Tempos modernos tempos de sociologia helena bomeny



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. Acesso em: maio 2016..

Sites

Ministério do Trabalho e Emprego (MTE): . Acesso em: maio 2016.

Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Brasil: . Acesso em: maio 2016.

Filmes

Getúlio Vargas. Brasil, 1974, 76 min (VHS). Direção de Ana Carolina.
Página 467

Linha de passe. Brasil, 2008, 108 min. Direção de Walter Salles e Daniela Thomas.

Os doze trabalhos. Brasil, 2006, 90 min. Direção de Ricardo Elias.

Vai trabalhar, vagabundo. Brasil, 1974, 90 min. Direção de Hugo Carvana.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



Profissões dos brasileiros: ontem, hoje e amanhã

Alguém já ouviu falar em datilógrafa, linotipista ou motorneiro? Onde podemos encontrar uma cerzideira, um pintor de letreiros ou um laboratorista? O que fazem um planejador instrucional, um animador de festas, uma hostess e um barista? Que profissões dominarão o mercado no futuro?

Proponha aos alunos a seguinte atividade: descobrir as profissões extintas ou em extinção no Brasil, as novas profissões e as que são anunciadas por especialistas para o futuro. O objetivo desse exercício é desnaturalizar o mundo do trabalho – enfatizar suas mudanças e o quanto ele sofre a influência das transformações da sociedade. Busque apoio no trabalho dos professores de todas as disciplinas escolares – com certeza eles poderão ajudar os alunos a descobrir profissões novas e antigas em suas respectivas áreas. Estimule os estudantes a conversar com pessoas mais velhas a respeito do mundo do trabalho que conheceram quando jovens: como se preparavam para ele, com que idade exerciam suas funções, como era o local de trabalho etc.

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

O texto proposto discute as transformações no mundo rural que afetaram a vida dos trabalhadores do campo. As consequências da modernização foram sentidas nos espaços rural e urbano: êxodo rural, mudança nas relações de trabalho, crescimento das favelas nos centros urbanos. A discussão de fundo trata do que representa o mundo rural hoje – quais são as principais questões que afetam a vida dos trabalhadores rurais e como é necessário o conhecimento sociológico desse Brasil que existe dentro do Brasil. Um ponto central destacado no texto é o trabalho forçado – escravidão por dívida. Estimule os alunos a investigar dados sobre essa questão, identificar explicações para esse fenômeno e propor intervenções na realidade levando em conta o respeito aos direitos humanos. O texto exige atenção quanto ao vocabulário e ao esclarecimento das ideias principais.

Sessão de cinema

Peões

O documentário propicia aos alunos a identificação dos temas que preocuparam os trabalhadores formais no início dos anos 1980 e a abordagem de outros, como movimentos sociais e cidadania. Sugerimos promover um debate para discutir as preocupações e dificuldades que os trabalhadores informais encontram nos dias de hoje, estabelecendo comparações entre as duas situações de trabalho e investigando de que forma estes manifestam suas reivindicações.



Doméstica

Instigue os alunos a refletir sobre dois temas: a possível continuidade da profissão de empregada doméstica em relação à tradição escravista brasileira e as dificuldades de incorporação dessa profissional ao trabalho formal – como as resistências aparecem no dia a dia. Use a realidade dos estudantes para provocar um debate: Quem são as “domésticas” de sua vida? A avó, mãe ou aquela mulher que “praticamente faz parte da família”? Faça-os refletir a respeito de como essas mulheres se tornaram domésticas e identificar a que universo do trabalho elas pertencem: formal ou informal.



