Manual do professor solange dos santos utuari ferrari



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Dicas – Outros procedimentos artísticos



Produção de tintas

⋅ Veja se é possível usar outro espaço que não a sala de estudo dos alunos, assim você pode controlar melhor o tempo, deixando tudo organizado previamente.

⋅ Para essa experiência, sugerimos que você trabalhe com equipes, dessa forma os alunos se organizam melhor e é possível acompanhar a produção de todos os alunos.

⋅ Cada equipe fica com uma determinada cor.

⋅ Você pode solicitar o material aos alunos ou à escola, de acordo com a sua realidade.

⋅ Sugerimos que os alunos utilizem uma roupa específica para essa atividade: uma camiseta, um avental tipo jaleco de cozinha, o que for mais conveniente. Essa sugestão é para deixar os alunos mais à vontade para criar sua tinta sem ter que se preocupar com a roupa suja, o que pode atrapalhar a aula.

⋅ Forre as mesas com jornal ou papel pardo (saco de pão ou outro) para absorver os derramamentos de água e outros materiais.

⋅ De acordo com o número de alunos, vocês podem produzir diversas tonalidades de tinta aquarela.

⋅ Tenha sempre de reserva panos de limpeza e baldes com água. Às vezes o espaço não possui torneiras e isso pode dificultar o trabalho.

⋅ Essa experiência pode acontecer em mais de uma aula; portanto, deixe claro aos alunos que eles utilizarão as tintas na aula posterior. Coloque as tintas em potes bem fechados.



Trabalho com imagens impressas

⋅ Conforme sua realidade, peça aos alunos que tragam a imagem impressa.

⋅ Veja se é possível usar outro espaço que não a sala de estudo dos alunos, assim você pode controlar melhor o tempo, deixando tudo organizado previamente.

⋅ Para essa experiência, sugerimos que você trabalhe com equipes e com produção seriada dentro da equipe, em que cada um faz o processo por etapas.

⋅ Você pode solicitar o material aos alunos ou à escola, de acordo com sua realidade.

⋅ Se preferir, você pode usar um rolo de massas em vez de colher de pau.

⋅ Forre as mesas com jornal ou papel pardo (saco de pão) para absorver os derramamentos de água e outros materiais.

⋅ Tenha mesas de apoio para as impressões prontas descansarem. Elas também podem estar forradas com papel-jornal ou de outro tipo.

⋅ Tenha sempre de reserva panos de limpeza e baldes com água. Às vezes o espaço não possui torneiras e isso pode dificultar o trabalho. Assim, leve baldes com bastante água para o local.

Projetos que preveem apresentações

⋅ Estude o calendário da escola antes de organizar ensaios e apresentações. Considere as outras disciplinas e os outros trabalhos a serem desenvolvidos pelos mesmos alunos.

⋅ Organize-se quanto ao tempo/espaço. Você pode distribuir suas aulas entre a organização das apresentações e o conteúdo que precisa ser dado.

⋅ Divida a turma em equipes, assim todos participam do projeto. Uma equipe pode ser responsável, por exemplo, pela confecção de enfeites dos instrumentos; outra, pela confecção das roupas e indumentárias; outra, pelos ensaios. Dessa forma, todos participam do projeto.

⋅ Organize os ensaios para que aconteçam dentro da sua aula ou fora do horário, caso necessário.

⋅ Se esse projeto for interdisciplinar, peça auxílio aos colegas que também participam dele.

⋅ O dia da apresentação é muito importante para os alunos, portanto mantenha a calma para transmitir tranquilidade a eles.

⋅ Veja com antecedência questões como som e equipamentos que serão utilizados na apresentação – caixas amplificadoras, microfones, extensão elétrica, instrumentos elétricos.


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⋅ Organize o espaço onde ocorrerá a apresentação, defina qual será o trajeto desse maracatu dentro da escola.

⋅ Caso o espaço para a apresentação seja fora da escola (na rua ou em um parque, por exemplo), lembre-se de pedir a autorização de uso e a reserva dos espaços solicitados.

⋅ Em qualquer apresentação fora do espaço escolar, é necessário solicitar a autorização dos pais dos alunos.

⋅ Converse sempre com a organização da escola sobre os projetos. Assim, talvez novas possibilidades possam surgir.

