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Maria Tude

2.009


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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009



Evite o 1º Atrito

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Vivemos em atrito com as pessoas que mais amamos. Sentimo-nos responsáveis por elas, por suas atitudes, por sua vida. Elas também se sentem responsáveis por nós e, ao tentarmos controlar a vida uns dos outros, entramos em choque, nos confrontamos, nos magoamos e... nos afastamos de nós mesmos e dos outros.

Tanto tempo, tantas vezes sufocamos nossos sentimentos , nos obrigamos a dizer ou fazer o que não desejávamos, num flagrante desrespeito a nós mesmos que, sem perceber, vivemos em constante atrito interno.

Toda nossa caminhada precisa começar e passar por nós para que cheguemos bem aos outros e o lema nos alerta para esse cuidado!

Ouça seus sentimentos, dê voz a eles, sem cobrança. Quando exercitamos o auto respeito isso nos traz auto confiança, auto responsabilidade.

Estando bem conosco mesmos, temos mais tranqüilidade e sabedoria para evitar reagir, discutir, manipular, atritar com os outros, adictos ou não.

Hoje entendo que não preciso e não posso dirigir a vida de ninguém, mesmo das pessoas que mais amo.

O Lema nos faz atentos ao cuidado de evitar atritos conosco e com os outros porque esses confrontos nos distanciam e acabam por impossibilitar o encontro, a felicidade que buscamos.

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domingo, 20 de dezembro de 2009

Só por hoje

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É o lema do aqui/agora que nos libera do peso terrível do ''pra sempre'' ou ''nunca mais''. Ele nos torna leves, entusiasmados, decididos, corajosos para efetuarmos nossas mudanças - para nos liberarmos das defesas que acabaram por nos aprisionar e dá força para lidarmos com o novo, ousarmos pensar/sentir e fazer diferente.


Só por hoje me lembrarei que sou um ser único e cuidar de mim é minha maior responsabilidade - não posso delegá-la a mais ninguém, nem cobrá-la dos outros, que têm o mesmo direito/dever de cuidarem de suas próprias vidas.
Só por hoje tentarei conhecer, comunicar e honrar meus limites, respeitando os dos outros - isto é, praticar o desligamento com amor.
Só por hoje vou buscar estar aberto a um novo modo de Ser e de Estar nas minhas relações: ouvirei mais e de coração aberto, falarei com honestidade, sem cobranças, sem disputas por razão.
Só por hoje vou lidar com o passado sob uma nova perspectiva, buscar uma nova leitura, sem repetir a mesma história, sem eternizá-lo a cada dia: o que ele pode me ensinar de novo? Que visões equivocadas devo abandonar, de que hábitos negativos decidirei me liberar?
Só por hoje farei escolhas positivas, que possam ir se transformando em hábitos sadios e prazerosos, dando cor e luz aos meus dias.
Só por hoje estarei atento ao meu dia: valorizando minha vitória, simples que sejam, aceitando com bom humor e amor minhas falhas para, com alegria e perseverança, ir modificando o que posso.
Só por hoje desfrutarei da liberdade de criar um novo dia, um novo eu, uma nova vida.
Só por hoje me soltarei das lutas e me entregarei ao Amor e Sabedoria de um Poder Superior.
Só por hoje é o lema da promessa de caminhada e continuidade. Ele gentilmente nos empurra dizendo:
- Vá, você pode. Não desista de você.

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domingo, 29 de novembro de 2009



O Despertar Espiritual

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Vivemos num mundo material e tão identificados ficamos com ele que esquecemos nossa origem espiritual - “somos seres espirituais em uma experiência material”.Embora sendo multidimensionais parecemos só perceber nossa dimensão física e dela cuidamos cada vez mais: na alimentação, sexo, exercícios, remédios, próteses, etc. Queremos soluções materiais que trazemos de um mundo também material. Buscamos aí porque nos parece mais fácil, mais perto; exageramos até nessa busca de sensações e elas passam tão rápido, deixam vazios...


