindo os casos em que as famílias não conseguem exercer suas funções adequadamente. Professor, verifique se os alunos citam nominalmente artigos do ECA em suas respostas.



2. Resposta pessoal.

Diálogos interdisciplinares

A atividade proposta exige que os estudantes realizem uma pesquisa historiográfica, mas o ideal é que a pesquisa e o seminário não se limitem a



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uma descrição do movimento de contracultura escolhido. Uma sugestão é trabalhar em sala de aula os contextos políticos e culturais em que esses movimentos se deram. Também é uma boa oportunidade para retomar o conteúdo dos capítulos iniciais do livro e pensar em como surgem movimentos sociais, ações coletivas, etc.



Como o trabalho proposto exige bastante autonomia dos estudantes, cabe a você acompanhá-lo. As diferentes etapas podem ser cobradas em sala de aula, por exemplo, e você pode dividir as tarefas com os grupos em um cronograma. Essa também é uma oportunidade interessante de apresentar aos alunos algumas ferramentas básicas utilizadas para organizar pesquisas nas Ciências Sociais. Você deve ajudá-los a fazer levantamento e checagem de bibliografia e outras fontes, elaborar cronograma, pensar em recursos visuais para apresentar o seminário, etc.

Revisar e sistematizar

1. As características atribuídas aos jovens em nossa sociedade não podem ser consideradas universais, porque não há homogeneidade entre eles. Não se pode falar em juventude e sim em juventudes, pois esse conceito depende do contexto em que os jovens se inserem, variando entre culturas e épocas diferentes. Quando falamos dos jovens, é preciso especificar de que jovens falamos: por exemplo, jovens do sexo feminino, de classe média baixa, que vivem na periferia de uma grande cidade; jovens do sexo masculino que vivem na zona rural da China; jovens empresários do ramo da informática, do sexo masculino, pós-doutores, solteiros, vivendo em Nova York; jovens negros que vivem em uma favela na capital da Nigéria e não frequentam a escola, etc. Além disso, a ideia de "juventude", muito definida em nossa sociedade, pode não fazer sentido nenhum em outras culturas.

2. A juventude, como uma categoria sociológica, refere-se a uma condição social temporária determinada pela idade dos indivíduos. Porém, os limites dessa faixa etária mudam conforme o contexto social e se relacionam também a aspectos biológicos e emocionais. A condição juvenil é, portanto, uma fase do desenvolvimento vital e envolve aspectos físicos, culturais e psicológicos que variam conforme o contexto em que nos inserimos.

3. Mannheim foi o precursor da sociologia da juventude. Mostrou que a juventude tem significados diferentes, conforme o Estado ou a sociedade, de maneira geral, costumam usar e mobilizar a força latente da juventude. Ele observou que a ideia da juventude como necessariamente contestadora era equivocada, pois não há uma única forma de pensar e agir entre aqueles que estão em determinada faixa etária. No entanto, reconhecia também que, por não estarem completamente adaptados ao status quo, os jovens teriam um potencial para revitalizar a ordem social.

4. Resposta pessoal.

Comentário: O indivíduo constrói sua identidade passo a passo, ao relacionar-se com a família, a escola, o lazer e o trabalho. Por exemplo, quando os jovens identificam-se com o movimento hip-hop, passando a fazer parte da coletividade que o pratica; quando eles escolhem determinados comportamentos, estilos musicais ou formas de vestir-se, como os associados às diferentes formas do rock and roll; quando se identificam com determinados ideais e engajam-se em favor de mudanças sociopolíticas, etc.

Teste seu conhecimento e habilidades

1. d;

2. d;

3. d.

Atividades complementares

1. Discussão sobre o filme Entre os muros da escola

Sugerimos assistir com os estudantes, em sala de aula, o filme Entre os muros da escola (direção de Laurent Cantet, França, 2008). Em seguida, promova uma discussão com base em um roteiro de observação preparado previamente por você. O elenco deste filme não é formado por atores profissionais e a técnica de filmagem se assemelha à de documentários. O roteiro de observação para os estudantes deve incluir tanto a análise da narrativa e do significado das imagens como o conteúdo sociológico



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relacionado à obra cinematográfica. É importante procurar levar os alunos a encontrar nas relações sociais dentro de uma sala de aula convergências entre o contexto da sociedade francesa atual apresentada no filme e a realidade brasileira.