Construindo seus conhecimentos

Monitorando a aprendizagem

1. No período moderno ocorreram transformações na organização do trabalho quanto à imposição da disciplina, à utilização do contrato de trabalho e ao aprendizado de novas técnicas por parte dos trabalhadores. Com essas mudanças, as condições de vida deles tornaram-se muito precárias, mesmo tratando-se de trabalho livre: longa jornada, baixos salários (pagos segundo os critérios do empregador), constantes multas e encargos, vulnerabilidade e ameaça de desemprego, entre outros problemas. Nenhum direito trabalhista foi concedido por ser considerado “natural” ou “justo”. Eles foram fruto dos conflitos entre patrões e empregados, que, com o passar do tempo, entravam em acordo. Esses acordos transformavam-se em leis que regulavam os direitos e deveres das duas partes, e que, de tempos em tempos, eram questionados por uma delas, iniciando-se um novo período de negociações ou lutas.
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2. O trabalho europeu era organizado para que houvesse produção de excedente para o comércio exterior. A principal mercadoria era composta de produtos agrícolas, ligados à preparação da terra e ao plantio. As tarefas eram distribuídas entre os trabalhadores por setores de produção e, por isso, sincronizadas: o tempo não poderia ser desperdiçado. Essa disciplina – ou racionalização – da organização do trabalho chocou-se com os hábitos dos nativos da América, que não se orientavam para a produção em larga escala, e sim para o consumo próprio: como cada indivíduo desempenhava sua tarefa, não havia necessidade de sincronia – a demora de um trabalhador não prejudicava o trabalho dos demais. Além disso, o trabalho ligado à terra era atribuído às mulheres. A escravidão dos nativos obrigou os homens a exercer uma tarefa que julgavam feminina.

3. Trata-se da ausência do direito do trabalhador à remuneração, à jornada de trabalho, ao descanso, à liberdade de escolha de onde e para quem trabalhar e, em última instância, à própria vida. É uma relação na qual quem desempenha as atividades não tem voz para negociar suas condições de trabalho.

De olho no Enem

1. Trata das percepções de dois artistas sobre a imigração para o Brasil no início do século XX. Você pode explorar com a turma diversos fluxos imigratórios, incluindo os mais recentes, por exemplo, a imigração de haitianos e paraguaios e a relação deles com a questão do trabalho.

2. Aborda o processo de modernização da produção com o aprimoramento do aparato tecnológico e, paradoxalmente, o agravamento de questões sociais como o desemprego provocado pelo intenso uso de robôs. A imagem traduz a descrença na ideia de que o progresso por si só é capaz de elevar as condições de vida das pessoas.

3. A Era Vargas, entre 1930 e 1945, foi marcada pela política trabalhista – que atendia às reivindicações das classes populares urbanas –, com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, que concedia direitos sociais aos trabalhadores. Esse processo faz parte da discussão sobre cidadania regulada no Brasil.

4. Sinaliza para a importância dos movimentos sociais no campo. Mostra não apenas que a estrutura produtiva se modernizou, como também que o campo, antes dominado por práticas políticas coronelistas, vem passando por transformações quanto à participação cidadã e às políticas repressivas contra práticas que contrariam os direitos humanos dos trabalhadores rurais.

5. Discute a mudança na estrutura produtiva brasileira – levando ao predomínio crescente do trabalho urbano em detrimento do trabalho no campo –, com o processo de urbanização a partir da década de 1950 (ver Capítulo 14).

Assimilando conceitos

O conjunto de questões propostos na atividade visam estimular, na turma, a observação, a interpretação, a análise e o debate de ideias.

É importante estabelecer as relações entre educação, trabalho, meritocracia e mobilidade social para que a crítica social feita pela tirinha seja bem compreendida pelos alunos. Ser “consumido” pode parecer uma confusão que Armandinho faz entre mercado de trabalho e mercado consumidor, mas a crítica é direcionada às condições atuais do mundo do trabalho – seja o acúmulo de funções, seja o desemprego –, que “consomem” muitos trabalhadores. Algumas pesquisas indicam que a escola está perdendo o sentido para as novas gerações porque estas entendem que o investimento em educação não tem recompensa. Outras pesquisas apontam que no Brasil uma das maiores preocupações dos jovens relaciona-se com o trabalho. Explore as percepções dos alunos sobre a relação escola-trabalho e estimule-os a elaborar propostas de intervenção na realidade.