Somente quando esse mundo parece nos decepcionar, quando não consegue nos dar felicidade e nos confrontamos com tédio, dor, desespero é que parecemos ficar prontos para tentar outra direção; quando as circunstâncias da vida conflitam com muito do que acreditamos, quando perdas maiores nos atingem em outras dimensões (mental/afetiva) ainda assim buscamos primeiro solução onde estamos habituados – no mundo lá fora. Ficamos confusos quando muitos de nós parecem possuir tudo que o material pode proporcionar e ainda assim perambulam, empurrando o tempo, insatisfeitos, entediados, inquietos, deprimidos, traduzindo a sede da alma, da dimensão espiritual. Nada os preenche ou consola porque esta dimensão está desnutrida e seu alimento não é material. Estamos aprisionados nas crenças e certezas de nosso ego, nosso pequeno eu. Tentamos nos conformar olhando em volta e nos sentindo “normais”, iguais a todo mundo – é a “normose”,a traição do nosso Ser Maior, Essencial.
Mas para alguns de nós a Dor levou à busca de uma passagem para além desse ego aprisionante , atendendo a nosso inato desejo de despertar, de saúde, de ser feliz. Aceitamos uma programação que nos sugeria outra direção na busca de soluções e Passos para prosseguir no caminho. Essa itinerância é um exercício de cuidados, atenção, bom humor e ternura conosco mesmos ao encontro de nossa saúde profunda, nossa origem sagrada, nossa dimensão espiritual.
Iniciamos nossa caminhada com um primeiro passo que nos aponta a nova direção a ser seguida: não mais tentando lutar, possuir, controlar o que está fora de nós (pessoas, coisas, químicos, etc). E decidimos começar a confiar e entregar os rumos de nossa busca a um Poder Superior, a um poder maior , mais sábio e amoroso, presente de algum modo em nossa vida. A nova direção nos convida a conhecer, sem briga, com cuidado e atenção a nós mesmos, esse ego sofrido e aguerrido que nos defende e aprisiona. Aos poucos, sem lutas internas que só nos desgastam e retêm, aceitando mesmo sem gostar algumas descobertas, vamos deixando de nos esconder e envergonhar do que fomos e somos, compartilhando com honestidade, reiterando nosso propósito de mudança e libertação; trocamos o sentimento de humilhação e fracasso que nos paralisa por não sermos quem “devíamos” ser pela humildade de aceitar quem somos, só por hoje, e pedimos a ajuda de um Poder Maior, cada vez mais próximo e presente, para ir superando as amarras internas, nos libertando. Prosseguindo a caminhada, aprendemos a fazer uma nova leitura de nossa história, das relações conosco mesmos e com os outros. Isso nos dá uma nova visão do que precisa ser mudado, reparado e acertado, deixando-nos continuar mais confiantes e animados. Passamos a aproveitar melhor nosso tempo fazendo de cada momento e circunstância do dia uma oportunidade de revelação e mudança. Isto nos faz compreender melhor nosso ego. Ele já não nos aprisiona tanto porque não brigamos com ele, porque entendemos seus medos, manias, sua disposição para competir, seus desvios, suas fraquezas... Em todo esse trajeto vamos aprendendo a aceitá-lo, para amansá-lo e poder redirecionar sua força.
“Só é duradouro o que se renova todos os dias” Em todo esse percurso temos por companhia, cada vez mais próximo, íntimo e companheiro, esse Poder Superior. Conversamos com Ele em nossas orações de agradecimento e pedidos de orientação; sentimos Sua força e serenidade quando nos aquietamos em meditação.
Estamos ficando diferentes ! Já não somos mais o ego:encapsulados por ele, identificados com ele. Cada vez mais o olhamos de fora, de uma outra dimensão, com uma outra 

consciência. Estamos começando a despertar nossa dimensão espiritual! A vivência, o exercício de valores amorosos como aceitação, verdade, respeito, paciência, perseverança, humildade, compaixão, bom humor, ternura e tantos outros fazem parte dessa jornada, passo a passo, e nos despertam uma força diferente que nos cuida, nos defende sem aprisionar, nos liberta, nos une a tudo e todos. Descobrimos esse Poder Amoroso cada vez mais em nós. E nós o procurávamos lá fora! Essa luz esteve todo o tempo aqui como um sol atrás das nuvens, como num candeeiro escurecido, como uma obra de arte sob a pedra bruta, como a água viva de uma fonte obstruída - “É o humano animado pelo sobre-humano”


A perseverança e determinação de prosseguirmos com nossos Passos, um dia de cada vez, nos conduzem à dimensão espiritual. Lá podemos desfrutar de uma “saúde profunda-a manifestação do Invisível no visível”; é a “transparência de Essência na existência humana” porque “precisamos expressar de maneira única o Ser que se manifesta em nós”. Espiritualidade é a consequência natural de nossa comunhão e participação consciente, amorosa e entusiasmada no processo da Vida.

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terça-feira, 24 de novembro de 2009



Primeiro as primeiras coisas

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Em meio ao caos em que se transformaram nossas vidas torna-se imperativo colocarmos um pouco de ordem em nossos dias. Debatiámo-nos todo tempo com cobranças externas e internas, com o que tinha que ser feito, o que terá que ser feito, o que é prioritário, etc. Desta forma perdemo-nos, relembrando o passado que não pode ser mudado, planejando atitudes para o futuro que ainda não podem ser efetivadas e desgastando-nos em especulações sem fim sobre o que é mais importante e necessário a ser feito. Então, realmente, objetivamente, nada fazemos e mais e mais nos debatemos, frustrados, inseguros, antecipadamente fracassados.
O lema sugere “ir com calma” e organizar-se: ''primeiro as primeiras coisas'', mas o que serão as primeiras coisas? “Mantenha-o simples e pense”: as primeiras coisas são aquelas que eu posso fazer, hoje e agora.
Não posso consertar toda minha vida de uma só vez e não tenho o poder de consertar a dos outros! Posso sim, com humildade, escolher o que é possível fazer aqui e agora.
Isto me dá um senso de eficiência, de auto confiança no processo de desenovelar minha vida.
Primeiro as primeiras coisas - é o lema da ordem e das nossas possibilidades reais a cada dia.