2. Links para outras atividades

Texto introdutório: FASSON, Karina. Relações raciais no Brasil. Disponível em: http://ensinosociologia.fflch.usp.br/sites/ensinosociologia.fflch.usp.br/files/2011-2-Karina%20Fasson-relacoes-raciais-1-texto.pdf. Acesso em: 2 fev. 2016.

Roteiro de atividades. Disponível em: http://ensinosociologia.fflch.usp.br/sites/ensinosociologia.fflch.usp.br/files/2011-2-Karina%20Fasson-relacoes-raciais-2-atividades.pdf. Acesso em: 2 fev. 2016.

Série de atividades para introduzir a discussão sobre preconceito racial.

Leitura complementar

Direito à diversidade: identidades múltiplas e o lugar da solidariedade

Às questões de gênero, raça e etnia (herdadas dos anos 1970 e 1980), mais recentemente se somaram demandas voltadas às distintas orientações sexuais e aos "jovens com deficiência", configurando-se, assim, um dinâmico mapa da diversidade da juventude brasileira.

Ao mesmo tempo, o tema da diversidade nos leva à controversa questão da "identidade". Pesquisas recentes têm demonstrado que, em suas atuações no espaço público, os jovens somam "causas", sobrepondo diferentes identidades. Múltiplas causas e experiências de discriminação podem se somar na vida de um mesmo jovem (ser jovem, ser negro, ser favelado, ser homossexual, ser mulher, ser lésbica e "ser cristã"...). A predominância de uma identidade sobre outra ou a combinação de identidades e causas não acontecem em abstrato, mas em processos sociais e trajetórias individuais concretas sendo acionadas de acordo com os conflitos em jogo. Daí a necessidade de evitar esquemas empobrecedores que acabam por substantivar identidades como se fossem únicas, fixas, excludentes.

[...] Uma das características dos movimentos juvenis contemporâneos. Cada vez mais convocados pela internet e demais tecnologias móveis, os participantes de uma manifestação pública não compartilham necessariamente todos os pontos de vista, sejam eles morais, ideológicos ou políticos. Um mínimo denominador comum - no caso, o combate ao machismo - produz uma circunstancial "unidade na diversidade" que justifica a Marcha das Vadias como ação coletiva. Dessa maneira, as adesões parciais e pontuais fazem parte constitutiva da configuração do espaço público atual (do qual também faz parte a parcela de jovens engajados em partidos políticos, movimento estudantil e organizações profissionais, entre outras). Assim, para além de evocarem os valores da liberdade (direitos civis e políticos) e da igualdade (direitos econômicos e sociais), os direitos dos jovens (direitos difusos ou de terceira geração) necessitam acionar o valor da solidariedade para dar conta "das diferenças que os unem".



E qual seria hoje o balanço do caminho percorrido? Em que pesem os esforços de muitos, há um longo caminho a percorrer para a efetivação dos "direitos da juventude". Na sociedade e nos governos, ainda são vigentes muitos (pré)conceitos e projeções sobre "a juventude" que dificultam o (re)conhecimento das atuais vulnerabilidades e potencialidades dos jovens brasileiros. Contudo, nada será como antes. Interpretadas sob a óptica dos direitos, suas demandas já modificam a pauta das políticas públicas e se transformam em "causas" mobilizadoras que alimentam grupos, redes e movimentos de diferentes segmentos juvenis. Afinal, na noção de "direito" reside um potencial "contrapoder", simbólico e prático.

NOVAES, Regina. As juventudes e a luta por direitos. Le Monde Diplomatique, 5 nov. 2012. Disponível em: www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1285. Acesso em: 12 fev. 2016.

Leituras recomendadas

BORGES, Autonádia. Lições antropológicas de uma pesquisa etnográfica com jovens e crianças do Recanto das Emas (DF). In: RIBEIRO, Gustavo Lins (Org.). As ciências sociais no mundo: revisões e prospecções. Brasília: Ed. da UnB, 2011. p. 129-150. O relato de uma pesquisa etnográfica em um assentamento para cidadãos sem moradia revela situações cotidianas vividas por crianças e jovens.