Olhares sobre a sociedade

1. Falta de tempo, jornada de trabalho longa, instabilidade, pessoas qualificadas em atividades laborais sem qualificação, salários baixos, desemprego. Todos os problemas elencados remetem à estrutura da sociedade. Ainda que situações particulares como doença e falta de estudo possam explicar alguns casos, a organização da sociedade capitalista, as crises econômicas, a eficácia ou ineficácia das políticas públicas de combate ao desemprego, de piso salarial, dos direitos dos trabalhadores etc. são dimensões que fazem parte da estrutura social.

2. Uma das maiores conquistas dos trabalhadores brasileiros foi a norma legislativa conhecida como Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943. A partir daí, os trabalhadores passaram a ter um piso salarial mínimo, direito ao Fundo de Garantia, férias anuais, seguridade social em caso de desemprego e invalidez, aposentadoria, entre outros benefícios.
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Esses direitos estão garantidos para aqueles que exercem trabalho formal, ou seja, com “carteira assinada”. Entretanto, parte expressiva da população encontra-se à margem desses direitos, pois enquadram-se no trabalho informal ou precário (contratação sem vínculo com a instituição empregadora), além disso, formas de escravidão no Brasil ainda não foram completamente extintas. No conflito entre capital e trabalho, frequentemente as conquistas estabelecidas são questionadas e, às vezes, modificadas, em função dos interesses de determinados grupos econômicos.



3. A proposta dessa atividade é ajudar o aluno a identificar o ponto de vista de diferentes atores sociais sobre a questão do trabalho. Vale a pena incentivá-los a fazer entrevistas com pessoas nas situações descritas, coletando dados para ajudá-los a compreender a relação entre o contexto e a percepção social dos atores sobre determinada questão.

Exercitando a imaginação sociológica

O tema proposto aborda duas situações distintas: a escravidão contemporânea e as mudanças no modo de trabalhar decorrentes do uso de novas tecnologias e da organização social do trabalho. Os alunos são levados a refletir sobre o trabalho, a garantia de direitos humanos e a preservação do meio ambiente. Antes de iniciar a atividade, relacione o tema proposto com o conteúdo desenvolvido nesse capítulo e no Capítulo 5, contribuindo para consolidar a aprendizagem.

Capítulo 16: O Brasil ainda é um país católico?

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• associar as manifestações religiosas do presente a seus processos históricos;

• entender as mudanças no campo religioso brasileiro e suas implicações no fortalecimento da cidadania: de uma religião oficial para a liberdade de culto e crença;

• entender o sentido de modernização e individualização presente na diversidade religiosa brasileira da atualidade;

• compreender que o fenômeno religioso brasileiro admite múltiplas interpretações considerando os mesmos dados e que as perspectivas adotadas pelos pesquisadores revelam diferentes facetas da mesma dimensão do social;

• identificar as manifestações ou representações da diversidade religiosa da sociedade brasileira.

Recursos e questões motivadoras

A presença majoritária do cristianismo no Brasil é um fato que põe em debate as relações inter-religiosas: se de um lado mostra um padrão religioso predominante, de outro revela as muitas diferenças que se manifestam nos credos, denominações, seitas dentro de uma mesma religião. Para as Ciências Sociais, a construção social da semelhança e da diferença é um dos pontos centrais quando se estuda o fenômeno religioso: como as identidades religiosas são definidas, como as redes se formam, como esses grupos agem no espaço público, por que fazem trocas e alianças com a sociedade mais ampla ou por que se fecham em suas comunidades, como as minorias religiosas e não religiosas são vistas, enfim, como se dão as relações entre os diferentes credos em uma mesma sociedade.

Outro fato que vem interessando os pesquisadores das religiões é o fenômeno das migrações religiosas (fato às vezes caracterizado como mercado de fiéis) ou a adesão a mais de um credo, apontando para uma forte individualização da fé. Além do “mercado religioso” (marketing, produtos, consumidores etc.), os cientistas sociais vêm preocupando-se com a relação entre religião e poder, tendo em vista a crescente participação de segmentos religiosos na arena política. Esse fenômeno indica que, além de almejar uma vida no porvir, os religiosos têm se inserido nas discussões sobre a “cidade dos homens” – a civitas – seja por meio dos políticos que os representam, seja por meio das práticas de cidadãos anônimos.