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sexta-feira, 6 de novembro de 2009



Respeito

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Acredito que o Respeito é o alicerce, a base sólida, condição primeira para poder construir minha felicidade, a gostosura de viver amorosamente comigo mesma, com tudo e todos. Entendo que Sou mas não sou sozinha, pertenço a grupos (humanos e à natureza em geral). Nesse desafio de buscar o equilíbrio em Ser e Pertencer, o respeito é que pode garantir o espaço necessário para desfrutarmos ambos esses aspectos em vez de sermos repuxados, dilacerados entre eles.


Respeito tem a ver com aceitação de mim mesma e do outro em nossa alteridade, nossa unicidade, nossa identidade. Embora tenhamos a mesma origem sagrada, somos únicos, especiais e diferentes. Temos potencialidades próprias, temos propósitos, possibilidades e dificuldades diferentes; temos histórias e trilhamos caminhos também diferentes. Ao passarmos uns pelos outros durante a vida só o Respeito a essas diferenças pode nos garantir um doce desfrutar nos encontros.
Como acredito que tudo se inicia na minha própria percepção de quem sou, cabe-me a responsabilidade de ser respeitosa, antes de tudo, comido mesma. Aceitar quem sou a cada dia, como penso, como entendo o que sinto, descobrir o que posso, o meu tempo na caminhada, sem me angustiar com expectativas e cobranças, internas e externas. Isso é Respeito comigo mesma e toda essa aceitação, paciência, esse acreditar em mim mesma, me leva a ser mais respeitosa, paciente e compassiva com os outros.
O Respeito se revela concreto e objetivo nos limites claros, firmes, ainda que flexíveis, que estabelecemos em nossas relações. Eles garantem o espaço para que possamos Ser e compartilhar, enxergar e sentir o outro. O Respeito é que guarda um espaço para o Amor.

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segunda-feira, 26 de outubro de 2009



Até que ponto isso é importante?

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A pergunta sugerida pelo lema nos faz parar e refletir. Impede que tenhamos comportamentos de pura reação e nos proporciona a oportunidade de uma ação consciente ao nos defrontarmos com novos fatos e expectativas frustradas em nossas relações.


É uma chance de reavaliarmos o que nos acontece: 
-isto é um contratempo ou um desastre?
-uma dificuldade, uma tristeza ou uma tragédia?
-buscamos constantemente perfeição nos outros, em nós, na vida?
-é necessário que tudo seja feito do nosso jeito?
O lema favorece deixarmos de lado reações dramáticas, lamúrias, previsões terríveis, medo exagerado de perdas materiais, etc e optarmos por uma ação calma, ponderada, onde possamos resgatar nossa serenidade. A simples reflexão nos devolve o senso de proporção. Pare, espere, pense, aja ao invéz de reagir. Vamos assim descobrindo que poucas, bem poucas coisas, boas ou más, realmente são importantes e, mesmo essas, acabam por passar.
Valorizar tanto aquilo que na verdade é banal ou foge ao nosso poder, nos excita, irrita, angustia, desgasta. Até que ponto são importantes? Por que abrir mão tão facilmente e constantemente de minha serenidade? Afinal, ela é quem me conforta, dá um sabor suave a minha vida, é parte inseparável da minha felicidade. E o que é importante então para a serenidade e sua manutenção? Trocar expectativas frustrantes, lutas e constantes cobranças pelo “desligamento” de toalhas molhadas na cama, roupas espalhadas, cursos abandonados, mau humor alheio, times desclassificados, dinheiro perdido, etc; tudo enfim que não é de minha responsabilidade ou que não posso modificar. Importante é nos respeitarmos, respeitar o espaço/modo do outro, preservarmo-nos e preservar nossas relações mais significativas.

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domingo, 11 de outubro de 2009



Que comece por mim

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Desde sempre aprendemos, de uma forma verbalizada ou demonstrada, que tínhamos o poder, até mesmo, o dever de modificar as pessoas que estivessem "erradas", para seu próprio bem. Era importante mostrar-lhes o erro, um modo melhor de pensar, sentir e agir. Quando não correspondiam às nossas expectativas, aos nossos esforços, sentíamo-nos frustrados e ressentidos. Obstinadamente nos esforçávamos para mudá-las e, magoados e confusos sentíamos que elas se afastavam. Finalmente entendemos o que era tão simples mas contrário a tudo que acreditávamos. Só temos o poder de mudar a nós mesmos e por esta mudança somos responsáveis.Compreendendo isto podemos nos libertar da luta e da espera angustiante que as pessoas mudem para que possamos ser felizes.
Que comece por mim é o lema que nos convoca à ação libertadora de nós mesmos, entrega-nos o poder sobre nossas vidas, deixando aos outros o caminho livre para suas próprias mudanças: quando e como puderem. Ele libera nossas relações da cobrança, da manipulação, da eterna luta em nome da razão e do amor.
Quando nos sentirmos invadidos, agredidos, encurralados, e por isso mesmo, sofridos e infelizes, saberemos que nos cabe ouvir-nos atenciosamente, estabelecermos nossos próprios limites e honrá-los. São mudança que estou buscando no modo de tratar-me; é o exercício do auto respeito e auto responsabilidade.
"Que comece por mim toda e qualquer mudança em mim mesmo, nas minhas relações, no meu mundo".

