HORA DE REFLETIR
Na pólis de Esparta, uma das principais instituições políticas era a Gerúsia, formada por 28 gerontes, homens com mais de 60 anos. Isso evidencia a importância que a sociedade espartana atribuía aos direitos de seus membros mais idosos. Você acredita que, em nossa sociedade, as pessoas idosas têm seus direitos à cidadania plenamente assegurados? Em grupo, reflita sobre o papel desempenhado pelas pessoas idosas em nossa sociedade. Levem em conta diferentes aspectos da vida em sociedade, como a participação política, econômica, cultural, a comunitário-religiosa e a profissional. Com os colegas do grupo, organize as informações em cartazes e prepare uma pequena apresentação para a classe.
LEGENDA: Manifestação de idosos na entrada do plenário do Senado, em Brasília, em 2015. Eles reivindicavam que a aposentadoria fosse corrigida usando o mesmo índice do reajuste do salário mínimo.
FONTE: Ed Ferreira /Folhapress
MINHA BIBLIOTECA
NÃO ESCREVA NO LIVRO
PARA NAVEGAR
Museu Benaki. Site do Museu Benaki, com uma coleção permanente sobre Grécia clássica e helenística (site em inglês e espanhol). Disponível em: www.benaki.gr. Acesso em: 10 nov. 2015.
Museu da Acrópole. Site do Museu da Acrópole, de Atenas, com informações detalhadas sobre os objetos (site em grego e inglês). Disponível em: www.theacropolismuseum.gr. Acesso em: 10 nov. 2015.
PARA ASSISTIR
Troia. Direção: Wolfgang Petersen. Estados Unidos/ Malta/Reino Unido, Warner Bros., 2004, 163 min. Inspirado no poema atribuído a Homero, o filme conta o desfecho da guerra entre gregos e troianos, com a participação fundamental de Aquiles e de um misterioso presente na forma de um cavalo de madeira.
A odisseia. Direção: Andrei Kochalovsky. Estados Unidos/Grécia/Turquia, Alpha Filmes, 1997, 176 min. O filme, assim como o poema de mesmo nome atribuído a Homero, narra os dez anos da viagem de Ulisses (Odisseu, em grego) até sua volta a Ítaca, seu reino, depois de ter combatido em Troia. Teria sido dele a ideia da construção do cavalo de madeira.
Alexandre. Direção: Oliver Stone. Alemanha/Estados Unidos/Itália/Reino Unido, Warner Bros., 2004, 175 min. O filme conta a vida épica e venturosa de Alexandre, o Grande, imperador macedônio que em poucos anos conquistou a maior parte dos povos e das nações conhecidas do mundo em sua época, desde a Grécia até a Índia.
Ágora. Direção: Alejandro Amenábar. Espanha, Mod Producciones, 2009, 127 min. História de Hipátia, filósofa e professora em Alexandria, no Egito, no período entre 355 d.C. e 415 d.C. Hipátia ensina Filosofia, Matemática e Astronomia na Escola de Alexandria, quando a cidade é agitada por ideais religiosos diversos: o cristianismo, o judaísmo e a cultura greco-romana.
PARA LER
Percy Jackson e os Olimpianos, de Rick Riordan, Intrínseca. A coleção, em cinco volumes, narra as aventuras de Percy, adolescente que descobre ser filho de Poseidon, o deus grego dos mares, e de uma mulher mortal. Ele deve impedir uma guerra entre os deuses, o que seria o fim do mundo.
Contos e lendas da mitologia grega, de Claude Pouzadoux, Companhia das Letras. O livro reconta algumas histórias da mitologia grega de forma clara e divertida. Ótimo caminho para conhecer detalhes das crenças dos gregos na Antiguidade.
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CAPÍTULO 7 - Os primeiros séculos de Roma
A escultura de bronze da imagem desta página faz referência às origens míticas da cidade de Roma, na Itália atual. Segundo esse mito, os fundadores da cidade seriam os gêmeos Rômulo e Remo, que, depois de serem abandonados nas águas do rio Tibre, foram salvos por uma loba, que os amamentou.
Durante muito tempo, acreditou-se que essa escultura fora produzida por volta de 500 a.C. Porém, pesquisas recentes de laboratório revelaram que a peça foi criada por volta de 1300. O fato de ser mais recente do que se pensava não afetou o status da escultura, que continua sendo o grande símbolo da Cidade Eterna.