Quando se fala em campo religioso no Brasil, deve-se ter em mente os dados que as pesquisas quantitativas revelam e as relações desses grupos uns com os outros, com o Estado, com o mercado etc.

Desenvolvendo as aulas

Estimule os grupos de trabalho da turma a buscar informações sobre as religiões e práticas religiosas no país. Formule um problema a respeito do fenômeno religioso brasileiro para que os estudantes discutam nos grupos. Em seguida, organize um debate no qual cada grupo apresentará suas conclusões sobre o problema proposto e o que conhece sobre uma das religiões “brasileiras”.
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Essa atividade, além de ser preparatória para o estudo desse capítulo, é um exercício de convivência e diálogo a respeito de um dos assuntos que na cultura brasileira é considerado “proibitivo” porque sempre acaba em “discussão”. Além do conteúdo, explore o tema sob uma perspectiva formativa e transversal.

Recursos complementares para o professor

Leituras

BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulus, 1985.

MONTERO, Paula. Religião: sistema de crenças, feitiçaria e magia. In: MORAES, Amaury César (Coord.). Sociologia: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2010. v. 15. p. 123-138. (Coleção Explorando o Ensino). Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

PRANDI, Reginaldo. Converter indivíduos, mudar culturas. Tempo Social: revista de sociologia da USP, São Paulo, FFLCH/USP, v. 20, n. 2, p. 155-172, 2008. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

SANCHIS, Pierre (Org.). Fiéis e cidadãos: percursos de sincretismo no Brasil. Rio de Janeiro: Eduerj, 2001.

VAINFAS, Ronaldo; SOUZA, Juliana Beatriz de. Brasil de todos os santos. 2. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.



Site

Instituto de Estudos da Religião (Iser): . Acesso em: maio 2016.



Filmes

O pagador de promessas. Brasil, 1962, 95 min. Direção de Anselmo Duarte.

Devoção. Brasil, 2008, 85 min. Direção de Sergio Sanz.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



Imagens do sagrado

O IBGE, por meio do Censo 2010, nos deu a medida: 92% dos brasileiros são religiosos. Proponha aos alunos a seguinte atividade: organizados em grupos e munidos de máquina fotográfica, eles produzirão “imagens do sagrado”. Os grupos podem escolher seus temas ou a atividade pode ser desenvolvida livremente. O objetivo é sensibilizar o olhar deles para o que acontece no campo religioso e bem perto deles – em sua cidade.

Essa atividade estimula o trabalho integrado com outras disciplinas: envolve a noção de espaço (Geografia); de memória (História); uso da fotografia (Arte) etc. Monte um projeto multi ou interdisciplinar e realize uma exposição na escola. E não deixe de convidar a comunidade para conhecer o trabalho dos fotógrafos!

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

Professor, sugerimos que você faça a leitura integral do texto proposto na Leitura complementar do Livro do Aluno. Ele integra a Coleção Explorando o Ensino do MEC, que visa oferecer apoio didático ao professor e uma contribuição para sua formação continuada. Amaury C. Moraes e Elisabeth da F. Guimarães comentam o texto de Paula Monteiro e apresentam algu mas sugestões de atividades para serem desenvolvidas com os alunos ao longo das aulas.

Sessão de cinema

O poder e a fé

O filme é um recurso que possibilita a diferenciação entre o pensamento científico e o pensamento religioso. Sugerimos discutir com os alunos como a religiosidade (em suas diferentes manifestações) aparece no contexto urbano brasileiro – que abordagens fazem os religiosos, por exemplo, dos temas desemprego, superação da solidão e violência.



Santo forte

Ajude o aluno a perceber como aquilo em que as pessoas acreditam (suas crenças, ideologias, mentalidades) pautam a vida delas no dia a dia – algumas se resignam, outras se esforçam para prosperar, outras deixam de consumir bens supérfluos ou de luxo etc. Tais comportamentos, quando agregados (coletivos), ajudam a dar novos contornos culturais à sociedade ou reforçam velhos traçados.