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quarta-feira, 7 de outubro de 2009



Beleza

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A beleza faz parte de nossas necessidades mais altas. Nossa alma, nossa dimensão espiritual, necessita da beleza tanto quanto nosso corpo de alimento, água e ar. Quando olhamos à nossa volta e vemos o que é belo sentimo-nos nutridos, somos inundados pela alegria, ternura, suavidade e bem estar. Quando ela nos falta, ficamos ásperos, nos irritamos, deprimimos, regredimos, quase sempre sem entender porque.
A beleza pode estar presente em tudo e em todos. Cabe a cada um de nós privilegiar, escolher ver, o que é belo em cada momento, lugar, situação, sentimento. E cuidando, organizando, transformando podemos cooperar com o embelezamento do mundo que nos rodeia. Em outro nível a beleza se revela no respeito, no compartilhar, na compaixão, na alegria, na aceitação, na gentileza, na suavidade dos pensamentos, sentimentos e atitudes generosos que nos trazem serenidade, fazem nossa vida melhor e mais gostosa.

“É a capacidade de ver beleza em todas as circunstâncias da vida que dá significado às nossas vidas” Viktor Frank

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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Honestidade

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Nosso programa é de honestidade. Nossa proposta é de foco interno (olhar e escuta interiores); sendo assim, a honestidade faz parte deste Cuidar de Mim. TUDO COMEÇA EM MIM.


A contrapartida da honestidade são a mentira, a manipulação, a omissão, o não me ver, o não me perceber, não me ouvir... Tudo isso até parece mais fácil, cômodo, seguro. Não queremos correr o risco de nos decepcionarmos ( ou aos outros) e sermos talvez desvalorizados, confrontados, esquecidos, desamados.. . Então nos escondemos, usando máscaras variadas. Mas o que nos defende e esconde também nos aprisiona, nos conduz a um eterno desencontro, conosco mesmos e com os outros.
Aqui, depois de corrigirmos nossa rota para a felicidade, descobrindo a nós mesmos e nos entregando a um Poder Superior como companheiro dessa saga maravilhosa, podemos iniciar a incrível jornada de despertar, de reencontro, de libertação. O instrumento que não nos pode faltar todo o tempo é a Honestidade, ainda que, de início, neguemos, nos desculpemos, nos manipulemos.Se persistirmos, um dia de cada vez, a verdade se fará cada vez mais presente, procurada e até ansiada. Já não haverá conforto na mentira, nas máscaras. Mesmo quando ainda as usamos sentimos que, agora e cada vez mais, elas nos incomodam, parecem gritar que qualquer “desculpa” é uma deslealdade a nós mesmos. Ansiamos por nos ver e conhecer realmente, a nos aceitar sem lutas, vergonhas, sem culpas e desculpas, com bom humor, ternura, compaixão, com vontade de superar falhas, corrigir defeitos, valorizando nossas conquistas e potencialidades únicas. Ao percorrermos esse trajeto, sentindo as dificuldades que temos a superar( nossos medos, nossos condicionamentos culturais que nos ensinaram a mentir e sermos desonestos), poderemos ser mais tolerantes e compreensivos com aqueles que ainda não descobriram o poder libertador da honestidade. Não podemos obrigá-los a ser verdadeiros, mas podemos sim, cada vez mais, sermos um referencial de desassombro , de respeito a quem somos,da liberdade gostosa de Ser, de boa vontade na busca de nós mesmos, de perseverança para um Encontro verdadeiro.

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domingo, 20 de setembro de 2009



ORGULHO

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O orgulho nos isola e aprisiona na fantasia de que somos melhores, diferentes e especiais. Na verdade, todos somos diferentes e especiais, incríveis manifestações de um Poder Superior, criador e criativo. O engano, o orgulho, é acreditar que só nós é que o somos. Reféns desse delírio não queremos ouvir, porque sabemos mais e somos diferentes; não delegamos tarefas porque fazemos melhor; não nos permitimos receber porque o que temos ou desejaríamos é melhor. Preferimos ser os que podem dar, com condescendência, reforçando assim nosso senso de superioridade. Sentimo-nos orgulhosos até mesmo de sermos generosos,éticos ou humildes!? quando achamos que somos tudo isso mais e melhor que os outros. Sentimos também orgulho do que nem fizemos, apenas recebemos : nome, fortuna, beleza, inteligência, etc.