A notícia nos comprova, no entanto, que o conhecimento histórico pode mudar a cada nova pesquisa ou descoberta.
Neste capítulo, estudaremos os primeiros tempos de Roma, cidade que se tornou o centro de um dos maiores impérios da Antiguidade.
Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma proposta de Atividade Alternativa, que trata da importância dos mitos na história.
LEGENDA: Escultura em bronze que representa o mito romano segundo o qual os irmãos Rômulo e Remo teriam sido amamentados por uma loba quando eram bebês. A peça encontra-se no complexo dos Museus Capitolinos, em Roma, Itália.
FONTE: DEA/Album/Latinstock
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
· Explicar a fundação da cidade de Roma em termos históricos e mitológicos.
· Analisar as estruturas política, econômica e social de Roma, tanto na monarquia quanto na república.
· Entender o processo de luta da plebe romana por direitos políticos e sociais.
· Identificar as transformações sociais e econômicas ocorridas após a etapa inicial das conquistas romanas.
· Compreender a "política do pão e circo".
· Conhecer as propostas dos irmãos Graco e entender os mecanismos das conquistas relativas ao direito e à democracia.
· Explicar a desestruturação da República Romana e a implantação do império.
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1. Formação e organização
Antes de 2000 a.C., a península Itálica era ocupada por povos nativos. Depois, até o ano 1000 a.C., povos conhecidos como italiotas, de origem indo-europeia, instalaram-se na região central da península: eram os sabinos, úmbrios, équos, oscos, volscos, samnitas e latinos. A partir de 1000 a.C., os etruscos se fixaram na margem direita do rio Tibre. Veja no mapa abaixo como estavam distribuídos esses povos.
Por essa época, os latinos começaram a ocupar a região do Lácio, fundando uma vila em um entroncamento de rotas comerciais, por onde passavam, entre outros, mercadores sabinos comerciando sal e etruscos negociando produtos manufaturados. Por volta do século VII a.C., já existiam nessa região outras vilas latinas independentes, que abrigavam cerca de 80 mil pessoas, entre agricultores, escravos, comerciantes e artesãos. Provavelmente nesse período, os etruscos invadiram o Lácio: impuseram seus costumes e unificaram todos os vilarejos em torno de uma única e grande cidade: Roma (veja a seção Interpretando documentos na página 141).
FONTE: Adaptado de: DUBY, Georges. Grand atlas historique. Paris: Larousse, 2006. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora
A sociedade romana
Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma sugestão para relacionar a temática da sociedade etrusca com conteúdos trabalhados em capítulos anteriores.
Com a unificação das vilas, Roma deixou de ser um povoado e se transformou em uma cidade fortificada, na qual foram aplicadas várias técnicas etruscas de pavimentação de estradas, drenagem de pântanos, construção de pontes e redes de esgoto. Outros aspectos da cultura etrusca também foram incorporados à sociedade romana em formação. Por exemplo, na religião e na escrita, houve adaptação dos alfabetos etrusco e grego, originando o alfabeto latino, que utilizamos até hoje.
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Aproximadamente no século VII a.C., a sociedade romana era composta majoritariamente de indivíduos livres - divididos entre patrícios, plebeus e clientes - e de uma parcela menor de escravos.
· Patrícios: grandes proprietários de terras, que tinham o comando exclusivo da política.
· Plebeus: mercadores, artesãos e pequenos proprietários; não podiam se casar com patrícios nem ocupar cargos públicos ou religiosos, mas eram obrigados a integrar o Exército.
· Clientes: ex-escravos ou filhos de escravos nascidos livres; eram dependentes dos patrícios, dos quais recebiam proteção e terras para cultivar; em troca, eram obrigados a substituí-los nas guerras.
· Escravos: pessoas capturadas em guerras ou plebeus que não conseguiam quitar suas dívidas; eram designados para trabalhos pesados e seus donos tinham poder de vida e morte sobre eles.