CARRANO, Paulo Cesar Rodrigues. Jovens em três tempos: mobilizações no Brasil ontem e hoje. ComCiência, 10 abr. 2015. Disponível em: www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=112&id=1349. Acesso em: 12 fev. 2016

Texto sobre a história dos movimentos sociais da juventude no Brasil.

MANNHEIM, Karl. O problema da juventude na sociedade moderna. In: Diagnóstico de nosso tempo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1967. p. 47-72.

Em uma abordagem da Sociologia sistemática, Mannheim analisa a função sociológica da juventude.



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Capítulo 12

O AMBIENTE COMO QUESTÃO GLOBAL

Aqui começam as orientações para o Capítulo 12 (p. 345 a p. 374).

No Capítulo 12 são abordadas as questões ambientais contemporâneas. As intensas mudanças provocadas pelo ser humano no meio em que produz e vive, causadas pela produção e pelo consumo de massa a partir do século XX, têm degradado o habitat e destruído diversas espécies na natureza. Estão presentes no capítulo temas como sociedade de risco, ação humana, consumismo, diferenciação entre cultura e natureza e desenvolvimento sustentável.

Conceitos-chave: alienação, emancipação social, sociedade de risco, racionalização, modernização, hegemonia, inovação, desenvolvimento, crise, ecologia, consciência ecológica.

Objetivos do capítulo para o estudante

· Analisar as mudanças no meio ambiente, causadas pela produção e pelo consumo em massa, especialmente a partir do século XX, e a consequente degradação do habitat.

· Avaliar o significado da dissociação - culturalmente estabelecida - entre ser humano e natureza e o que ela representa, na prática, para a vida no planeta.

· Compreender o conceito e o que isso representa em vivermos em uma sociedade de risco, em que a produção de riquezas é acompanhada de ameaças sociais e ambientais.

· Analisar as preocupações com a ecologia e com uma concepção de ciência que considere os reflexos de suas técnicas e tecnologias na natureza, no ser humano, na sociedade e na cultura.

· Compreender que para existir um desenvolvimento sustentável é necessário alterar o modo como o ser humano se relaciona com a natureza.

Questão motivadora

Leve considerações sociológicas sobre meio ambiente e ecologia para discutir com os estudantes e buscar a construção de um processo de conscientização ecológica. Assegure-se de que a discussão não resvale em lugares-comuns nem se restrinja ao trato jornalístico ou factual do assunto. Para isso, questione os estudantes sobre os argumentos usados, com o objetivo de problematizar possíveis máximas ou clichês que aparecerem.

A sensibilização pode partir da polêmica recente sobre o fenômeno do aquecimento global. Cuide para que a discussão não resida apenas na oposição de ideias entre cientistas e instigue os estudantes a abordar a ligação direta desse fenômeno com as formas de organização e dominação da sociedade. Com antecedência, peça aos estudantes que levem para essa aula notícias encontradas na internet e em outros meios de comunicação sobre as consequências do aquecimento do planeta nas últimas cinco décadas. Os relatos podem ser apreciados como uma avaliação da situação mundial em forma de artigo para a imprensa.

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Dica

Neste capítulo, é fundamental retomar e trabalhar alguns conceitos básicos da Sociologia, como modernização, hegemonia, sociedade de risco, inovação, capitalismo, desenvolvimento, racionalização e outros. Busque verificar a compreensão dos estudantes de outros conceitos de uso corrente no tema específico, tais como ecologia, biodiversidade, ecossistemas, sociedade sustentável. O objetivo é ter claros conceitos já estudados para otimizar e consequentemente aprofundar as discussões sobre o capítulo.

Avaliação

Sugerimos a produção de um relatório de pesquisa bibliográfica sobre o tema A ecologia e a vida no planeta. Peça aos estudantes que escrevam um texto argumentativo com suas conclusões após a pesquisa. Recomende que, caso eles se refiram a outros autores, devem citar as fontes utilizadas, como livros, sites da internet, revistas, etc.

Avaliação: um exemplo no Capítulo 12

No esforço de superar formas estanques de pensar e agir também nos procedimentos pedagógicos, propomos uma avaliação que ocorra como um processo contínuo e cumulativo, integral e autorreflexivo. Em outras palavras, a sua aplicação continuada requer um conhecimento mútuo do professor e do estudante: não apenas para avaliar a aprendizagem de conteúdos, mas também o desenvolvimento de habilidades, competências e atitudes que encaminhem para a formação de uma pessoa consciente do seu tempo e das condições do lugar onde vive.