Na verdade, o orgulho quase sempre atrelado à vaidade, revela que o nosso foco está fora de nós; que precisamos estar nos comparando, competindo, demonstrando aos outros que temos mais valor, somos melhores, merecemos ser mais amados ou pelo menos mais temidos, admirados e invejados. Aprisionados nessa crença, nos isolamos e não desfrutamos da gostosura de estarmos entre iguais, acolhendo e acolhidos, nos beneficiando com um aprendizado enriquecido na troca. Orgulhosos, prosseguimos lentamente, desnutridos do amor, da alegria, da ternura, do conforto, que só o compartilhar com igualdade, em quaisquer relações, pode proporcionar.
Para desmascarar esse modo de pensar/sentir/agir precisamos descobri-lo sob os disfarces que os escondem e nos enganam. É difícil admitirmos defeitos que nos “protegem”, por isso é importante confiarmos que nos aceitaremos. É necessário mantermos o olhar que busca e procura, que quer entender sem policiar, culpar,justificar ou punir. Só então podemos baixar as defesas e começar a nos ver realmente. Nesse processo interior vamos construindo uma relação de confiança e intimidade conosco mesmos. A partir dessas descobertas, do “dar-se conta”, da aceitação, podemos iniciar o processo das mudanças, desativando essas crenças ilusórias, irreais, de superioridade e abolindo atitudes de arrogância disfarçadas.
É importante relembrar sempre que o que nos torna iguais é sermos TODOS únicos, especiais e diferentes. Entender, repetir compartilhar – até ir-se tornando uma crença, uma nova crença.

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009



Nossas Reuniões

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O momento mais impactante que vivi, cheio de espanto e deslumbramento, foi num grupo de uma irmandade anônima de 12 Passos, onde fora convidada a assistir uma reunião aberta. Ver aquelas pessoas tomarem a palavra para partilhar comigo, uma estranha, sua história, seu momento, seus sonhos, pensamentos e sentimentos pareceu-me inacreditável, quase assustador. Era totalmente fora dos moldes da comunicação mundana, superficial, mascarada, disfarçada, defensiva, que eu conhecia. Era uma atitude cheia de coragem, de uma ação nascida naqueles corações que resolveram ser honestos e leais consigo mesmos, libertando-se do jugo de fora, dos “outros”, dando voz à pessoa aprisionada que fomos moldados a ser.


Senti que queria aquilo para mim também! Queria poder dizer de mim, tão censurada e bloqueada; queria contar e cantar a “minha pessoa”; queria falar até calar, chorar e rir para aqueles que, com seu silêncio cheio de simpatia, empatia e respeito, me aceitavam e acolhiam. Em toda essa busca para liberta-me convivo com o desafio do medo. Às vezes, estou mais fragilizada e me escondo em falas triviais, corriqueiras, repetidas. Muitas vezes são áreas mais complicadas de mim, mais mascaradas e defendidas, mais aprisionadas. Quero me libertar, mais ainda não tenho coragem nem de ver, quanto mais de dizer! Ainda bem que é “só por hoje”... Outras vezes me emociono comigo mesma ao ousar revelar cantos escondidos em mim. Nesse processo, essa ousadia advem do escutar. Estou aprendendo a ouvir, a apreender realmente os ditos e não ditos na partilha de meus companheiros. Ditos que algumas vezes se contrapõem aos não ditos (é aquilo que dizem e não combina com o que fazem ou transparecem). Até mesmo a repetição contínua de estórias, casos, lamúrias ou exageradas bravatas, hoje, com o coração mais aberto, já me dizem mais claramente da dificuldade que têm em ultrapassar aquelas etapas. Ouvir suas descobertas, os altos e baixos dos seus caminhos facilita minhas descobertas, meu próprio caminho.
Estou entendendo o quanto tudo numa reunião pode me ser tão útil e sempre ser novo! Todo meu processo é interior portanto cada reunião será para mim o reflexo de como estou participando. Tudo será novo se estiver atento, compassivo, aberto, reflexivo:
- estou receptivo na minha escuta ou repetitivo no meu olhar, no meu sentir? 
- estou julgador ou acolhedor? 
- busco entender ou apenas descarto impaciente?
- o que me aquece o coração: condenar ou ter compaixão? 
Porque não importa tanto o que os outros dizem, importa muito como eu os ouço, como tudo ecoa dentro de mim. Se uma reunião me parecer repetida, tediosa, “sem graça”, sem espiritualidade, é importante que eu reflita: 
- o que estou mesmo buscando aqui? 
- como estou comigo? Perdi o interesse por mim mesmo, desisti de mim?! 
Acredito que a espiritualidade de cada reunião existe dentro de cada um de nós; revela como estamos naquele momento e como interagimos. Quem estiver com coração e mente abertos, olhos e ouvidos atentos e vontade de se libertar poderá então usufruir todas as maravilhosas possibilidades que nossas reuniões oferecem.