2. Período monárquico
Após ter sido unificada, Roma passou a ser governada por um rex (rei), do grupo dos patrícios ou etruscos, que tinha múltiplas funções: governar a cidade, comandar o Exército, desempenhar funções de juiz e conduzir as cerimônias religiosas. A monarquia não era hereditária e, quando um rei morria, um substituto era indicado pelo Senado (do latim senex, que significa "ancião"), composto apenas de patrícios idosos.
Havia também a Comitia Curiata, formada por representantes das famílias livres de Roma, que tinha a função de aprovar ou rejeitar a indicação do Senado para a posição de rei.
Em 509 a.C., durante o governo do rei etrusco Tarquínio II, os patrícios se rebelaram e, com o apoio da plebe, expulsaram os etruscos do Lácio. Como resultado, a monarquia foi extinta e substituída por um sistema de governo conhecido como república - do latim res publica ("coisa pública") -, que se caracteriza pela escolha dos governantes para mandatos com tempo limitado.
LEGENDA: Escultura de soldado romano produzida entre os séculos VIII a.C. e VII a.C., durante o período monárquico de Roma.
FONTE: Mostra Augustea, Roma/Alinari Archives/Other Images
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3. Período republicano
A república criada pelos romanos apoiava-se em uma complexa estrutura político-administrativa formada por três grandes áreas: o Senado, a Magistratura e as Assembleias.
República Romana
aconselhava e controlava
Senado
· Dirigia as políticas externa e interna
· Controlava a ação dos magistrados
· Propunha leis às assembleias
· Seus integrantes tinham cargos vitalícios
Cônsules
· Administravam a cidade
· Comandavam o Exército
· Permaneciam um ano no cargo
· Nomeavam o ditador
Pretores
· Administravam a Justiça
· Permaneciam um ano no cargo
Censores
· Calculavam e registravam a riqueza dos romanos
· Permaneciam cinco anos no cargo
nomeavam
Ditador
· Tinha plenos poderes civis e militares
· Permanecia seis meses no cargo
Assembleia centurial
elegia
Questores
· Geriam as receitas e as despesas do Estado
· Permaneciam um ano no cargo
Edis
· Supervisionavam as obras públicas
· Permaneciam um ano no cargo
Assembleia tribal
elegia
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O Senado concentrava a maior parte do poder político da república. Os senadores - homens originários de famílias patrícias - faziam as leis e tomavam as decisões políticas mais importantes.
A Magistratura estava organizada em diversas assembleias e era responsável pela administração. As assembleias mais importantes eram a Centurial, que elegia os cônsules, pretores e censores e decidia sobre a guerra e a paz, e a Tribal, que elegia os questores e os edis. Os cônsules, eleitos em pares, podiam indicar um ditador, se preciso, e os edis cuidavam da segurança. Os censores eram encarregados de realizar o censo.
Com essa nova estrutura política, Roma iniciou um lento e contínuo processo de expansão amparado em alianças com povos que aceitavam sua liderança e em uma poderosa força militar (veja a seção Olho vivo na página 138, sobre o recrutamento dos soldados). A expansão pela península Itálica foi concluída entre 272 a.C. e 265 a.C., quando o território dos etruscos, ao norte de Roma, e a região ocupada por colônias gregas, ao sul, foram subjugados. Conquistada a península, Roma deu início à sua expansão pelo Mediterrâneo.
A expansão territorial de Roma alcançaria as cidades-Estado da Grécia, na península Balcânica, e a cidade-Estado fenícia de Cartago, na costa norte da África. Aproximadamente entre 260 a.C. e 140 a.C., Roma e Cartago travaram vários confrontos até que a supremacia romana se impôs, e Cartago passou a ser uma província de Roma. As conquistas territoriais na região do Mediterrâneo ocidental e, depois, na península Ibérica foram decisivas para a consolidação do poderio romano.
LEGENDA: Ruínas do Fórum Romano, em imagem de 2014. O fórum foi o centro da vida pública romana durante séculos. No local realizavam-se eleições, discursos públicos, processos criminais, cerimônias diversas, etc.
FONTE: Matt Horne/Arquivo do fotógrafo
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OLHO VIVO
Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma proposta de Atividade Alternativa, que aborda, também o tema do serviço militar.
LEGENDA: Relevo em mármore de 100 a.C. representando cenas do censo militar romano e do ritual religioso em homenagem a Marte, o deus da guerra.