Todas as oportunidades de manifestação dos estudantes, oral ou escrita, podem se converter em avaliação. Para o tema do Capítulo 12, recomendamos a elaboração de uma avaliação de forma mais interativa e participativa possível para estimular o desenvolvimento de uma consciência ecológica. Assim, a aprendizagem pode ser avaliada por número, relevância, qualidade e busca de soluções sociais com base nos exemplos trabalhados pelos estudantes. São assuntos a serem tratados nas diversas atividades em sala de aula: o desequilíbrio ecológico, o desmatamento, a extinção de espécies da fauna e da flora, os efeitos disso sobre a saúde humana e dos animais, a modernização da agricultura, a poluição dos rios, dos mares, do ar, o destino do lixo urbano ou lixo atômico das usinas nucleares, a expansão e o faturamento das empresas transnacionais, a reciclagem do lixo, entre outros.

Complemento teórico



A necessidade de uma consciência social sobre o meio ambiente e a natureza humana tem levado a reflexões sobre algumas marcas da modernidade: racionalização excessiva, exploração da natureza e do ser humano pelo ser humano, supremacia tecnológica e outras mais.

A ênfase dada ao pensamento racional em nossa cultura está sintetizada no célebre enunciado de Descartes, "Cogito, ergo sum" - "Penso, logo existo" -, o que encorajou eficazmente os indivíduos ocidentais a equipararem sua identidade com sua mente racional e não com seu organismo total. Veremos que os efeitos dessa divisão entre mente e corpo são sentidos em toda a nossa cultura. Na medida em que nos retiramos para nossas mentes esquecemos como "pensar" em nossos corpos, de que modo usá-los como agentes do conhecimento. Assim fazendo, também nos desligamos do nosso meio ambiente natural e esquecemos como comungar e cooperar com sua rica variedade de organismos vivos.

A divisão entre espírito e matéria levou à concepção do universo como um sistema mecânico que consiste em objetos separados, os quais, por sua vez, foram reduzidos a seus componentes materiais fundamentais cujas propriedades e interações, acredita-se, determinam completamente todos os fenômenos naturais. Essa concepção cartesiana da natureza foi, além disso, estendida aos organismos vivos, considerados máquinas constituídas de peças separadas. Veremos que tal concepção mecanicista do mundo ainda está na base da maioria de nossas ciências e continua a exercer uma enorme influência em muitos aspectos de nossa vida. Levou à bem conhecida fragmentação em nossas disciplinas acadêmicas e entidades governamentais e serviu como fundamento lógico para o tratamento do meio ambiente natural como se ele fosse formado de peças separadas a serem exploradas por diferentes grupos de interesses.

A exploração da natureza tem andado de mãos dadas com a das mulheres, que têm sido identificadas com a natureza - e especialmente a Terra tem sido vista como uma nutriente e benévola mãe, mas também como uma fêmea selvagem e incontrolável. Em eras pré-patriarcais, seus numerosos aspectos foram identificados com as múltiplas manifestações da Deusa. Sob o patriarcado, a imagem benigna da natureza converte-se numa imagem de passividade, ao passo que a visão da natureza como selvagem e

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perigosa deu origem à ideia de que ela tinha de ser dominada pelo homem. Ao mesmo tempo, as mulheres foram retratadas como passivas e subservientes ao homem. Com o surgimento da ciência newtoniana, finalmente, a natureza tornou-se um sistema mecânico que podia ser manipulado e explorado, o que coincidiu com a manipulação e a exploração das mulheres. Assim, a antiga associação de mulher e natureza interliga a história das mulheres e a do meio ambiente e é a fonte de um parentesco natural entre feminismo e ecologia. [...]

Hoje, está ficando cada vez mais evidente que a excessiva ênfase no método científico e no pensamento racional, analítico, levou a atitudes profundamente antiecológicas. Na verdade, a compreensão dos ecossistemas é dificultada pela própria natureza da mente racional.

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1995. p. 37-38.

Comentários sobre as atividades


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