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terça-feira, 8 de setembro de 2009



AUTONOMIA COM RESPONSABILIDADE

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A aceitação irrestrita com que somos acolhidos na Irmandade nos dá liberdade e encorajamento para começar a pensar, sentir e agir com independência e verdade. Nada nos é imposto ou cobrado, e o programa, apenas sugerido. Não mais o ‘tem que’, o ‘devia’, o ‘bem que você podia’, as expectativas externas sempre cobradas ou o modo de ser, estar e fazer sempre direcionados.

Pela primeira vez, podemos nos sentir livres, donos de nossos pareceres, opiniões, sentimentos e atitudes. Podemos começar a descobrir quem somos e entender que essa pessoa é de nossa total responsabilidade. Antes, sem autonomia, podíamos responsabilizar aqueles que nos conduziam ou cerceavam. Hoje, entendemos que a liberdade de ser e a autonomia no viver implicam responsabilidade conosco mesmos e no modo de estarmos nas nossas relações. Perceber isto é a base para todo o nosso caminhar no programa, bem como para aprender a exercer a nossa autonomia, respeitando a dos outros.
No grupo, nosso campo mágico de aprendizado, exercemos e exercitamos esse tipo de autonomia responsável. Fazemos nossas opções livremente. Para escolher, entretanto, com autonomia e firmeza, precisamos aprender a ouvir com mente e coração abertos, a pensar e reformular pensamentos, formando uma consciência flexível e madura. Esses cuidados devem estar atuantes ao escolhermos nossos servidores de confiança e ao servirmos nós mesmos à Irmandade.
Faz-se importante uma atenção sempre renovada com os reflexos de nossas atitudes e decisões, evitando invadir espaço e funções que não são nossas.
Autonomia com responsabilidade favorece lideranças sadias e cooperação. Ela se expressa de forma clara, firme e assertiva, mas não pode deixar de ser ética – ser cuidadosa com os outros. Nesse tema está implícito o princípio do respeito: respeito a nós mesmos – ao próprio modo de sermos, de exercermos funções, de liderarmos – e respeito aos outros, em igual medida.

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terça-feira, 1 de setembro de 2009



Mágoa

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A culpa nasce da crença numa “Missão Impossível” de não falharmos jamais. A mágoa tem a mesma origem, só que agora esperamos o Impossível dos Outros. Quando investimos sonhos, idealizações, esperança, expectativas, em alguém que não pensa, sente ou age como “deveria”, nos frustramos e decepcionamos. Quanto mais altas as esperanças e expectativas maior o tombo; quanto mais intenso o investimento afetivo maior a dor, a mágoa... e a cobrança(explícita ou não). Sentimo-nos magoados porque demos tanto e recebemos tão pouco. Cobramos dos outros, da Vida, de Deus “a culpa” por frustrarem nossos sonhos, nossos esforços. Sofremos com tanta ingratidão, desconsideração. Nos relacionamos “com amor” num eterno jogo de Toma lá/da cá, - Eu dou/você me dá. Eu sonho - você me atende (porque você sonha e eu acho que atendo seus sonhos!). Não paramos para ouvir o que os outros desejam e se podemos atendê-los, nem tão pouco para pensar na possível incapacidade deles nos atenderem; não admitimos seus sonhos e desejos diferentes...
Podemos ficar eternamente magoados, ressentidos, vítimas encalhadas na vida, repetindo para nós mesmos a mesma cantilena, lamúria, sobre a ingratidão e decepção que temos com o Amor, com a raça humana, com Deus...Podemos também cortar, tirar, podar de nossas vidas todos que nos magoam, mas vamos descobrir que estamos cada vez mais sós, isolados numa vida sem cor e amor. Podemos então buscar outros amores... até que eles também nos decepcionem e fracassem.E assim, como disse a música: “...e de fracasso em fracasso, descrente de tudo me resta o cansaço, cansaço da vida,...”. Por isso que acreditamos que Amar é sofrer!Foi assim, tem sido assim, mas não precisa continuar a ser assim. O incrível da vida é que podemos começar a mudar tudo a cada momento.Aprendendo a conhecer nosso modo de pensar, sentir, agir; nos confrontamos com nossas dificuldades, com nossos modo diferente, único de ser, e começamos então a aceitar as diferenças e dificuldades dos outros.
Não fui como meus pais, filhos, companheiros queriam que eu fosse; não fui nem mesmo quem eu gostaria de ter sido, mas sou uma criatura única e incrível que estou aprendendo a conhecer, aceitar e amar. Agora posso entender o mesmo em relação às outras pessoas, próximas ou não.Quando entendo e aceito as diferenças, os sentimentos mudam, vai dissolvendo-se a mágoa, substituída pela tranqüilidade da aceitação. Mudam também meus comportamentos. É o fim das concessões exageradas, vitimações e depois, cobranças; é o início do aprendizado de conhecer meus limites, estabelecê-los, comunicá-los com coragem, honestidade e buscar honrá-los a cada momento; é buscar não mais invadir, nem nos deixar invadir; não cobrar nem dar ouvidos a cobranças. Dizer honestamente que penso diferente e quero me relacionar diferente. Perdoar-me e perdoar os outros pelo passado sofrido, brigado, cobrado, silenciado. Perdoar é aceitar, mesmo sem gostar, o que foi, o que não pode ser mudado. Foi e pronto; já era! Perdoar é me libertar então desse passado para poder ver, sentir, viver diferente e melhor.Como tudo fica leve, solto, gostoso. Quando mudo, posso descobrir que Amar assim é dar brilho à vida.