FONTE: Museu do Louvre, Paris/Les Frères Chuzeville/RMN - Reunião de Museus Nacionais/Other Images
O censo romano
O relevo desta página, datado do final do século II a.C., representa cenas do censo militar de jovens recrutados para o Exército. O censo ocorria a cada cinco anos e terminava com um ritual religioso (que incluía sacrifício de animais), conhecido como suovetaurilia, em homenagem a Marte (deus romano da guerra), a quem se pediam saúde, sorte e boas colheitas.
1. Censor responsável por fazer o alistamento dos jovens.
2. Os jovens alistados eram divididos de acordo com seus bens: os mais ricos integravam a cavalaria; os demais, a infantaria.
3. Soldados romanos acompanhavam o censo.
4. O deus Marte, representado com uma couraça e um capacete, presidia a cerimônia do sacrifício dos animais. Em sua mão, segurava uma hasta, lança de madeira com ponta metálica.
5. O sacerdote do ritual trazia à cabeça um véu e uma coroa de louros.
6. No ritual, os animais sacrificados eram um boi, um carneiro e um porco.
7. Os soldados romanos acompanhavam o sacrifício. Vestiam uma lorica, couraça de metal e couro que protegia a parte superior do tronco.
8. Outros equipamentos dos soldados eram a galea, capacete de metal com uma pluma de pelo de cavalo, que não era usada durante as batalhas; e o scutum, um escudo de madeira em formato de elipse.
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Revoltas da plebe
Para os patrícios, a expansão territorial romana significou mais riqueza e privilégios - com ela, cresceu o número de escravos em virtude do não pagamento das dívidas. Contudo, não houve vantagens para os plebeus, que só viram aumentar as desigualdades em relação aos patrícios, o que desencadeou diversas revoltas.
No começo do século V a.C., os plebeus se recusaram a participar das campanhas militares e passaram a exigir em assembleias diversas alterações na política e na sociedade romana, como a criação de cargos de magistrados para defender seus interesses. Sob pressão, os patrícios concordaram em criar o Tribunato da Plebe (493 a.C.).
Osintegrantes do Tribunato da Plebe (tribunos) eram escolhidos anualmente pelos plebeus. Os tribunos podiam vetar decisões de senadores e magistrados, mas não tinham o direito de criar novas leis. Os plebeus também conquistaram o fim da escravidão por dívidas, o direito ao casamento com patrícios e a elaboração de um código de leis (veja o boxe Lei das Doze Tábuas).
Depois, já no século IV a.C., os plebeus obtiveram acesso às magistraturas, direito ao ingresso de seus representantes no Senado e à transformação em lei dos plebiscitos aprovados em suas assembleias.
Glossário:
Plebiscito: na Roma antiga, era um decreto aprovado por resolução popular. Hoje em dia, plebiscito é a manifestação da vontade ou da opinião do povo, por meio de votação, acerca de algum assunto político ou social.
Fim do glossário.
Lei das Doze Tábuas
Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma sugestão para relacionar a temática da Lei das Doze Tábuas com o eixo conceitual da Unidade.
Durante a monarquia e nos primeiros tempos republicanos de Roma, não havia registro escrito das leis, que eram transmitidas oralmente de uma geração à outra. Em 451 a.C., os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas - os decênviros - para escrever as leis e, assim, evitar que fossem manipuladas pelos patrícios, conforme seus próprios interesses.
O resultado foi a Lei das Doze Tábuas, uma compilação dos costumes da população de Roma, que regulamentava o modo de vida dos romanos e continha as principais questões relativas ao Direito Penal, Público, Privado, etc.
Com a instituição da Lei das Doze Tábuas, surgiu em Roma a figura do advogado, que conhecia as leis, acompanhava os processos e defendia seus clientes no tribunal.
Na legislação romana dessa época, as penas variavam conforme o status social e jurídico do condenado. Para um senador, por exemplo, a penalidade costumava ser o pagamento de uma multa ou o confisco dos bens. Entretanto, por questões de honra, os senadores condenados preferiam se matar a ter de cumprir a sentença. Já as punições de plebeu iam do pagamento de uma multa até a pena de morte.
A pena de morte recaía com mais frequência sobre os escravos e as pessoas que não tinham cidadania romana. Um dos modos mais comuns de execução era a crucificação.