Sarau

⋅ Esquematize o sarau em seu diário de bordo, pensando em quantas aulas terá de duração, no tempo de cada apresentação, no espaço onde ocorrerá.

Outras dicas didáticas

Organização de uma nação de maracatu

A organização de uma nação de maracatu pode ser esquematizada por você, professor, criando nações por turmas, ou organizadas por um voluntário da sala. Para uma nação de maracatu tradicional são necessários até 30 participantes.

⋅ As nações de maracatu são os grupos tradicionais, na maioria dos casos ligados à religiosidade de matriz africana e/ou ameríndia. Apresentam-se com um grupo de batuqueiros, regidos por um(a) mestre(a), e com uma corte formada por personagens caracterizados como Rainha, Rei, Dama do Passo etc.

⋅ Os personagens que compõem o cortejo são os seguintes:

1. Porta-estandarte, que leva o estandarte; este contém, basicamente, o nome da agremiação, uma figura que a represente e o ano em que foi criada.

2. Dama do Paço, mulher que leva, em uma das mãos, a calunga (boneca de madeira, ricamente vestida, que simboliza uma entidade ou uma rainha já morta).

3. Rei e rainha, as figuras mais importantes do cortejo. É por sua coroação que tudo é feito.

4. Vassalo, um escravo que leva o pálio (guarda-sol que protege os reis).

5. Figuras da corte: príncipes, ministros, embaixadores etc.

6. Damas da corte, senhoras ricas que não possuem títulos nobiliárquicos.

7. Yabás, mais conhecidas como baianas, que podem representar escravas.

8. Batuqueiros, que animam o cortejo, tocando vários instrumentos, como caixas de guerra, alfaias (tambores), gonguê, xequerês, maracás etc.

⋅ Com o apoio da escola e da comunidade, vocês podem construir figurinos e instrumentos.

⋅ Converse com os alunos e com a coordenação ou direção da escola para estudarem a organização do projeto, as datas e apresentações.



Capítulo 2 O REINO

Papo com o professor

Busque sempre novos conhecimentos, sem hesitar. Mesmo que sua formação específica não seja em música ou dança, você pode e deve se aventurar por esses campos. Todos nós ouvimos música e temos um gosto específico, nos movimentamos e nos relacionamos com o nosso próprio corpo de alguma maneira; só esse fato já nos leva a um oceano de opções. Mais uma vez, a ideia do livro não é que o professor se torne polivalente, mas que visite áreas pelas quais vivencia além da sua formação como um apreciador de arte e cultura. Lançar-se a novos projetos explorando linguagens artísticas pode ser um novo aprendizado tanto para o docente quanto para os alunos. Acreditamos que você é capaz de criar novos percursos e trajetórias; desta forma sugerimos aqui algumas ideias que podem ser potencializadas por você em um trabalho autoral, basta aceitar o nosso convite para embarcar nessa viagem com foco na arte e cultura brasileira.

Estimule os alunos a observar as imagens que abrem a unidade e a fazer a leitura destas a partir de questões por você elaboradas, para em seguida relacionar com o conteúdo do capítulo.


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VEM DANÇAR!

Observe com os alunos a imagem do grupo de maracatu Baque Solto. Em seguida, leia o texto de apoio com eles e instigue-os a observar novamente a imagem, agora prestando atenção às questões propostas pelo texto. Há diferença na leitura dos alunos? É possível perceber se o repertório deles está aumentando?



VEM CANTAR!

Observe a imagem de Chico Rei. Será que os alunos conhecem sua história? Faça a leitura do texto de apoio e em seguida a leitura da música Chico Rei. Converse com eles e estimule-os a saber mais sobre o ícone de nossa história. Procure escutar a música por trechos relativamente breves. Escute e reescute cada um deles, logo após procurando repeti-los um a um, bem lentamente com toda a classe. Depois cantem a música inteira assim, devagar, quase como em “câmera lenta”, até que todos a estejam sabendo. É muito divertido. Finalmente, cantem a música juntos ao mesmo tempo em que ouvem sua gravação.



Dica didática

Converse com o professor de História sobre Chico Rei. Que tal propor um trabalho interdisciplinar?

- Tema 1 – Brincantes ao som do gonguê

Na imagem, vemos várias mulheres tocando instrumentos musicais. Elas fazem parte de uma banda de maracatu. Podem surgir questões sobre os instrumentos que aparecem na imagem. Instigue os alunos a descrevê-los e a querer saber mais. O que é um ganzá, um gonguê? Você sabe dizer, professor? Pesquise você também sobre esses instrumentos. A ideia é provocar o aluno a querer saber mais.