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sexta-feira, 28 de agosto de 2009



Culpa

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Acreditamos e pensamos que não deveríamos nem podíamos errar, falhar em nossas atitudes e comportamentos, no desempenho de nossos papéis familiares, escolares, religiosos, profissionais, etc! Acreditamos e pensamos porque nos foi ensinado, reforçado, condicionado, assim. Se fizéssemos certo ganharíamos elogios, carinhos e valorização. Quando não conseguíamos, éramos considerados culpados pela decepção, tristeza, frustração das expectativas dos outros sobre nós. Não importa se essas expectativas, ainda que por Amor, estivessem fora de nossos desejos e possibilidades no momento – ainda assim nos sentíamos culpados. Desde cedo, sempre que acontecia algo “errado” nos ouvíamos: Quem fez isso? Quem foi o culpado? Você foi o culpado! Assumida perante os outros, ou não, a culpa nos maltrata demais e vem acompanhada de outros sentimentos afins: gera remorsos, vergonha, raiva auto-destrutiva pelo que fiz, baixa auto-estima, desvalia pelo que não consegui fazer, por não conseguir atender ao que se esperava de mim. É um sentimento devastador, desgraçado, que nos humilha e agonia porque não fomos como devíamos ser. E culpados, humilhados, somos facilmente manipulados, “Por Amor’’, pela Família, Religião, Cultura, etc”...


Na verdade, tudo parte de uma crença falsa e utópica de que a Perfeição é possível hoje/agora e quando falhamos somos os Culpados 
O que parece bom, bonito e elevado, na verdade é irreal, arrogante e humilhante com nossa imperfeição humana. A perfeição é um mito, um Ideal a nos orientar os passos e a busca, mas só podemos viver o aqui/agora, o que é Real, do nosso exato tamanho, só por hoje. O sentimento da culpa nos trás uma luta interna constante, obsessiva: “devíamos ter feito/ou não ter feito’’...; é uma cobrança destrutiva que nos humilha, envergonha, pune, aprisiona, sem prazo de acabar. Nossos comportamentos e atitudes tornam-se coerentes com esse estado interior: punimo-nos de muitas formas, nos sabotamos, não ousamos ser criativos, não conseguimos ser assertivos...
Quando tudo fica muito difícil, doloroso, às vezes, nos revoltamos, arranjando desculpas, jogando culpa nos outros: “mas também ele/ela...” ou adotando uma atitude cínica, defensiva, agressiva. “Fiz sim, sou mau e daí?’’...
Na verdade todos esses comportamentos nos mantém prisioneiros da crença de que se não fomos perfeito, não atendemos a expectativa de outros, então somos maus, fracassados, culpados, não temos valor.Gastamos toda nossa energia nessa luta sem fim, ficamos paralisados, desgastados, cansados, desestimulados, e o pior é que, por tudo isso, não mudamos.

Hoje aprendi que para mudarmos precisamos de paz interior – precisamos cessar a luta que nos desgasta e consome toda a energia. Parece um paradoxo, mas precisamos aceitar, mesmo do que não gostamos, para mudar. Aceitar o que ainda sou e o que ainda não sou; aceitar meu tamanho, só por hoje. Aceitar que não sou quem os outros queriam que fosse e mesmo o que eu queria ser mas sou alguém que aceita a responsabilidade de mudar, melhorar.


Acredito e busco substituir culpa por responsabilidade. Se a culpa me aprisiona e corrói, a responsabilidade de melhorar me impulsiona a mudar. Enquanto a culpa paralisa e humilha, a aceitação do que somos, com a responsabilidade de mudar, é construtiva, nos torna humildes, nos liberta e impulsiona nosso processo de crescimento, nossa felicidade. É minha responsabilidade descobrir e desenvolver os dons únicos que possuo; procurar, um dia de cada vez, aceitar honestamente, sem medo ou vergonha, meu passado, meus defeitos, atitudes egoístas, competitivas, sem amor e ter o compromisso íntimo, corajoso, de ir modificando o que posso a cada momento. O sentimento das culpas antigas, impregnado dentro de nós, ainda nos acompanhará, atormentará. O compartilhar nos grupos ajuda a ir liberando a dor desse passado que nos agonia, cheio de culpa e vergonha. Abrimos nosso coração tão ferido, somos acolhidos pelo amor do grupo, vamos aceitando nossa humanidade espelhada na dos companheiros. É muito doída a lembrança de termos falhado com quem amamos, de termos sido pequenos, mesquinhos, medíocres quando gostaríamos de parecer grandes;de termos fugido quando deveríamos ficar, de não termos sido melhores ou perfeitos. Mas cabe a nós a responsabilidade de aceitarmos nosso passado, e nos perdoamos porque fomos o que pudemos ser e o importante é renovarmos a cada dia, hoje, onde a vida acontece, o compromisso de buscarmos ser melhores. O perdão, como tudo mais, começa em mim e vai acontecendo, é um processo. Perdoar é aceitar para prosseguir e mudar.