Texto elaborado com base em: COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 348-359; GIORDANI, Mário Curtis. História de Roma. Petrópolis: Vozes, 1983. p. 257-265; HISTÓRIA VIVA: Grandes Temas. Edição Especial Temática. São Paulo: Duetto Editorial, n. 1, [s.d.]. p. 89.
LEGENDA: Reconstrução de uma das Doze Tábuas, exposta no Museu da Civilização Romana, em Roma. A Lei das Doze Tábuas, criada em 451 a.C., era um documento contendo as leis que regulavam a convivência do povo romano.
FONTE: Reprodução/Museu da Civilização Romana, Roma, Itália.
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4. Cultura greco-romana
Com a expansão territorial, os romanos entraram em contato com a cultura dos povos dominados, exercendo influência sobre ela, mas também sofrendo seu influxo. Desses povos, o que mais profundamente imprimiu sua marca na cultura romana foi o povo grego. Paulatinamente, a partir do século III a.C., valores da civilização grega se infiltraram no cotidiano dos romanos em vários aspectos.
Nas artes plásticas, escultores e pintores se inspiravam diretamente na Grécia, enquanto os arquitetos aderiam ao uso do mármore - produto-símbolo da sociedade grega - em suas construções. Na religião, os romanos passaram a venerar os deuses gregos (embora os romanos tenham imposto nomes latinos para eles) e, na língua, o latim incorporava palavras gregas. No âmbito da educação, tornou-se comum deixar a instrução dos filhos a cargo de cidadãos ou escravos gregos.
Esse processo de helenização foi tão amplo que famílias ricas de Roma decidiram adotar sobrenomes gregos. Setores mais conservadores da sociedade romana, contudo, eram contrários a essa penetração da cultura grega em prejuízo das tradições romanas.
LEGENDA: Réplica romana (do século I d.C.) de escultura grega representando a deusa Atena Promacos (em armas). A peça original é datada do século V a.C. Entre os romanos, era comum a profissão de "copista", artesão encarregado de produzir cópias de obras gregas.
FONTE: Nimatallah/akg-images/Latinstock
ORGANIZANDO AS IDEIAS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
ATIVIDADES
1. A fundação de Roma está diretamente relacionada ao avanço dos etruscos e de sua cultura. Esse movimento provocou mudanças importantes nas sociedades que ocupavam a península Itálica. De que modo o avanço dos etruscos e a fundação de Roma modificaram a organização social da região do Lácio?
2. Em 509 a.C., uma revolta dos patrícios, com o apoio dos plebeus, pôs fim à monarquia e expulsou os etruscos do Lácio, criando uma nova forma de organização política: a república. Explique como funcionava a República Romana.
3. Durante o período republicano, houve um grande avanço territorial dos romanos, com o domínio de toda a península Itálica. Sobre esse tema, faça o que se pede.
a) Descreva como se deu o processo de conquista da península Itálica e aponte quais foram seus desdobramentos para o equilíbrio político do Mediterrâneo no período.
b) O avanço territorial provocou o agravamento das contradições sociais existentes em Roma. Relacione os conflitos entre plebeus e patrícios com esse processo.
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Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo, uma sugestão para relacionar a atividade com o conceito de helenização.
INTERPRETANDO DOCUMENTOS: TEXTO
NÃO ESCREVA NO LIVRO
ATIVIDADES
DIALOGANDO COM... LITERATURA
O texto a seguir, sobre a fundação de Roma, foi escrito pelo poeta Públio Virgílio Marão (70 a.C.-19 a.C.), mais conhecido como Virgílio. Trata-se da introdução de seu poema épico sobre as origens de Roma a partir da saga do herói troiano Eneias, que foge da Guerra de Troia com o objetivo de fundar uma nova pátria. O poema foi escrito no fim do século I a.C., na fase de consolidação do Império Romano. Leia o excerto selecionado e responda às questões.
Eu canto os combates e o herói que, primeiro, ugindo do destino veio das plagas de Troia para a Itália e para as praias de Lavínio. Longo tempo foi joguete, sobre o mar, do poder dos deuses superiores, por causa da ira da cruel Juno; durante muito tempo, também, sofreu os males da guerra, antes de fundar uma cidade e de transportar seus deuses para o Lácio: daí surgiu a raça latina e os pais albanos e as muralhas da soberba Roma.