Atlântico negro – Na rota dos Orixás

Embora o estudo da cultura afro-brasileira tenha sido introduzido como conteúdo obrigatório em todos os níveis de ensino pela Lei nº 10.639/2003, ainda hoje se percebe a pouca ênfase dada a essa temática nas escolas brasileiras. O filme propicia discutir um dos legados mais significativos da religiosidade de matriz africana, podendo contribuir para a ampliação dos horizontes culturais dos alunos, bem como para o trabalho transversal sobre relações étnico-raciais no Brasil.


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Construindo seus conhecimentos



Monitorando a aprendizagem

1. O Censo 2010 mostra que os brasileiros são muito religiosos, em qualquer faixa etária, gênero ou classe social. Apenas 8% da população se declara sem religião. A expressão da modernidade brasileira não reside, portanto, na secularização da sociedade (abandono das crenças religiosas), e sim a relação que a população mantém com suas tradições (ver verbete tradição página 377). As migrações religiosas ocorridas nas últimas décadas demonstram que os brasileiros têm sido mais seletos na hora de escolher no que acreditar, em lugar de seguir a tradição religiosa da família.

2. A exclusividade do catolicismo tem cedido espaço para a ampliação do número de crenças e filiações religiosas. No entanto, a hegemonia das religiões cristãs se mantém, confirmada pelo percentual de adeptos – cerca de 90% da população brasileira pratica alguma modalidade de cristianismo.

De olho no Enem

As duas questões abordam aspectos da religião católica no século XVI. Essa época foi marcada pela Inquisição – tribunal de julgamento de hereges e pagãos. Os hereges eram aqueles de origem cristã considerados traidores da doutrina, e os pagãos representavam todo o universo religioso não cristão. Na primeira questão, observamos o catolicismo transigindo com o mundo pagão, e na segunda, a mesma religião marca sua diferença e oposição ao mundo pagão.



Assimilando conceitos

1. Miscigenação: cruzamento entre raças ou variedades.

Sincretismo: sistema filosófico ou religioso que busca fundir várias doutrinas; ecletismo; amálgama de concepções heterogêneas.

Ecumênico: universal, geral.

2. O sincretismo entre o catolicismo e as religiões de origem africana – que resultou nas religiões afro-brasileiras.

3. O templo católico ao fundo e as vestimentas características dos rituais afro-brasileiros.

Olhares sobre a sociedade

O Brasil é percebido de forma ampla como um país sincrético, em que as religiões convivem pacificamente. Contudo, fatos trazidos à tona pela imprensa têm chamado a atenção para situações que vão na contramão da visão do brasileiro como tolerante. A Secretaria de Direitos Humanos criou um canal para denunciar práticas de intolerância religiosa – o Disque 100. Nesse sentido, cabe perguntar que dimensões assume a intolerância religiosa no Brasil: É explícita ou camuflada? É regra ou exceção? As sociedades passam por transformações permanentemente e por isso as relações inter-religiosas são objeto de pesquisa da Sociologia.

A atividade visa explorar a experiência da alteridade – buscar compreender o outro em seus próprios termos. Do ponto de vista formativo, pretende estimular o desenvolvimento da empatia pelo outro e o respeito às diferenças como caminho para promover a tolerância e a boa convivência social.

Exercitando a imaginação sociológica

Antes do desenvolvimento da atividade, seria interessante discutir alguns aspectos do texto motivador. O primeiro deles é o sentido que a frase “A religião é o ópio do povo” tinha para Karl Marx. Esse tema aparece em suas reflexões quando discute a noção de ideologia e seu papel na construção da ordem social.

Seria interessante explorar com a turma alguns contrapontos, por exemplo, o que é uma instituição religiosa como espaço de socialização e de poder e a compreensão religiosa do mundo – o foro íntimo e as convicções dos indivíduos.

O segundo momento da atividade amplia a compreensão de “ópio” ou de “ideologia” para outras dimensões da vida. O quadrinho faz essa transição ao mostrar a relação ao mesmo tempo crítica e de adesão de Calvin aos programas de TV.