Converse com os alunos sobre o conteúdo do item Sons, ritmos e movimento!. O ser humano sempre dançou, como já foi dito em outro capítulo. As pinturas rupestres de Xique-Xique (RN) não deixam dúvida disso, só que naquela época as pessoas não tinham o mesmo conceito de dança que temos atualmente. Comente com os alunos que as paredes das cavernas e tocas eram usadas com função mágica, religiosa ou como registro. Construíam todos os utensílios de que precisavam com ossos das carcaças de animais, usavam suas peles para se aquecer. Será que faziam instrumentos musicais também? Comente com os alunos a relação do ser humano pré-histórico com os sons que o cercavam e que aprendeu a distinguir: os timbres característicos da voz, das ondas do mar quebrando na praia, da tempestade se aproximando, das vozes dos vários animais selvagens. Podemos imaginar que ele se comunicou, desde muito cedo, usando sinais sonoros. Antes do aparecimento dos primeiros instrumentos musicais, talvez já fizesse sua música, imitando os sons da natureza com gritos, sons corporais, batendo com paus, ramos, pedras, conchas.

Acredita-se que o ser humano começou a produzir sons intencionalmente, de forma musical, em cerimônias e rituais: encorajamento para a caça, evocação das forças da natureza, cultos dos mortos etc. Primeiro usou somente a voz e outros sons do corpo, bem como objetos encontrados na natureza (paus, pedras etc.); ao longo do tempo, foi construindo instrumentos musicais cada vez mais complexos.



Ampliando

O glossário aqui apresentado aprofunda mais os termos estudados. Pergunte aos alunos se conheciam essas palavras e seus significados antes de as verem nesta unidade.

- Tema 2 – Histórias dançadas e cantadas

Recomendamos que se faça a leitura da imagem com os alunos. Seguem algumas perguntas como sugestão:


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O que vemos na imagem? Será a representação de uma festa? De que festa? Quem participa dela? Há reis e rainhas? E música? Parece uma festa alegre? E onde acontece essa festa? Que ritmo musical parece tocar nessa festa? Aparecem elementos de mais de uma festa? Eles vêm como representantes de uma cidade. Que cidade é essa? As pessoas estão dançando? Que tipos de dança? E os instrumentos? Tocam que tipo de música? Essa festa acontece em qual região de nosso país? É uma festa típica? Acontece em uma época do ano ou em qualquer momento?

Outras perguntas podem surgir da conversa com os alunos. Faça com eles a leitura do texto. Observem os pontos que aparecem nas imagens e que foram ressaltados na leitura. Não se esqueça de orientá-los a fazer suas anotações nos diários de artista.

Ampliando

Leia o boxe sobre pintura naïf e converse com os alunos sobre esse estilo. Comente que já existem feiras específicas que promovem esse tipo de pintura rica e colorida.

Fazendo a leitura do texto do item Danças e cantos que contam histórias com os alunos, temos uma visão de como nossa cultura foi e é construída através dos tempos. Aprendemos com nossos antepassados, em seus saberes e tradições, e percebemos as influências e poéticas de cada época e de cada povo. Converse com os alunos sobre o que eles entendem por tradição. Existe alguma tradição familiar que eles sigam? Que tal fazer uma lista na lousa com as tradições apresentadas? Você também pode dividir as suas com eles. Anotem em seus diários, você, no diário de bordo, e eles, nos diários de artista.

Ampliando

A poética, que já foi trazida com as obras de Rosana Paulino no capítulo anterior, está presente também no fazer coletivo.

- Mundo conectado – A geografia da dança

Quem disse que Geografia não tem a ver com Arte? Tem a ver, sim! A ideia é mostrar como nosso país é amplo, com diversas culturas diferentes. Começamos a traçar esse mapa pela dança, mas depois podemos fazer novas pesquisas de estilos musicais, grupos teatrais, artistas visuais, brincadeiras típicas, grandes festejos, elementos arquitetônicos, patrimônios históricos e o que mais você propuser.

Estabeleça as regras para as pesquisas dos alunos, que serão de suma importância para esse mapa cultural.