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009



Ansiedade

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Acredito que ela advem de uma incapacidade de estarmos presentes no aqui e agora. Fomos condicionados, através de constantes chamados, lembretes e reforços, a estarmos preocupados com o Futuro, com o que ainda pode/vai/talvez acontecer. Em nome da “educação”, fomos adestrados a acreditar e pensar assim. Como consequência, sentimos ansiedade. Ela detona uma resposta bioquímica (adrenalina) e então passamos a agir sob o açoite dessa pressão que nos movimenta mais e mais, que nos apressa, nos empurra. Quando essa resposta comportamental fica bloqueada e não libera esta energia gerada pela ansiedade, ela se transforma em angústia (angor = aperto) somatizando-se em desequilíbrio/patologias em nossas dimensões (psíquica e física), trazendo muita dor e dificultando nosso acesso à nossa dimensão essencial (a espiritual).


Reagimos também com ansiedade ao comando das vozes interiores que nos repetem todo o tempo: “você tem que “, “você devia”... Também isto nos foi ensinado, sempre reforçado e agora nos domina. Passamos a acreditar que “temos que” atender ao que esperam de nós, cumprir “missões” pelos outros estipuladas. “Temos que/devíamos” - só assim seremos bons, vencedores, valorosos, valorizados, merecedores, amados. Vivemos sob tensão, ansiosos: -Será que daremos conta disso tudo? Como? E se não...? Precisamos nos preparar para os desafios, as cobranças, as lutas...!
Podemos dizer, repetindo, que a Ansiedade, como todas as emoções/sentimentos são respostas a um modo de pensar! Pensamos e revivemos o que já passou, nos antecipamos ao que pode acontecer. Pensamos que temos que ser algo maior ou muito diferente do que somos ou podemos.
Ao entrarmos nessa ciranda de idealizações, cobrança e tempo perdemos a percepção do Agora, desenvolvemos a capacidade remoer/rever possibilidades, criando expectativas, ficando prisioneiros desse viver virtual, não real, retro alimentado por esse pensar obsessivo: E se...? Quando? Será...? Ansiosos, pensamos repetidamente, obsessivamente, em possibilidades e nos movemos/comportamos de forma repetitiva, compulsivamente buscando controlar as respostas a essas possibilidades.
Ansiosos, temos necessidade de nos movimentar, fazermos algo, cada vez com mais pressa. Sentimo-nos incapazes de parar, desfrutar, saborear – mesmo os bons momentos. E a repetição constante cria um hábito, um modo de ser e de viver ansiosamente.
Descobrimo-nos filhos de uma cultura da pressa, do poder fazer... (“fast food” - “tempo é dinheiro”. “O segundo lugar é a derrota total”. “Tá doendo? Tomou Doril, a dor sumiu!” - use químicos para, rapidinho, tudo sumir! - a dor, o prazer, o gosto da vida. Esportes demais, radicais, para ganha, ritmos repetitivos, alucinantes, anestesiantes. Todos ajudam a drenar essa energia interna, detonada pela ansiedade. Não podemos parar porque então não suportaremos a Dor da angústia. Sentimo-nos prisioneiros, sem saída, só repetindo, repetindo, repetindo...

Em nosso programa, temos a opção de novos aprendizados, sob um novo modo de crer/pensar.


- A vida é Aqui/Agora, no Presente (Só por hoje)
O passado serviu como experiência necessária ao aprendizado, mas já passou...
O futuro ainda não existe!
Cabe a mim, hoje, aqui/agora, validar o aprendizado do passado e favorecer um futuro melhor, viver um dia de cada vez, com aceitação do que sou e do que posso, só por hoje. Aceitação de minha impotência perante alguns fatos da vida e o modo de ser dos outros.
Cabe a mim, coragem e paciência para modificar meu modo de pensar antigo e tão enraizado; coragem para perseverar na mudança do hábito de correr/fazer optando por atividades que me tragam um ritmo mais tranquilo, favoreçam um desfrutar da vida.
Um dia de cada vez, com calma, mas sem desistir, certamente podemos substituir ansiedade e sofrimento por bem estar e Serenidade.

Postado por Maria Tude às 14:23 2 comentários: http://img1.blogblog.com/img/icon18_email.gif

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009



Recuperação II - Continuando....

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Em nosso processo de recuperação é 


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