VIRGÍLIO. Eneida. São Paulo: Cultrix, 1996. p. 11. Apud ROSÁRIO, Nilcileia da Silva. Entre a literatura e a arte: o mito de fundação de Roma no olhar de Virgílio e Bernini. In: ATAS do IV Encontro de História da Arte - A Arte e a História da Arte entre a Produção e a Reflexão. Disponível em: www.unicamp.br/chaa/eha/atasIVeha.html. Acesso em: 11 nov. 2015.
a) O poema épico de Virgílio associa a origem de Roma às ações de um herói troiano. Dessa forma, ele criava uma espécie de legitimidade quase mitológica para a origem da cidade, o que poderia justificar seu destino grandioso no período. Elabore uma hipótese para explicar por que era um troiano quem simbolizava essa grandiosidade.
b) Na narrativa de Virgílio, pode-se dizer que a fundação de Roma foi uma ação puramente humana, desprovida de qualquer participação divina?
c) É possível comparar a narrativa de Virgílio com a explicação dos historiadores para a fundação de Roma? Elas explicam esse processo da mesma maneira?
5. Declínio da república
Em meados do século II a.C., as conquistas territoriais transformaram Roma em uma cidade rica e efervescente. Circulavam pela cidade pessoas e produtos oriundos de diversas regiões, o que contribuiu para modificar a realidade social e política vigente na República Romana.
Com a expansão das atividades comerciais, algumas famílias plebeias enriqueceram e constituíram um novo grupo social, a nobreza, cujos membros - os nobres - começaram a ocupar cargos na magistratura e a influenciar toda a sociedade. A ascensão de setores da plebe coincidiu com a perda de poder dos patrícios, enfraquecidos numericamente por ser um grupo muito fechado.
LEGENDA: Relevo criado entre os séculos II e III, com representação de um comerciante de vinhos em sua loja. A peça está abrigada no Museu Arqueológico de Dijon, na França.
FONTE: Bridgeman/Keystone
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Para conquistar o apoio dos plebeus mais pobres, que tinham direito a voto nas assembleias, os nobres distribuíam esmolas, alimentos (trigo, por exemplo) e organizavam festas e espetáculos públicos. Assim, surgiram, por exemplo, as lutas de gladiadores, que alcançaram grande sucesso nos séculos seguintes, durante o período imperial. Essa estratégia (que mais tarde seria conhecida como "política do pão e circo") contribuiu para que a nobreza controlasse o Senado e os principais cargos da magistratura.
LEGENDA: Relevo datado do século I a.C. representando as vitórias de um gladiador em várias lutas. A peça foi descoberta na via Ápia, estrada da Roma antiga.
FONTE: Bridgeman/Keystone
Outro grupo surgido durante a república foi o dos cavaleiros (ou classe equestre). Era composto de indivíduos ricos que se dedicavam ao grande comércio e a atividades públicas rentáveis, como a cobrança de impostos e a coordenação de grandes obras (construção de estradas, exploração de minas, etc.).
Enquanto nobres e cavaleiros enriqueciam, o restante da população (a maioria) tornava-se ainda mais pobre. Muitos camponeses, ao voltarem das guerras, preferiam morar nas cidades. O mesmo ocorria com diversos pequenos proprietários, que haviam perdido suas terras por causa de dívidas.
Nas cidades, esses antigos lavradores juntavam-se à massa dos habitantes urbanos que já não tinham mais trabalho, pois a maior parte dos serviços era feita por escravos e estrangeiros livres. Desse modo, as guerras de expansão contribuíram fortemente para a desintegração das camadas médias rurais que, por séculos, foram a base militar e social do Estado romano.
Com o afluxo constante de pobres, escravos e imigrantes, as cidades passaram a enfrentar problemas: falta de moradia, de saneamento básico, de alimentação e de limpeza pública, além de desemprego (veja a seguir a seção Eu também posso participar).
Essa desigualdade entre ricos e pobres provocou conflitos sociais que começaram a abalar a república. Algumas pessoas - entre elas, os irmãos Tibério e Caio Graco, tribunos da plebe - defendiam mudanças na sociedade para reduzir a desigualdade social.
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