Oriente a turma a trabalhar essa temática considerando os princípios da tolerância religiosa e liberdade de pensamento que constam na Constituição Brasileira e na Declaração dos Direitos Humanos.

Capítulo 17: Qual é sua tribo?

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• compreender os processos envolvidos na formação das tribos urbanas: a dinâmica entre singularização e pertencimento a um grupo maior; a diferenciação social;


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• entender as relações entre as tribos e a sociedade de consumo;

• identificar manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico brasileiro;

• analisar criticamente relações de poder no cotidiano – bullying, rotulações, estigmas e preconceitos.

Recursos e questões motivadoras

As idades da vida – infância, adolescência, juventude, fase adulta, velhice – já têm certa tradição de estudos nas Ciências Sociais, especialmente na Sociologia e na Antropologia. Um dos primeiros problemas teóricos que deve ser considerado é que esses grupos são socialmente construídos, ou seja, a despeito de tais cortes etários descreverem etapas biológicas dos seres humanos, os atributos e os papéis de cada uma dessas etapas são informados pela cultura (e pelo contexto histórico). Outra questão é se de fato é possível falar em identidade em torno desses amplos conjuntos etários nas sociedades (pós-)industriais. A sociologia da juventude, por exemplo, foi tomando corpo quando a questão veio à tona nos idos de 1950 e 1960. Mal se começava a perceber um contorno do que seria uma “cultura juvenil” quando logo o conceito foi problematizado – cultura ou culturas? – dada a diversidade de formas de viver a juventude etc.

Com essas notas básicas queremos indicar dois pontos para sua atenção: com relação à naturalização do comportamento juvenil – buscando sempre problematizar esse aspecto durante as aulas – e quanto à diversificação ou diferenciação social desses grupos relacionados à “juventude”. Outros aspectos já estão sinalizados no texto didático, como a discussão sobre identidade/identificação; a construção da diferença/semelhança e os processos de rotulação/estigmatização/segregação/poder e violência (bullying); o processo interno de diferenciação de cada “tribo” e, por último, a apresentação de uma forma de vivência da juventude em espaços urbanos que difere do padrão das “tribos” – o envolvimento com práticas culturais ditas tradicionais.

Desenvolvimento das aulas

Explore as atividades. Como exercício motivador e de exploração dos conhecimentos prévios da turma sobre o tema, sugerimos a realização de um debate com base nas canções “Ninguém = Ninguém” e “Uns iguais aos outros”, dos grupos Engenheiros do Hawaii e Titãs, respectivamente. Quais sentidos eles atribuem à igualdade e diferença?

Use os filmes. Selecione cenas de A rede social que propiciem discutir essa “nova” forma de socialização e sociabilidade que cresce na contemporaneidade – as redes sociais na internet – e que ao mesmo tempo a desnaturalizem. Com a rapidez da difusão das redes sociais, muitos jovens já perderam a perspectiva de quanto isso é novo para as gerações um pouco mais velhas do que a deles. O papel da tecnologia na formação de redes sociais e das “tribos urbanas” deve ser discutido com os estudantes: o processo de diferenciação social é anterior, relaciona-se com a individualização nas sociedades modernas e com a formação de culturas juvenis. Com isso, é importante situar o papel que as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC) vêm tendo na formação de subculturas urbanas, sem atribuir a elas a “causa” ou “origem” do fenômeno.

Recursos complementares para o professor

Leituras

BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

DAYRELL, Juarez Tarcísio. A juventude no contexto do ensino da Sociologia: questões e desafios. In: MORAES, Amaury César (Coord.). Sociologia: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica, 2010. v. 15. p. 65-84. (Coleção Explorando o Ensino). Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

GROPPO, Luís Antonio. Condição juvenil e modelos contemporâneos de análise sociológica das juventudes. Última década, Chile, Centro de Estudos Sociais

CIDPA, v. 18, n. 33, p. 11-26, 2010. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 7. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

VELHO, Gilberto. Individualismo e cultura: notas para uma antropologia da sociedade contemporânea. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.

Sites

Cultura Hip Hop:


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