Estabeleça também as regras do jogo a ser criado. Peça ajuda aos alunos na elaboração delas e converse sobre a importância de segui-las durante o jogo.



Dica didática

⋅ Para a criação do jogo, sugerimos que você divida sua turma em equipes, atribuindo a cada grupo uma região do Brasil para pesquisa, de acordo com o número de alunos da classe.

⋅ Você também pode definir três estados brasileiros para cada grupo de alunos.

⋅ Amplie o mapa em uma parede coberta de cartolinas ou papel pardo (ou outro). Faça as linhas de cada região mais grossas que as linhas de cada estado. Isso é interessante para os alunos se localizarem.

⋅ Crie um roteiro sobre o que os alunos poderão pesquisar. Os tipos de dança, os grupos, as companhias. Danças tradicionais, danças modernas, danças típicas, dança de rua, grandes bailarinos e espaços de apresentação podem estar presentes no roteiro.

⋅ Os alunos podem fazer ilustrações para serem fixadas no mapa.

⋅ Peça auxílio ao professor de Geografia nessa empreitada; ele pode dar grandes dicas aos alunos durante as pesquisas.
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⋅ Peça aos alunos que criem perguntas sobre o que pesquisaram, para fazer parte de um grande jogo. Podem ser adivinhas, charadas, etapas de percurso. Lembre-os de elaborar as respostas.

⋅ Os alunos também serão responsáveis por criar tarefas a respeito das regiões pesquisadas, como dançar um ritmo, cantar uma canção típica, falar o nome de uma cidade.

⋅ As formas de jogar podem ser variadas: fazendo percursos, com dados, com chegadas e partidas.

⋅ Proponha um prazo para a entrega do trabalho e combine o momento do jogo.

- Tema 3 – Ouvido musical

Aqui trataremos sobre o ouvido musical dos alunos. Os ritmos, no Brasil, misturam-se tanto que é possível ter maracatu em Santa Catarina e umbigada em Manaus, funk em Olinda e samba de raiz em São Paulo. Os ritmos de um país cheio de ritmo. Que ouvido musical é esse?

Dica didática

⋅ Os alunos já ouviram falar de Caetano Veloso? Esse compositor e cantor brasileiro está sempre se atualizando quanto aos estilos musicais que surgem e se renovam no Brasil. Fazer uma playlist de Caetano e apresentar para os alunos é uma boa opção para ampliar o repertório musical deles.

⋅ Leve-os a conhecer o site oficial do compositor, em que podem ter acesso a informações sobre o artista.

Continuando pelo item Música de estilos múltiplos, notamos exemplos de que o país apresenta uma grande variedade musical. São diversos ritmos que se conversam e misturam o tempo todo. Entre tantos, escolhemos o maracatu para nos deliciarmos em cores, ritmos, história e tradição. A história do maracatu se relaciona com a história do Brasil e o período escravocrata. Relembre aos alunos a conversa sobre a formação do povo e da cultura brasileira. O maracatu é uma celebração com vários elementos da formação do povo brasileiro, da qual fazem parte ameríndios, europeus e africanos, que estavam aqui em situação de escravos. Hoje, os afrodescendentes continuam essa tradição. Comente com os alunos que existem dois tipos de maracatu: o maracatu baque solto e o baque virado.

No baque solto, também conhecido como maracatu rural, os personagens principais são os caboclos de lança, trabalhadores da roça, que cultivam a terra, cortam cana e fazem todo o trabalho braçal. Ele não tem nenhuma associação com religião, mas tem elementos do folclore de Pernambuco.

O maracatu baque virado, também conhecido como maracatu nação, teria surgido em Pernambuco por volta de 1700 e vem se transformando desde então. Retrata eventos como a coroação de escravos, estratégia empregada pelos senhores para apaziguar o povo escravizado, e tem forte ligação com a religião africana. A colonização portuguesa é representada por meio das roupas e adornos.

No estudo do item O maracatu do Chico Rei, converse com os alunos sobre as várias versões que um mesmo tema pode ter. Lembre-se de que uma das formas de ampliar o repertório dos alunos é apresentar novas composições musicais e descobrir com eles os sons e arranjos musicais. Mostrar a composição de Mignone possibilita novas leituras para os alunos. Que tal uma conversa para descobrir o que conhecem de música erudita e seus elementos? Você pode apresentar um trecho da apresentação a eles (disponível em:


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